PRIMEIRA EDIÇÃO DE 16-12-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Sexta-feira, 16 DE DEZEMBRO DE 2016
O Deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) sonha com a reeleição como Presidente da Câmara, mas já percebeu que lhe falta sustentação jurídica. Ele não chegou a confirmar oficialmente a candidatura, tampouco sua desistência, mas tem sido aconselhado a abandonar a pretensão. A Constituição veda a reeleição de membros da Mesa Diretora na mesma legislatura, e a atual só acaba no início de 2019.
“O Rodrigo está ciente da dificuldade”, diz o 1º Secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), sobre a reeleição cada vez mais distante.
Caso não desista, Rodrigo Maia poderá enfrentar uma ação do grupo do “Centrão” no Supremo Tribunal Federal contra a sua candidatura.
Beto Mansur, Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO) são candidatos do “Centrão” à sucessão de Rodrigo Maia.
Tão logo sua reeleição seja descartada, Rodrigo Maia será convidado para cargo de Ministro. O Presidente Michel Temer é muito grato a ele.
O Juiz Eduardo Cubas, espécie de "autor intelectual" do pedido de limitar que paralisou a tramitação do pacote anticorrupção no Senado, parece mais preocupado com a “invasão no âmbito do poder Judiciário” do projeto já aprovado na Câmara. O texto abre caminho para a punição de juízes e membros do Ministério Público que abusem do poder. Em vídeo gravado ao lado do autor oficial do pedido de liminar, Eduardo Bolsonaro (PSC-RJ), Cubas fala em “invasão equivocada” da Câmara. 
Cubas tem pinimba contra Gilmar Mendes desde o início dos anos 2000, e voltou a atacar o Ministro do STF por suas críticas à liminar.
O projeto suspenso, que provocou insatisfação de magistrados, veda atuação político-partidária a juízes federais e membros do MPF.
Eduardo Cubas preside a Unajuf (dissidência da Ajufe, a Associação dos Juízes Federais), com sede em Formosa, no interior de Goiás.
Circula nas redes sociais a série “Ministério Público da Hipocrisia”, listando os vencimentos bem acima do teto de Procuradores, inclusive da Lava Jato, entre R$54.969,87 e R$86.850,59 brutos. Salários de sonho. Mas, considerando os bilhões que recuperam, saem barato.
Lula continua negligenciando sua defesa para atacar a Lava Jato, os Procuradores e a Justiça. “Vamos partir para o ataque”, ameaçaram ontem petistas, na Câmara. Ou seja, vem aí mais badernaço nas ruas.
Causou sensação em Brasília a “voadora” do Ministro Gilmar Mendes na liminar do colega Luiz Fux, classificando-a de “AI-5 do Judiciário” por anular prerrogativas fundamentais do Poder Legislativo.
A liminar de Luiz Fux ignora a Súmula 266 do STF: “lei em tese”, ainda projeto, só pode ser objeto de decisões judiciais quando virar lei, a fim de evitar interferência no Poder Legislativo. Só após virar lei é que fica passível de ações de inconstitucionalidade ou mandados de segurança.
Também enrolada em acusações de corrupção, Gleisi Hoffmann (PT-PR) chama de “ativismo judicial” o indiciamento de Lula (pela terceira vez), Marisa e Marcelo Odebrecht por corrupção e lavagem de dinheiro.
Em entrevista ao programa “Bastidores do Poder”, na Bandeirantes AM/FM, o Deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse não fazer ideia dos acontecimentos políticos de 2017. “Não há como saber”, explicou.
A burocracia atormenta o contribuinte. Um deles foi há dias na Receita Federal, em Brasília, e teve de pegar três senhas e esperar duas horas até ser informado que seu problema só seria resolvido pela internet.
Assim que o Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou que a íntegra do pacote econômico estava disponível no site do Ministério foram tantos acesso que a página não suportou e saiu do ar.
...voltando a tocar o terror em Brasília, o lulismo armado inaugurou nova modalidade de crime: o abuso da falta de autoridade.

