PRIMEIRA EDIÇÃO DE 03-10-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
SEGUNDA-FEIRA, 03 DE OUTUBRO DE 2016
Apesar do chororô sobre a proibição de doações de empresas privadas para campanhas, os partidos políticos faturaram R$ 492 milhões do Fundo Partidário entre janeiro e agosto. E isso é só metade do que vão embolsar até dezembro. Os políticos criaram no Congresso essa forma segura de meter a mão no bolso do contribuinte sem o risco de ver a Polícia Federal na porta. Em 2015, eles nos tungaram R$ 811 milhões.
Em 2015, a então presidente Dilma sancionou alegremente a lei que triplicou o valor anual de dinheiro público transferido aos partidos.
O PT faturou R$ 73,56 milhões, até agosto. Em segundo lugar, o maior rival, PSDB (R$ 60,6 milhões), seguido do PMDB (R$ 59 milhões).
A Rede de Marina Silva, o PRTB de Levy Fidélix e o PSDC de outro eterno candidato, Eymael, somados, levaram mais de R$ 10 milhões.
Partidos nanicos de esquerda enjeitam o capitalismo, mas não rejeitam os milhões do fundo: PCB, PSTU e PCO juntos levaram R$3,8 milhões.
O Planalto acertou com aliados que enviará a reforma da Previdência para o Congresso somente após as eleições. É caso típico de sangria desatada, porque logo não haverá dinheiro para pagar a aposentados e pensionistas, mas, na avaliação do governo, com deputados e senadores focados na campanha, o assunto não seria discutido de forma “construtiva” e poderia acabar contaminado pelo clima eleitoral.
Além disso, Henrique Meirelles prometeu ao presidente da Câmara que não criaria embaraços para aliados às vésperas da eleição.
Em conversa com empresários, Rodrigo Maia avisou que a proposta não será aprovada neste ano, mas começará a tramitar neste mês.
Rodrigo Maia avisou à equipe econômica do governo que é melhor esgotar o debate sobre o teto do gasto do funcionalismo público.
Ser ministro da Casa Civil do PT virou sinônimo de cadeia. José Dirceu e Antônio Palocci já estão presos, e Aloizio Mercadante, Jaques Wagner e Erenice Guerra não perdem por esperar, dizem adversários.
A estatal Cemig aumenta a tarifa alegando crise, mas dinheiro não falta para bancas de advocacia, às quais deu R$ 8 milhões de uma tacada: Belgo Advogados (R$ 1,4 milhão), Jason Albergaria (R$ 3,1 milhões), Santos Rodrigues (R$ 1,1 milhão) e Tostes & Paula (R$ 2,4 milhões).
O presidente da Cemig, Mauro Borges, e Felipe Torres, sobrinho do governador mineiro Fernando Pimentel (PT), que abiscoitou cargo na estatal de energia, estão no foco da PF na Operação Acrônimo.
Nesta semana, líderes partidários se reúnem para discutir a regulamentação do lobby na Câmara. Os deputados acham que a proposta deve ser concluída até o fim deste ano.
Funcionários da Dataprev andam “boquiabertos” com a presença quase diária, antes de sua efetivação, de Paulo de Tarso Campolina, que seria amigo dos petistas Guido Mantega e Carlos Gabas, despachando com o presidente que pretende substituir, Rodrigo Assumpção.
São Paulo vive processo eleitoral atípico: os principais candidatos têm rejeição mais alta que as respectivas intenções de votos, à exceção de João Dória Jr (PSDB). Mesmo assim, por muito pouco: dois pontos.
Nesta segunda-feira, mais de 200 juízes, incluindo Sérgio Moro, participam do Fórum Nacional Criminal dos Juízes Federais, promovido pela Ajufe. O presidente da entidade, Roberto Veloso, vai defender que o STF mantenha a decisão de prender condenados na segunda instância.
Um projeto de lei do deputado Marcelo Matos (PHS-RJ) define 26 de março como Dia Nacional do Boxe. Trata-se de homenagem ao pugilista brasileiro Éder Jofre, que nasceu nesta data.
...pelas regras eleitorais, ainda resta uma noite de sono tranquilo aos enrolados na Lava Jato. Só uma.

