PRIMEIRA EDIÇÃO DE 19-11-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SÁBADO, 19 DE NOVEMBRO DE 2016
A nova jogada do ex-presidente Lula, entre malandragem e desespero, de processar o juiz federal Sérgio Moro por “abuso de autoridade”, pedindo até sua prisão, pode ser interpretada nos tribunais como uma nova tentativa de obstruir a Justiça. A avaliação é de juristas ouvidos pela coluna. A intenção de Lula é caracterizar a “suspeição” de Moro para julgá-lo, alegando que a ação judicial os coloca em lados opostos.
Lula já é réu em vários crimes, inclusive por obstrução à Justiça, quando fez Dilma nomeá-lo ministro para fugir do alcance de Moro.
O crime de obstrução da Justiça, considerado um dos mais graves, pode render sentenças de até oito anos de prisão.
Outro objetivo de Lula, no processo contra Moro, é dar novo discurso à militância religiosa que ainda o segue, e fazê-la pressionar a Justiça.
A estratégia de Lula é acuar a Justiça por meio de ações como essa, contra Moro, com militantes na rua e criando factoides no exterior.
Estrela da Operação Lava Jato e criticado, aliás injustamente, pelo “show midiático” na coletiva sobre a denúncia contra Lula, o procurador Deltan Dallagnol visitou a Folha de S. Paulo, quinta (17), com Tiago Stachon, diretor da agência de propaganda OpusMúltipla. Por sua assessoria, Stachon confirma sua presença “nas dependências” da Folha, mas o jornal noticiou que os dois estavam juntos, na visita.
A agência OpusMúltipla e o Ministério Público negam qualquer relação contratual, mas não explicaram o que faziam juntos na visita à Folha.
Para Antonio Carlos de Almeida Castro, “os procuradores perderam a visão técnica e querem ser os protagonistas desses espetáculos”.
O criminalista Kakay caprichou na ironia: “O projeto das dez medidas contra corrupção deve ter sido feito por esse marqueteiro".
O juiz federal Sérgio Moro foi gentil, ao dispensar o réu Lula de prestar-lhe depoimento. Era uma chance para ele tentar convencer o juiz de sua “inocência”. Agora é só aguardar passagem de ida para Curitiba.
O ex-ministro Jaques Wagner será nomeado, neste sábado (19), coordenador executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico da Bahia, sem status de secretário de Estado. Investigado na Lava Jato e sem foro privilegiado, ele continuará ao alcance do juiz Sergio Moro.
O secretário de Comunicação do governo da Bahia, André Curvello, explicou ontem que o papel do ex-governador Jaques Wagner será o de fortalecer relações com a sociedade e tocar projetos estruturantes.
Com o recuo do relator do pacote de combate à corrupção, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), os deputados não querem votar o relatório do democrata. Ele retirou do texto a punição a juízes e procuradores.
O diplomata Eduardo Saboia recebeu a Medalha Pedro Ernesto da Câmara Municipal do Rio, proposta pelo vereador e ex-prefeito César Maia (DEM), destacando sua “coragem e ousadia” ao salvar a vida do senador oposicionista boliviano Roger Pinto Molina, ajudando-o a fugir.
Rodrigo Maia marcou para 23 de novembro a escolha do novo representante da Câmara no Conselho Nacional de Justiça. Jarbas Vasconcelos apoia Alex Campos, advogado da Câmara.
O ex-ministro Carlos Gabas, que rodava de moto com Dilma Rousseff, agora transita nos corredores da Câmara. Reúne-se com líderes de partidos aliados do governo para tratar da reforma da Previdência.
Mais de 16 milhões de pessoas vivem diretamente do rio São Francisco e mais de 500 municípios podem ser beneficiados com a revitalização, defendida pelo presidente da OAB-SE de Sergipe, Henri Clay Andrade.
...se o ex-presidente Lula apelou à ONU para tentar escapar da prisão, Garotinho daqui a pouco pedirá socorro à Unicef.

