PRIMEIRA EDIÇÃO DE 03-6-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
03 DE JUNHO DE 2016
Funcionários do Banco do Brasil estão intrigados com o sumiço de computadores de sua Diretoria de Governo, às vésperas da votação do impeachment. A suspeita é de “queima de arquivos” ou “sabotagem”, para sonegar arquivos essenciais ao novo governo. O BB confirmou a remoção na última semana da gestão Dilma, mas o objetivo seria “modernizar” os equipamentos ou “transferi-los” para outros setores.
Especialistas em tecnologia explicam: dados sigilosos ficam no disco rígido (HD) dos computadores, e não na rede ou na “nuvem”.
Ao contrário das informações institucionais e do sistema de rede do BB, o que está nos HD’s dos computadores pode não ser recuperado.
O que é segredo de justiça, por exemplo, fica guardado só no disco do computador, diz um funcionário, daí a pressa no sumiço dos arquivos.
O diretor de Governo do BB era Jânio Carlos Macedo desde outubro de 2015. Agora ele é secretário-executivo do Ministério do Trabalho.
De janeiro a maio, o governo que era chefiado por Dilma Rousseff gastou apenas R$3,24 bilhões com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a maior promessa de campanha do PT. Esse valor representa irrisórios 10,3% do total de R$31,62 bilhões destinados para o programa, em 2016. Os dados foram obtidos junto ao Siafi, o Sistema Integrado de Administração Financeira, a que esta coluna teve acesso.
Dos R$31,6 bilhões determinados pelo Orçamento, Dilma empenhou R$12,2 bilhões para este ano. Não chega à metade do valor aprovado.
O PAC surgiu no governo Lula com a promessa de “revolucionar” os gastos em investimento em infraestrutura. Tudo conversa mole.
Eleita em 2010 com a promessa de ser uma “grande gestora”, Dilma virou uma espécie de madrasta perversa do PAC.
No Fórum Nacional de Administração, Gestão e Estratégia, o juiz Sérgio Moro rasgou elogios ao ministro Fábio Medina, chefe da Advocacia Geral da União (AGU). Quem detestou isso, irritado, foi José Eduardo Cardozo, que fez da AGU apenas uma “AGD”, “D” de Dilma.
O presidente Michel Temer já definiu que sua primeira viagem será para inspecionar as obras da transposição do Rio São Francisco, em Alagoas e Pernambuco, na próxima semana.
O presidente da comissão processante, Raimundo Lira (PMDB-PB), tem sido paciente demais com a “bancada do holofote”, na qual o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) é “líder”, mais interessada na TV.
Foi o Gabinete de Segurança Institucional, dissolvido por Dilma e recomposto no governo Michel Temer, que promoveu a expulsão dos invasores de uma entidade de “sem teto”. A PM só chegou depois.
O senador Magno Malta (PR-ES) rebateu aliados de Dilma que sobram com o retorno da afastada. Foi na jugular: “Dilma vai voltar sim, mas para o Rio Grande do Sul”.
O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) ironizou as críticas petistas ao governo do presidente Michel Temer, que está no cargo há apenas 20 dias, fazendo parecer que foi ele quem governou o País por 13 anos.
Repercutiu bem no meio jurídico a posse do novo ministro do STM (Superior Tribunal Militar), Péricles Aurélio Lima de Queiroz. O subprocurador assumiu a vaga destinada a membros do Ministério Público Militar, antes ocupada pelo ministro Olympio da Silva Junior.
Quem fez a Câmara aprovar o reajuste de servidores foi o próprio ministro Henrique Meirelles (Fazenda). Ele disse a políticos do PSDB que o benefício político era maior que o custo para os cofres públicos.
...a lorota de Dilma & Cia sobre “golpe” faz lembrar a célebre fase do embaixador José Aparecido: “O mentiroso acaba acreditando na própria mentira...”

