SEGUNDA EDIÇÃO DE 23-12-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'
NO O ANTAGONISTA
Luleco e Ricardeco
Brasil 23.12.16 10:01
O acordo da Odebrecht com os procuradores dos Estados Unidos mencionam pagamentos de propina a “parentes próximos” de uma autoridade governamental de alto nível no Panamá.
O Estadão descobriu que se trata do filho de Ricardo Martinelli, ex-presidente do país.
O Antagonista já publicou que os delatores da Odebrecht entregaram também um dos filhos de Lula, o Luleco.
Temos Luleco e Ricardeco.
O caminho da propina
Brasil 23.12.16 09:25
A Braskem pagou 50 milhões de reais para a campanha de Dilma Rousseff.
Agora falta descobrir o caminho do dinheiro.
A propina não entrou pelo Caixa Um, porque a Braskem é 50% pública e estava impedida de doar para partidos ou campanhas eleitorais.
Entrou, portanto, pelo Caixa Dois.
De que maneira? Dinheiro vivo? Depósitos no exterior? Por meio de gráficas fantasmas?
"Ato de desespero"
Brasil 23.12.16 08:52
O Procurador Orlando Martello, da Lava Jato, comentou no UOL o processo movido por Lula contra Deltan Dallagnol:
“É um ato de desespero do ex-Presidente. É uma postura que não auxilia na busca da verdade. É uma tentativa de intimidação de um membro do Ministério Público. Mas o grupo está muito coeso, nós ficamos mais coesos ainda a partir do momento em que há um ataque deliberado, infundado, a um membro que está somente fazendo seu trabalho, um trabalho técnico. E isso que ele fez foi pessoalizar. É meio ato de desespero.
E eu acho que, hoje, não tem mais força esse tipo de defesa, até porque já são várias denúncias oferecidas, recebidas e há inúmeros caminhos para que ele conteste esse recebimento. E ele não teve sucesso até o momento. Já que se tentou no Judiciário. Tentou-se no exterior. E está tentando agora um outro caminho. A Força-Tarefa não age politicamente. Não tem esse viés. É meramente técnico o nosso trabalho”.
NO DIÁRIO DO PODER
COM GRANA ROUBADA
SÉRGIO CABRAL E A MULHER SAÍRAM DO PAÍS TRÊS VEZES POR MÊS DESDE 2007
CASAL USOU ATÉ JATINHOS EM 264 VIAGENS AO EXTERIOR DESDE 2007
Publicado: sexta-feira, 23 de dezembro de 2016 às 08:36 - Atualizado às 09:52
Redação
A QUANTIDADE DE VIAGENS DE CABRAL E ADRIANA PARA O EXTERIOR DESPERTOU A ATENÇÃO DE INVESTIGADORES DA CALICUTE
O ex-Governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo saíram do País e voltaram pelo menos 264 vezes entre abril de 2007 e setembro deste ano. Eles passaram pelo Aeroporto Internacional do Galeão, em média, 2,93 vezes por mês em viagens internacionais, principalmente para destinos como Londres, Paris e Nova York. O casal é investigado pela Operação Calicute da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF), um desdobramento da Lava Jato.
Os deslocamentos de Cabral e Adriana foram tabulados pelo Estado com base em análise de dados colhidos pela Calicute no Sistema de Tráfego Internacional da PF. O casal, além de voos comerciais, também usou jatinhos particulares. O ex-Governador e a Advogada já são réus, estão detidos em Bangu, na zona oeste do Rio, e respondem por suposto envolvimento em organização criminosa que teria desviado R$ 224 milhões de obras públicas por meio de empreiteiras investigadas pela Lava Jato. Para o MPF, Cabral teria chefiado o esquema. Ele nega.
A quantidade de viagens de Cabral e Adriana para o exterior despertou a atenção de investigadores da Calicute. Procuradores e policiais federais querem saber se, em suas passagens por outros países, eles aproveitaram para esconder parte do patrimônio que, supostamente, desviaram. A suspeita se fortalece porque, com frequência, o casal viajou separado, segundo os dados analisados.
Em apenas duas das 22 “pernas” feitas em jatinhos no período, por exemplo, há registro de que eles tenham ido e voltado na mesma aeronave. Foi assim que deixaram o Brasil em 8 de fevereiro de 2011 e voltaram no dia 13, no avião Gulfstream GV-SP, prefixo PROGX, operado pela AVX Taxi Aéreo. Localizada na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, a empresa tem como sócios Eike Batista, Thor Batista e Ivo Buschmann Júnior. Procurado, Eike, por meio de assessoria de imprensa, informou que o empréstimo do avião a Cabral não é novidade e alegou não ter negócios com o Estado. Desse modo, não haveria irregularidade.
