PRIMEIRA EDIÇÃO DE 10-6-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
10 DE JUNHO DE 2016
O ex-ministro da Saúde, José Agenor Álvares deu um jeito de se agarrar em uma boquinha no governo de Michel Temer. Álvares foi secretário-executivo antes de ser efetivado ministro e, agora, ganha uma sala exclusiva para dar expediente na Universidade Aberta do SUS. Funcionários reclamam que a UNA-SUS virou biombo para dilmistas que perderam seus cargos, como o ex-assessor Paulo Coury.
Álvares foi secretário-executivo do ex-ministro Marcelo Castro e recebia R$ 35 mil por mês. Com a queda do abestado, ele assumiu o posto.
O atual local de trabalho de Álvares se destinava à produção de material didático, mas tudo foi desfeito para acomodar o ex-ministro.
A passagem de José Agenor Álvares no comando do ministério foi tão vapt-vupt (15 dias) que ele nem figura na galeria de ex-ministros.
Na UNA-SUS, onde o ex-ministro José Agenor Álvares foi encostado, também dá expediente o ex-governador do DF Agnelo Queiroz (PT).
Afastado pelo Supremo Tribunal Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tenta negociar a salvação do seu mandato de deputado, no Conselho de Ética da Câmara, onde é julgado por quebra de decoro, em troca da renúncia à Presidência da Câmara. Interlocutores de Cunha pediram ao Planalto para ajudar nesse plano, que inclui em sua “punição” a suspensão do mandato por apenas 90 dias, em vez de cassação.
Existem graus de punição pela quebra de decoro: as mais leves são a “censura verbal ou escrita” e a suspensão de prerrogativas regimentais.
As punições mais graves para a quebra de decoro são a suspensão do mandato, já sugerida por aliados de Cunha, e a cassação.
Michel Temer anda tão incomodado quanto qualquer deputado com Waldir Maranhão (PP-MA), aliado de Dilma, na presidência da Câmara.
Michel Temer quer anunciar em Alagoas, dia 14, um alívio para produtores rurais sufocados por dívidas, abrindo caminho para renegociá-las. Assessores da área econômica alegam que não há margem orçamentária, mas ele ordenou que achem uma solução.
Completa 1 mês nesta sexta (10) o pedido da força-tarefa da Lava Jato para Teori Zavascki mandar para Sérgio Moro os inquéritos contra Lula. Ele não tem foro privilegiado, mas continua “sob proteção” do STF.
O jeito Michel Temer de encontrar soluções negociadas ficou claro na questão do funcionalismo. Seu objetivo de encontrar um meio termo foi alcançado: o aumento foi garantido, mas não pode superar a inflação.
Dois dias após prometer só “técnicos altamente qualificados” para dirigir estatais, Michel Temer nomeou Guilherme Campos Jr para a presidir os Correios. Sua “qualificação”: é dirigente do PSD de Kassab.
Diplomata, o ministro Marcelo Calero (Cultura) enfrenta um problema bizarro: ele não consegue encontrar um embaixador que aceite ser seu subordinado, como assessor internacional do ministério, por se tratar de um secretário, portanto, principiante da carreira.
Michel Temer exonerou o secretario-executivo da Comissão de Ética Pública da Presidência, Hamilton Cruz. Ele é suspeito de distribuir “quarentena remunerada” a ex-integrantes do governo Dilma.
Aliados de Michel Temer acreditam que haverá recuperação na avaliação do governo após as medidas econômicas. “Ele pegou um avião que caía embicado”, alega Carlos Marun (PMDB-MS).
O ministro João Otávio Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, recém-eleito Corregedor Nacional de Justiça, fará aula aberta e gratuita no Instituto de Direito Público de São Paulo. Será na segunda (13) às 19h.
Após o STF mandar Jaques Wagner para a vara do juiz Sérgio Moro, já tem baiano sugerindo que o ex-ministro se mude logo para Curitiba.

NO DIÁRIO DO PODER
PARTE DA LAVA JATO
MPF VAI CRIAR FORÇA-TAREFA PARA INVESTIGAR CORRUPÇÃO NA ELETRONUCLEAR
CASO FOI DESMEMBRADO DA LAVA JATO, DAÍ A NOVA FORÇA-TAREFA
Publicado: 09 de junho de 2016 às 16:37 - Atualizado às 20:06
O Conselho Superior do Ministério Público Federal aprovou em reunião na última terça-feira, 7, a criação de uma força-tarefa no Rio de Janeiro para investigar supostos crimes de corrupção, desvio de verbas e fraudes em licitações e contratos na Eletronuclear, estatal subsidiária da Eletrobras. O caso é um desmembramento da Operação Lava Jato.