NO DIÁRIO DO PODER
LAVA JATO
POLÍCIA ESPANHOLA PRENDE ADVOGADO QUE ERA FORAGIDO DA LAVA JATO
ELE TRABALHOU NO 'DEPARTAMENTO DE PROPINAS' DA ODEBRECHT
Publicado: sábado,19 de novembro de 2016 às 00:26 - Atualizado às 02:00
Redação
O advogado Rodrigo Tacla Duran, alvo da Operação Lava Jato, que estava foragido, foi preso nesta sexta-feira (18) em Madri pela polícia espanhola. Duran tem dupla cidadania (brasileira e espanhola) e integrava a Lista Vermelha de procurados da Polícia Internacional (Interpol). A informação é da Polícia Federal.
Duran foi alvo da 36ª fase da Operação Lava Jato. Ele trabalhou no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, chamado pelo Ministério Público Federal (MPF) de "Setor de Propinas", e é suspeito de haver operado ao menos 12 contas no exterior.

MOVIMENTAÇÃO SUSPEITA
MINISTRO TOFFOLI AUTORIZA 12º INQUÉRITO PARA INVESTIGAR RENAN
TOFFOLI MANDA INVESTIGAR MOVIMENTAÇÃO SUSPEITA DE R$5,7 MILHÕES
Publicado: sexta-feira,18 de novembro de 2016 às 19:06 - Atualizado às 00:11
Redação
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli autorizou nesta sexta-feira, 18, a abertura do 12º inquérito para investigar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A Procuradoria-Geral da República (PGR) quer mais informações sobre uma movimentação financeira de R$ 5,7 milhões de Renan, considerada incompatível com a renda do parlamentar. O pedido foi feito em fevereiro, mas houve demora na definição de quem seria o ministro relator responsável pelo caso.
A movimentação financeira suspeita foi identificada durante uma outra investigação, pela qual Renan já foi denunciado ao STF por uso de documento falso e peculato. O presidente do Senado foi alvo de investigação por recebimento de propina da construtora Mendes Júnior, em 2007, para pagamento de pensão de uma filha em relacionamento extraconjugal do peemedebista com a jornalista Monica Veloso.
A partir da abertura do inquérito, Polícia Federal e Ministério Público podem fazer diligências de investigação como pedir novos depoimentos e solicitar quebra de sigilo bancário. Renan se torna investigado, neste caso, pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. O caso tramita em segredo de Justiça no STF
Renan também é investigado em oito inquéritos no âmbito da Operação Lava Jato, incluindo a investigação por suposta formação de quadrilha para montar o esquema de corrupção na Petrobras. Além disso, o presidente do Senado é alvo de um inquérito no âmbito da Operação da Zelotes e de mais um por suposto recebimento de benefícios indevidos por desvio nas obras da usina de Belo Monte.

"INTEGRIDADE FÍSICA"
MINISTRA DO TSE MANDA GAROTINHO DE VOLTA PARA HOSPITAL
MINISTRA LUCIANA LÓSSIO AUTORIZOU SAÍDA DA PRISÃO PARA TRATAMENTO
Publicado: sexta-feira,18 de novembro de 2016 às 19:17 - Atualizado às 19:27
Redação
A ministra Luciana Lóssio, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tirou do presídio de Bangu nesta sexta-feira, 18, o ex-governador Anthony Garotinho (PR). Preso na quarta-feira, 16, na Operação Chequinho, o ex-governador havia sido transferido para o Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio.
Na noite de quinta-feira, 17, o juiz eleitoral Glaucenir Oliveira, do município de Campos dos Goytacazes – reduto de Garotinho -, mandou remover o ex-governador para Bangu.
A transferência de Garotinho foi marcada por uma confusão no hospital, onde sua filha, a deputada federal Clarissa Garotinho, se desesperou com a medida.
A defesa de Garotinho alega que ele está com problemas de saúde (angina instável).
Em sua decisão, a ministra, acolhendo o pedido dos advogados do ex-governador, ordenou a remoção de Garotinho para um hospital.
“Ocorre, porém, que não cabe à autoridade judiciária avaliar o quadro clínico do segregado, tal como levado a efeito pelo juiz zonal, que assim procedeu sem qualquer embasamento técnico-pericial por parte de equipe médica regularmente constituída, atitude, a meu ver, em tudo temerária, ante o risco de gravame à integridade física do custodiado”, assinalou a ministra.