Os dados do Sistema de Tráfego Internacional da PF de posse da Calicute confirmam também que Cabral e Adriana, mesmo depois da renúncia do ex-Governador em abril de 2014, continuaram a usar passaportes diplomáticos fornecidos pelo Ministério das Relações Exteriores, conforme revelado pelo Estado no dia 5 deste mês. Há registros da expressão “diplomata” ao lado da anotação de entrada ou saída do País do ex-Governador e sua mulher, em datas nas quais o peemedebista já havia deixado o cargo.
Pós-mandato
De 72 viagens de Adriana ao exterior, 28 (quase 40%) foram feitas após Cabral deixar o Governo. Em boa parte dos deslocamentos, ela estava sem o marido, segundo os registros. Ela teve como destinos iniciais, apurados a partir do número de cada voo, Londres (24 vezes), Paris (9) e Nova York (13). As cidades são hubs – pontos de conexão de viagens aéreas. A Advogada desembarcou também em outras 26 cidades.
Nos dados obtidos pelo Estado, não há registro de saída do País do ex-Governador em 2015. Em 2016, há uma saída – foi em 22 de janeiro, uma viagem para Londres. Dos 61 destinos identificados de viagens de Cabral, Londres foi principal destino, seguida de Paris (14) e Nova York (8). Cabral viajou também para outros 21 cidades.
Não é possível, porém, distinguir viagens oficiais das particulares durante o período em que Cabral foi Governador, entre janeiro de 2007 e abril de 2014. Levantamento divulgado em maio de 2012 pelo Palácio Guanabara revelou que, desde sua posse até aquela data, ele ficara 128 dias fora do País em viagens oficiais. Foram 39 cidades em 37 missões a 18 países – quase uma a cada dois meses.
Os destinos das viagens realizadas de jatinhos também não são informados. Os dados mostram que, sem a companhia da mulher, Cabral usou o avião PRAVX seis vezes; o PROGX uma vez; o PPMMF quatro vezes; e o PT JAA duas vezes. Adriana viajou sem o marido no PRAVX seis vezes e no PPVDR uma vez. Também não há informação sobre a cidade visitada pelo casal na viagem que realizaram juntos no jatinho de Eike.
Curiosidades
Além da frequência a alguns destinos, há algumas curiosidades nos dados sobre as viagens do ex-Governador e da ex-primeira-dama do Rio ao exterior. Em setembro deste ano, por exemplo, dois meses antes de a Operação Calicute ser desencadeada, Adriana saiu do País no dia 6, voltou no dia 13, viajou de novo em 19 e voltou em 26. Os destinos desses deslocamentos, porém, não estão registrados. Desde abril de 2014, mês em que Cabral renunciou, as viagens da ex-primeira-dama ocorreram ao ritmo de pelo menos uma (ou uma e meia) por mês. Doze dessas viagens foram para Londres.
Em 7 de maio de 2014, há o registro de chegada de Adriana no voo 8079 da Air France. O ponto de partida era Mahe, ilha em Seychelles, paraíso turístico e fiscal no Oceano Índico. Meses depois, partiu para Dubai no voo EK248, da Emirates, em 6 de outubro de 2014. Voltou pela mesma companhia, no 247, no dia 13 seguinte.
A pesquisa também registra para onde o ex-Governador viajara, em janeiro de 2011, quando o Rio sofreu uma tromba d’água que matou cerca de mil pessoas na Região Serrana, no dia 13. Na época, assessores de imprensa do Palácio Guanabara disseram que Cabral estava no exterior em viagem particular, mas não sabiam onde. Os registros apontam que o casal embarcara para Londres no dia 6, no voo JJ8084, e voltou no dia 13, no JJ8085, a tempo de o então Governador sobrevoar as áreas atingidas, de helicóptero, com a então Presidente Dilma Rousseff. (AE)
LAVA JATO
EM DELAÇÃO, ODEBRECHT REVELA ESTRATÉGIA PARA MANTER LULA INFLUENTE
DELATOR REVELOU UMA 'CONTA' EM NOME DE LULA PARA PROJETOS
Publicado: sexta-feira, 23 de dezembro de 2016 às 10:26
Redação
O ex-Presidente e herdeiro do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, relatou a procuradores da Lava Jato que uma espécie de conta que a empresa mantinha em nome de Luiz Inácio Lula da Silva tinha o objetivo de manter o petista influente depois que saísse da Presidência da República.
Após a saída do Planalto, com alta aprovação popular, a expectativa era que ele continuasse a ter relevância no cenário político, o que de fato ocorreu. Segundo Odebrecht, foi criada uma 'conta' financiada pelo departamento de propinas, gerenciada pelo ex-Ministro Antônio Palocci, preso em setembro.
Segundo a delação, divulgada pela Folha de S. Paulo, Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci, é apontado como um dos encarregados de transportar o dinheiro em espécie que abastecia a 'conta'.
Batizada de 'amigo' em referência a Lula, a 'conta' foi usada para financiar projetos como a compra de um terreno em São Paulo que deveria abrigar a sede do Instituto Lula.
O Instituto afirmou, em nota à reportagem, que não comenta "especulações sobre supostas delações".
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