A decisão foi tomada após parecer favorável da Câmara de Combate à Corrupção do MPF. De acordo com a Procuradoria-Geral da República, a força-tarefa será composta pelo procurador da República Lauro Coelho Júnior, que já atua no caso, além do procurador regional da República José Augusto Vagos e pelo procurador da República Eduardo El-Hage. Inicialmente, o grupo atuará durante três meses
Os casos desmembrados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e enviados à Justiça Federal do Rio de Janeiro não contam com a mesma estrutura da força tarefa de Curitiba e, por isso, andam a passos lentos. A decisão de agora deve amenizar esse problema.
A 16ª fase da Lava Jato, chamada de Radiotividade, identificou possíveis irregularidades em contratos para a construção da usina nuclear Angra 3. A investigação sobre a Eletronuclear foi enviada ao Rio de Janeiro por decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF.
Isso ocorreu porque o ministro não viu relação entre os crimes cometidos na Eletronuclear e na Petrobras. A ação começou a andar em novembro do ano passado, na 7ª Vara Federal Criminal do Rio.
O vice-almirante da Marinha Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, foi preso durante a operação e hoje está em prisão domiciliar. O executivo é suspeito de ter recebido R$ 4,5 milhões em propinas em contratos firmados entre a estatal e as empreiteiras Engevix e Andrade Gutierrez, entre os anos de 2009 e 2014.

OS "PAIS DA PÁTRIA" ESTÃO CHEGANDO
Carlos Chagas
Volta a perturbar a paciência nacional a proposta da convocação de uma “constituinte exclusiva” como parte da reforma política que todo mundo quer mas ninguém faz. Madame, sem ter o que fazer, saiu na frente da sugestão. Em plena crise institucional, num país com dois presidentes da República e nenhum cérebro pensante, só faltava mais essa. Imagine-se a eleição de quarenta ou sessenta “exclusivos” com obrigações especiais, votados sabe-se lá por quem ou onde, com prazo fixo para redigir uma nova Constituição tirada da imaginação da maioria. Estariam fora senadores e deputados com mandato, sem perder suas atribuições constitucionais, podendo, assim, emendar a Constituição vigente, mesmo batendo de frente com a nova?
Quem se candidataria a “constituinte exclusivo”? Tudo indica que os candidatos derrotados na última eleição para deputado ou senador, mais uns tantos desocupados provenientes do “ócio sem dignidade” verificado na periferia de tribunais e bancas de advocacia. Poderiam votar neles apenas os bacharéis? Ou quantos soubessem ler e escrever?
Deveriam pertencer a partidos políticos? Ou ser sabatinados pelas Faculdades de Direito?
Toda Constituição começa a ser redigida a partir de um anteprojeto, mas já que existe uma completa em vigência, o que fazer com ela? Considerá-la revogada por inteiro ou que capítulos preservar?
E a nova, inspirada ou copiada da atual? Teria o Congresso poderes para alterar o texto dos “exclusivos”? Por falar nestes, onde se reuniriam? Em Brasília, nos plenários da Câmara ou do Senado? No Mané Garrincha sobraria lugar, excelente sugestão para aumentar seu número. Os paulistas reivindicariam as Arcadas, mas os baianos?
Na hora da promulgação, não seria preferível a outorga? Os “exclusivos” exigiriam mandatos eternos, como “pais da pátria”?

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Dilma dá aula de biologia política a José Trajano, Juca Kfouri, Zé Celso, Fernando Morais, Mercadante e Cerqueira Leite. A lógica foi espancada!
