PRIMEIRA EDIÇÃO DE 06-11-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
DOMINGO, 06 DE NOVEMBRO DE 2016
Amadurece no governo federal a ideia de proposta de emenda à Constituição que altere suas relações com os servidores públicos, cujos custos atingiram “níveis alarmantes”, segundo avalia fonte do Ministério do Planejamento. Mas pouco pode ser feito, até porque ninguém pode ser demitido. O governo paga salários, aposentadorias e pensões a 2.195.154 pessoas, conta que chegou a R$ 255,3 bilhões em 2015.
No governo, o temor é que em dez anos o dinheiro não será suficiente, considerando apenas o crescimento vegetativo da folha.
Somente os servidores federais da ativa custam R$ 151,7 bilhões por ano. Os aposentados, R$ 66,2 bilhões, e pensionistas, R$ 37,3 bilhões.
Do total de 2,2 milhões de servidores, apenas 314 foram demitidos este ano, mesmo assim em longo processo; 0,0001% do total.
Os 13 anos do poder petista deixaram 12 milhões de desempregados no setor privado. No último ano de Dilma, foram 1,8 milhão sem empregos.
O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) surgiu com força, nos bastidores de Brasília, para substituir Renan Calheiros na presidência do Senado, depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de impedir que réus em ações penais permaneçam na linha de sucessão presidencial. Na prática, a sentença do STF exclui da eleição 16 dos 19 senadores do PMDB, partido que deve indicar o futuro presidente da Casa.
Além de Raimundo Lira, só Kátia Abreu (TO) e Rose de Freitas (ES) têm fichas limpas no PMDB do Senado, sem risco de se tornarem réus.
É praxe, no Senado, o partido de bancada mais numerosa indicar o presidente da Casa. Isso explica a sucessão de presidentes do PMDB.
Raimundo Lira teve atuação muito elogiada ao presidir a Comissão do Impeachment de Dilma. Típica prova de fogo vedada aos fracos.
Seria irritante, não fosse cômico, observar servidores públicos desocupados, ansiosos para fazerem demagogia com os invasores de escolas. No Rio, ameaçaram prender uma mãe que contribuía, com sua autoridade, para fazer o filho abandonar a brincadeira.
Justiça seja feita: na campanha municipal encerrada domingo passado, os institutos de pesquisa estiveram entre os grandes vitoriosos. Ibope, Datafolha, Instituto Paraná etc acertaram na mosca.
O site e-Cidadania, do Senado, faz Consulta Pública sobre a PEC que reduz de 513 para 386 o número de deputados e de 81 para 54, o número de senadores. Até agora, são 99,5% favoráveis. Aqueles contrários (0,5%), devem ser os que se locupletam da situação atual.
Se a Justiça considerar verdadeiras todas as acusações de quatro delatores contra Renan Calheiros, o total de propinas atribuídas ao senador chegaria a R$90 milhões. Ele responde a 11 inquéritos.
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) nem sequer foi oficializado como líder do governo no Congresso, mas já se comporta como tal, reunindo-se inclusive com a equipe econômica do presidente Michel Temer.
O presidente Michel Temer topou correr o risco de indicar Romero Jucá como Líder do Governo pelas mesmas razões de FHC, Lula e Dilma: um “trator” no trabalho, ele é craque na arte de descascar abacaxis, como aprovar a PEC dos gastos públicos e a reforma da Previdência.
O atual presidente do Senado cria dificuldades para votar a PEC do teto de gastos com celeridade, mas o projeto que tornou a vaquejada patrimônio cultural foi apresentado e aprovado em alguns poucos dias.
Um ano depois dos atentados que chocaram Paris, a casa de shows Bataclan vai reabrir em grande estilo com show do ex-Police Sting. A apresentação está prevista para o próximo dia 12.
...tem político que age como profissionais da noite: distribui sorrisos, dorme com qualquer um, mas não se apaixona por ninguém.

NO BLOG DO JOSIAS
Para Lula, o Brasil é governado por Washington
Josias de Souza
Domingo, 06/11/2016 06:33
Lula está cismado. “Não sei se tudo o que está acontecendo hoje no Brasil é determinado aqui dentro do Brasil”, disse ele neste sábado, 05, ao discursar num ato em solidariedade ao MST, que teve uma escola invadida de forma esquisita pela polícia do governador tucano Geraldo Alckmin, em Guararema, interior de São Paulo. “Confesso a vocês que eu não sou muito de acreditar na teoria da conspiração, mas ela existe. E tem muita coisa estranha acontecendo…”
O pajé do PT soou como se estivesse convencido de que o Brasil é controlado numa sala qualquer de um prédio público de Washington. Para ele, os Estados Unidos passaram a se meter no nosso futuro no momento em que o Brasil decidiu “virar protagonista internacional”, superando um “complexo de vira-latas” que nascera com a chegada das caravelas.
