SEGUNDA EDIÇÃO DE 21-7-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO ESTADÃO
O PT não leva a sério o golpe que denuncia
Partido mandou votar em presumido golpista (até ontem) para presidir a Câmara...
EUGÊNIO BUCCI*
Quinta-feira | 21 Julho 2016 | 03h00
Mas o que é que anda acontecendo com o tal Partido dos Trabalhadores (PT)?
Duas hipóteses. A primeira é simples, campestre, quase inocente. Se soar um tanto jocosa, a responsabilidade deve ser debitada ao objeto em questão, não ao humor de quem apenas toma notas. A piada vem da realidade, como logo se verá. A segunda hipótese parecerá menos cômica e mais trágica, mas, fique bem claro, não passa de uma hipótese. Passemos logo à primeira.
Hipótese número 1
Não é como partido, mas como quadrilha de festa junina que o PT se movimenta. É como quadrilha que ele dança. Nhô Lula, embalado pelos trinados da sanfona e animado pelo gengibre do quentão, passa a mão direita no microfone e com a esquerda tira o chapéu de palha da cabeça para erguê-lo bem alto, como a pedir a atenção dos circunstantes. Quando atrai os olhares para si, estufa o peito e dá o alarme: “Olha o golpêêê!”.
Pronto, é o que basta. O volume da música se eleva. Os casais se excitam. Obediente ao comando de Nhô Lula, o cordão dos intelectuais, que cada vez aumenta mais, vai batendo as rangideiras de dois pés esquerdos contra a terra batida da roça ideológica, Ouve-se a cantilena de hermenêuticas dilmófilas e heurísticas temerofóbicas (“temer o Temer”) sobre as conspirações que o imperialismo, aliado à Polícia Federal, maquina contra a Constituição de 88 (que em 1988 o PT quis repudiar). “É golpe!”, entoa o cordão que serpenteia no terreiro da luta de classes, entre meneios de cabeça e repuxões de ombros. “É golpe para derrubar Nhá Rousseff”.
Com olhos de farol baixo, Nhô Lula assiste à cena extasiado. Não tem pressa, mas também não tem muita paciência. Começa a se enfarar com tanta firula constitucionalista e decide que é hora de tomar novo fôlego. Empunha o microfone outra vez, olha para o outro cordão ao seu dispor, o cordão dos parlamentares, e solta sua voz mais gutural, simulando o tom meio cochichado de um conchavo: “É mentirááá!”.
Nhô Lula dá risada com o alvoroço que provoca. Enquanto os intelectuais amuam, lá se vão os deputados federais de gravatas caipiras tomar parte na barraca da Câmara, a mesma que teria desferido o golpe inominável, o “golpe parlamentar”. Enquanto golpe havia, ficavam na deles. Agora que golpe é mentira, ei-los solícitos aos ritos legislativos. Alegres em seus saracoteios, votam em Rodrigo Maia para presidente. Maia é do DEM e até ontem praticava o golpismo torpe, mas agora, depois que Lula liberou geral, está repaginado em Nhô Rodrigo.
O cordão intelectual não contava com tamanha desinibição do cordão parlamentar, que entre um voto e outro sai em busca de novas alianças municipais com o PMDB. Nhô Rodrigo é o novo companheiro contra o inimigo maior, embora morto, o coroné Cunha. Viva Nhô Rodrigo! Viva o quentão! E dá-lhe sanfona. Alguém pede Tim Maia. “Que beleza é a natureza.” Que beleza é a quermesse parlamentar.
Nhô Lula resmunga. A farra está indo longe demais. Esse pessoal não se manca? Então, sem se levantar da cadeira, emite nova voz de comando: “É verdade!”.
Vixe Maria. Jesus amado. Um intelectual e um parlamentar, abraçados, giram sem sair do lugar. Nhô Lula toma um fartão e entrega o microfone à Sinhá Kátia Abreu, que bota um baita de um olho gordo naquele curral.
Corta.
(Antes de entrar na outra hipótese, convém recomendar que as crianças sejam retiradas da sala.)
Hipótese número 2
Não, o PT não é uma quadrilha. O PT é um partido político. Pode parecer absurdo fazer tal afirmação assim a seco, mas, calma, é só uma hipótese. Acontece que o PT não é um partido de tipo comum, como diriam os cientistas desse campo tão pouco científico, mas um partido de tipo especial. Os partidos comuns dizem uma coisa e fazem outra. Os especiais, mais raros, dizem uma coisa e depois fazem exatamente o contrário da coisa dita. Um exemplo? Dilma um dia antes das eleições de 2014 e Dilma um dia depois das eleições de 2014.
Se a hipótese for verdadeira, quer dizer, se o PT for mesmo um partido de tipo especial, estará explicado por que – depois de mobilizar os seguidores na sua cruzada contra o “golpe”, depois de tantos discursos, cartazes, xingamentos, passeatas patrocinadas por centrais sindicais patrocinadas pelo governo, depois de tantos colóquios acadêmico-apostólicos – mandou seus deputados despejarem votos num presumido golpista (até ontem) para presidir a Câmara dos Deputados, a Casa que lançou a pedra fundamental do ato que (até ontem) era chamado de golpe. O PT falou uma coisa e fez o oposto. Tudo se encaixa.
Nesse ponto, surge uma dúvida de método. Ou bem o PT diz o que não pensa, ou bem não pensa no que faz. Se a legenda diz o que não pensa, conta mentiras deliberadas. Se não pensa no que faz, é irresponsável. A dúvida é insolúvel, pois as duas assertivas certamente não são de todo falsas e, para piorar, podem ser ambas simultaneamente verdadeiras.
Tentemos elucidar a equação por outro caminho. O PT afirma que há um golpe em curso. Se acredita mesmo nisso, há de acreditar também que a ordem democrática está em via de sofrer uma ruptura traumática das mais devastadoras, comprometendo a própria ordem democrática. Logo, o papel do partido, fosse ele coerente, deveria ser o de apontar a farsa (que tenta passar-se por democracia formal) e seguir denunciando os tais golpistas para desmascará-los e restaurar o Estado de Direito. Mas o PT fez precisamente o contrário: dá sua voluntariosa sustentação à escolha do novo presidente da Câmara, a quem chamava de golpista, e ainda posa de guardião da democracia.
Conclui-se que, na prática, o PT age como se não houvesse golpe nenhum. Portanto, quando fala em golpe, só pode ser da boca para fora. Quanto a ser quadrilha (de festa junina) ou partido político (de tipo especial), isso ainda carece de novas e mais profundas investigações empíricas e teóricas.
* EUGÊNIO BUCCI JORNALISTA, É PROFESSOR DA ECA-USP

