PRIMEIRA EDIÇÃO DE 22-11-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
TERÇA-FEIRA, 22 DE NOVEMBRO DE 2016
O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que está preso há 68 dias sob a acusação de administrar dinheiro roubado do governo por meio de contratos com a Odebrecht, sinalizou à força-tarefa da Operação Lava Jato a intenção de negociar um acordo de delação premiada. Para surpresa de Palocci, que também foi ministro da Casa Civil de Dilma, os investigadores não demonstraram grande interesse nisso.
“Quem desdenha, quer comprar”: a delação de Palocci será aceita se ele contar como operava e quem se locupletava do dinheiro roubado.
Palocci, o “Italiano” da lista da Odebrecht, pode ser condenado até a 12 anos (corrupção passiva) e 10 anos (lavagem de dinheiro) de prisão.
A situação de Palocci pode piorar, com a delação premiada de Marcelo Odebrecht, herdeiro da construtora, e de dezenas de executivos.
Palocci fez fortuna nos governos do PT. Tanto assim que ao ser preso tinha mais de R$ 61,7 milhões em contas correntes e aplicações.
O governo federal considera o principal entrave à reforma da Previdência os privilégios no serviço público, onde os salários são bem melhores e os funcionários se aposentam bem mais cedo. A intenção do governo é aumentar o período de contribuição para homens e mulheres no setor público. O Ministério da Fazenda, que elabora o projeto, estuda uma regra de transição para servidores da ativa.
O governo convive com um problema adicional: a equipe que elabora a reforma da Previdência é formada de... servidores públicos.
As divergências internas no governo provocaram o impasse que adiou o envio da proposta de reforma da previdência ao Congresso Nacional.
Os custos no setor público chegaram a tal absurdo que o governo pode acionar a lei que prevê redução de carga horária (e de salários).
Todos os ministros próximos a Michel Temer passaram a segunda-feira (21) torcendo para que o ministro Geddel Vieira Lima (Governo) pedisse demissão, até em retribuição ao presidente que o retirou do ostracismo.
Nem na intimidade Eliseu Padilha (Casa Civil) comentou as trapalhadas imobiliárias de Geddel Vieira Lima. Mas ficou louco para receber a missão de solicitar do secretário de Governo sua carta de demissão.
Anthony Garotinho perambulou em Brasília tentando ser recebido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Prevendo sua prisão, ele tentou antecipar negociações para delação ampla, geral e irrestrita.
Pensando em aliança com Rodrigo Maia, o PMDB reivindica a vice-presidência da Câmara para o deputado paraense José Priante, primo do senador Jader Barbalho.
Michel Temer deu lições de boa educação, ontem, cumprimentando cada um dos membros do “conselhão”. No discurso, com elegância, preferiu chamar de “déficit de verdade” as mentiras do governo anterior.
O Movimento Brasil Livre (MBL) espalha o vídeo em que Dilma Rousseff elogia o ex-governador Sérgio Cabral. Com a prisão do ex-governador, ela desconheceu seu “bezerro” publicamente.
A prisão de Sérgio Cabral preocupa o deputado Jorge Picciani (PMDB-RJ). O governo avisou que denúncias contra a família podem pôr em risco o emprego do filho, ministro Leonardo Picciani (Esportes).
O pastor Silas Malafaia, crítico ferrenho do PT, inaugurará em 10 de dezembro sua primeira igreja em São Paulo. O templo, de tamanho “intermediário”, comporta três mil pessoas sentadas.
O apresentador Roberto Justus demitiria o ministro imobiliário Geddel Vieira Lima do cargo?

NO DIÁRIO DO PODER
WILSON CARLOS
MORO DECRETA PRISÃO PREVENTIVA DE "OPERADOR" DE SÉRGIO CABRAL
DELATORES APONTARAM WILSON CARLOS COMO "OPERADOR ADMINISTRATIVO"
Publicado: segunda-feira, 21 de novembro de 2016 às 21:14
Redação
O juiz federal Sérgio Moro decretou nesta segunda-feira (21) a prisão preventiva de Wilson Carlos, apontado como operador administrativo do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB). Wilson Carlos foi preso em caráter temporário na quinta-feira (17), na Operação Calicute, etapa da Lava Jato.
A decisão do magistrado acolhe pedido da Procuradoria da República que havia pedido a conversão da temporária em preventiva, que coloca Wilson Carlos em custódia por tempo indeterminado.