Se Lula estiver certo, foram os controladores da sala de Washington que decidiram que Dilma não era a pessoa certa para a tarefa no Brasil. E escolheram dois caras do PMDB para seguir o programa deles. “Eu acho que tem muita coisa que tá acontecendo e, na minha opinião, não é da cabeça do Michel Temer, não é da cabeça do Eduardo Cunha”, disse Lula à platéia companheira que compareceu ao ato de solidariedade ao MST. “Eu acho que tem muito mais nêgo se metendo.”
O que aborreceu o Império, disse Lula, foi a política internacional do seu governo, que priorizou as relações do Brasil com a África e a América Latina. A aproximação com o Irã entornou o caldo. E a descoberta do pré-sal acendeu o pavio: “…depois que nós anunciamos o pré-sal, em 2007, eles renovaram a 4ª Frota Americana, para tomar conta do Atlântico.”
Lula contou que o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez ajudou a abrir-lhe os olhos: “O Chávez era professor da academia militar lá na Venezuela. Ele me dizia: ‘Lula, as aulas que eu dava para os militares na Venezuela era para dizer, alto e bom som, que o Brasil era o império, o Brasil era o inimigo. Isso era orientação de quem? Do Império (EUA), para não permitir que o Brasil se metesse a ter uma relação, eu diria, privilegiada com os continentes (sic) da América do Sul.”
A sala de controle de Washington está em festa. Lula insinua que, sob Temer, o governo brasileiro já não tem o menor escrúpulo de seguir as ordens com fidelidade canina. “Eles agora falam mal do Mercosul”, lamentou Lula. “…O Mercosul não vale nada. A relação com a África não vale nada. O que os africanos têm pra vender pra nós? O que eles podem comprar da gente? Nós temos é que ficar lambendo a bota dos Estados Unidos e a bota dos países da Europa.”
Bons tempos aqueles em que Lula colocava Barack Obama no seu devido lugar: “Não esqueço nunca o dia que o Obama me ligou do avião dele, preocupado porque tinha uma notícia no jornal que aqui neste País tinha um cientista que estava falando de bomba atômica. E o Obama, preocupado: ‘Presidente Lula, — eu não entendia nada, tinha tradutor, obviamente— ‘estou aqui, no Força Aérea One. E estou indo não sei pra onde. E quero hablar contigo.”
Lula conta que respondeu assim: ‘Obama, deixa eu dizer uma coisa pra você. Esse País que eu presido é o único país do mundo que aprovou na sua Constituição a não-proliferação de armas atômicas. Não é um desejo do Lula. É a Constituição que não permite que a gente tenha arma nuclear. Agora, neste País também, Obama, a gente não tem censura nos nossos cientistas. Se tem um cara discutindo uma tese, a melhor coisa que você tem a fazer, meu caro, é convidar esse cientista para ir aos Estados Unidos fazer um debate sobre a tese dele, por que nós aqui não vamos proibir os cientistas de pesquisarem. Não faz parte da nossa cultura política.”
Lula admirou-se com a criatividade dos controladores americanos do Brasil. Do nada, tudo mudou numa velocidade de truque cinematográfico: “Eles inventaram uma coisa fantástica: dar um golpe parlamentar. Construíram uma maioria eventual.” O morubixaba do PT lamentou a própria perda de prestígio. Lembrou que, há três anos, para muitos dos congressistas que se renderam ao Império, “era Lula na Terra e Deus no Céu. E de repente eles viraram tudo. Deram um golpe. Tiraram a Dilma. E não vão parar por aí.”
Lula convidou os presentes a reagir. “Nós, agora, estamos na hora de construir alguma coisa mais sólida. Não é partido, não é entidade, é construir um movimento. O melhor que nós fizemos foi o das Diretas. O das Diretas foi o melhor movimento que nós conseguimos construir de forma unitária, com as pessoas que pensavam diferente, mas que tinham uma coisa em comum: a gente queria que o Brasil voltasse a eleger presidente da República.”
Lula prosseguiu: “Nós agora precisamos criar um movimento para restabelecer a democracia nesse país. Esse País já tem tamanho demais para continuar sendo governado por alguém posto por uma Câmara de forma totalmente ilegal.” Os controladores de Washington devem estar imaginando que alguma coisa subiu à cabeça de Lula.