NO DIÁRIO DO PODER
LAVA JATO
LULA PERMITIU PROPINA DE 'BILHÕES' PARA PT, PP E PMDB, DIZ MPF
MPF AFIRMA QUE LULA COMANDOU ‘ESTRONDOSO ESQUEMA CRIMINOSO
Publicado: quinta-feira,15 de dezembro de 2016 às 18:42 - Atualizado às 19:11
Redação
A nova denúncia contra o ex-Presidente Lula afirma que o petista capitaneou um ‘estrondoso esquema criminoso’. Os Procuradores da República, no Paraná, também garantem que ele ‘foi o maior responsável pela consolidação, desenvolvimento e operação do grande esquema de corrupção revelado na Operação Lava Jato, tendo sobre ele domínio de realização e interrupção’.
A acusação do Ministério Público Federal aponta que propinas pagas pela empreiteira Odebrecht ao suposto esquema liderado pelo ex-Presidente chegaram a R$ 75 milhões em contratos com a Petrobras e incluíram terreno de R$ 12,5 milhões para o Instituto Lula e cobertura vizinha à residência de Lula em São Bernardo de R$ 504 mil.
“Lula capitaneou e se beneficiou desse grande e poderoso esquema criminoso. Beneficiou-se de forma econômica e direta, pois recebeu propinas decorrentes de ilicitudes praticadas em benefício de consórcios integrados pelo grupo Odebrecht, em detrimento da Administração Pública Federal, notadamente da Petrobras”, afirma a Procuradoria.
“Contudo, foi seu maior benefício aquele angariado na seara política, uma vez que, permitindo que fossem desviados bilhões de reais em propinas, para o Partido dos Trabalhadores e para os demais partidos de sua base de apoio, especialmente o Partido Progressista e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, tornou-se politicamente forte o bastante para ver a aprovação da maioria dos projetos de seu interesse perante as Casas Legislativas e propiciar a permanência no poder de seu partido mediante a injeção de propinas em campanhas eleitorais.”
“As vantagens indevidas objeto da presente denúncia consistem em recursos públicos desviados no valor de, pelo menos, R$ R$ 75.434.399,44, os quais foram usados, dentro do estrondoso esquema criminoso capitaneado por Luiz Inácio Lula da Silva, não só para enriquecimento ilícito, mas especialmente para alcançar governabilidade com base em práticas corruptas e perpetuação criminosa no poder”, afirma a Procuradoria.
O petista é acusado por corrupção e lavagem de dinheiro. Também foram denunciados o empresário Marcelo Odebrecht, acusado da prática dos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro; Antonio Palocci e Branislav Kontic, denunciados pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro; e Paulo Melo, Demerval Gusmão, Glaucos da Costamarques, Roberto Teixeira e Marisa Letícia Lula da Silva, acusados da prática do crime de lavagem de dinheiro.
Nesta denúncia, a Procuradoria mirou em oito contratos entre a Odebrecht e a Petrobras: obras da Refinaria Getúlio Vargas (REPAR), execução da terraplenagem da área destinada à construção e montagem da Refinaria do Nordeste (RNEST), terraplanagem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), obras do Terminal de Cabiúnas (Consórcios Odebei, Odebei Plangás e Odebei Flare), construção e montagem do gasoduto GASDUC III e construção das plataformas de perfuração autoelevatórias P-59 e P-60.
A acusação afirma que ‘o esquema de corrupção’ contra a Petrobras envolveu a atuação de Lula ‘em favor dos interesses econômicos’ da Odebrecht.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
J. R. Guzzo: Pernil Pronto
A sociedade brasileira se esquece que muito mais eficaz do que criar leis seria aplicar as que existem
Por J. R. Guzzo
Quinta-feira, 15 dez 2016, 22h22
Países subdesenvolvidos, sobretudo em matéria de desenvolvimento mental, costumam ter em comum uma característica não muito lembrada: a espetacular quantidade de questões cretinas presentes nas discussões que fazem parte do seu dia a dia. O Brasil, que vive numa permanente competição mundial para ver quem fica com os piores lugares em praticamente todas as áreas da atividade humana, do tempo perdido pelo cidadão numa repartição pública à capacidade de lidar com a Aritmética Elementar, pode estar à beira do título de campeão neste quesito. Nada parece demonstrar tão bem nosso potencial de criar, engordar e consumir bobagens fora de série quanto essa história das “Dez Medidas” contra a corrupção, hoje debatida no mundo político, jurídico e vizinhanças com a intensidade das paixões mais tórridas. Ainda agora um Ministro do Supremo Tribunal Federal, na situação de arruaça descontrolada que envolve atualmente o ato de fazer leis neste País, acendeu mais um holofote de escuridão em torno das tais medidas; mandou o Senado Federal devolver à Câmara dos Deputados o projeto que recebera dela, já aprovado, para novas discussões. Mais gritaria. Mais bate-boca. Mais desordem. Menos, e cada vez menos, algum sinal de vida inteligente nesta baderna política e legal.
