SEGUNDA EDIÇÃO DE 11-10-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Lula caminha para ser réu pela 3ª vez, e sua defensa continua no samba de uma nota só
Tentativa de fazer de ex-presidente um herói injustiçado já se mostrou um desastre, mas parece que ninguém consegue ter ideia melhor
Por: Reinaldo Azevedo 
Terça-feira, 11/10/2016 às 6:55
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está a caminho de ser réu pela terceira vez, de novo na Justiça Federal de Brasília, onde é investigado sob a acusação de tentativa de obstrução da Justiça no caso que envolve Nestor Cerveró. Ele teria participado da tramoia para tentar compra o seu silêncio. Na 13ª Vara Federal de Curitiba, é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. É o caso do apartamento de Guarujá.
No STF, é investigado no inquérito-mãe que apura a existência de uma organização criminosa que tinha como epicentro a Petrobras. Teori Zavascki, como se sabe, atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República e o incluiu no inquérito. Nesta segunda-feira, 10, uma nova denúncia, agora no âmbito da Operação Janus: Lula é acusado de ter criado facilidades junto ao BNDES para beneficiar negócios da Odebrecht em Angola. Crimes de que é acusado desta vez: organização criminosa, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A possibilidade de que a denúncia venha a ser aceita é enorme.
Muito bem! E qual tem sido, invariavelmente, o comportamento dos seus defensores?
Acusar uma suposta conspiração política que estaria em curso para incriminar o ex-presidente. Ele próprio insiste nessa tecla em palanques por aí, quando sugere que estão tentando tirá-lo da eleição de 2018. O curioso é que ele fala como se ainda fosse um forte candidato. E, bem, todos sabemos que ele não é.
O conjunto de evidências que vazam dessas investigações, inquéritos e denúncias contra Lula é assombroso. Mas não serei eu o juiz. Que se proceda ao devido processo legal. O que chega a ser espantoso é que advogados experientes insistam numa linha de defesa que tem se provado um desastre.
Desde quando se anunciou que o chefão petista poderia ser investigado, deu-se o grito de guerra: “Estão querendo pegar Lula. Lula é meu amigo. Mexeu com ele, mexeu comigo”. De lá pra cá, reitero, duas denúncias aceitas, uma terceira a caminho, uma investigação no Supremo e, bem…, sabe-se lá mais o quê.
Por que isso? Acho que só a arrogância pode explicar. Em termos estritamente técnicos, a defesa não prova a inocência. O que ela faz é tentar demonstrar a fraqueza da acusação, descaracterizando as provas. Claro, havendo álibi, ele tem de ser apresentado. Mais: se há vícios processuais, os defensores também têm de demonstrá-lo. Reitero: estou tratando de questão técnica.
A defesa de Lula, no entanto, elegeu a arena ideológica para combater, o que, sinceramente, é algo incompreensível a qualquer ser razoável. Não adianta! A tese de que tudo não passa de preconceito e de armação política se esfarela diante da pletora de evidências de que uma organização criminosa comandava o poder. Os advogados do ex-presidente podem até insistir que ele nada tinha a ver com isso. Mas é um absurdo e uma perda de tempo tentar jogar tudo na conta da imaginação de adversários e da conspiração.
O efeito tem sido contraproducente, inclusive junto à opinião pública. O Lula inocente num mar de lama já virou caricatura. Só serve para gerar memes na Internet. Açula a criatividade da moçada, irrita os medianamente informados e humilha os já humildes, que sabem que jamais terão a quem transferir responsabilidades.
Eu não tenho o menor interesse em ensinar aos advogados de Lula como se faz a coisa certa. Até porque não tenho expertise para isso. O que me interessa na estratégia da defesa é estudar discursos, é a semiótica da coisa. Os advogados de Lula falam como se houvesse na rua uma massa pronta a se sublevar e a tomar seu herói dos braços da reação para alçá-lo em triunfo.
É chato ter de lembrar, mas lembro: essa não é a função da defesa. Essas massas não existem.
Os doutores que o defendem que tratem de voltar ao livro-texto da advocacia. Esse discurso político não vai dar em nada. A não ser em cadeia.