Wilson Carlos foi secretário de Administração da Gestão de Sérgio Cabral. Segundo delatores da Lava Jato, ele "era o operador administrativo do ex-governador, sendo responsável pela organização da forma de pagamento e da cobrança das propinas ajustadas pelas empreiteiras com Sérgio Cabral".
Na decisão, Moro afirmou que "os indícios cumpridamente analisados nesta decisão somam-se ao teor dos depoimentos prestados pelos quatro colaboradores, incluindo um ex-diretor da Petrobras e três altos executivos da Andrade Gutierrez, analisados na decisão de 10 de novembro de 2016, segundo os quais teria havido pagamento de propinas pela Andrade Gutierrez a Sérgio Cabral, a Carlos Miranda e a Wilson Carlos, em vários contratos e obras públicas, inclusive no contrato da empreiteira com a Petrobras para as obras de terraplanagem no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro)".
"Defiro o requerido pelo Ministério Público Federal, para, presentes os pressupostos da prisão preventiva, boa prova de materialidade e de autoria, e igualmente os fundamentos, risco à ordem pública, à aplicação da lei penal e à instrução ou à investigação, decretar, com base nos artigos. 311 e 312 do Código de Processo Penal, a prisão preventiva de Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho", ordenou Moro.

PRESTAÇÕES VENCIDAS
BRADESCO PEDE AO STF APREENSÃO DE LAMBORGHINI DO SENADOR COLLOR
BANCO ALEGA QUE A EMPRESA ÁGUA BRANCA DEIXOU DE PAGAR PRESTAÇÕES
Publicado: segunda-feira, 21 de novembro de 2016 às 18:05
Redação
O senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) pode ficar sem sua Lamborghini por falta de pagamento de duas prestações, no valor de R$ 39,3 mil cada uma. O carro foi financiado pela empresa Água Branca, que tem Collor como sócio, junto ao Bradesco em 2014. O banco pediu permissão ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tomar o carro do senador.
A Lamborghini, modelo Aventador, ano 2013/2014, chegou a ser apreendida em julho do ano passado, na Operação Lava Jato, junto a diversos outros veículos de luxo (um Bentley, uma Range Rover, uma Ferrari e um Porsche) na Casa da Dinda, residência de Collor em Brasília, pela suspeita de que eles foram adquiridos com propinas resultantes de desvios da Petrobras.
No início deste ano, o STF negou um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para vender cinco carros. Antes, o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato, devolveu quatro deles ao senador, incluindo a Lamborghini, para que fossem conservados.
A Lamborghini Aventador foi adquirida por Collor em 2014 por R$ 3,2 milhões. Na época, a empresa do senador quitou a metade do valor e financiou os R$ 1,6 milhão restantes junto ao Bradesco.

NA VEJA.COM
Conselheiro recua e Comissão de Ética abre processo contra Geddel
Por meio de seu porta-voz, presidente Michel Temer disse que o ministro da Secretaria de Governo permanecerá no cargo apesar das acusações de Marcelo Calero
Por Da redação
Segunda-feira, 21 nov 2016, 18h50 - Atualizado em 21 nov 2016, 19h10
A Comissão de Ética da Presidência da República abriu por unanimidade, nesta segunda-feira, procedimento investigativo para apurar se o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, violou a legislação no caso que resultou na demissão do agora ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero. Indicado ao cargo pelo próprio Geddel, o conselheiro José Saraiva recuou do pedido de vista que havia solicitado pela manhã e apresentou voto pela instauração de inquérito. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo na edição do último sábado, Calero afirmou que Geddel o pressionou em mais de uma ocasião para liberar uma obra embargada em Salvador, onde o peemedebista tem um apartamento. 
Na mesma tarde, o presidente Michel Temer afirmou por meio de seu porta-voz, Alexandre Parola, que o ministro permanecerá no cargo. “Em primeiro lugar, o Ministro Geddel Vieira Lima continua à frente da Secretária-Geral da Presidência”, disse o porta-voz, confundindo o cargo de Geddel. “O Presidente Michel Temer ressalta, adicionalmente, que todas as decisões sob responsabilidade do Ministério da Cultura são e serão encaminhadas e tratadas estritamente por critérios técnicos, respeitados todos os marcos legais e preservada a autonomia decisória dos órgãos que o integram, tal como ocorreu no episódio de Salvador”, afirmou o porta-voz.