NO DIÁRIO DO PODER
ACRÔNIMO
OPERADOR DE PIMENTEL ARMAZENAVA DINHEIRO SUJO EM QUITINETE
CAMPANHA DO PT EM MINAS FOI ABASTECIDA POR DINHEIRO ESTOCADO
Publicado: 03 de junho de 2016 às 00:35 - Atualizado às 00:38
Uma quitinete em Brasília era usada para estocar dinheiro vivo, arrecadado para a o caixa dois de campanha, de onde era retirado para abastecer a campanha de Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas Gerais, em 2014, segundo revelou em depoimento sob delação premiada o empresário Benedito de Oliveira Neto, o Bené, o principal “operador” do candidato petista.
Em sua delação na Operação Acrônimo, Bené contou que chegou a estocar R$12 milhões em dinheiro vivo na quitinete, segundo a revista Época. Foi assim, por exemplo, com o esquema relatado no aeroporto da empresa JHSF, em São Roque. Além dos R$ 3,2 milhões para o PT, Bené disse que pegou R$ 250 mil em dinheiro vivo. “Esses valores foram transportados pelo colaborador para Brasília e mantidos guardados na quitinete que utilizava para estocar os valores que seriam empregados na campanha eleitoral de Fernando Pimentel.”
A delação de Bené afirma ainda que a JHSF pagou caixa dois de campanha, simulando um contrato com o instituto de pesquisas Vox Populi. “Cerca de R$ 750 mil foram pagos mediante a quitação de despesas da campanha eleitoral de Pimentel junto ao Instituto Vox Populi. E, para viabilizar esse pagamento ao Instituto Vox Populi, o colaborador conversou com Humberto e com um diretor comercial do instituto, Marcio Hiran, para que eles ajustassem a emissão da nota fiscal e a efetivação do pagamento. Os serviços declarados na nota fiscal não foram efetivamente prestados ao grupo JHSF, mas sim à campanha eleitoral de 2014 de Fernando Pimentel.”
Em nota, o advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, desqualifica a delação de Bené. "É preciso lembrar que a delação por si só não é elemento de prova e a divulgação de parte de seu suposto conteúdo, ainda na fase do primeiro depoimento, além de ilegal, o que pode invalidá-la, não tem outro sentido senão o de influenciar a opinião pública e promover a antecipação da condenação do investigado", diz.
A JHSF afirmou que recebeu "com surpresa a notícia de que foi mencionada em delação premiada" de Bené. A empresa afirma que "não cometeu qualquer ilícito, tendo feito apenas contribuições na forma da lei". O Vox Populi diz que não comenta delações.

OPERAÇÃO ACRÔNIMO
DÍVIDA DE CAMPANHA DE DILMA FOI PAGA COM DINHEIRO PÚBLICO, DIZ BENÉ
GOVERNO PAGOU DÍVIDA DE R$44,7 MILHÕES DA CAMPANHA DE DILMA
Publicado: 03 de junho de 2016 às 00:06 - Atualizado às 00:59
O empresário Benedito Oliveira Neto, o Bené, delator da Operação Acrônimo , afirmou à Polícia Federal que Giles Azevedo, homem de confiança e ex-chefe de gabinete da presidente Dilma Rousseff usou dinheiro público, em um contrato de publicidade do Palácio do Planalto, em 2015, com a agencia Click, para quitar dívidas da campanha presidencial de 2010 no valor de R$44,7 milhões.
O uso de dinheiro público para pagar dívidas de campanha de Dilma ocorreu entre 2014 e 2015, quando as operações Lava Jato e Acrônimo já haviam sido deflagradas há muito tempo.
Esta é a primeira vez que a Polícia Federal obtém evidências de que o Planalto chefiado por Dilma desviou dinheiro público da Presidência da República para quitar caixa dois de campanha. A informação é da revista Época.
Bené é acusado de ser o principal operador do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior de Dilma.