Em almoço em condomínio chique de Campinas, Dilma ignora o bom senso para uma plateia pouco interessada nos fatos
Por: Reinaldo Azevedo
09/06/2016 às 23:29
Quando era presidente, Dilma se fez notável por não ter aprendido a diferença entre um mosquito e um vírus. Também criou a teoria de que era o ovo — que, segundo ela, era posto “principalmente pela mosquita” (!!!) — que transmitia dengue, zika e chikungunya. Mais refinados do que suas aulas de biologia, só os seus tratados de antropologia, que não pouparam a bola, a mandioca, a criança e o cachorro…
Dilma com um prato de salada na casa de Cerqueira Leite (de pulôver vermelho): quase vegetariana, com paixões sanguinolentas. Ao fundo, à direita, Paulo Sérgio Pinheiro
Nesta quinta, 09, Dilma almoçou na casa do físico Rogério Cézar de Cerqueira Leite, num condomínio chique em Campinas. E resolveu voltar às suas aulas de Biologia, agora aplicadas à política. A mulher que levou o Brasil à bancarrota; que teve a campanha eleitoral financiada por recursos ilegais; que quebrou a Petrobras; que fabricou ao menos três anos de recessão; que fez a inflação fugir do controle; que mandou os juros para os cornos da Lua; que fabricou o maior déficit fiscal da História; que conduziu a infraestrutura brasileira ao colapso; que quebrou o setor elétrico… Bem, esta senhora se esmerou na teoria.
Disse a Lírica da Mandioca:
“Há, de fato, um golpe no Brasil. Mas há algo pior que um golpe. Quando você destrói ou cria mecanismos que levam à destruição do regime democrático, você pode fazer de dois jeitos, o jeito do golpe militar, que é como se cortasse a árvore com o machado, ou do jeito do golpe parlamentar, em que você pega a árvore da democracia e infesta de parasitas”.
Como se sabe, democracia limpa, sem pragas, é aquela que era comandada por Lula, José Dirceu, João Vaccari Neto, Delúbio Soares, Dilma Rousseff… E que tinha como protagonistas patriotas como Paulo Roberto Costa, Renato Duque, José Sérgio Gabrielli, Guido Mantega, os companheiros empreiteiros…
Ouviram atentamente os ensinamentos da professora Dilma, além do anfitrião, o dramaturgo José Celso Martinez Correa, os jornalistas José Trajano e Juca Kfouri, o escritor bolivariano Fernando Morais e Aloizio Mercadante, aquele senhor que, quando ministro da Educação (!!!), manteve um encontro com o assessor de Delcídio do Amaral, que estava preso, para tentar convencer o então parlamentar a não fazer acordo de delação premiada. Em troca, a família receberia o auxílio necessário. Também estava presente Marcos Pochmann, que chefiou o Ipea e se tornou notável por perseguir adversários ideológicos.
Dilma fornece suas iluminações a José Trajano (de costas) e Juca Kfouri: aula sobre parasitas
Dilma, cuja campanha recebeu dinheiro no caixa dois de empreiteiras e lobistas, grana confessadamente oriunda de propina, continuou a sua especulação intelectual: afirmou que o tal golpe foi dado pela “direita” — logo, entende-se que o dinheiro sujo que a financiou era de esquerda, certo? A direita, no caso, segundo ela, é o PMDB. Quando o partido estava na sua base de apoio, era de centro. E todos anuíam, fazendo com a cabeça o sinal quase universal da sabujice. Como eu sei?
Este blog tem leitores no mundo inteiro. Naquele condomínio também, ora. Na verdade, estava lá. Vejam as fotos exclusivíssimas.
Dilma engana a dieta com um docinho. Tudo bem: Pochmann, presente, lembrava que a vida pode ser sem doçura
E Dilma resolveu encerrar com uma aula de Lógica para quem faz questão de ter os dois pés no chão e as duas mãos também: disse que o tal “golpe” foi patrocinado pelo PMDB para impedir que a Lava-Jato chegasse à sua cúpula. E a prova seriam os diálogos gravados por Sérgio Machado.
Huuummm… A plateia era toda de esquerda, o que implica, de antemão, que a lógica não se fazia presente. De resto, essa disciplina certamente não é da predileção de um dramaturgo idiossincrático, de um escritor bolivariano e de um economista dito “desenvolvimentista”. Poderia ser do interesse de dois jornalistas esportivos, mas eles certamente estavam lá, como se diz, “a nível de pessoas”, né?
Houvesse seres lógicos ali, ao menos um teria se lembrado de perguntar:
— Presidenta, se o PT diz que a Lava Jato é um articulação de setores de direita que tomaram conta do MP e da PF, como diz o Rui Falcão, por que a direita iria derrubá-la para atacar justamente a Lava-Jato?
— Presidenta, se as gravações de Sérgio Machado provam o golpe do PMDB para atingir a Lava Jato, como é que vieram a público com o PMDB já no poder, alvejando justamente o partido?
— Presidenta, quanto é 13 menos 4?
E ela teria respondido com a convicção de sempre:
— Lindinho, isso eu já ensinei! Sete!