Luciana Lóssio afirmou que ‘a decisão pela qual se determinou a imediata transferência do paciente para o presídio baseou-se, também, na afirmação de que chegou ao conhecimento do juiz notícia de que o paciente estaria recebendo regalias no hospital municipal no qual se encontrava internado’.
“As graves consequências que podem advir de uma inapropriada interrupção do tratamento clínico do paciente em ambiente hospitalar exigem do magistrado redobrada cautela na solução do caso, não se revelando minimamente razoável que a decisão judicial tenha lastro em notícias de supostas regalias, em relação às quais não se indicou nada de concreto”, advertiu a ministra.
Luciana Lóssio determinou. “A fim de assegurar o adequado e necessário acompanhamento médico, determino à autoridade policial a imediata remoção do ora paciente, Anthony William Garotinho Matheus de Oliveira, para hospital – podendo ser na rede privada, desde que por ele custeado – o qual deverá estar apto à realização dos exames indicados no relatório médico, devendo permanecer sob custódia no estabelecimento enquanto houver necessidade devidamente atestada pelo corpo clínico.”
A ministra autorizou ‘a visita apenas de seus familiares e advogados, nos termos das regras estabelecidas pelo hospital, vedada, contudo, a utilização de aparelhos de comunicação, a exemplo de telefone celular’.
Luciana Lóssio decidiu ainda. “Ultrapassado o prazo necessário para a conclusão dos exames e procedimentos médicos acima mencionados antes da conclusão do julgamento da medida liminar pelo plenário dessa Colenda Corte, determino que o paciente permaneça em prisão domiciliar, nos termos do artigo 318, inciso II, do Código de Processo Penal.” (AE)

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Fernando Gabeira: Cabral chegou por acaso?
Justiça do Rio sempre foi muito gentil com ele. Todo o establishment, aliás
Por: Augusto Nunes 
Sábado, 19/11/2016 às 7:11
Publicado no O Globo
Com todo o respeito pelas pessoas que ficaram atônitas com a prisão de Sérgio Cabral, para muitos de nós, ela já estava demorando.
Os indícios de que Cabral enriquecia e os habitantes do Estado ficavam mais pobres não datam de hoje, quando se tornaram escandalosamente visíveis. As imagens que se repetem hoje, dos homens usando guardanapos na cabeça após jantares luxuosos, ou das mulheres ostentando os sapatos Christian Louboutin, foram divulgados há alguns anos. As relações promíscuas com o empresário Fernando Cavendish também ficaram explícitas com um desastre de helicóptero na Bahia.
Nada acontecia com Cabral. Aqui e ali, vazamentos de delações premiadas indicavam seu nome. Mas até algumas semanas atrás ele dizia que tinha tudo para andar nas ruas de cabeça erguida. Desde 2013 as ruas ficaram bastante desconfortáveis para ele. No entanto, nada acontecia na dimensão legal.
Cabral viveu a euforia do petróleo, momentos de riqueza que escorreram pelos dedos mas reforçaram nele sua sensação de importância. Além disso, era o amigo de Lula, o homem que ordenava as obras federais.
Talvez haja um traço de arrogância juvenil em sua personalidade. O fato é que as circunstâncias o transformaram num homem autoconfiante que tinha como objetivo viver a vida dos muito ricos. Onde comem? Com que helicópteros se deslocam? Que joias cobrem o corpo de suas mulheres? A queda de Sérgio Cabral é apenas mais um dado do fim de uma época, marcada pela crise do petróleo, pela descoberta da corrupção sistêmica e pela quebradeira do Rio.
A Justiça do Rio sempre foi muito gentil com ele. Todo o establishment, aliás. O Estado nadava em dinheiro, o PMDB parecia o horizonte possível de nossa felicidade.
Cabral aconteceu por acaso ou sua efêmera glória foi intencional? Perguntas que valeram para 1.500, podem ter alguma utilidade aqui e agora.