NO DIÁRIO DO PODER
DERROTA HISTÓRICA
PT SOFRE SUA PIOR DERROTA E PERDE 400 PREFEITURAS EM TODO O PAÍS
PT VENCE SÓ NUMA CAPITAL E PERDE DOIS TERÇOS DAS PREFEITURAS
Publicado: segunda-feira, 02 de outubro de 2016 às 20:38 - Atualizado às 23:47
Tiago de Vasconcelos
O PT elegeu apenas um terço das prefeituras que havia conquistado em 2012. Segundo resultados contabilizados até o momento, petistas se elegeram para prefeitura de apenas 235 das 5.470 municípios. Em 2012, o PT elegeu 630 prefeitos.
A derrota petista é registrada nas urnas apenas 33 dias depois de a ex-presidente Dilma Rousseff ter sido considerada culpada, em julgamento por crime de responsabilidade no Senado, tendo sido condenada a perder o mandado. O impeachment recebeu apoio majoritário das ruas e das pesquisas: mais de 70% dos brasileiros apoiaram a destituição da petista.
O PT de Lula e Dilma está, neste momento, vencendo a disputa em apenas uma capital nestas eleições: Rio Branco (AC). Marcus Alexandre, candidato do governador Tião Vianna (PT), deve vencer Eliane Sinhasique (PMDB) ainda no primeiro turno com mais de 54% dos votos.
No Recife, o petista João Paulo, que já foi prefeito, vai disputar o segundo turno contra Geraldo Júlio, candidato do PSB. Júlio não foi reeleito por 0,66% dos votos. 
Em 2008, o PT elegeu prefeitos em seis capitais. Em 2012, o número caiu para quatro, apesar de ter conquistado São Paulo com Fernando Haddad. Este ano, o partido deve permanecer no comando de apenas uma capital brasileira.

LULA NÃO CONSEGUE ELEGER NEM MESMO O FILHO, EM SÃO BERNARDO
MARCOS LULA FICOU EM 58º LUGAR NA CIDADE ONDE O PT NASCEU
Publicado: segunda-feira,02 de outubro de 2016 às 22:55 - Atualizado às 22:57
Redação
A derrota do PT foi tão acachapante em São Bernardo do Campo (SP), onde nasceu, que nem mesmo Marcos Lula, filho do ex-presidente, conseguiu se eleger. Ele era vereador pelo PT e não conseguiu mais do que 1.504 votos para ser reconduzido ao cargo. Aliás, o vereador eleito em último lugar na cidade, o 28º, com 2.111 votos, foi Fran Silva (Solidariedade).
Marcos Lula, que é filho do primeiro casamento de Marisa Letícia, foi adotado pelo ex-presidente. Ele tinha uma atuação muito criticada por não apresentar projetos de interesse da cidade para discussão na Câmara Municipal de São Bernardo, cidade onde seu pai mora e onde o PT foi criado. E o pior é que não há chances de Marcos Lula assumir o mandato: ele ficou em 58º lugar.

ELEIÇÕES EM SÃO PAULO
HADDAD SOMADO A RUSSOMANO TIVERAM MENOS VOTOS DO QUE A ABSTENÇÃO
VOTAÇÃO DE HADDAD E RUSSOMANO É MENOR DO QUE Nº DE FALTOSOS
Publicado: segunda-feira, 02 de outubro de 2016 às 21:12 - Atualizado às 21:15
Tiago de Vasconcelos
Os votos do prefeito candidato à reeleição, Fernando Haddad (PT), e do candidato do PRB, Celso Russomano, somados são menos que a abstenção na eleição para prefeito de São Paulo. Com 99% das urnas apuradas, Haddad terminou a disputa num surpreendente segundo lugar com 961.294 votos e Russomano, que liderou boa parte das pesquisas, em terceiro lugar com 785.330, totalizando pouco mais de 1.74 milhão. Só as abstenções na capital paulista totalizaram 1.929.717, mais de 21% dos votos. Marta Suplicy, que chegou a ocupar a segunda colocação nas pesquisas, terminou no quarto lugar com 584 mil votos.
Os votos brancos (365.342, 5,29%) e nulos (784.108, 11,35%) somados também ocupariam o segundo lugar nas eleições para prefeito de São Paulo
.