NO BLOG DO EGÍDIO SERPA 
Diário do Nordeste | Quarta-feira 20.07.2016 / atualizado às 09:42 
Mais uma ameaça sofre o Projeto São Francisco de Integração de Bacias, cuja conclusão está prometida pelo Ministério da Integração Nacional para o fim deste ano. 
Mineiros, baianos, alagoanos e sergipanos com assento no Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco iniciaram um movimento contra o aumento da outorga da vazão do Projeto São Francisco, que levará água às regiões semiáridas de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. 
Na opinião deles, o Rio de Integração Nacional não tem, neste momento, condição de oferecer mais do que os 26 m³/s outorgados pela Agência Nacional de Águas para a operação do Projeto São Francisco de Integração de Bacias. Trata-se de uma vazão realmente insuficiente para atender às demandas sociais e econômicas dos quatro estados a serem beneficiados. 
Mas os integrantes da Bacia do São Francisco têm razão hoje, do ponto de vista técnico. 
O rio – que sempre despejou no mar mais de 2.500 m³/s, chegando a 15 mil m³ nas épocas de vertimento da barragem de Sobradinho – está jogando agora só 800 m³/s, tão reduzida é a sua vazão, consequência de cinco anos consecutivos de baixa pluviometria na área dos seus afluentes. 
As autoridades responsáveis pelos recursos hídricos do Ceará estão preocupadas com a posição que começa a assumir o Comitê da Bacia do São Francisco, principalmente por parte dos representantes de Minas Gerais e da Bahia, que sempre foram contrários ao Projeto de Integração de Bacias. Apesar da preocupação, ainda não houve manifestação oficial do Governo cearense a respeito do novo problema.

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Lula vai ser preso. O PT vai implodir.
Se havia alguma dúvida sobre isso, agora não há mais: a delação premiada de João Santana aniquila a ORCRIM...


NO BRASIL VERDE AMARELO
Já está assinado o termo de confidencialidade com a Procuradoria-Geral da República (PGR), para dar início ao acordo de delação premiada do ex-marqueteiro do PT João Santana e sua mulher e sócia, a empresária Mônica Moura. O objetivo é realizar uma delação em dupla.
O termo de confidencialidade é uma pré-delação e antecede a assinatura do acordo com a Justiça. Nesta quinta-feira (21), os dois se encontram pela primeira com o Juiz da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, Sérgio Moro.
Eles serão interrogados pelo suposto recebimento de US$ 4,5 milhões (R$ 14,6 milhões) em 2013 e 2014 do representante no Brasil do estaleiro Keppel Fels e fornecedor da Petrobras, o engenheiro Zwi Skornick.


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