O STF pode fazer isso? Não pode? A Câmara tem o direito de fazer emendas num projeto de lei? Quais? O que está certo? O que está errado? O público está recebendo neste preciso momento uma cordilheira completa de notícias, opiniões, análises e tudo mais sobre as aventuras e transmutações da “lei anticorrupção”; não há nenhuma necessidade, portanto, de castigar o coitado com mais prosa e verso sobre o assunto. Ele precisa menos ainda, Deus nos livre, de ser idiotizado com as hermenêuticas, e propedêuticas, e bobagêuticas que compõem a abordagem “jurídica” do tema. Este artigo apenas pede a devida “vênia” do leitor para registrar uma observação prática. O debate sobre as “Dez Medidas” já era incompreensível porque nunca fez sentido nenhum; agora fica garantido que continuará exatamente assim, mas com um carimbo do Supremo Tribunal Federal. Como pode fazer sentido um conjunto de providências contra a corrupção que não muda em nada, absolutamente nada, as condições que tornam a corrupção praticamente inevitável no Brasil? Seus defensores acham que a chave de tudo está em tornar mais pesadas as punições para quem rouba. Não percebem, apesar de todas as provas que recebem diariamente, que ninguém se assusta com as penas; a única coisa que realmente pode atrapalhar o ladrão é a redução das oportunidades de roubar. Nisso não se mexe uma palha. O erário público brasileiro continua sendo um imenso pernil, um dos maiores do mundo, pronto o tempo todo para ser fatiado; a situação, na verdade, só piora, pois quanto mais a autoridade pública se mete na vida do País, mais chances cria para corruptos e corruptores.
“Cadeia”, como se vê, não faz ninguém roubar menos. Nunca houve, em toda a História do Brasil, tanta gente investigada, processada, presa e condenada por corrupção como há no presente momento. Nunca se furtou tanto. Só nos últimos dias, a Polícia prendeu professores por roubo de bolsas de estudos, no Rio Grande do Sul, fez um rapa na Prefeitura de Itu, em São Paulo, por ladroagem no filão imobiliário, prendeu a Prefeita e outros peixes gordos em Ribeirão Preto – em suma, é algo que simplesmente não para mais, saiu fora de qualquer controle e está contaminando um número cada vez maior de áreas. Hoje se vai em minutos do primeiríssimo escalão da República a tudo quanto é prefeitura de interior, da venda de alvarás ao roubo de bolsas de estudo – sim, mete-se a mão até nisso, bolsas de estudo. Enquanto as malas de dinheiro vivo voam de um canto para o outro, ferve o debate nacional, gravíssimo, sobre a criação de mais dez regras contra a roubalheira. O que se pode esperar de bom numa situação dessas? A sociedade brasileira continua enganando a si mesma com a ideia de que vai resolver problemas através da criação de novas leis – e se esquece que muito mais eficaz do que isso seria, modestamente, aplicar as leis que já existem. Que leis novas tiveram de ser criadas para permitir a atuação e o funcionamento da Operação Lava Jato? Nenhuma. O que houve aí foi unicamente vontade, coragem e competência para se aplicar as regras existentes. É, justamente, o que está faltando.

NO BLOG DO JOSIAS
Excesso de inocência ainda vai derrubar Temer
Josias de Souza
Sexta-feira,16/12/2016 05:02
Michel Temer considera-se dono de uma honradez incrível. E as delações da Odebrecht levam o brasileiro enxergar em Temer uma inocência tão inacreditável que começa a suscitar uma dúvida: para que serve a honradez do Presidente? Descobriu-se que o nome de Temer foi citado pela terceira vez em delação da Odebrecht.
Márcio Faria da Silva, um dos principais executivos da empreiteira, contou a Procuradores da Lava Jato que providenciou um repasse financeiro para o PMDB, em 2010, a pedido de Temer e Eduardo Cunha. Fez isso em troca do azeitamento de negócios com a Petrobras.