ESMAGOU OLIGARQUIAS
FILHO DE VERDUREIRA DERRUBA RENAN E SE TORNA PREFEITO EM AL
JULIO CEZAR DERROTOU OS CALHEIROS E EX-GOVERNADORES EM PALMEIRA DOS ÍNDIOS
Publicado: segunda-feira, 02 de outubro de 2016 às 20:22 - Atualizado às 00:05
Davi Soares

APOIO POPULAR EXPRESSIVO MARCOU TODA A CAMPANHA DO PREFEITO ELEITO PELO PSB (FOTO DIVULGAÇÃO)

Com mais de 13 mil votos de diferença, o filho de uma verdureira, Julio Cezar (PSB), quebrou as correntes de oligarquias que comandavam o município alagoano de Palmeira dos Índios e se tornou prefeito.
A vitória esmagadora com 64,62% dos votos foi uma clara mensagem de que a maioria dos palmeirenses não aceitam viver sob o jugo político do presidente do senado Renan Calheiros (PMDB), muito menos do ex-governador e ex-senador Teotônio Vilela Filho (PSDB), que apoiavam o prefeito James Ribeiro (PSDB) e sua candidata a prefeita Doutora Verônica Medeiros (PMDB).
Com enorme potencial comunicativo e propostas para os principais problemas de Palmeira dos Índios, o moleque que ajudava o pai na roça e a mãe na feira se tornou prefeito da quarta maior cidade de Alagoas, com 74 mil habitantes, e localizada no Agreste Alagoano, a 135 km de Maceió. 
Julio Cezar teve 23.786 votos (64,62%) e a segunda colocada, Doutora Verônica Medeiros, 9.936 votos (26,99%). A terceira colocada, Sheila Duarte (PT), teve 3.087 votos (8,39%).
RENANS EM CAMINHADA DA DOUTORA VERÔNICA. Embate desigual

De nada adiantou o senador Renan Calheiros reunir na reta final da campanha o governador Renan Filho (PMDB), o ex-governador e deputado federal Ronaldo Lessa (PDT) para demonstrar força de sua candidata Verônica Medeiros, em caminhada na última quinta-feira (29).
Julio Cezar é jornalista formado e se elegeu vereador em 2012. Ex-assessor de imprensa do governo de Téo Vilela, o prefeito eleito já foi líder de James Ribeiro na Câmara e colhe os frutos de sua exposição na vitrine política, garantida pelo ex-governador tucano em 2014, quando Julio Cezar ganhou notabilidade ao salvar Téo Vilela do vexatório derretimento da chapa do PSDB para o governo de Alagoas.
O prefeito eleito foi candidato a governador escolhido por Téo Vilela, enfrentou a difícil missão de defender um governo desgastado, em um embate inglório contra Renan Filho (PMDB). Só que a lógica das oligarquias prevaleceu e seu padrinho tucano firmou aliança com a família Calheiros contra seu projeto de ser prefeito.