RAINHA DA CASCATA NO RIO
DENUNCIADA NO STF POR OBSTRUIR A LAVA JATO, DILMA ACUSA OS ADVERSÁRIOS
DILMA RESPONDE NO STF POR OBSTRUIR LAVA JATO, MAS ACUSA RIVAIS
Publicado: 02 de junho de 2016 às 22:53 - Atualizado às 00:53
Denunciada pela Procuradoria Geral da República (PGR) por obstrução da Justiça, exatamente com o objetivo de impedir ou dificultar as investigações da Operação Lava Jato, a presidente afastada Dilma Rousseff fez jus ao apelido de “Rainha da Cascata”, atribuído pelos seus críticos, ao participar de ato no Rio de Janeiro, nesta quinta (2), quando acusou políticos do PMDB de assumir o governo com o objetivo de impedir o andamento das investigações. Dilma sabe, por sua própria experiência, que o governo não tem esse poder.
Dilma foi denunciada pela PGR de tentar obstruir a ação da Justiça quando nomeou Lula no cargo de ministro da Casa Civil logo após o ex-presidente ter sido conduzido para depor sob vara, na Polícia Federal. O procurador-geral Rodrigo Janot se convenceu de que o objetivo da nomeação foi garantir a Lula foro privilegiado, a fim de impedir que ele fosse alvo de outras iniciativas do juiz federal Sérgio Moro, coordenador da Lava Jato.
Outra denúncia da PGR contra Dilma decorre da revelação do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT/MS), que, líder do seu governo, recebeu dela a incumbência de tratar da nomeação do advogado Marcelo Navarro para o cargo de ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob a condição de tomar decisões favoráveis a bandidos investigados e até já presos na Lava Jato, como o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht.
Apesar de ser a presidente que tentou e não conseguiu atentar contra a Lava Jato, Dilma afirmou, em discurso durante ato contra o impeachment, que seu afastamento é uma tentativa de impedir a continuidade da operação, e classificou como "assustador" os primeiros dias da gestão do presidente em exercício, Michel Temer (PMDB).

DELAÇÃO DIVULGADA
CERVERÓ: RENAN ME CHAMOU PARA RECLAMAR DE 'FALTA DE PROPINA'
CERVERÓ DIZ EM DELAÇÃO QUE RENAN RECLAMOU DA FALTA DE GRANA
Publicado: 02 de junho de 2016 às 20:51 - Atualizado às 22:55
Em delação premiada à Procuradoria-Geral da República, na Operação Lava Jato, o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró afirmou que, em 2012, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) o chamou em seu gabinete no Senado para reclamar da 'falta de propina'. Na ocasião, o presidente da casa era José Sarney (PMDB/AP). As informações sobre Renan Calheiros estão no Termo de Colaboração 28 de Cerveró que tem como tema ‘Negociações de propina na BR Distribuidora’.
Renan, presidente do Senado, é alvo de 12 inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Ele aparece em áudios gravados pelo ex-presidente da Transpetro e seu ex-aliado Sérgio Machado criticando a Operação Lava Jato e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a quem chama de ‘mau caráter"
"Em 2012, o declarante (Nestor Cerveró) foi chamado no gabinete de Renan Calheiros no Senado Federal. Na ocasião, Renan Calheiros reclamou da falta de repasse de propina por parte do declarante", relatou Cerveró. "O declarante explicou que não estava arrecadando propina na BR Distribuidora; que então Renan Calheiros disse que a partir de então deixava de prestar apoio político ao declarante; que no entanto, o declarante permaneceu na Diretoria Financeira e de Serviços, da BR Distribuidora."
Cerveró foi diretor na Petrobras entre 2003 e 2008 e, em seguida, diretor financeiro da BR Distribuidora. O executivo está preso desde janeiro de 2015 na Lava Jato. Foi o pivô da cassação do ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS).
No depoimento, Cerveró contou que em 2009, depois da posse de José de Lima Andrade Neto na presidência da BR Distribuidora, foi feita uma reunião no anexo do hotel Copacabana Palace, da qual teriam participado o empresário Pedro Paulo Leoni Ramos, o PP, que segundo o ex-diretor estaria representando o senador Fernando Collor de Mello (PTC/AL). Também estavam no encontro Renan Calheiros, Delcídio e o próprio Cerveró.
"Nessa reunião, José de Lima Andrade Neto foi bastante didático ao explicar que os negócios nos quais haveria ‘discricionaridade’ da BR Distribuidora eram a compra de álcool, o aluguel de caminhões para transporte de combustível e a construção de bases de distribuição de combustíveis; que esses seriam os negócios que poderiam render propina mais substancial na BR Distribuidora", declarou Cerveró.
O ex-diretor prosseguiu. "Nos outros negócios da BR Distribuidora não haveria maior liberdade financeira; que na ocasião José de Lima Andrade Neto se disponibilizou a ajudar os políticos interessados; que o declarante foi chamado para a reunião porque tinha sido diretor internacional da Petrobras e sabia como as coisas funcionavam."
O ex-diretor foi condenado em dois processos na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro. Em uma das ações, Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato na primeira instância, impôs 12 anos e 3 meses de prisão para Cerveró. Em sua primeira condenação, o ex-diretor foi condenado a 5 anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro na compra de um apartamento de luxo, de R$ 7,5 milhões, em Ipanema, no Rio.
A reportagem procurou Renan Calheiros, Fernando Collor e José de Lima Andrade Neto. O espaço está aberto para manifestação.
"Pedro Paulo Leoni Ramos não comenta delações premiadas e se manifestará nos autos, fórum adequado para a apresentação de sua defesa".