Segundo o delator, a transação foi acertada em reunião no escritório de Temer, em São Paulo. Participou da conversa, além de Cunha, outro personagem tóxico: João Augusto Henriques. Vem a ser um operador de propinas do PMDB dentro da estatal petrolífera.
Instado a esclarecer, Temer admitiu ter recebido um empresário a pedido de Eduardo Cunha. Afirmou que o sujeito manifestara o desejo de fazer doação eleitoral ao PMDB. O operador João Henrique estava presente, Temer também admitiu.
Temer jura que não se falou na reunião nem de dinheiro nem de contrapartidas. Se Eduardo Cunha celebrou negócios depois do encontro, agiu por sua conta e risco. Ai, ai, ai. A explicação do Presidente vale como uma caricatura burlesca do bordão “eu não sabia.”
As novas revelações chegam nas pegadas da delação de Claudio Melo Filho, aquele ex-executivo da Odebrecht que testemunhou o jantar no qual o então Vice-Presidente Temer, em pleno Palácio do Jaburu, mordeu Marcelo Odebrecht em R$ 10 milhões. A doação foi legal, sustentam Temer e Eliseu Padilha, que o acompanhava no jantar. Caixa Dois, rebate o delator, cujo depoimento já foi ratificado por Marcelo Odebrecht.
A honradez de Temer é incrível porque é difícil de acreditar que alguém que preside o PMDB há 15 anos, convivendo com cunhas, renans e jucás, ainda consegue brandir uma reputação inatacável.
A inocência de Temer é inacreditável porque não dá para acreditar que um personagem com o seu histórico — 30 anos de vida pública, Presidente da Câmara três vezes — é ingênuo a ponto de se deixar usar por gente como Cunha.
Temer faz lembrar um personagem secundário da peça Júlio César, de Shakespeare. Açulados por Marco Antonio, os plebeus saem à caça dos assassinos de César. Encontram Cinna. Alguém grita: “Matem-no, é um dos conspiradores!” Ouve-se outra voz ao fundo: “Não, é apenas Cinna, o poeta.” E ecoa no ar a sentença: “Então, matem-no pelos maus versos”.
O excesso de inocência, por inacreditável, ainda vai derrubar Michel Temer, o poeta do PMDB, da Presidência da República.

Sujo, Lula se mantém vivo na gincana de lama
Josias de Souza
Quinta-feira,15/12/2016 20:42
Lula já se transformou num freguês de caderneta da Polícia Federal e do Ministério Público. Réu em três ações penais, foi denunciado novamente, junto com outras pessoas, na Lava Jato. Corrupção passiva! É acusado de receber propinas da Odebrecht, lavadas na compra de um terreno e de um apartamento. Mais um apartamento, agora vizinho da cobertura de Lula em São Bernardo. Ele diz que paga aluguel para usar o imóvel. A Procuradoria diz que não.
A defesa de Lula soltou uma nota. Não para defender o pajé do PT, mas para atacar os Procuradores. Os Advogados disseram que a turma da Lava Jato repete “maluquices” sobre Lula. Para os advogados, os Procuradores temem que Lula cometa a ousadia de ser candidato à Presidência em 2018. Por isso, perseguem-no. Assim tem sido a defesa de Lula, baseada exclusivamente no ataque.
Lula virou um típico político brasileiro. Grosso modo falando. Mas, apesar de tudo, o último Datafolha, divulgado no final de semana, mostrou que, entre março e dezembro, Lula deu um salto. No melhor cenário, passou de 17% para 25% na preferência dos eleitores para o primeiro turno de uma disputa presidencial. Está na liderança. No segundo turno, Lula só seria batido por Marina Silva.
Só há uma maneira de explicar o fenômeno: faltam alternativas. O brasileiro olha ao redor e vê que a alternativa ao sujo é uma série de mal lavados. A isso se resumiu a política brasileira em tempos de Lava Jato: uma gincana de lama.

