QUARTA EDIÇÃO DE 22-12-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO DIÁRIO DO PODER
APÓS NOVA ACUSAÇÃO
CINCO VEZES RÉU, LULA CONTINUA MUDO, MAS FAZ SEU INSTITUTO ATACAR LAVA JATO
EX-PRESIDENTE USA O SEU INSTITUTO LULA COMO VENTRÍLOQUO
Publicado: quinta-feira, 22 de dezembro de 2016 às 08:42 - Atualizado às 11:34
Redação
Dois dias depois de o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva virar réu em processo no qual é acusado de receber um terreno da Odebrecht, o Instituto Lula divulgou nota nesta quarta-feira, 21, na qual diz que a Operação Lava Jato atingiu um “grau de loucura” ao atribuir ao petista um terreno que é propriedade de uma empresa privada. Lula continua mudo, evitando perguntas incômodas de jornalistas.
“A Lava Jato abriu um processo contra Lula por ele não ter recebido um terreno, que, segundo a operação, seria destinado ao Instituto Lula. A Lava Jato reconhece, porque é impossível não reconhecer, que o terreno não é nem nunca foi do Instituto Lula ou de Lula. É o grau de loucura que a Lava Jato chegou na sua perseguição contra o ex-presidente”, diz a nota.
O título do comunicado é Lava Jato supera Kafka e Minority Report em referência ao escritor checo Franz Kafka (1883-1924), autor de livros como A Metamorfose, e ao filme de ficção científica de Steven Spielberg estrelado por Tom Cruise, em 2002.
Na nota, o Instituto Lula critica a atuação da Lava Jato. “Ao invés de investigar e apresentar denúncias sobre delitos reais, e após fechar acordos que tiraram da cadeia pessoas que receberam dezenas de milhões em desvios da Petrobras, persegue delitos que só existem na imaginação de PowerPoint de alguns promotores, e ficam atribuindo imóveis que não são de Lula para o ex-Presidente”, diz o texto, que também faz críticas ao Juiz Sérgio Moro.


NO BLOG DO JOSIAS
Temer decidiu deixar a ética em segundo plano
Josias de Souza
Quinta-feira, 22/12/2016 15:10
Durante café da manhã que mandou servir aos jornalistas nesta quinta-feira, Michel Temer informou que não pretende demitir auxiliares mencionados em delações da Odebrecht. Foi especialmente enfático em relação ao caso do amigo Eliseu Padilha. “Não tirarei o Chefe da Casa Civil, não. Ele continua firme o forte.” Com essas palavras, o substituto constitucional de Dilma Rousseff, alçado à poltrona de Presidente em meio ao mais retumbante movimento anticorrupção da História do País, informa que decidiu governar deixando a ética em segundo plano. Lamentável.
O Presidente queixou-se dos vazamentos que despejam nas manchetes as revelações de delatores. “Soltam uma delação por semana e criam um clima de instabilidade.” Bobagem. O que eletrifica a conjuntura não é a radiografia, mas o câncer que ela revela.
Temer declarou que os delatados não podem ser tratados como se estivessem “definitivamente condenados.” Tudo vai virar inquérito, ele realçou. E “quem foi mencionado vai se defender.” Verdade. Ninguém ousaria pregar a extinção do sacrossanto direito de defesa. O que não se admite é que suspeitos de crimes permaneçam nos cargos como se nada tivesse sido descoberto sobre eles.
Se não quiser demitir os amigos, Temer pode adotar uma solução à moda de Itamar Franco, que ordenou ao então chefe da Casa Civil, Henrique Hargreaves, que se licenciasse do cargo assim que foi alvejado por denúncias de corrupção. Fora do Governo, Hargreaves livrou-se das acusações. E retornou à antiga função.
Há um quê de autodefesa na decisão de Temer. O Presidente já perdeu o Coordenador Político, Geddel Vieira Lima, pilhado defendendo interesses particulares em seara pública. Se afastar Padilha e o Secretário-Executivo Moreira Franco, os dois amigos abalroados pela Odebrecht, Temer perde seus anteparos, tornando-se uma espécie de alvo solitário.
Sem os seus biombos, Temer não falaria mais sobre as denúncias contra Padilha e Moreira, mas sobre os R$ 10 milhões que um delator diz que ele próprio solicitou a Marcelo Odebrecht, no Palácio do Jaburu. Ou sobre a verba de campanha que outro delator diz ter sido acertada no escritório paulista de Temer, com intermediação de Eduardo Cunha.
Embora diga não se importar com a popularidade, Temer se esforça para reverter a crise econômica que o faz impopular. No café com os jornalistas, anunciou medidas populares. Coisas como a liberação do saldo das contas inativas do FGTS e a promessa de redução dos juros do cartão de crédito. Beleza. Mas a crise moral não será revertida com paliativos econômicos. A História recente demonstra que o destino foi implacável com governantes que administraram de costas para a ética. Lula, por exemplo, já é réu em cinco ações penais.

NO O ANTAGONISTA
OS R$ 3 MILHÕES DE JAQUES WAGNER
Brasil 22.12.16 16:30
O relatório do Departamento de Estado americano também confirma o pagamento de R$ 3 milhões a Jaques Wagner, a maior parte no Caixa 2, para a campanha de 2006 ao Governo da Bahia.
A versão bate com o relatado por Claudio Melo Filho, ex-VP de relações internacionais. O delator disse também que Wagner levou mais R$ 7,5 milhões em 2010 e outros R$ 10 milhões em 2014 - já na campanha de Rui Costa.
YEDA CRUSIUS É NUMBER 9
Brasil 22.12.16 16:22
O Antagonista descobriu que a tucana Yeda Crusius é a "Brazilian Official 9" identificada no relatório do Departamento de Estado americano.
No documento, a Braskem admite que, em troca de benefícios fiscais, contribuiu financeiramente para as campanhas de Yeda em 2006 e em 2010 (derrotada). Os valores de R$ 200 mil e R$ 600 mil batem perfeitamente com as doações oficiais registradas pela tucana nas duas campanhas.

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