DELAÇÃO
PETROBRAS ORIENTOU NEGÓCIO COM EMPRESA DE FILHO DE FHC, DIZ CERVERÓ
EMPRESA DO FILHO DE FHC, FOI CONTRATADA A MANDO DA PETROBRAS
Publicado: 02 de junho de 2016 às 20:34
Em sua delação premiada, o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró disse que, dentre as irregularidades que presenciou na estatal durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB/1994-2002) está a contratação de uma empresa do filho do ex-presidente, Paulo Henrique Cardoso, "por orientação do então presidente da Petrobras Philipe Reichstul, por volta de 2000".
A PRS Energia, pertencente ao filho do tucano, acabou se associando à Petrobras naquele período para gerir a Termorio. Trata-se da Termorio, maior termoelétrica a gás do Brasil, construída pela multinacional francesa Alstom e que custou US$ 715 milhões.
Segundo Cerveró relatou em sua delação, na época o operador de propinas na Petrobras e lobista Fernando Baiano estava fazendo lobby para a estatal se associar à espanhola Union Fenosa para gerir o empreendimento. Baiano e os representantes da empresa, inclusive vieram ao Brasil no período para tratar com Cerveró sobre o tema. Na época, Cerveró era subordinado a Delcídio Amaral na Diretoria de Gás e Energia da Petrobras.
"Que Fernando Antônio Falcão Soares (Fernando Baiano) e os dirigentes da Union Fenosa acreditavam que o negócio estava acertado, faltando apenas a assinatura para a finalização; Que no entanto, o negócio já estava fechado com uma empresa vinculada ao filho do Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, de nome Paulo Henrique Cardoso", relatou Cerveró.
"Que o negócio havia sido fechado pelo próprio declarante, por orientação do então presidente da Petrobras Philippe Reichstul", segue o delator contando ainda que o fato deixou tanto Baiano quanto os representantes da empresa espanhola "contrariados". Ainda de acordo com ele, até Delcídio Amaral também ficou contrariado pelo fato de o fechamento do negócio envolvendo sua diretoria ter sido determinado pela presidência da Petrobras na época.
Ainda de acordo com Cerveró, o então diretor chegou a "fazer ameaça de votar contra a aprovação do negócio na Diretoria Executiva da Petrobras", quando soube do fato, mas acabou recuando depois e votou pela aprovação do negócio na Diretoria Executiva da estatal.
Em 2003, pouco tempo depois da transação, a Petrobras acabou adquirindo a participação da PRS na Termorio, de 7%, por US$ 19 milhões.
A reportagem entrou em contato com o Instituto Fernando Henrique Cardoso, mas o ex-presidente e seu filho estão em viagem e ainda não foram localizados para comentar o assunto.