Jandirão é vítima de sua concepção de mundo. Ou: A comunista e a empreiteira
Deputada estridente do PCdoB que foi financiada por empreiteira está na lista de Sérgio Machado
Por: Reinaldo Azevedo
09/06/2016 às 21:19
Como vocês sabem, viciosos são os outros, não é? Os comunistas e esquerdistas genéricos, não. Serão sempre inocentes, mesmo quando culpados.
No dia 22 de fevereiro de 2015, o Blog do Coronel informou que a deputada Jandira Feghali (RJ), uma legítima comunista do Brasil, havia recebido doações de subsidiárias da Construtora Queiroz Galvão, investigada no petrolão. Transcrevo trecho do post escrito há quase um ano e cinco meses:
“Aí a gente vai ao TSE ver quem sustentou a campanha da descabelada comunista. Em primeiro lugar, duas empresas do Grupo Queiroz Galvão, que está sendo processada para devolver mais de R$ 1 bilhão por participar do esquema do Petrolão. A Energia Verde Produção Rural entrou com R$ 300 mil e a Companhia Siderúrgica Vale do Pindaré com outros R$ 110 mil. Além disso, a donzela furada Feghali recebeu mais R$ 50 mil do Estaleiro Brasfels, envolvido até a casa de máquinas na roubalheira instalada na Petrobras. Não esquecer que o PCdoB tem grande influência na estatal, pois comanda a Agência Nacional do Petróleo há anos!”
Nota - antes que continue: o titular do Blog do Coronal, que não gostava de ter seu nome divulgado, morreu, infelizmente, no dia 15 de março deste ano. Eu o conhecia. Era um profissional sério e competente. Adiante.
O Blog do Coronel noticiou a doação porque Jandira — conhecida por “Jandirão” em razão da maciez do seu estilo — era uma das que corneteavam contra as doações privadas, embora tivesse recebido uma bolada justamente de subsidiárias de uma empresa investigada.
Agora se sabe que a ínclita comunista foi citada por Sérgio Machado na lista dos políticos que teriam recebido dinheiro por sua influência. Chato pra ela, né? Jandirão foi uma das que usaram as gravações de Machado para tentar desestabilizar o governo Temer. Agora, ela própria tem de responder.
A mulher tenta se explicar:
“Na campanha de 2008, conversei com Machado sobre a possibilidade de sua ajuda pessoal, sim. Mas afirmo que não há qualquer contribuição da Queiroz Galvão em minhas campanhas através de Sérgio Machado, apenas de duas subsidiárias em 2014 por contato direto através do PCdoB.”
Ah, bom! E ela foi adiante:
“Lembro que todas as empresas que atuam no setor naval e que contribuíram para minha campanha estão registradas oficialmente com nome e valor. Neste período, também não havia denúncias de envolvimento na Lava Jato.”
Como, senhora?
A Operação Lava Jato foi deflagrada em abril de 2014. As doações que Jandira tem de explicar são de 09 e 25 de setembro daquele ano e de 15 de outubro. Ah, todo mundo já sabia, sim, que as empreiteiras estavam envolvidas até o talo. Paulo Roberto Costa havia decidido fazer delação em agosto…

Jandira, claro!, ainda tenta posar de heroína. Para quem vive a apontar o dedo contra os outros, é um desconforto e tanto, admita-se. É claro que a hipocrisia dessa gente não me assusta.
Quando o governo lançou a tal Campanha do Desarmamento, em 2012, uma de suas propagandistas foi a então ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário (PT-RS). Ela dizia com todas as letras que a venda de armas legais fazia um mal imenso à sociedade…
Pois é…
Quando concorreu à Prefeitura de Porto Alegre, Rosário recebeu uma doação da… Taurus, como se vê abaixo:
Concluo
Convenham: não se é comunista com um mínimo de pudor. Em alguns casos, falta também o senso de ridículo.
Terminarei citando Marx, já que, por óbvio, Jandirão não leu: ela se tornou vítima de sua própria concepção de mundo.

NO BLOG DO JOSIAS
José Sarney suspeita de ‘flagrante preparado’
Josias de Souza
10/06/2016 03:36
Em petição endereçada ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, José Sarney insinua que pode ter sido vítima de um “flagrante preparado”. Pede acesso à íntegra da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Reivindica também o direito de se manifestar antes que o STF delibere sobre o pedido de prisão formulado pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot — no seu caso, que já tem 86 anos, prisão domiciliar com tornozeleira.