NA VEJA.COM
Investigação vê fraude e desvio em gráficas da chapa Dilma-Temer
Chapa Dilma-Temer não comprovou serviço de gráficas na campanha, diz perícia
Por Laryssa Borges
Quinta-feira,15 dez 2016, 23h38 - Atualizado em 16 dez 2016, 00h28

Peritos da Justiça Eleitoral, da Polícia Federal, da Receita Federal e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) chegaram à conclusão de que a ex-Presidente Dilma Rousseff e seu então Vice Michel Temer não conseguiram demonstrar a prestação de serviços de gráficas supostamente contratadas pela chapa presidencial que venceu as eleições de 2014. Para o Ministério Público Eleitoral, a informação evidencia a “existência de fortes traços de fraude e desvio de recursos da campanha”.
Um primeiro laudo contábil já havia sido apresentado no processo e as defesas de Dilma e Temer afirmavam que as gráficas cujos serviços estão em xeque existem de fato e que não são de fachada, diziam que elas produziram os materiais contratados pela campanha seja em estabelecimento próprio, seja no de terceiros, e alegavam que havia evidências suficientes que os materiais contratados foram entregues.
A análise da movimentação bancária da coligação formada por Dilma Rousseff e Michel Temer, determinada pelo Ministro Herman Benjamin, relator do processo de cassação da chapa, incluiu exame dos livros, dos registros contábeis e administrativos das transações e dos documentos encaminhados, vistoria às instalações das empresas periciadas e comparação das versões apresentadas pelos candidatos. Diante da incongruência na apresentação de notas fiscais para a comprovação de serviços, a defesa de Dilma produziu para o TSE um novo laudo para tentar atestar a contratação de gráficas que, durante a campanha, supostamente foram pagas para produzir santinhos e bandeiras. Os peritos concluíram, no entanto, que não existem provas materiais nem da entrega dos produtos supostamente contratados, nem dos serviços e tampouco justificativas plausíveis para acabar com as suspeitas que embasam o processo de cassação da chapa Dilma-Temer. Na mira da Justiça Eleitoral estavam serviços supostamente prestados pelas empresas Focal Confecção e Comunicação Visual, Gráfica VTPB, Editora Atitude, Red Seg Gráfica e Editora e Focal Confecção e Comunicação Visual.
No caso da Red Seg, por exemplo, as notas fiscais apresentadas nos autos indicam a aquisição de insumos pela empresa, mas em parte dessa aquisição consta a entrega de produtos à empresa Graftec. Porém, não existe comprovação de envio desses produtos de volta da Graftec para a Red Seg. Isso significa, segundo os peritos, que não há “nenhuma evidência de que o insumo tenha sido adquirido com vistas à produção de materiais para a campanha”. “Na prestação de contas da chapa presidencial eleita, apresentada ao TSE nas eleições de 2014, não há quaisquer registros de pagamentos à empresa Graftec”, diz o laudo. Em 2013 e 2014, a Red Seg e Graftec não tinham sequer funcionários registrados no cadastro do Ministério do Trabalho.
Segundo os peritos, a gráfica VTPB, por sua vez, “não apresentou documentos que comprovem a efetiva entrega dos produtos contratados pela chapa presidencial eleita”. O parecer considera que a documentação apresentada pela defesa de Dilma para justificar a suposta subcontratação de serviços, tese que poderia justificar a discrepância de informações encontradas nas investigações, “não é suficiente para comprovar a efetiva e inequívoca prestação dos serviços e materiais produzidos na campanha presidencial em sua integralidade”. No caso da VTPB, a defesa de Dilma Rousseff alegou que notas fiscais comprovariam a prestação dos serviços, mas a perícia constatou que os documentos não batem. As divergências aparecem quando comparado o que a campanha declarou em produção de folders e santinhos e as notas fiscais que efetivamente listam os serviços. A perícia não considerou válido o argumento de que comprovantes de doações estimáveis a outros candidatos atestariam a prestação do serviço da gráfica.
No caso da gráfica Focal, o laudo atesta que houve notas fiscais canceladas e contabilizadas como recebimento em espécie, mas elas acabaram não registradas pela chapa presidencial na prestação de contas. E mais: foram entregues 140.150 bandeiras acima do que havia sido registrado pela chapa presidencial, o que significa que a campanha omitiu o registro deste serviço e que não é possível identificar a origem dos recursos utilizados para o pagamento dessas bandeiras.

NO O ANTAGONISTA
Em boa companhia
Brasil Sexta-feira,16.12.16 08:22
A PF prendeu o diretor de Procedimentos Arrecadatórios do Departamento Nacional de Produção Mineral, Marco Antônio Valadares Moreira.