Garotinho esbanja saúde. Quem precisa de UTI é o Rio que ajudou a destruir
Luciana Lóssio rasga a fantasia de ministra do TSE, vira advogada de defesa e interna o doente de araque
Por: Augusto Nunes 
Sexta-feira, 18/11/2016 às 19:15
ATUALIZADO ÀS 19h15
Nas crônicas do grande Nelson Rodrigues, viúvas inconsoláveis agitam velórios no subúrbio ameaçando consumar o que se poderia chamar de salto sobre caixão de defunto. Nesta quinta-feira, 17, Rosinha Garotinho, ex-governadora do Rio e atual prefeita de Campos dos Goytacazes, e sua filha Clarissa, deputada federal, por pouco não inventaram outra modalidade não-olímpica: o salto sobre maca de ambulância.
Em vez de algum marido morto, o alvo era um doente de araque. Para não ser transferido do hospital para a cadeia, Anthony Garotinho, ex-governador e secretário municipal da cidade governada pela mulher até cair na rede da Operação Chequinho, caprichou na pose de agonizante, sob gritos, uivos e guinchos da dupla de familiares. “Meu pai não é bandido!”, gemia Clarissa. Os fatos berram que é.
O pai da parlamentar, constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, está vendendo saúde. Quem não vai sair tão cedo da UTI é o Rio de Janeiro que ele, Rosinha e Sérgio Cabral quase assassinaram. Alheia às evidências, a ministra Luciana Lóssio, do Tribunal Superior Eleitoral, suspendeu no fim da tarde desta sexta-feira, 18, a hospedagem de Garotinho em Bangu 8 ─ e determinou a devolução do paciente imaginário a um hospital.
As alegações da doutora são tão claras e convincentes quanto um discurso de Dilma Rousseff: “As graves consequências que podem advir de uma inapropriada interrupção do tratamento clínico do paciente em ambiente hospitalar exigem do magistrado redobrada cautela na solução do caso, não se revelando minimamente razoável que a decisão judicial tenha lastro em notícias de supostas regalias em relação às quais não se indicou nada de concreto”, escreveu Luciana.
Antes da nomeação para o TSE, a exterminadora de vírgulas era advogada militante. Deveria ao menos rasgar a fantasia de ministra e assumir oficialmente a defesa do ilustre meliante.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
MUDANÇA NO MINISTÉRIO 1 – Calero deixa a Cultura atirando contra Geddel; acusação é grave, e governo está obrigado a dar uma resposta
Segundo o ministro que sai, aquele que fica o pressionou a ignorar um parecer técnico do Iphan tendo como principal argumento o interesse pessoal
Por: Reinaldo Azevedo 
Sábado, 19/11/2016 às 6:16
As polêmicas todas que envolveram Marcelo Calero, já ex-ministro da Cultura, eram irrelevantes e tinham, na verdade, uma raiz ideológica. A pasta lida com artistas, grupo em que se encontram as pessoas mais, como posso dizer?, “mobilizadas” politicamente. A pena que a gente sente é que a ignorância específica da turma costuma ser proporcional às suas crenças genéricas. Calero, então, levou uma vaia aqui, outra ali; ouviu alguns gritinhos de “golpista” e tal. Ah, sim! Houve também a importantíssima questão da vaquejada… Seria ou não uma “manifestação da cultura nacional”?
Há assuntos a que a preguiça existencial me impede de chegar. Nem deu tempo de saber se Calero funcionaria ou não na pasta. Fez um bom trabalho no Rio quando secretário da área e é um homem inteligente e educado. Mas está fora. Por que razão?
Não havendo outro motivo conhecido, devemos levar a sério o que diz: o motivo principal foi um desentendimento com Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), que não é conhecido por ser muito tolerante com quem não faz o que ele quer. Também é notória a sua, digamos, “assertividade”, que mais de uma pessoa já definiu, e o ministro que sai também o faz, como truculência. O caso é grave, sim.
Segundo Calero, Geddel queria que o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), órgão subordinado à Cultura, aprovasse um projeto imobiliário chamado “La Vue Ladeira da Barra”, nos arredores de uma área tombada em Salvador, base política de Geddel. A abordagem, inicialmente, teria assumido a roupagem de interesse social e econômico. Mais adiante, Geddel teria revelado: havia comprado um apartamento do empreendimento. Assim, cuidava também do próprio interesse.