ACORDO DE PAZ
POPULAÇÃO DA COLÔMBIA REJEITA ACORDO ENTRE GOVERNO E AS FARC
PLEBISCITO DIZ 'NÃO' A ACORDO DO GOVERNO COM NARCOS DA FARC
Publicado: segunda-feira, 02 de outubro de 2016 às 19:50 - Atualizado às 22:04
Redação
Ao contrário das expectativas internacionais, com quase 100% das urnas apuradas, a população da Colômbia rejeitou o acordo entre o governo federal e as Farc, o grupo de narcoguerrilheiros que há mais de 20 anos aterroriza o país sul-americano. O "não" obteve 50,2% (6.429.730 votos), e o "sim", que começou liderando a apuração, teve 49,77% dos votos. Segundo o Registro Nacional do Estado Civil colombiano.
As pesquisas de opinião indicavam que o “sim” ganharia com folga. O acordo de paz foi assinado em Havana, capital cubana, no dia 26 após quase quatro anos de negociação, e colocou fim a um conflito de 52 anos, que deixou mais de 220 mil mortos. O acordo foi considerado histórico, depois de fracassar em três governos anteriores.
Após a assinatura, a União Europeia retirou as Farc de sua lista de organizações terroristas e os EUA prometeram analisar a possibilidade de fazer o mesmo. A organização pretende se transformar em um partido político na Colômbia, com assentos no Congresso Nacional.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Valentina de Botas: Como Cerzir um País?
As eleições provaram que o Brasil quer se arejar
Por: Augusto Nunes - segunda-feira,  03/10/2016 às 4:33
Tenho parentes que trabalham na rede municipal de ensino de São Paulo que me contam que a administração do PT questiona a separação dos banheiros entre meninos e meninas nas escolas públicas da cidade. Uma divisão que, no mundo cretino dessa gente, direciona a sexualidade das crianças – dos meninos para serem meninos, e das meninas para serem meninas. Outra das brutalidades burguesas, patriarcais, capitalistas, blablabla. O fim absurdo da separação é apoiada por grande parte dos professores e por toda a burocracia da Secretaria Municipal de viés ainda mais à esquerda do PT. São Paulo tem 466 anos, Fernando Haddad, o poste que Lula conseguiu instalar em São Paulo com financiamento do Petrolão segundo a Lava Jato, degradou a cidade por 4 anos, com a mais brutal má gestão e equívocos celebrados pelo eixo PUC-USP-Vila Madalena e adjacências socioideológicas. Mas o que são 4 anos em 466? Muita coisa, pois não moramos num país, mas numa cidade. É onde se opera o cotidiano, onde tudo se particulariza e se encontra. É nela que nossos filhos começam a frequentar a escola e fazem os primeiros amigos, é nela que vamos ao cinema, ao restaurante preferido, àquela mostra de brinquedos antigos, ao mecânico de confiança. Ficam na cidade aquele prédio histórico, aquele parque com uma espécie rara de flor, o bar da moda e aquela livraria charmosa que queremos mostrar a amigos e parentes vindos de fora para nos visitar: a cidade é real como o “imaginário daquilo que imaginamos que somos”; o país é quase abstração; e, se ambos se transformam no tempo como tudo o mais, é na cidade que o tempo se revela a cada instante. Desafio os artistas; os humoristas-a-favor de ladrão; as castas privilegiadas e ideologicamente dogmáticas encasteladas nas universidades e protegidas da crise por integrarem os grupos privilegiados do funcionalismo público do Estado patrimonial; os descolados-tipo-bacanas que ainda acham chique ser de esquerda, enfim, desafio toda essa gente que ainda cacareja o “fora, Temer” a encontrar apenas um pai e uma mãe com filhos até 14 anos (para ficar no limite de idade da alçada da prefeitura), habitantes do mundo exterior ao da pose-tipo-assim-descolada-esquerda-chique, favoráveis ao fim da separação dos banheiros nas escolas públicas. Não só a Lava Jato e a crise econômica inédita levaram o eleitor a praticamente abolir o PT das prefeituras do País nestas eleições inesquecíveis de 2016 que o partido desejará esquecer, mas sobretudo porque a súcia e simpatizantes desconhecem o País e insistem em ignorar as necessidades desesperadoras dele para ver nele bandeiras que ainda lhe são estranhas, enquanto também desconhecem a gente de carne, osso, costumes e valores próprios que o habita além das envelhecidas cercas ideológicas e dos manuais vigaristas e embolorados. Entre as prioridades da Educação brasileira – em qualquer nível – não estão o uso do banheiro das meninas pelos meninos e vice-versa e forçar a questão a ser uma questão dá a medida do autoritarismo do PT e do desprezo que o partido tem por nossos interesses legítimos e nossos problemas reais que deseja substituir pela própria agenda.
Entre outras considerações aparentemente sensatas, todos os analistas estão dizendo que Alckmin é o grande vencedor destas eleições que se habilita para disputar a presidência em 2018, que ACM Neto será o próximo governador da Bahia e que o PT é o grande pequeno derrotado. Mas eu diria que perdeu o PT, digamos, expandido, aquele que aglutina os blocos do “fora, Temer” e que acusam o impeachment de tropeço da democracia brasileira – esta mesma que conseguiu ficar de pé apesar de o ministro Ricardo Lewandowski ter chutado seu pilar, a Constituição, na presidência do julgamento que a protegeu, ao contrário do que ele diz.
Perdeu estas eleições quem olha para o Brasil de 2016 que anseia pelo futuro e vê um País coagulado no mundo extinto da guerra fria e da ditadura militar. A Nação quer se arejar, a população mostrou isso hoje ao repelir o PT da gestão de onde a vida acontece – as cidades. Quando sai derrotado das eleições um partido que não a percebe como ela é, o grande vencedor é ela. Como cerzir um país? Não sei ao certo, mas desconfio que só é possível começar quando ele se livra daquilo que o impedia de começar.