Sarney dirigiu-se a Teori por meio dos seus advogados. Ele é defendido pelo escritório de Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Queixou-se do vazamento das gravações de suas conversas com o ex-amigo Sérgio Machado. “No entender da defesa, o motivo primordial de tal vazamento reside, evidentemente, em uma intenção deliberada de constranger o Supremo Tribunal Federal, de tentar provocar algum tipo de reação popular contra o Judiciário e em favor da decretação das prisões.”
O objetivo não foi alcançado, avalia a defesa de Sarney. “Ainda assim, tal vazamento não pode ser tratado como lugar comum, merece reflexão, obriga a uma apuração cuidadosa e profunda.” Desde logo, isentou-se Rodrigo Janot de culpa pelo vazamento. “…A defesa acredita e confia fielmente na isenção, na integridade e correção do procurador-geral” da República.
Para Sarney e seus advogados, é essencial esclarecer o que levou Sérgio Machado a gravar os diálogos com Sarney e com os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá. Empilharam-se alternativas na petição. Pode ter sido “uma decisão autenticamente voluntária, íntima e pessoal”. Mas também pode ter ocorrido “algum tipo de determinação ou sugestionamento por autoridade investigativa.”
O objetivo da prosa da defesa é, evidentemente, invalidar os áudios captados por Sérgio Machado como uma prova lícita. “Interessante ponderar que, caso tenha de fato havido algum tipo de ‘ação controlada’ quando da realização das escutas, tal investida investigativa parece ter sido realizada à revelia de decisão judicial, […] o que torna a prova flagrantemente ilegal.”
Também nesse ponto, Sarney e seus defensores fazem média com Rodrigo Janot: “Talvez o próprio procurador-geral da República pode não ter sido cientificado da medida, assim crê a defesa, em razão da clandestinidade do expediente e do próprio proceder do relator em meio aos diálogos.” O texto realça que, “em várias oportunidades”, Sérgio Machado “ataca” Rodrigo Janot.
Para reforçar a tese de que Sérgio Machado pode ter sido orientado pelos investigadores, a defesa de Sarney cita notícia veiculada nesta quinta-feira (9) no site Consultor Jurídico, sob o título “Em depoimento, Cerveró diz que gravação de Delcídio foi ‘sugestão do procurador’.” A petição de Sarney reproduz um trecho da notícia:
Diz o seguinte: “Em depoimento a um dos responsáveis pela operação Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró disse que seu filho gravou a reunião que levou Delcídio do Amaral à prisão ‘com sugestão do próprio procurador’. Logo depois, no entanto, ele trocou olhares com seus advogados e mudou a versão: disse que o procurador apenas alertou que, sem provas, a acusação de que o ex-senador conspirava sua soltura não teria validade.”
Os defensores de Sarney emendam: “…Fica o estranhamento com o fato e a impressão de que a audida gravação possa estar contaminada pela ilicitude, em razão de eventualmente vir a caracterizar a chamada ‘prova induzida, modalidade dequiparada ao ‘flagrante preparado’.” O que reforça, “a necessidade de acesso à íntegra dos termos da delação premiada de Sérgio Machado, bem como ao pedido de prisão divulgado pela imprensa.”
Por razões óbvias, Sarney não poderia ter acesso prévio aos dados que fundamentam o pedido de sua prisão cautelar. Mas a defesa do ex-presidente anotou em na petição que “o Código de Processo Penal, em seu artigo 286, assegura à parte contrária [no caso concreto, Sarney] a ciência e acesso à medida cautelar quando inexiste hipótese de urgência ou perigo de ineficácia.” Nessa hipótese, Sarney poderia exercer previamente o seu direito de defesa.
Sarney pede a Teori Zavascki que autorize seus advogados a tirar cópias do pedido de prisão subscrito pelo procurador-geral Rodrigo Janot, da íntegra da delação de Sérgio Machado e dos áudios gravados pelo delator. Além da manifestação prévia por escrito, a defesa de Sarney reivindica, desde logo, a prerrogativa de fazer uma sustentação oral no Supremo, caso o relator Teori resolva partilhar sua decisão com o plenário do tribunal.

Josias de Souza
09/06/2016 20:21
Ao encampar a espantosa explicação de Eduardo Cunha sobre o dinheiro achado nas contas secretas na Suíça, os aliados do deputado estão, no fundo, pedindo ao brasileiro que faça como eles: se finja de bobo pelo bem da governabilidade. Todos sabem que Cunha mentiu ao dizer que não tem contas no estrangeiro. Mas não convém arriscar a estabilidade do regime por algo tão politicamente supérfluo como a verdade. O diabo é que o doutor Sérgio Moro, ao transformar em ré a mulher de Cunha, Cláudia Cruz, atrapalha a combinação de que o marido dela não fez nada que justifique uma cassação de mandato.