CERVERÓ
DELATOR ACUSA EX-PRESIDENTE DE RECEBER PROPINA DE ATÉ R$20 MILHÕES
PAGAMENTOS A COLLOR TERIAM SIDO FEITO PELA EMPREITEIRA UTC
Publicado: 02 de junho de 2016 às 20:22 - Atualizado às 23:22
Em delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró acusou o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) de receber entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões da UTC para que a empresa construísse as bases de distribuição de combustíveis da BR Distribuidora, subsidiária da estatal. Segundo o delator, a empresa ganhou todas as licitações da BR desde que ele assumiu sua diretoria, em 2008.
Cerveró indicou que a empreiteira foi responsável pela construção de pelo menos duas bases de distribuição da subsidiária: a de Porto Nacional, em Tocantins, e de Cruzeiro do Sul, no Acre. Além disso, a empreiteira foi responsável pela ampliação do terminal de distribuição de combustíveis de Duque de Caxias. Todas as obras foram licitadas pelo diretor de operações logísticas da subsidiária, José Zonis, afilhado de Collor na empresa.
O pagamento da propina ao senador era feito por intermédio de Pedro Paulo de Leoni Ramos, ex-ministro da gestão de Collor e apontado como o seu representante no esquema de corrupção na Petrobras. De acordo com Cerveró, Pedro Paulo chegou a mostrar uma tabela feita pelo próprio senador com indicação de valores que deveriam ser pagos a ele em relação a cada negócio da BR Distribuidora.
Ainda segundo Cerveró, os valores indicados por Collor na tabela eram "bastante elevados", e que Pedro Paulo chegou a perguntar a ele como o ex-diretor iria viabilizar o repasse de tanto dinheiro. "Te vira que esse problema é teu", teria respondido Cerveró ao operador do senador.
A delação do ex-diretor da Petrobras foi homologada no fim do ano passado se tornou pública nesta quinta-feira, 2, no sistema interno do Supremo Tribunal Federal. As declarações dele são similares às prestadas pelo próprio dono da UTC Ricardo Pessoa. Ele confirmou que repassou a Collor R$ 20 milhões para conseguir obras de infraestrutura na BR licitadas na gestão do presidente José Lima de Andrade Neto.
Collor e Pedro Paulo já foram denunciados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela suposta prática de corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato. Pedro Paulo já é alvo de duas denúncias na Corte e Collor, de outras cinco investigações sobre seu envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.
A defesa de Collor nega que o senador tenha participado dos processos internos e licitações realizadas pela BR Distribuidora e afirma que jamais recebeu propina da UTC.

LAVA JATO
CERVERÓ AFIRMA QUE DILMA MENTIU SOBRE COMPRA DE PASADENA
EX-DIRETOR: DILMA SABIA DA COMPRA SUPERFATURADA DE REFINARIA
Publicado: 02 de junho de 2016 às 19:58
A presidente afastada Dilma Rousseff mentiu ao afirmar que ignorava os detalhes da compra superfaturada da refinaria de Passadena, nos Estados Unidos, que trouxe prejuízo aos cofres da Petrobras, segundo afirmou em delação premiada o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
O teor das delações foi tornado público nesta quinta-feira (2), após retirada do sigilo do processo pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, a pedido da Procuradoria Geral da República. Em razão do acordo, Cerveró deixará a prisão no próximo dia 24 e terá de devolver R$17 milhões roubados da Petrobras.
Avaliada um pouco antes em US$42,5 milhões, a refinaria acabaria sendo adquirida pela Petrobras por US$1,3 bilhão. Na ocasião, Dilma Rousseff era presidente do Conselho de Administração da estatal, que aprovou a compra.
Cerveró confirmou que Dilma “tinha todas as informações sobre a refinaria de Pasadena” e que o conselho “não aprova temas com base em resumo executivo”, como ela chegou a afirmar no início das investigações. Ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Cerveró disse que o projeto foi aprovado na Diretoria Executiva da Petrobras numa quinta-feira e na sexta-feira o projeto foi aprovado no Conselho de Administração. Afirmou ainda que esse procedimento não era usual.
Cerveró diz que “não corresponde à realidade” a afirmativa de Dilma de que somente aprovou a aquisição porque não sabia das cláusulas do contrato que trouxeram prejuízo à Petrobras.
Maracutaias
Delatores da Lava Jato como o senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido-MS), disseram ter havido "ilícitos" na compra da refinaria. Em 2014, o Tribunal de Contas da União (TCU) calculou um prejuízo de US$ 792,3 milhões no negócio.
Delcídio disse ainda que não haveria possibilidade de isentar o Conselho de Administração no caso. O senador cassado também relatou que a decisão de comprar a refinaria decorreu de uma "ação entre amigos", de executivos e técnicos da Petrobras. Seriam interessados no caso os ex-diretores Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, além do lobista Fernando Baiano.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Juruna do Petrolão
Dilma só despreza delatores que contam o que fizeram o padrinho, a afilhada e seus comparsas
Por: Augusto Nunes 
03/06/2016 às 6:43
“Indeferir o conjunto probatório central é matar de morte a possibilidade de construir a nossa defesa”. (José Eduardo Cardozo, ex-chefe da Advogacia Geral da União dos Delinquentes, nesta quinta-feira, sobre a decisão do senador Antonio Anastasia, relator da Comissão de Impeachment, de negar a inclusão no processo das conversas gravadas por Sérgio Machado, revelando que Dilma Rousseff despreza delatores que contam a verdade sobre o poste, seu fabricante e os comparsas da dupla, mas tem muito respeito pelo Mário Juruna do Petrolão)

