SEGUNDA EDIÇÃO DE 23-7-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO ESTADÃO
Moro homologa delação de executivos do ‘banco da propina’ da Odebrecht
Três delatores, que atuaram no setor financeiro e se associaram a funcionários do 'departamento de propinas' da Odebrecht para adquirir instituição financeira vão pagar R$ 3 milhões em multas
Mateus Coutinho, Julia Affonso e Fausto Macedo
Sexta-feira, 22 Julho 2016 | 13h18
Prédio da Odebrecht em São Paulo. Foto: Jf Diório/ Estadão
O Juiz Sérgio Moro homologou, os acordos de delação premiada dos três executivos que adquiriram em 2010 junto com dois ex-funcionários da Odebrecht o “banco da propina” que seria utilizado para a empreiteira movimentar dinheiro de pagamentos ilícitos, inclusive para o marqueteiro do PT João Santana, e que movimentou no total US$ 1,6 bilhão até 2014.
Marco Bilinski, Vinícius Borin e Luiz França, que atuavam no setor financeiro trabalhando como captadores de clientes para o banco no Brasil, acordaram em pagar R$ 1 milhão de multa cada um e também repatriar todos os bens que possuírem no exterior, pagando os impostos às autoridades brasileiras. O valor dos bens no exterior, porém não foi divulgado.
Da multa, 90% serão destinados para ressarcir a Petrobras e 10% para os órgãos de investigação, como o Ministério Público Federal e a Polícia Federal. Os acordos foram homologados no dia 12 de julho e tornados públicos para que as defesas dos executivos do departamento de propinas da empreiteira tivesse acesso aos documentos.
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Com a homologação, as delações dos três executivos do setor financeiro, que se associaram a Fernando Migliaccio e Luiz Eduardo Soares, então executivos do Departamento de Operações Estruturadas – nome oficial da central de propinas da empreiteira, segundo a Lava Jato – da Odebrecht, poderão ser utilizadas para novas investigações sobre a complexa rede financeira de 41 offshores – empresas em paraísos fiscais – montada pela maior empreiteira do País para movimentar ilicitamente recursos ligados a obras que vão além do esquema de corrupção na Petrobras.
O grupo também se juntou a Olívio Rodrigues Júnior, responsável por intermediar a abertura das contas para a empreiteira no Antigua Overseas Bank, onde os três executivos trabalhavam antes de decidirem adquirir o Meinl Bank, para adquirir o “banco da propina”. A participação de 51% da filial da instituição financeira em Antígua foi adquirida, segundo o relato, por US$ 3 milhões mais quatro parcelas anuais de US$ 246 mil. Ao final da negociação, o grupo passou a ter 67% do Meinl Bank Antigua.
O Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht foi alvo da 23.ª etapa da Lava Jato, que levou à prisão do marqueteiro João Santana, sua mulher e sócia, Mônica Moura, além dos executivos do banco e que agora fecharam delação. Foi a partir da Operação Acarajé – assim batizada em referência a um dos nomes usados nas planilhas da contabilidade paralela da Odebrecht para propinas – que a força-tarefa da Lava Jato chegou ao núcleo dos pagamentos ilícitos da empreiteira.
As revelações foram feitas principalmente pela funcionária Maria Lúcia Guimarães Tavares, a primeira do grupo empresarial a colaborar com as investigações. Atualmente, executivos da Odebrecht e o empreiteiro Marcelo Odebrecht negociam uma delação premiada com a Lava Jato.
Entre as contas offshores criadas para Odebrecht, Vinícius Borin listou em seu primeiro depoimento da delação as movimentações que considerou “suspeitas” para outras contas que não eram da empreiteira e que somaram US$ 132 milhões. Dentre estas operações estão a Klienfeld, a Innovation e a Magna, todas ligadas à Odebrecht e que fizeram depósitos na conta offshore Shellbill Finance, de propriedade de João Santana e sua mulher Mônica Moura, na Suíça, no valor de US$ 16,6 milhões.
O valor é quase quatro vezes os US$ 4,5 milhões que João Santana e sua mulher receberam de outra empresa e admitiram ao juiz Sérgio Moro se tratar de acerto de dívidas de caixa 2 da campanha eleitoral de Dilma em 2010. A petista alega que, se houve caixa 2 em sua campanha, não teve conhecimento.
COM A PALAVRA, A ODEBRECHT:
Procurada, a empreiteira informou que não iria se manifestar