Moro e os investigadores da Lava Jato deixam a infantaria congressual de Cunha numa situação surreal: há uma dinheirama na Suíça que ninguém pode comentar na Câmara. Mas o coordenador da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, afirma que a mulher de Cunha, servindo-se de parte dessa verba invisível, “cometeu dois tipos de lavagem de dinheiro: 1) ocultação no exterior de mais de US$1 milhão, fruto de propinas recebidas pelo marido Eduardo Cunha; e 2)conversão desse dinheiro em bens de luxo.”
O procurador Dallagnol traduziu a encrenca para o Português das ruas: “Dinheiro público foi convertido em sapatos e roupas de grife.” Estava combinado entre Cunha e seus devotos que o dinheiro é de um trust. E não se fala mais nisso. Mas Dallagnol insiste em estragar a festa que faz da Câmara uma Casa de bobos coniventes. “Criminosos do passado usavam laranjas e testas de ferro. Os criminosos mais modernos, mais sofisticados, usam offshores e trusts”, disse o procurador.
A tentativa de livrar a cara de Eduardo Cunha na Câmara é apenas mais uma história mal contada da pilhagem do Estado brasileiro, cujo elo mais obscuro e ainda pouco examinado é a devoção de um grupo '$uprapartidário' de deputados que conclamam ao sacrifício da inteligência coletiva sem se preocupar em esconder o código de barras. A Lava Jato tornou mais vergonhosa a pantomima.

NO O ANTAGONISTA
Economia 10.06.16 07:51
A proposta de teto para o gasto público será encaminhada ao Congresso Nacional na semana que vem.
O governo de Michel Temer será recordado por essa medida: se ele conseguir aprová-la, será um sucesso; caso contrário, será um fracasso...
Brasil 10.06.16 07:27
O impeachment será aprovado.
Mas tem um custo...
Brasil 10.06.16 07:19
Dilma Rousseff, ontem à tarde, foi a Campinas, em jatinho fretado pelo PT.
Ela se reuniu com ilustres intelectuais...
Brasil 10.06.16 06:51
Depois dos depoimentos de Zwi Skornicki (e de Marcelo Odebrecht), que mostram o caminho da propina até sua campanha eleitoral, Dilma Rousseff só quer escapar da cadeia.
Por isso ela desistiu de seu mandato...
Brasil 10.06.16 06:25
Dilma Rousseff resolveu cassar o próprio mandato.
Em sua entrevista para a TV Brasil, contrabandeada por Ricardo Melo, ela defendeu um plebiscito para antecipar as eleições presidenciais...
Brasil 10.06.16 05:55
Os anúncios da Caixa estão desaparecendo da esgotosfera. Os da Petrobras, por outro lado, continuam lá.
A área de propaganda e marketing da Petrobras ainda não foi devidamente escarafunchada pela Lava Jato...
Brasil 09.06.16 21:42
O Palácio do Planalto trabalha com a tese de que a nomeação de Ricardo Melo se enquadra na tese de "desvio de finalidade", a mesma usada para anular a nomeação de Lula para a Casa Civil...
Brasil 09.06.16 20:47
O Estadão informa que Teori Zavascki deu prazo de cinco dias para Eduardo Cunha apresentar defesa na ação em que é acusado de receber R$ 5 milhões em propina de contratos de navios-sonda da Petrobras...
Brasil 09.06.16 20:37
Lauro Jardim diz que Michel Temer só escolherá um novo ministro do Planejamento após o impeachment...
Brasil 09.06.16 20:31
O Radar informa que as nomeações para cargos nos escalões inferiores do governo Michel Temer estão paradas por causa de um "pente fino" feito pelo GSI e a Casa Civil nos currículos dos indicados...
Brasil 09.06.16 20:12
Dilma Rousseff não vai mais participar amanhã do ato organizado pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo, em São Paulo...
Brasil 09.06.16 20:01
Após ser citada na delação de Sérgio Machado, Jandira Feghali foi tentar esclarecer o episódio e se complicou mais...
Brasil 09.06.16 19:56
Presidente do TSE, Gilmar Mendes pediu à PF e PGR que investiguem falhas identificadas na computação de votos na eleição de 2014...

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