O Iphan da Bahia, controlado por Geddel, havia liberado o empreendimento, mas o Iphan nacional acabou vetando, ao menos na forma planejada pela empreiteira. A torre de 30 andares teria de ser reduzida para 13. Segundo Calero, o titular da Secretaria de Governo usou, então, um argumento de impressionante rigor técnico: “Já me disseram que o Iphan vai determinar a diminuição dos andares. E eu, que comprei um andar alto, como é que eu fico? E as famílias que compraram aqueles imóveis? Eu comprei com a maior dificuldade com a minha mulher”.
Pois é… A pressão de Geddel teria chegado até a presidente do Iphan, Kátia Bogéa. Relata Calero à Folha:
“Eu chamei a Kátia e falei o que estava acontecendo, mas disse que, ao contrário do que ele pediu, eu queria uma solução técnica. Uma preocupação que eu tive foi a seguinte: eu sou um cidadão de classe média, servidor público, diplomata de carreira. O único bem relevante que eu tenho na minha vida é a minha reputação, a minha honra. Fiquei extremamente preocupado de eu estar sendo gravado e, no final das contas, eu poder estar enrolado —imagina!— com interesse imobiliário de Geddel Vieira Lima na Bahia. Pelo amor de Deus! Fiquei preocupado de estar diante de uma prevaricação minha, podia estar diante de uma advocacia administrativa, para dizer o mínimo. Pensei em procurar o Ministério Público, a PF. Depois de conversar com Kátia, fui ao ministro Geddel, com quem eu tinha um despacho, e ele falou que o pleito dele era plausível e eu dizia: “Vamos ver” e que a decisão seria técnica. Depois disso, eu disse para a Kátia: “Tome a decisão que tiver de tomar. Se eu perder o meu cargo por isso, não há problema. Eu saio. Eu só não quero meu nome envolvido em lama, em suspeita, qualquer que seja, de que qualquer agente público possa ser supostamente beneficiado pelo fato de que ele exerce pressão sobre mim”.
Governo tem de se pronunciar
A acusação é grave, sim, e o governo tem de se pronunciar. Alguém poderá objetar que divergências sobre um projeto imobiliário na Bahia não têm tanta importância. Errado! O ministro que sai está acusando aquele que fica — tido como homem forte da área política — de exigir que se ignore um parecer técnico em nome de uma conveniência que nem chega a ser política: é apenas pessoal.
Não pode ficar assim.

Lula tem alguma chance contra Moro na queixa-crime? Resposta: NENHUMA!
Ex-presidente e familiares acusam o juiz de abuso de autoridade e recorrem a um instrumento próprio para situações em que Ministério Público Federal deixa de atuar
Por: Reinaldo Azevedo 
Sexta-feira, 18/11/2016 às 20:50
Ah, que divertido!
Vamos botar os pingos nos is!
A defesa de Luiz Inácio Lula da Silva e de sua família entrou no Tribunal Regional Federal da 4ª Região com uma queixa-crime subsidiária contra o juiz Sergio Moro.
O que é isso? Trata-se de um instrumento previsto da Lei 4.898/65, devidamente recepcionado pela Constituição de 1988, que o prevê no Inciso LIX do Artigo 5º: “Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal”.
Vamos explicar — e segue no pé deste post nota emitida pela defesa de Lula. A defesa do ex-presidente entrou com uma representação na Procuradoria-Geral da República contra o juiz Sergio Moro, acusando-o de abuso de autoridade em três circunstâncias:
a: na condução coercitiva;
b: no mandado de busca e apreensão em sua casa e em endereços de familiares;
c: na divulgação de gravações telefônicas feitas fora do prazo autorizado pela Justiça.
A Procuradoria-Geral da República, até agora, não respondeu à representação, feita há cinco meses. Em casos assim, cabe a chamada “queixa-crime subsidiária”.
Chances?