Preso e ‘indignado’, Cabral diz ter ‘consciência tranquila’
Levado à cadeia na Operação Calicute, ex-governador do Rio de Janeiro disse à PF desconhecer esquema que, segundo delatores, desviou R$ 224 milhões
Segunda-feira, 21 nov 2016, 19h10 - Atualizado em 21 nov 2016, 19h16
Cabral de frente e de perfil já preso em Bangu 9: um marco de novos tempos (VEJA)

Preso pela Operação Calicute, desmembramento da Operação Lava Jato, deflagrada na semana passada, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral disse em depoimento à Polícia Federal e aos procuradores do Ministério Público Federal que tem a “consciência tranquila” quanto ao que chama de “mentiras absurdas” contidas nas delações premiadas que o incriminam. Conforme funcionários de alto escalão das empreiteiras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia, Cabral comandou um esquema de arrecadação de propina que desviou mais de 220 milhões de reais de contratos públicos do Estado do Rio de Janeiro.
Embora as investigações e delações apontem que 5% dos contratos com empreiteiras fossem direto a Cabral, o ex-governador negou ter recebido dinheiro sujo. Segundo Cabral, suas relações com estas empresas eram institucionais. “Sempre atendia executivos das diversas construtoras quando era procurado ou até quando os convocava para eventual controle de obras”, garante o ex-governador, encarcerado no presídio de Bangu 8.
O peemedebista também disse desconhecer a “taxa de oxigênio”, apelido pelo qual seu ex-subsecretário de Obras, Hudson Braga, se referia à propina de 1% coletada em contratos com as empreiteiras.
Questionado sobre suas relações com Carlos Emanuel Carvalho Miranda, apontado pelas investigações como operador financeiro de Sérgio Cabral, e as constantes visitas dele à sede de empreiteiras, o ex-governador reconheceu que recebia auxílio de Miranda em sua vida financeira particular, mas mais uma vez negou ter delegado a ele a função de carregador de malas de dinheiro.
“O indiciado esclarece que desconhece tais fatos e que o próprio Carlos Miranda poderá melhor esclarecer os fatos; que indagado se Carlos Miranda cuidava de sua contabilidade e/ou pagamentos relativos às suas despesas, o indiciado esclarece que não, mas em algumas vezes organizou o seu imposto de renda”, diz o depoimento de Sérgio Cabral à PF e ao MPF.
Sobre o empreiteiro e ex-amigo Fernando Cavendish, seu companheiro em nababescas viagens à Europa, sobretudo à França, Sérgio Cabral disse que a amizade durou de 2001 a 2012, quando o governo do Rio, seguindo um parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e da Controladoria Geral da União (CGU), declarou inidônea a Delta Construções, de Cavendish.
Embora a empreiteira do ex-amigo tenha se tornado uma campeã de contratos públicos entre 2007 e 2012, quando faturou 11 bilhões de reais em obras públicas, mais de 96% do seu faturamento, Cabral garante que o governo de Rosinha Garotinho no Rio foi ainda mais generoso com a Delta. “Antes mesmo de assumir como governador do Estado em 2007, [a Delta] já era a maior contratante com os órgãos públicos municipais e estaduais. Que a Delta faturou valores mais elevados durante a gestão da ex-governadora Rosinha Garotinho do que durante o seu mandato como governador do Estado do Rio de Janeiro”, declarou Cabral.
‘Não se lembra’ de compras de joias
Os policiais federal e procuradores questionaram Sérgio Cabral a respeito de compras, efetuadas sempre em dinheiro em espécie, em joalherias badaladas do Rio de Janeiro, como H. Stern, Antônio Bernardo e Sara Joias. O Ministério Público Federal acredita que ele lavou parte do dinheiro desviado a partir das peças de luxo, mas Cabral diz não se lembrar das aquisições.
“O indiciado esclarece que não se recorda sobre tais compras. Que indagado de onde saca esses valores quando paga em dinheiro em espécie, o mesmo relata que não se recorda de tais compras; que indagado sobre compra de joias em espécie, quando era Deputado e Senador, bem como compras efetuadas por seus filhos em espécie, o indiciado afirma que não se recorda”.