ELEIÇÕES: Kátia Abreu não acerta uma
A senadora apoia um velho inimigo e garante a reeleição do prefeito de Palmas
Por: Augusto Nunes - domingo,  02/10/2016 às 18:39
Depois de encerrar o casamento com os ruralistas para namorar o MST, depois de deixar a oposição democrática para apoiar o governo lulopetista, depois de renunciar à sobrevivência política para morrer abraçada à pior presidente da história do Brasil, Kátia Abreu teve outra ideia. De jerico, como a da companheira carioca Jandira Feghali.
A senadora decidiu perder a eleição em Palmas no palanque do velho inimigo Raul Filho, candidato à prefeitura da capital do Tocantins. Ou ex-candidato, informa o fim da apuração na capital do Tocantins: o prefeito Carlos Amastha foi reeleito. Com a ajuda de Kátia, naturalmente.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Lula sofre a derrota mais humilhante de sua carreira política. Seu filho não consegue se eleger vereador 
O chefão petista ainda achou que tinha o antigo poder encantatório; as urnas lhe dão uma resposta avassaladora
Por: Reinaldo Azevedo 
Segunda-feira, 03/10/2016 às 6:43
É fatal que se façam também agora as perguntas que se fazem a cada resultado de uma nova eleição: quem é o grande derrotado? Quem é o grande vitorioso? Bem, acho que ninguém tem dúvida de que o PT, até pelo desempenho pífio no País, é o grande derrotado. Mas não só a legenda: a razia a que se assiste tem uma face, uma personalidade, um discurso: chama-se Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele foi o grande Midas às avessas dessa eleição. Desde quando anunciou, tentando fazer a Terra tremer, que, ao convocá-lo coercitivamente para depor — o que era, de fato, uma desnecessidade —, Sérgio Moro havia apenas batido no rabo da jararaca e que, para matar a serpente, seria preciso bater na cabeça, estamos esperando a reação de sua peçonha. De lá para cá, nada se viu. Os atos bisonhos foram se multiplicando.
Lula resolveu sair Brasil afora apoiando candidatos. O resultado, tudo indica, foi contraproducente. Em companhia de Dilma, o ex-poderoso chefão resolveu fazer campanha, por exemplo, para Alice Portugal, do PCdoB, em Salvador, na disputa contra o prefeito ACM Neto, do DEM. A dupla só serviu para valorizar a acachapante vitória do democrata. Dava-se como certo que seria reeleito. Mas com 73,99% dos votos? Lula e Dilma fizeram o favor de emprestar a um disputa que poderia ter apenas cores locais o sabor de uma vitória de dimensão nacional.
O ex-presidente também andou pelo tal cinturão vermelho de São Paulo. Demonizou coxinhas, falou mal de tucanos, acusou conspirações, disse que tudo não passa de uma campanha para impedi-lo de voltar à Presidência, falou em nome dos trabalhadores, anunciou o corte de direitos trabalhistas, antecipou o fim do mundo… Resultado no Estado de São Paulo: sete prefeituras apenas — em 2012, foram 72. No País, míseras 256, contra 630 há quatro anos.
Mas foi na capital paulista que os petistas encontraram a definição mais acabada do desastre. Como informei neste blog, logo depois do debate de quinta, na Globo, o tracking da campanha tucana começou a perceber a possibilidade de João Dória vencer no primeiro turno. Mas nem mesmo os partidários mais entusiasmados do agora prefeito eleito contavam com uma votação tão consagradora. Tudo é inédito nessa conquista: a vitória no primeiro turno, a rapidez da ascensão, o vexame protagonizado pelo petismo.
Ah, meus caros, já enumerei aqui por que as coisas deram tão certo para Dória e tão errado para seus adversários. Mas não se descarte, de maneira nenhuma, a contribuição de Lula para a disparada final do candidato do PSDB. Como noticiou fartamente a imprensa, nos dias finais que antecederam a disputa, o companheiro houve por bem, ora vejam, brigar com o eleitor. Teve um ataque de Marilena Chaui.
Ah, claro! Ele também colou em João Paulo, o petista que chegou a liderar a disputa pela Prefeitura de Recife. O prefeito Geraldo Júlio faz uma gestão aprovada pela maioria da população, mas o candidato do PT administrou a cidade por oito anos e deixou o cargo com boa avaliação. Tão logo evidenciou a força de sua tutela, o petista empacou. E não tem a menor chance de ser bem-sucedido na etapa final. Geraldo Júlio ficou a 0,7% de vencer no primeiro turno.
O País dá um sinal maiúsculo de que não aceita mais a bobajada petista de que há apenas uma maneira de votar em favor do bem, do belo e do justo. Até porque os companheiros ficaram 13 anos no poder e nos deixaram como legado o que se vê aí.
Para encerrar: Marcos Cláudio Lula da Silva, enteado de Lula, mas tornado seu filho, com o devido registro e tudo, se candidatou a vereador em São Bernardo. Sim, a campanha sempre deixou claro: “É o filho de Lula!”. O rapaz obteve 1.504 votos. Não foi eleito. Ficou na 58ª colocação. Com outro padrinho, quem sabe…
Falta agora falar do grande vitorioso. No próximo post.