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
03/6/2016 ÀS 4:30

03/6/2016 ÀS 3:55

03/6/2016 ÀS 2:25

02/06/2016 ÀS 23:45


NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza
03/06/2016 06:36
A inclusão de Aécio Neves no rol dos políticos investigados faz do seu futuro uma combinação de hipóteses — das mais amplas até as mais específicas. Na pior das hipóteses, a carreira de Aécio será eletrocutada numa linha de transmissão de Furna$. Na melhor das hipóteses, a investigação desligará o delator Delcídio Amaral da tomada.
No caso do que espera por Aécio num inquérito dessa natureza, a escolha de hipóteses é enorme. A melhor das hipóteses é que a auto-imagem do senador sobreviva fora do espelho e leve os investigadores a concluir a apuração com a rapidez de um raio. A pior das hipóteses é que Aécio seja compelido a ostentar o button de investigado, denunciado ou réu para além de 2018.
Mesmo um desfecho benigno, que leve à decretação da inocência de Aécio, comporta a análise de alternativas. Na melhor das hipóteses, a Polícia Federal desmoralizará Delcídio, o procurador-geral Rodrigo Janot solicitará o arquivamento do caso e o STF brindará Aécio com um atestado de idoneidade.
Na pior as hipóteses, a PF terá dificuldades para escarafunchar fatos ocorridos há mais de uma década, Janot encaminhará ao Supremo pedidos de prorrogação do inquérito, os advogados de Aécio reclamarão da demora e o STF arquivará o processo por falta de provas, condenando Aécio a ouvir risinhos perpétuos toda vez que esbravejar contra a corrupção ou cobrar moralidade dos seus rivais.
Ao saber que o ministro Gilmar Mendes, do STF, determinara finalmente a abertura do inquérito solicitado pela Procuradoria, Aécio declarou: “…É claro que ninguém gosta de ser injustamente acusado, como é o caso, mas eu tenho serenidade para compreender que esse é o papel do Ministério Público, investigar as citações e acusações que ali chegam, e o da Justiça, de dar prosseguimento a essas investigações.''
Aécio vai mesmo precisar de muita serenidade. Terá de combinar o papel de investigado ao de principal vítima do processo de impeachment. Além de assistir à ascensão de Michel Temer ao trono que ambicionava, o grão-tucano foi deposto da condição de líder da oposição. Seu partido agora é linha auxiliar do governo.
São mesmo implacáveis os desígnios da política. Em outubro de 2014, seria internado como louco alguém que se arriscasse a prever a hipótese de que, em menos de dois anos, aquele Aécio que roçou a cadeira de presidente da República viraria um suspeito de corrupção e apoiador de um governo chefiado por Michel Temer, cercado de Lava Jato por todos os lados.