Moro se irrita com advogados de Lula e grita em audiência
Depoimento do ex-senador Delcídio do Amaral foi marcado por interrupções e embate entre os defensores do ex-presidente e o magistrado
Segunda-feira, 21 nov 2016, 21h50 - Atualizado em 21 nov 2016, 22h55
O depoimento do ex-senador Delcídio do Amaral como testemunha no processo contra o ex-presidente Lula, nesta segunda-feira, entrou para a história da Operação Lava Jato como a primeira vez em que o juiz federal Sergio Moro gritou em uma audiência. Depois de dois anos e meio de rotineiras oitivas na 13ª Vara Federal de Curitiba, o magistrado se irritou com as sucessivas questões de ordem pedidas pela defesa de Lula enquanto o Ministério Público Federal e ele próprio questionavam Delcídio.
Após as perguntas da defesa de Lula e o início dos “esclarecimentos do juízo”, como diz Moro, os advogados do petista passaram a reclamar que as questões do juiz e as respostas de Delcídio do Amaral abordariam pontos fora do processo e, assim, demandariam novas perguntas pela defesa.
Cristiano Zanin Martins, Roberto Teixeira, Jair Cirino dos Santos, José Roberto Batochio e Juarez Cirino dos Santos representaram Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia diante de Sergio Moro.
Quando o magistrado questionou o ex-senador sobre a mudança na lógica de indicações à diretoria da Petrobras a partir do enfraquecimento do governo Lula no Mensalão, um dos advogados do ex-presidente o interrompeu e, então, travou-se o seguinte diálogo:
Advogado de Lula: Eu sou obrigado a pedir de novo uma questão de ordem. A questão é muito simples, Vossa Excelência está violando o princípio da ampla defesa, está perguntando à testemunha sobre fatos que não foram objeto da inquirição de hoje e está daí criando a necessidade de novas perguntas por parte da defesa, se vossa excelência permitir, senão fica um desequilíbrio no processo.
Sergio Moro: Tem uma ordem legal, doutor, de oitiva, primeiro Ministério Público, depois defesa e esclarecimentos do juízo.
Advogado de Lula: Mas o juízo só pergunta sobre questões que forem objeto da inquirição e pontos não esclarecidos
Sergio Moro: [levantando a voz] Essa é a posição do juízo, doutor. Neste caso, é o que estou fazendo.
Advogado de Lula: Mas não é a posição do código de processo, é uma coisa que o senhor não pode fazer
Sergio Moro: Como eu presido essa audiência, então eu entendo que eu posso fazer na minha interpretação.
Advogado de Lula: Então fica o protesto da defesa contra o comportamento de Vossa Excelência, que viola o código de processo penal.
Sergio Moro: Na sua interpretação, doutor. Na interpretação correta do código, o juiz pode fazer…
Advogado de Lula: Na interpretação de todos que trabalham com processo penal. Somos professores de processo penal.
Sergio Moro: Tá ótimo então, eu vou seguir com minhas indagações aqui, se a defesa permitir, evidentemente…

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
“Quando Lula vai ser preso?” Que tal ouvir o que se deu em Curitiba?
Testemunhas de acusação em processo contra ex-presidente foram unânimes em apontar a existência de um azeitado esquema criminoso; Delcídio reiterou a onisciência de Lula, mas todas disseram ignorar se ele é mesmo o dono do tríplex do Guarujá
Por: Reinaldo Azevedo 
Terça-feira, 22/11/2016 às 4:26
Como é sabido, uma das perguntas que as pessoas mais se fazem, antipetistas ou petistas, é esta: “Quando Lula será preso?” Um grupo torce para que seja logo; outro, para que seja nunca. Ser o chefão do PT preso preventivamente ou não, depende só da ação do Ministério Público Federal e dos juízes Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, e Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, onde o ex-presidente é réu duas vezes. Se e quando o MP entender que há motivos, creio que apresentará a solicitação a uma das duas Varas, e um dos dois juízes vai alegrar um grupo e frustrar o outro. E por que o MPF não pediu até agora?
Em vez de exercícios divinatórios, que tal a gente tentar ler e ouvir o que anda na Justiça?