Qual é a chance de isso prosperar? Muito pequena, próxima de zero. Das três ações elencadas pela defesa, só uma poderia ser considerada abuso de autoridade, acho eu: a gravação da parte da conversa que foi ilegalmente divulgada. Tanto é assim que Teori Zavascki censurou o procedimento e declarou que as falas obtidas não poderão ser usadas em juízo.
Caberá ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina) acatar ou não a queixa-crime subsidiária. Duvido que o faça. Até agora, que eu me lembre, Moro não perdeu nenhuma demanda ali.
Caso aceitasse, o titular da ação seria o próprio Ministério Público.
Então pra quê?
Se a defesa de Lula tem a certeza, e tem, de que o tribunal recusará a queixa-crime subsidiária, por que apresentá-la?
A esta altura, está claro que existe uma linha de defesa adotada pelos advogados de Lula. E parece que dela não vão abrir mão: caracterizar o ex-presidente como alvo de uma campanha de natureza política, que nada teria a ver com Justiça.
Por enquanto, como já afirmei aqui, o resultado tem sido contraproducente.
Sim, pessoas condenadas nesse caso estão sujeitas a penas de dez dias a seis meses de prisão. No limite, pode até haver a expulsão do serviço público.
Vai acontecer? Acho que não. Não vejo disposição no MP ou na própria Justiça para contestar Sergio Moro.
Leiam íntegra da nota emitida pelos advogados de Lula:
Na qualidade de advogados do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sua esposa e filhos ingressamos na data de hoje (18/11/2016) com queixa-crime subsidiária contra o agente público federal Sérgio Fernando Moro, em virtude da prática de abuso de autoridade.
Em 16/6/2016, Lula e seus familiares protocolaram na Procuradoria Geral da Republica uma representação, na forma do artigo 2º. da Lei 4.898/65, pedindo providências em relação a fatos penalmente relevantes praticados pelo citado agente público no exercício do cargo de juiz da 13ª. Vara Federal Criminal de Curitiba. Os fatos relatados são os seguintes:
(i) a condução coercitiva do ex-Presidente, para prestar depoimento perante autoridade policial, privando-o de seu direito de liberdade por aproximadamente 6 (seis) horas
(ii) a busca e apreensão de bens e documentos de Lula e de seus familiares, nas suas respectivas residências e domicílios e, ainda, nos escritórios do ex-Presidente e de dois dos seus filhos (diligências ampla e estrepitosamente divulgadas pela mídia) e, mais
(iii) a interceptação das comunicações levadas a efeito através dos terminais telefônicos utilizados pelo ex-Presidente, seus familiares, colaboradores e até mesmo de alguns de seus advogados, com posterior e ampla divulgação do conteúdo dos diálogos para a imprensa.
A ilegalidade e a gravidade dessa divulgação das conversas interceptadas foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, por meio de decisão proferida nos autos da Reclamação 23.457.
Até a presente data, nenhuma providência foi tomada pelo Ministério Publico Federal após a citada representação. Essa situação está documentada em ata notarial lavrada pelo notário Marco Antonio Barreto De Azeredo Bastos Junior, do 1.º Ofício de Notas e Protesto de Brasília, Distrito Federal, que acompanhou advogados de Lula e seus familiares em diligências específicas para a obtenção de informações sobre a mencionada representação.
Diante disso, o artigo 16 da Lei 4.898/65 autoriza que a vítima de abuso de autoridade, no caso Lula e seus familiares, possa propor diretamente a ação penal por meio de peça denominada “queixa-crime subsidiaria”, tal como a que foi protocolada nesta data perante o Tribunal Regional Federal da 4ª. Região, que tem competência originaria para conhecer e julgar ações penais contra agente público investido nas funções de juiz federal na circunscrição de Curitiba.
Após expor todos os fatos que configuram abuso de autoridade, a petição pede que o agente público Sergio Fernando Moro seja condenado nas penas previstas no artigo 6º. da Lei 4.898/65, que pune o abuso de autoridade com detenção de dez dias a seis meses, além de outras sanções civis e administrativas, inclusive a suspensão do cargo e até mesmo a demissão.