Josias de Souza
03/06/2016 04:11
Dilma Rousseff não respeita delator e despreza a ‘mídia golpista’, exceto em ocasiões excepcionais — como terremoto de amplitude pessoal, tsunami de âmbito partidário e risco de soterramento definitivo de uma presidência.
Na comissão do impeachment, esgotados todos os estratagemas que poderia invocar para atingir seus subterfúgios, Dilma escorou sua defesa nas gravações do delator do PMDB Sérgio Machado. Enquanto a delação permanece sob sigilo, Dilma fia-se nos trechos trazidos à luz por duas logomarcas que o petismo identifica como signos do golpismo midiático: Folha e TV Globo.
A esse ponto chegou Dilma: não admite que o apodrecimento do governo, evidenciado pela Lava Jato, seja invocado pelos partidários do impeachment. Mas recorre a um delator e à mídia, tudo o que mais abomina, para exigir que os áudios que expõem a putrefação do pedaço do PMDB que lhe dava suporte congressual sejam tomados como trampolim para o seu retorno.
No novo enredo de Dilma, o PMDB tramou o “golpe” com o deliberado propósito de paralisar a Lava Jato tão logo Michel Temer assumisse o poder. De fato, os cardeais Romero Jucá e José Sarney vocalizam esse sonho nas fitas de Sérgio Machado. Mas falta divulgar os trechos em que a dupla afirma acreditar em Papai Noel.
Relator do impeachment, o senador tucano Antonio Anastasia rejeitou o pedido da defesa de Dilma para incluir no processo a delação de Machado, um ex-presidente da Transpetro que Lula nomeou e que madame permitiu que apodrecesse no cargo. Negou também a oitiva de especialistas, uma perícia e uma auditoria contábil internacional nas mumunhas fiscais que serviram de mote para o afastamento de Dilma.
Minoritária na comissão, a bancada de Dilma esticou a sessão desta quinta-feira, 02, por quase dez horas. No final, os aliados da presidente afastada agarraram-se ao método de votação dos requerimentos — em bloco, não um por um — como pretexto para abandonar o campo de batalha, num gesto de protesto.
“Hoje, a situação chegou a um tal ponto que a defesa se retirou e senadores que não concordaram também”, disse o ex-ministro petista José Eduardo Cardozo, mantido na função de advogado de Dilma. “Nós fizemos isso porque a violência contra o direito de defesa é inominável.”
O líder tucano Cássio Cunha Lima ironizou: “Eles fizeram tudo para que o processo de impeachment não começasse. Agora, recorrem a todos os artifícios para tentar impedir que termine.”
Simultaneamente, o ministro Teori Zavaschi, relator da Lava Jato no STF, levantou o sigilo da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Num trecho, ele declara que Dilma mentiu sobre a compra da refinaria de Pasadena. E diz supor que ela sabia que políticos petistas embolsavam petropropinas.
Em nota, Dilma negou. Cerveró frequenta o rol de delatores que ela não respeita. Considerando-se que há outros Silvérios que a acusam e que Marcelo Odebrecht ainda fará a mãe de todas as delações, Dilma talvez devesse considerar a hipótese de mudar de assunto. Falar de delação na comissão do impeachment é como brincar de corda em casa de enforcado.