“A gente tem que começar a construir uma coisa mais forte, uma coisa que junte mais gente”, exortou Lula. “Cada um deixe o seu probleminha de lado.” Réu três vezes, Lula reconheceu: “Os adversários até agora foram mais competentes do que a gente. Ficamos gritando ‘Fora, Temer’ e eles tiraram a Dilma. E colocaram o Temer. E eles fazem tudo, tudo, tudo de forma inconstitucional. Quebraram a legalidade para poder agir de forma inconstitucional. E agora são os direitos dos trabalhadores. Eles vão, efetivamente, destruir o que nós conquistamos nesse País.”
Sempre disposto a fazer o favor de socorrer o Brasil, Lula pediu a todos que esqueçam o seu drama de triplo réu. “Quero dizer pra vocês que o menor caso nesse País é o meu. Tenho dito pras pessoas: não se preocupem com o meu caso. Eu tenho casco de tartaruga, já tenho 71 anos de vida. A gente tem que se preocupar muito é com o que eles vão começar a fazer com o movimento social, porque se a moda pega…”
Se você não consegue acreditar na conspiração que Lula enxerga, saiba que o seu ceticismo o leva a perder muita coisa. A metafísica é sempre mais divertida do que o materialismo. De resto, as teorias conspiratórias são cheias de intriga e emoção. Quem resiste a elas se priva dos prazeres que um bom romance costuma proporcionar.
O Brasil do romance de Lula é um país mais simples. Nele, há “um processo de criminalização da esquerda em andamento.” Você é que complica as coisas com essa sua mania de achar que o problema nunca foi de esquerda ou de direita. A questão é que tem sempre meia dúzia por cima, assaltando o que pertence à legião que está por baixo.
Na ficção de Lula, o Brasil convive com “um monte de instituições totalmente desmoralizadas.” Para ele, “o País perdeu a autoridade.” Enquanto isso, nossos controladores americanos decidem o que vão fazer com o PT depois que o eleitorado brasileiro surrou a legenda nas urnas. A turma da sala de Washington se diverte muito com o PT e com os discursos de Lula.

NO O ANTAGONISTA
A banalidade da propina
Brasil 06.11.16 09:42
Herman Benjamin, relator no TSE do processo que pode cassar a chapa Dilma-Temer, disse à Folha que sua decisão será histórica.
"Não é só o maior processo na minha história como juiz, mas sim de todos. O TSE nunca julgou uma cassação de uma chapa presidencial eleita."
Assim como Sérgio Moro, o ministro se espantou com a normalidade com que as empreiteiras tratavam o pagamento de propina.
"Vocês conhecem a expressão da Hannah Arendt, se referindo a outro contexto, a 'banalidade do mal'. Aqui era a 'normalidade da corrupção'."
Propina suada
Brasil 06.11.16 09:23
O Blog do Paulinho descobriu que o dinheiro que bancou o Itaquerão saiu do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Não poderia ser mais simbólico.
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O operador de Palocci quer delatar
Brasil 06.11.16 09:17
O operador de Antonio Palocci, Branislav Kontic, está negociando um acordo de delação premiada, segundo Lauro Jardim.
Se ele confessar seus crimes, Antonio Palocci também terá de fazê-lo.
'É preciso estancar a sangria'
Brasil 06.11.16 07:46
Com o título "Assustado com Lava Jato, PIB cobra ação do Congresso", a Folha tenta mais uma vez legitimar o discurso de que as investigações capitaneadas por Sérgio Moro são responsáveis por uma "quebradeira generalizada" no país.
Como disse Moro ao Estadão, "o problema não está na cura, mas, sim, na doença".
Por trás do discurso, forma-se um lobby poderosíssimo para conseguir, por exemplo, que acordos de leniência tenham "repercussão penal", como defende o petista Vicente Cândido. Ou que a delação premiada só possa ser negociada com o réu solto, como quer André Moura, líder do governo.
Aposta na prescrição
Brasil 06.11.16 07:30
A lentidão (ou falta de vontade) do STF em julgar políticos acaba levando muitos casos à prescrição. A Folha cita, por exemplo, ações derivadas da Operação Sanguessuga contra Josué Bengtson, Nilton Capixaba, Benjamin Maranhão e Paulo Feijó.
O primeiro caso já prescreveu e os demais estão prontos para julgamento, mas prestes a prescrever.