NO BLOG DO JOSIAS
Doria pode virar a kryptonita de ‘Superalckmin’
Josias de Souza
Segunda-feira, 03/10/2016 01:39
O prefeito eleito de São Paulo, João Doria, o antipolítico mais político das eleições de 2016, começou a executar sua principal missão política já no discurso da vitória. Recobriu Geraldo Alckmin de elogios, ergueu o braço do padrinho e fez coro com a plateia ao endossar a candidatura presidencial do governador tucano.
O triunfo acachapante de Doria no primeiro turno de fato acomodou Alckmin no primeiro lugar da fila de presidenciáveis do ninho, à frente de Aécio Neves e José Serra. Mas muita chuva cairá até 2018. O próprio Doria, que hoje é vitamina para as pretensões do padrinho, pode virar veneno.
À testa de uma coligação partidária costurada à moda antiga, na base do escambo, o antipolítico Doria terá de abrir o balcão. Em tempos de escassez, o novo prefeito precisará revolucionar os serviços de saúde, educação e transportes, entregando ao paulistano a eficiência gerencial que prometeu. Tudo num ritmo de Ayrton Senna.
Como empresário, Doria não fabrica nada que possa ser apalpado. Como prefeito, terá de sofisticar suas mágicas para corresponder às expectativas que criou. Não bastará tirar coelhos da cartola. O afilhado de Alckmin terá de tirar cartolas de dentro dos coelhos.
Como diz o próprio Doria, “São Paulo tem pressa”. Ou o novo prefeito transforma marquetagem em realidade ou logo se converterá numa espécie de kryptonita do Superalckmin. Chama-se Dilma Rousseff a última pessoa que vendeu fantasias numa campanha eleitoral. Deu no que deu. Depois de fazer a sucessora um par de vezes, Lula foi desfeito por ela.