Josias de Souza
02/06/2016 19:25
O apoio de Michel Temer ao megapocote de reajustes salariais de servidores já produziu um primeiro efeito colateral. Em reunião com o ministro Henrique Meirelles (Fazenda), representantes da bancada federal do PSDB avisaram que não votarão nenhum aumento de imposto.
“Já que o governo fala que há espaço no Orçamento para pagar os reajustes, não contem com a bancada do PSDB para aprovar nenhum aumento de impostos”, disse a Meirelles o líder tucano Antonio Imbassahy (BA).
“Nós, do Democratas, não votamos a favor de nenhum tipo de aumento de carga tributária”, afirmou também o líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM). “Já comuniquei isso ao Michel Temer. Mais de uma vez.”
O deputado Rubens Bueno, líder do PPS, ecoou os colegas: “Há entre nós uma tendência clara e natural de não aprovar nenhum novo tributo. Se for a CPMF, então, nem se fala. É simbólico para nós. Não tem como retemperar esse prato.''
O encontro da bancada tucana com Meirelles foi constrangedor. Deu-se na noite de quarta-feira, pouco antes do início da votação dos 14 projetos que concederam reajustes e outros benefícios a 38 corporações. Acompanhado de outros sete deputados, o líder Imbassahy disse que buscava orientação.
“Queríamos entender. Na semana passada, o governo enviou ao Congresso uma proposta de rombo fiscal de R$ 170 bilhões. O Congresso aprovou. Formalizou o rombo para dar um voto de confiança. Agora, fomos surpreendidos com essa quantidade absurda de projetos para votar numa só noite. O que é isso?”
Em timbre de resignação, Meirelles informou aos deputados tucanos que os reajustes foram negociados no governo Dilma e já estavam previstos no Orçamento. E os deputados tucanos, um após o outro, criticaram a iniciativa. Em essência, disseram que falta racionalidade ao processo de concessão de reajustes.
Meirelles disse que trataria do assunto com outras autoridades. Imbassahy puxou do bolso uma lista dos projetos que estavam na bica de ser votados. E declarou: “Ministro, com todo o respeito, essa coisa tem que resolvida agora.” Manuseando a lista, o deputado acrescentou: “Isso aqui é um trem que vai partir daqui a pouco. E esse trem vai na contramão do esforço anunciado pela equipe econômica.”
Como Meirelles não esboçou reação, o líder do PSDB avisou que o governo não deve contar com o tucanato para aprovar eventual aumento de imposto. Liderada pelo PT, a oposição à gestão Temer também deve refugar projetos sobre a elavação de tributos. Juntando-se a esse bloco o DEM e o PPS, a hipótese de o governo reforçar o caixa pela via tributária, já admitida por Meirelles em entrevistas, torna-se uma pretensão natimorta.

NO O ANTAGONISTA
Brasil 03.06.16 07:51
Dilma Rousseff vai ser presa.
Segundo Merval Pereira, "já existem documentos em posse da Procuradoria-Geral da República que revelam que a presidente afastada, Dilma Rousseff, tinha conhecimento do teor das negociações envolvendo interesses políticos na compra da refinaria de Pasadena...
Kamura, Feira e Pasadena
Brasil 03.06.16 07:37
O cabeleireiro de Dilma Rousseff, Celso Kamura, viajava para Brasília às custas dos operadores do petrolão, de acordo com documentos obtidos por Merval Pereira, de O Globo.
Cada viagem custava 5 mil reais...
João Santana, Kamura, Dilma e a sintaxe
Brasil 03.06.16 07:26
Até o cabeleireiro de Dilma Rousseff foi pago com dinheiro roubado da Petrobras.
Merval Pereira, em O Globo, informa que e-mails em poder da PGR mostram que os operadores do esquema do petrolão pagaram despesas pessoais de Dilma...
Despesas pessoais ou eleitorais?
Brasil 03.06.16 07:19
A fraqueza de Michel Temer vai custar caro para o Brasil.
Mas é claro que a volta de Dilma Rousseff custaria cem vezes mais...
Brasil 03.06.16 07:10
Michel Temer já está voltando atrás na melhor coisa que fez até agora: o projeto que fixa um teto para o gasto público...
Brasil 03.06.16 07:06
Michel Temer prometeu cortar o gasto do Estado. Por enquanto, porém, o rombo só aumentou.
Ele se tornou cúmplice dos desvarios aprovados pelo Congresso Nacional. Esse é o aspecto mais deletério de seu governo até agora...
Brasil 03.06.16 06:47
Eliseu Padilha postou ontem à noite:
"Impeachment no Senado. Afirmei 1 dia antes, para o Jornal ZH, que o sim teria 55 votos. Hoje eu só sei que vamos ter mais na decisão final"...
Brasil 03.06.16 06:26
Antes de ser denunciado por Bené, o Vox Populi já havia sido denunciado pela Andrade Gutierrez...
Brasil 02.06.16 22:17
O La Nación informa que o governo de Mauricio Macri denunciou a Odebrecht por ter superfaturado uma obra de uma unidade compressora de gás no país...

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