Vem muito debate-boca por aí… Aliás, ele já começou a ressoar nesta segunda-feira, no primeiro dia de depoimento das testemunhas de acusação na ação de que Lula é réu em Curitiba: é aquela que apura se ele foi beneficiado por vantagens indevidas no tal tríplex de Guarujá. Segundo denúncia do Ministério Público Federal, aceita por Moro, o petista teria recebido R$ 3,7 milhões da empreiteira OAS na forma da aquisição do apartamento, na sua reforma e decoração e no armazenamento de parte de seu acervo pessoal. O ex-presidente é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Os advogados de defesa e Moro chegaram a trocar palavras ríspidas. Falaram como testemunhas da acusação, nesta segunda, o ex-senador Delcídio do Amaral; Eduardo Leite e Dalton Avancini, ex-diretores da Camargo Corrêa, e Augusto Mendonça, do grupo Setal. Todos eles são delatores. Ruim para o PT: todos foram unânimes em apontar a existência de um azeitado e gigantesco esquema de propina, que tinha partidos e políticos como beneficiários — e, obviamente, no centro do teatro de operações, estava o PT, de que Lula sempre foi o chefe máximo. Delcídio foi o mais eloquente em afirmar que o ex-presidente sempre soube de tudo.
Bom para Lula: todos também foram unânimes em afirmar que desconheciam se o tal tríplex foi adquirido por ele ou foi reformado com dinheiro de propina. Para lembrar: o apartamento de Guarujá está em nome da OAS. O MPF diz que o conjunto de circunstâncias aponta que o imóvel pertence a Lula e que o fato de a empreiteira aparecer como dona é uma evidência justamente da lavagem de ativos. Os ouvidos também disseram jamais ter tratado pessoalmente de propina com Lula.
Os advogados do ex-presidente aproveitaram o fato de que as testemunhas disseram nada saber do apartamento e emitiram uma nota em que se lê:
“Como era esperado, os quatro delatores arrolados pelo Ministério Público Federal para depor em audiência realizada nesta data (21/11) na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba não apresentaram qualquer elemento que confirme a tese acusatória relativa à propriedade de um apartamento tríplex, no Guarujá, pelo ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa, Marisa Letícia. Tampouco afirmaram a participação do ex-Presidente em qualquer ilícito na Petrobrás. O ex-senador Delcídio do Amaral, um dos delatores ouvidos, disse nada saber sobre essa acusação do tríplex, limitando-se a repetir suas já conhecidas afirmações vagas e sem provas. Há muito Delcídio vem falando que Lula desta vez “não escapa”. Essa obsessão por incriminar o ex-Presidente, mesmo sabendo de sua inocência, foi hoje mais uma vez comprovada. Delcídio foi incapaz de apontar um fato ou conversa concreta em relação a Lula.”
Nesta quarta-feira (23) e na sexta-feira (25), estão previstos os depoimentos de três outros delatores — os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró e o ex-deputado Pedro Corrêa — e do pecuarista e amigo de Lula José Carlos Bumlai.
Irritação
Moro acabou se irritando com o que considerou excesso de questões de ordem propostas pela defesa, que tentou impedir a linha de argumentação do MPF segundo a qual Lula só poderia ser beneficiário dos escândalos da Petrobras uma vez que a ele cabia, em última instância, decidir quem seria e quem não seria nomeado para a estatal. Moro chegou a pedir ao MPF que corrigisse algumas questões, mas acabou acusando os defensores do ex-presidente de “tumultuar a audiência”. Segundo o juiz, tal linha de argumentação servia para dar o contexto do caso. O advogado Juarez Cirino reagiu: “Mas qual é o contexto? Só existe na cabeça de vossa excelência. O contexto, para nós, é a denúncia”.
Entenda o embate jurídico
Notem: assim como os que depuseram nesta segunda-feira, também as outras testemunhas arroladas pelo MPF dirão que nada sabem sobre Lula ser ou não dono do tríplex — até porque, reitere-se, o apartamento não está em seu nome. Podem apostar nisso. Qual é a lógica da acusação? Arrolar testemunhas que indiquem que o petista sempre esteve no controle de tudo. Se isso é verdade e se sobram evidências da proximidade de Lula e sua família com o apartamento, então se provaria, pelo conjunto da obra, que o imóvel, a reforma e a transferência do acervo fizeram parte das vantagens indevidas recebidas pelo ex-presidente.
Quem vai tomar a decisão? Sérgio Moro. Importante: os testemunhos são apenas um dos elementos do processo. Há outros dados que ele pode considerar probatórios. Se achar que o conjunto prova a acusação do MPF, vai condenar Lula. “Aí ele vai preso, né?” Depende da sentença. E caberá recurso. Segundo decisão recente do Supremo, o cumprimento da pena de prisão já pode se dar a partir da condenação na segunda instância, não na primeira.