NO O ANTAGONISTA
A promessa de Doria
Brasil 03.10.16 07:30
João Doria prometeu visitar Lula na cadeia:
"O Lula sabe que em algum momento vou visitá-lo em Curitiba. Farei minha homenagem a ele".
Pode comprar a passagem, Doria.
A repetente da UNE
Brasil 03.10.16 07:28
A presidente da UNE, Carina Vitral, foi um dos maiores desastres eleitorais deste domingo, 02.
Candidata à prefeitura de Santos, ela teve 6% dos votos, com apenas 14 mil eleitores, a metade do que conseguiu o candidato a vereador, Professor Kenny.
O eleitorado escolheu o professor e reprovou a estudante.
Santa Maria Golpista
Brasil 03.10.16 07:16
O PT foi para o segundo turno em Santa Maria.
Mas o “barbudinho” que invadia os telejornais da Globo, herói dos blogueiros petistas demitidos pela emissora, tomou uma surra neste domingo, 02, chegando em 35° lugar entre os candidatos a vereador da cidade.
Antes:

E depois:

Segundo turno igual ao primeiro
Brasil 03.10.16 07:10
O segundo turno será disputado em 55 cidades.
O favorito é o PSDB, que tem 19 candidatos, sendo que 13 deles largam em primeiro lugar.
O PT só tem dois candidatos na dianteira: um em Anápolis, o outro em Santa Maria.
(G1)
A Globo vai pagar o Ibope?
Brasil 03.10.16 06:56
Quem também perdeu feio, além do PT, foi o Ibope.
Sua última pesquisa em São Paulo, divulgada no sábado, 1º, mostrava João Doria com 35% dos votos. A margem de erro foi de estrondosos 18%.
A TV Globo e o Estadão, que encomendaram a pesquisa, deveriam se recusar a pagá-la.
Sim, o Datafolha se saiu infinitamente melhor.
O PT perdeu o comando da oposição
Brasil 03.10.16 06:53
O PT perdeu o poder.
E perdeu também o papel de maior partido oposicionista.
O PDT deu uma sova no PT, tanto em número de prefeitos eleitos (334 a 256) quanto em número de vereadores (3756 a 2795).
Injeção letal
Brasil 03.10.16 06:25
Assim como fez com Nego, seu cachorro, Dilma Rousseff também suprimiu seus candidatos em Porto Alegre, no Rio de Janeiro e em Salvador.
A Folha de S. Paulo disse:
“Atual prefeito da capital gaúcha, Raul Pont tinha 22% de intenções de voto antes de sua campanha veicular vídeo de apoio de Dilma durante propaganda eleitoral na TV, no dia 16 de setembro.
Com 16,37% dos votos válidos, Pont está fora do segundo turno.
Jandira Feghali, que possuía 9% de intenções de voto antes da presença da ex-presidente em seu comício, viu seu desempenho cair para 7% na pesquisa seguinte.
Terminou o pleito com apenas 3,34%, na sétima colocação”.
Lula foi extirpado
Brasil 03.10.16 06:04
O PT perdeu 44,8% de seus vereadores.
Em 2010, Lula disse:
“Precisamos extirpar o DEM da política brasileira”.
Ontem o DEM superou o PT em número de vereadores e se tornou o nono maior partido do País. O PT é o décimo.
(G1)
O desespero do PT
Brasil 02.10.16 21:06
Andréia Sadi e a equipe da Globo foram praticamente expulsas do diretório do PT em São Paulo.
É o desespero.

Comentários

  1. Antes falava-se "acorda Brasil " . Hoje falo : "Bom dia meu Brasil" .

    Edson

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