PGR NÃO QUIS DELAÇÃO DE DUQUE
Brasil Sábado, 05.11.16 21:05
O Antagonista apurou que o acordo de delação premiada de Renato Duque atrasou porque a PGR suspendeu as negociações no mês passado.
Apesar da recusa, não houve objeção a que as conversas prosseguissem com a força-tarefa em Curitiba. É até melhor assim. Com a equipe de Deltan Dallagnol, estamos certos de que a delação de Duque será concluída em poucos dias.
Para quem ainda não viu, republicamos abaixo a notícia sobre a colaboração premiada do ex-diretor de Serviços da Petrobras.
EXCLUSIVO: DUQUE REVELA QUE LULA COBROU PROPINA
Brasil 04.11.16 21:32
No Momento Antagonista de hoje, Claudio Dantas revela que Renato Duque entregou à força-tarefa da Lava Jato detalhes inéditos da participação de Lula no petrolão.
Duque disse aos procuradores que Lula convocou uma reunião na sede do seu Instituto em São Paulo para cobrar-lhe explicações sobre a queda nos repasses de propina para o PT.
O ex-diretor de Serviços da Petrobras, que deve firmar seu acordo de delação premiada na próxima semana, envolveu Dilma Rousseff e Graça Foster no esquema de corrupção.
Moro: "Jamais entraria para a política"
Brasil 05.11.16 20:11
Sérgio Moro também garantiu ao Estadão que a política está absolutamente fora de seus planos. Ele disse que "jamais" será candidato a um cargo eletivo.
"Sou um homem de Justiça e sem qualquer demérito, não sou um homem da política. Acho que a política é uma atividade importante, não tem nenhum demérito, muito pelo contrário, exitem muitos méritos em quem atua na política, mas eu sou um juiz, eu estou em outra realidade, outro tipo de trabalho, outro perfil. Então, não existe jamais esse risco."
Ouviu, Reinaldão?
Sérgio Moro vai prender Lula?
Brasil 05.11.16 18:43
O Estadão perguntou a Moro aquilo que todos os brasileiros querem saber. Eis a resposta:
“Estado – O sr. vai mandar prender o Lula?
Moro – Esse tipo de pergunta também não é apropriado, porque a gente nunca fala de casos pendentes.
Estado – A defesa do ex-presidente alega suspeição do sr reiteradamente.
Moro – Como juiz, eu tenho uma série de limitações sobre o que eu posso e o que eu não posso falar. Uma das minhas proibições é falar sobre casos pendentes. Então, sobre casos que ainda não foram julgados, eu não tenho condições de fazer qualquer afirmação.”
Mas nós sabemos a resposta.
Janete não dá autógrafos
Brasil 05.11.16 16:06
A foto do formulário preenchido por Dilma para entrar no Uruguai foi publicada pela sua assessoria de imprensa. Cadê a assinatura de Janete?
Ou, como disse o presidente do Sindicato das Aduanas do Uruguai, Gregorio Techera, ao El País, há cidadãos que precisam assinar papéis, e outros que não.

Janete, a clandestina
Brasil 05.11.16 15:56
Segundo a edição uruguaia do El País, a aspirante a Agatha Christie dos trópicos entrou irregularmente no país vizinho, na quinta-feira. A denúncia partiu do presidente do Sindicato das Aduanas do Uruguai, Gregorio Techera.
Ao jornal, Techera afirmou: “não é possível que aqui haja cidadãos de primeira e de quarta. Que se façam alguns descer [do carro] e assinar papéis, e a esta senhora, não.”
Techera, se você soubesse o que ela já fez no Brasil...
Vergüenza ajena
Brasil 05.11.16 15:51
Janete foi vista em Montevidéu, discursando contra o capitalismo global para meia dúzia de pelegos da PIT/CNT, a CUT uruguaia.
Por favor, mandem a mulher de volta para Porto Alegre. Chega de passar vergonha.
Janete diz que entrou no Uruguai “regularmente”
Brasil 05.11.16 15:45
Em nota, a assessoria de imprensa daquela senhora afirmou que ela e o deputado federal Pepe Vargas entraram direitinho no Uruguai. Trata-se de uma resposta à edição uruguaia do El País, que noticiou o contrário.
Certinho ou irregular, o fato é que Janete e Pepe viajaram às custas de todos os contribuintes brasileiros.
Decisão histórica
Brasil 05.11.16 13:44
Herman Benjamin disse que a decisão do TSE sobre a cassação da chapa Dilma Rousseff - Michel Temer "será histórica".
Será mesmo. Sobretudo se o resultado final for a extinção do PT.


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