“Mas será que existe a chance de Moro absolver Lula, Reinaldo?” Bem, chance sempre existe. Afinal, ele é um juiz. Não um juiz de condenação. Isso não existe. Mas nem o mais otimista dos petistas acredita nisso.

NO BLOG DO JOSIAS
Governo reage à moda do Brasil pré-Lava Jato
Josias de Souza
Segunda-feira, 21/11/2016 18:56
Michel Temer decidiu manter o ministro Geddel Vieira Lima no cargo de coordenador político do governo. Avaliou que a denúncia contra o amigo e auxiliar não justifica a demissão. Beleza. É uma forma de ver as coisas. Mas a decisão de Temer terá um custo político. O presidente poderia ter tentado reduzir o prejuízo. Mas adotou uma coreografia que pode elevar o déficit estético de sua administração.
Geddel tentou usar sua influência para levantar o embargo de um órgão federal da pasta da Cultura à construção de um prédio no qual possui um apartamento. Em nota, o Planalto informou que Temer levou em conta o fato de que “todas as decisões sob responsabilidade do Ministério da Cultura são e serão encaminhadas e tratadas estritamente por critérios técnicos, respeitados todos os marcos legais e preservada a autonomia decisória dos órgãos que o integram, tal como ocorreu no episódio de Salvador.''
O que o Planalto declarou, com outras palavras, foi o seguinte: 1) a investida de Geddel não surtiu efeitos; 2) o parecer do órgão público que paralisou a obra do prédio deve prevalecer sobre o interesse privado do amigo do presidente. E a plateia pergunta aos seus botões: por que diabos Temer não declara, sem meias palavras, que desaprovou o comportamento do seu ministro? Por que Geddel não desperdiça dez minutos do seu tempo para admitir que talvez, quem sabe, pode ter agido de forma, digamos, inadequada?
O governo Michel Temer reage aos acontecimentos como se ainda vivesse na era pré-Lava Jato. A sociedade informa, desde a célebre jornada de manifestações de junho de 2013, que o Brasil deixou de ser aquele velho gigante adormecido. Hoje, o País sofre de insônia permanente. O brasileiro está cada vez mais impaciente com tudo o que os ocupantes do poder continuam considerando ''normal''.

NO O ANTAGONISTA
Tumulto legislativo
Brasil Terça-feira, 22.11.16 08:04
A anistia ao Caixa Dois não é uma anistia ao Caixa Dois.
O que os deputados pretendem fazer - anonimamente - é anistiar a ORCRIM.
Como disse a Folha de S. Paulo, "a ideia de parlamentares dos principais partidos é aprovar uma anistia explícita a crimes de Caixa Dois eleitoral cometidos até agora, com a vedação de que a prática seja enquadrada como corrupção ou lavagem".
Depois do tumulto processual e do tumulto jornalístico, a Lava Jato terá de enfrentar também o tumulto legislativo.
"O presidente sabe de tudo"
Brasil 22.11.16 07:47
Um dos advogados de Lula perguntou a Delcídio Amaral se ele poderia dar o nome de uma pessoa que disse: “Olha, o presidente sabe de tudo, porque eu presenciei”.
Delcídio Amaral respondeu:
“Renato Duque”.
Releia o que O Antagonista publicou duas semanas atrás:
EXCLUSIVO: DUQUE REVELA QUE LULA COBROU PROPINA
Brasil 04.11.16 21:32
No Momento Antagonista de hoje, Claudio Dantas revela que Renato Duque entregou à força-tarefa da Lava Jato detalhes inéditos da participação de Lula no Petrolão.
Duque disse aos procuradores que Lula convocou uma reunião na sede do seu Instituto em São Paulo para cobrar-lhe explicações sobre a queda nos repasses de propina para o PT.
O ex-diretor de Serviços da Petrobras, que deve firmar seu acordo de delação premiada na próxima semana, envolveu Dilma Rousseff e Graça Foster no esquema de corrupção.
O enxugamento das estatais
Economia 22.11.16 07:52 
O Valor informa que os programas de demissão voluntária e de incentivo à aposentadoria voltaram com tudo às estatais -- estimativa é de que as "medidas duras" nessas empresas provoquem a saída de 56 mil funcionários.