NO O ANTAGONISTA
Fuja de quem se vende como antipolítico
Por Mario Sabino
Sexta-feira, 22-7-2016
Mentir é o primeiro atributo de um político. Qualquer político. As suas mentiras podem ser mais ou menos escandalosas, mais ou menos desculpáveis, mas lhe são incontornáveis. Mesmo os bem intencionados mentem. Por exemplo, quando dizem que fazem política para servir aos cidadãos em primeiro lugar. Na verdade, todos querem, acima de tudo, servir a si próprios, nem que seja apenas para alimentar a própria vaidade.
Isso significa que devemos nos resignar e aceitar as mentiras que nos são ditas? Claro que não. É justamente o contrário: pelo fato de todos os políticos mentirem, sempre devemos desconfiar deles. Os mais desconfiados devem ser os jornalistas. Eu, por exemplo, sei que até os políticos que me dão informações estão deixando de me dizer toda a verdade sobre o assunto em questão. Omissão, nesse caso, é uma forma de mentir. Se omitem o secundário, mas revelam o principal, faço cara de paisagem e sigo adiante. O problema é quando passam por principal aquilo que é acessório. Esse é um problema que os repórteres enfrentam todos os dias. Não raro, ainda que tomadas as precauções devidas, só percebemos que publicamos o secundário como notícia principal depois que outro jornalista mais esperto, ou com outra fonte (ou ambas as coisas), estampa o nosso erro na sua reportagem.
Decidi abordar a mentira dos políticos para falar de Donald Trump e concluir com o caso brasileiro. Donald Trump se vende como antipolítico aos eleitores americanos -- ou seja, como alguém que veio instaurar a verdade, toda a verdade, nada além do que a verdade na política. Que veio “purificá-la”. No entanto, o seu primeiro atributo é o mesmo de todos aqueles que afirma combater. Donald Trump mente para burro, com o perdão do trocadilho voluntário.
O Washington Post fez um fact-checking do discurso de aceitação de Donald Trump como candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos. O jornal comprovou com dados objetivos que ele mentiu em 25 pontos do seu discurso. Vinte e cinco, se você prefere por extenso. Mentiu sobre segurança. Mentiu sobre imigração. Mentiu sobre economia. Mentiu, mentiu e mentiu. E vai continuar mentindo na hipótese improvável de derrotar a mentirosa Hillary Clinton.
Donald Trump é a prova mais vistosa de que uma das grandes mentiras da política é o fanfarrão que se apresenta como antipolítico. É assim, pelo menos, desde Savonarola, na Florença do século XV. Seja ele de direita ou de esquerda, o seu messianismo é sempre uma fajutagem. Com Lula, os brasileiros caíram pela esquerda na esparrela do antipolítico. Lula piorou os vícios brasilienses que prometia banir.
Desconfiar dos políticos é, mais do que saudável, necessário. Mas evitar os que se dizem antipolíticos é essencial. Fuja deles.

Brasil 23.07.16 10:46
A PF está impressionada com o desempenho de João Santana.
Em seu depoimento, ele admitiu os pagamentos no caixa 2, mas disse que nunca soube que o dinheiro era fruto de propina...


NO BRASIL VERDE AMARELO
O marqueteiro João Santana disse em fevereiro deste ano que não havia recebido nenhuma propina ou pagamento de caixa 2 por serviços prestados durante a campanha de Dilma Rousseff, em 2014. A PF descobriu que ele mentiu!
Durante depoimento dado ao Juiz Sérgio Moro, em Curitiba, nesta semana, o marqueteiro de Dilma Rousseff admitiu que recebeu dinheiro de caixa 2 proveniente da campanha eleitoral da Presidente afastada. O Juiz Sérgio Moro tomou as declarações de Santana e sua esposa Mônica.
Imediatamente a presidente afastada usou as redes sociais para apresentar sua defesa. Em uma postagem pelo Twitter, Dilma afirma que se houve pagamento de caixa 2 não foi com a sua autorização.
A Justiça deve pedir a confissão do crime praticado por Dilma durante as eleições deixando de declarar o pagamento ao ex-marqueteiro.

 

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