NO O ANTAGONISTA
O método de Frei Betto
Brasil Sábado, 19.11.16 09:47
Leiam o que Frei Betto disse no UOL:
"Os governos do PT, para mim, foram os melhores da nossa História, mas cometeram equívocos graves -- sobretudo porque feriram os três princípios primordiais da sigla: o primeiro, de ser um partido de organização da classe trabalhadora, da ética e da construção do socialismo no Brasil, por meio de reformas.
"O partido é vítima, agora, da reforma política que não fez, mas acredito que ele tenha fôlego e condições de se recuperar, desde que faça uma avaliação crítica -- porque chegou ao governo e se convenceu de que tinha chegado ao poder. As duas coisas são diferentes."
É loucura, mas com método.
O método do PMDB
Brasil 19.11.16 09:41
A prisão de Sérgio Cabral preocupa o PMDB principalmente pelo que ele pode revelar.
O esquemão na Fecomércio mostra um método.
Luleco deve ser denunciado
Brasil 19.11.16 08:13
De acordo com o Radar, os procuradores da Zelotes "vão apresentar algumas denúncias até dezembro. Estão na reta final inquéritos sobre o Santander e o Banco Brascan. Luís Claudio Lula da Silva também está nessa leva".
Vital do Rego e os 100 bilhões de reais
Brasil 19.11.16 07:43
O Ministério da Fazenda quer que o BNDES devolva logo 100 bilhões de reais em títulos que o Tesouro emitiu ilegalmente em favor do banco no governo Dilma. Por precaução, o ministério consultou o TCU, o que não era necessário para que a operação seguisse adiante.
Cinco ministros do tribunal votaram a favor, mas Vital do Rego pediu vista e o caso está parado.
Os 100 bilhões geram outros 7 bilhões ao ano em pagamento de juros do Tesouro ao BNDES, fora do orçamento, sem transparência. Isso vira lucro no banco e distribuição de PLR para diretores e funcionários, que, por isso, são contra a operação.
Quantos custa ao País cada semana de demora de Vital do Rego? Resposta: cerca de 135 milhões de reais.
Henrique Meirelles, mande às favas Vital do Rego, longa manus de Renan Calheiros, e faça a operação.
O Antagonista está orgulhoso
Brasil 19.11.16 07:39
Lula acusa Sérgio Moro de "abuso de autoridade"; Lula acusa O Antagonista de ser "associação criminosa".
Estamos orgulhosos.
A instituição mais forte
Brasil 19.11.16 07:32
O Painel da Folha publicou que "a prisão de Anthony Garotinho e Sérgio Cabral elevou ao nível máximo o senso de urgência dos congressistas que querem aprovar uma anistia ampla e explícita aos alvos da Lava Jato. Esse grupo suprapartidário diz que, se é para assumir um desgaste dessa magnitude, que seja para obter um salvo-conduto seguro. Em outras palavras: a garantia de que não serão atingidos pela nova lei do Caixa Dois nem enquadrados em práticas como corrupção e lavagem de dinheiro".
As instituições brasileiras permanecem fortes. Em especial a da corrupção.
Os 5,7 milhões de reais de Renan
Brasil 19.11.16 07:25
O 12º inquérito de Renan Calheiros no STF atendeu ao pedido de Rodrigo Janot para investigar uma movimentação financeira suspeita de R$ 5,7 milhões.
O novo inquérito é costela do que tem por objeto o pagamento de pensão a Mônica Velloso, ex-amante de Renan, pela Mendes Júnior.
Só pobre não tem saúde frágil
Brasil 19.11.16 07:20
Para determinar a ida de Garotinho para um hospital particular, a ministra Luciana Lóssio aceitou o argumento de que ele tem "saúde frágil".
Só pobre não tem saúde frágil no Brasil, apesar das evidências em contrário.
Esperemos que a saúde de Garotinho melhore se ele resolver delatar mesmo a quadrilha.
Prenda Lula, prezado Moro, ele vai fugir
Brasil Sexta-feira,18.11.16 18:39
Essa presepada de pedir a prisão de Sérgio Moro é o penúltimo ato da fuga de Lula.
Prenda Lula já, prezado Moro.






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