Dureza propagada
Economia 22.11.16 07:47
Michel Temer espera que mais governadores anunciem, nos próximos dias, "medidas duras".
O governo só topa fazer algo para ajudar os Estados se os chefes do Executivo encararem o ônus político de pacotes fiscais.
Temer quer companhia.
Janete é inesquecível
Economia 22.11.16 07:45
A Folha noticia que o represamento dos preços da gasolina durante o desgoverno daquela senhora saiu caro para as usinas e, agora, poderá ser custoso também para o governo.
"A política de controle da inflação, por meio desse represamento, gerou perdas de cerca de R$ 40 bilhões para os produtores de etanol de 2011 a 2014. Muitos, agora, se movimentam para obter um ressarcimento do governo por essas perdas."
Temos de reconhecer: Janete é inesquecível.
O golpe da anistia
Brasil 22.11.16 07:33
Os deputados já sabem como aprovar a anistia do Caixa Dois.
O golpe foi descrito pela Folha de S. Paulo:
“A última manobra gestada por integrantes de praticamente todas as legendas é a de aprovar o pacote no plenário de forma ‘simbólica’, ou seja, sem votação nominal, o que não permitirá saber como cada deputado vota”.
Os deputados vão aprovar a anistia anonimamente, portanto.
Só Rodrigo Maia terá de aparecer. Mas ele será recompensado com a reeleição à presidência da Câmara.
Lula é bem-vindo no Uruguai
Brasil 22.11.16 06:50
Perguntaram a Tabaré Vázquez, presidente do Uruguai, se ele aceitaria dar asilo a políticos brasileiros.
Em primeiro lugar, Lula, claro.
Tabaré Vázquez respondeu, segundo a Folha de S. Paulo:
"O Uruguai é um país de braços abertos. Procuramos entender todos que chegam. E quem chega para trabalhar, viver e conviver com os uruguaios, que seja bem-vindo".
Janot: "O limite da tolerância social é incerto"
Brasil Segunda-feira, 21.11.16 22:03
Rodrigo Janot enviou um recado aos deputados da comissão especial das Dez Medidas Contra a Corrupção que tentam sabotar o projeto
"No curso da última semana, fui alertado sobre movimentos que se articulavam para desvirtuar a vontade expressa e incontestável da sociedade."
Segundo Janot, "nem a anistia a crimes, nem a criação de instrumentos que poderão servir para perseguição de membros do Ministério Público ou do Poder Judiciário serão vistos pela sociedade como resposta adequada para o drama que vive atualmente o País."
E ainda:
"O ano de 2013 deixou - ou ao menos deveria ter deixado - bem aceso na memória de todos que há limites éticos para mudanças legislativas. O limite da tolerância social é incerto, imprevisível e muitas vezes precipita-se com o vigor de um cataclismo, mas ele pode ser percebido pelos sinais que emite quando o ponto de inflexão está próximo."
CABRAL ENVOLVE PEZÃO NA CALICUTE
Brasil 21.11.16 19:57
Em depoimento à Polícia Federal, Sérgio Cabral disse que Hudson Braga, um dos principais operadores do esquema de corrupção desbaratado na Operação Calicute, lhe foi apresentado por Luiz Fernando Pezão.
Cabral disse que conheceu Braga "por volta de 2006/2007" e que ele foi escolhido para o cargo de subsecretário de obras pelo então vice-governador.
O ex-governador, que está preso em Bangu, também disse que não tinha convívio com José Orlando Rabelo, apontado como um dos responsáveis por repasses de propina.
Orlando, segundo Cabral, exerceu função na secretaria de obras quando Pezão era o secretário.
O Pibinho de Temer (1)
Economia 21.11.16 19:31
Esqueçam 2017. O governo já jogou a toalha e, agora, admite um crescimento de apenas 1% do PIB para o ano que vem. A informação é do próprio secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Kanczuk. A estimativa oficial anterior era de 1,6%.
Clarissa Garotinho é expulsa
Brasil 21.11.16 17:39
O PR acaba de confirmar a expulsão da deputada Clarissa Garotinho.
Ela votou contra a PEC do Teto, desrespeitando orientação do partido, e recebeu a seguinte mensagem:
“Notificamos vossa excelência que será promovido seu desligamento do quadro de filiados ao Partido da República.”

Comentários

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