Ele está no Governo desde 2004.
O pacote miudeza
Economia 16.12.16 08:25
Raul Velloso, especialista em finanças públicas, ao Estadão, sobre o "pacote econômico" anunciado ontem pelo Governo:
"Podemos chamá-lo de pacote miudeza, porque não alavanca nada: como é que o Governo mexe com quinquilharias quando a economia será superdeprimida e precisa de bilhões para se reerguer?"
Fiat Fux
Brasil 16.12.16 08:03
Luiz Fux disse que "cumpriu seu dever de ofício" ao rejeitar o AI-5 da ORCRIM.
Ele explicou para O Globo:
"Como era uma proposta de iniciativa popular, com dois milhões de assinaturas que expressavam a vontade da sociedade, e introduziram nela temas que não estavam tratados pela mesma, ela foi completamente desfigurada. Ela tinha de ser votada admitindo-se eventualmente emendas pertinentes que dissessem respeito ao tema que o projeto veiculava, ou seja, medidas contra a corrupção. E inseriram tópicos que nada têm a ver com o que se estava discutindo. O rito adotado não foi o correto. A Câmara tinha que se reunir no plenário e apreciar o projeto de lei de iniciativa popular".
Os royalties são deles
Brasil 16.12.16 07:38
A PF executa 4 mandados de prisão preventiva e 12 de prisão temporária.
Os policiais encontraram um esquema de desvios nos royalties do petróleo envolvendo o Departamento Nacional de Produção Mineral, que é ligado ao Ministério de Minas e Energia.
Até recentemente, o órgão era dirigido por assessores diretos de Dilma Rousseff.
Caju contra Robespierre
Brasil 16.12.16 07:35
A Lava Jato atrapalha a economia.
O argumento usado por Lula para fugir da cadeia foi adotado por peemedebistas e tucanos.
Romero Jucá disse ao Estadão:
“O Governo não pode ficar nessa agenda. Esse vazamento criminoso de uma delação não homologada foi uma reação para tentar criar um drama político. Soltaram uma bomba para atingir o Governo, o Presidente, o PMDB e o Senado. Não vamos entrar nesse jogo. Quem quiser parar o Brasil, que pare. Nós não vamos parar”.
O jornal perguntou a quem ele se referia.
Romero Jucá respondeu:
“São os que pensam que podem mais do que a lei e a Justiça. É quem defende regime de exceção. Querem dilapidar a estabilidade do País com esses vazamentos semanais. Nesse clima de turba, de linchamento, de Revolução Francesa não dá para ninguém investir. Todos os regimes de exceção levaram à debacle econômica, ao retrocesso. A Operação Mãos Limpas também. Basta o pessoal ler História, e não Pato Donald”.
Dias Toffoli sob suspeita
Brasil 16.12.16 07:13
O Ministério Público Federal quer impedir Dias Toffoli de julgar Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo.
De acordo com mensagens de celular e e-mails apreendidos pela PF, Dias Toffoli tem “amizade íntima” com Carlos Gabas, outro Ministro de Dilma Rousseff investigado na Custo Brasil.
O Estadão “apurou que documentos sobre o caso, mantidos em sigilo, foram enviados na semana passada pela Procuradoria da República em São Paulo ao gabinete de Janot, ao qual caberá decidir se requer ao Supremo a suspeição do ministro”.
O que há com Gilmar?
Brasil quinta-feira,15.12.16 19:55
Tem muita gente indignada com Gilmar Mendes, que parece ser outro. No ano passado, o Ministro defendia a Lava Jato e chegou a classificar de "cleptocracia" a gestão petista. Hoje, parece querer deter a investigação a todo custo.
Gilmar não mudou; a Lava Jato é que foi longe demais.
LULA QUER 1 MILHÃO DE DELTAN
Brasil 15.12.16 19:04
Lula, acreditem, está processando Deltan Dallagnol por danos morais no valor de R$ 1 milhão. O motivo? A coletiva do famoso PowerPoint de bolinhas concedida em 14 de setembro.
Cristiano Zanin, genro de Roberto Teixeira, denunciado hoje com Lula, alega que a indenização "mostra-se desde logo cabível, independentemente do desfecho da ação penal".
Não é piada.

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