NO BRASIL VERDE AMARELO
Cunha garante: “Eu posso derrubar o Governo de Michel Temer”
O deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse a amigos que pode “derrubar o governo” se contar tudo o que sabe. Em conversas reservadas, Cunha afirmou que foi “abandonado” pelo Palácio do Planalto e ameaça dar o troco. “Quem com ferro fere, com ferro será ferido”, costuma dizer ele.
Há cerca de duas semanas, Cunha chamou aliados da Câmara para uma reunião em sua casa. Um dos participantes do encontro deu o seguinte recado aos colegas traidores: “Preparem os capacetes porque vai chover canivete.”
Cunha é conhecido por fazer dossiês contra adversários com riqueza de detalhes. Nos últimos dias, ele teria feito chegar ao Presidente Temer que está disposto a envolver o secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, em irregularidades na Caixa Econômica Federal. Moreira é amigo do presidente Michel Temer e sogro do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Um dos deputados presentes tentou saber o quanto Cunha se lembraria das reuniões comprometedoras que a equipe do governo teve com ele e a resposta foi surpreendente: “Recordo de todos os que estavam lá, do cardápio e até do vinho que tomaram”, exibindo a boa memória que promete agora usar contra quem o traiu.

NO O ANTAGONISTA
MICHEL TEMER: CODINOME "TREM"
Brasil Terça-feira, 11.10.16 09:46
A Lava Jato descobriu que “Sem Medo” é o codinome de Michel Temer nas planilhas da Odebrecht.
O Antagonista descobriu que ele era conhecido também como “Trem”.
“Trem”, nas planilhas da Odebrecht, é Michel Temer.
O medo é o "Sem Medo"
Brasil 11.10.16 08:35
Henrique Meirelles está nos Estados Unidos.
Na semana passada, ele participou de um encontro com 600 investidores, organizado pelo JPMorgan.
Ele disse ao Valor:
"Existe um interesse muito grande pelo Brasil. A primeira palestra que fiz, em Washington, foi a que deu um dos maiores públicos daquela organização. Foi a maior da História”.
O medo dos investidores – e Henrique Meirelles evita falar sobre o assunto – é um só: que Michel Temer seja implicado na Lava Jato.
O medo dos investidores é o “Sem Medo” das planilhas da Odebrecht.
Em se plantando, tudo dá
Brasil 11.10.16 08:23
O Antagonista já comentou a nota publicada por Mônica Bergamo sobre a delação premiada de Antonio Palocci.
Mas há outro aspecto que merece ser destacado.
A colunista da Folha de S. Paulo diz que “o advogado do petista, José Roberto Batochio, nega a possibilidade” de delação.
Está na cara que José Roberto Batochio é fonte de Mônica Bergamo e que ele próprio plantou a nota sobre delação de Antonio Palocci.
Nada disso é verdade. Nada.
Cem inquéritos
Brasil 11.10.16 08:04
A delação premiada da Odebrecht “deve originar mais de cem inquéritos espalhados pelo País”, diz a Folha de S. Paulo.
A Lava Jato, porém, é única. Assim como o juiz Sérgio Moro.
Não vão ocorrer cem inquéritos iguais aos de Curitiba.
O bispo é "um pouco seletivo"
Brasil 11.10.16 07:57
A Folha de S. Paulo informa que o bispo de Campos, Dom Roberto Ferrería Paz, chamou a PEC 241 de “devastadora e brutal”.
A Folha de S. Paulo se esquece de informar que esse mesmo bispo é conhecido por ter apoiado um candidato do PT em 2014 e por ter dito que a Lava Jato é “um pouco seletiva”, porque só persegue os quadrilheiros petistas.
Como reduzir gastos com estatais
O Financista 11.10.16 07:44
O Valor informa que o governo vai estimular a realização de programas de demissão voluntária (PDV) para reduzir o número de funcionários e salários em empresas estatais federais.
Extinguir muitas delas seria uma alternativa.
Caso Marka prescreve sem punições
O Financista 11.10.16 07:41
O caso Marka-FonteCindam, escândalo financeiro que abalou o governo federal em 1999, prescreveu sem a punição dos responsáveis, destaca O Globo.
Recursos jurídicos reduziram e, depois, impediram execução de penas.
Previdência: parlamentares sem regime especial
O Financista 11.10.16 07:36
O Globo noticia que a proposta de reforma da Previdência a ser apresentada por Michel Temer prevê o fim da aposentadoria especial para deputados e senadores.
Os parlamentares passariam a se enquadrar no regime geral -- idade mínima de 65 anos, tempo mínimo de contribuição de 25 anos e teto de R$ 5.189.
Seria o mínimo.


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