SEGUNDA EDIÇÃO DE 12-5-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DA DORA KRAMER
Provisório, mas definitivo
Dora Kramer
Estadão - 12 Maio 2016 | 03h16min
O presidente em exercício, Michel Temer, na teoria fará de conta que assume em regime provisório pelos 180 dias que o Senado tem para dar o veredito final sobre o afastamento de Dilma Rousseff. Na prática, contudo, atuará em consonância com a realidade, com a ciência de que a decisão dos senadores compõe uma solução definitiva.
Dilma não volta, sabe ela, sabe ele, sabemos todos os brasileiros. Portanto, prestemos atenção e voltemos nossas cobranças para a equipe que, com Temer, vai substituir o PT pelos dois anos e meio restantes ao mandato que os petistas não souberam honrar nem preservar.
Subiram a rampa do Palácio do Planalto com o capital da maioria eleitoral que depositou no partido a grande esperança do País, mas agora eles descem de mãos atadas ao deputado Waldir Maranhão.
Uma tristeza para quem acreditou no conto da terna abundância, do Estado provedor a qualquer custo, das fantasias marqueteiras, na equivocada tese de que política se faz com mãos sujas, na visão distorcida de que o PT apenas fazia uso dos instrumentos de sempre para governar. Não foi assim, o partido e seus dirigentes exorbitaram.
À exorbitância, as instituições e a sociedade reagiram com força. Ao ponto fora da curva que representou o governo do PT, foram assentados outros tantos “pontos fora da curva” para enfrentar a excepcionalidade do modo petista de governar. E – por que não dizer? – de enganar as pessoas em geral e capturar o pensamento dos incautos no particular.
Quanto mais atenta estiver a sociedade, menos o mundo político poderá ignorar as suas demandas. Neste aspecto, o pé atrás da opinião pública em relação a Temer não deixa de ser positivo para manter os peemedebistas dentro dos limites que, em sua soberba, o PT insistiu em ultrapassar.
Muita gente pergunta como chegamos a essa situação. Foi uma trajetória longa e compartilhada com a complacência do eleitorado e a cumplicidade do mundo político.
Nenhum dos dois viu problema em reeleger Luiz Inácio da Silva no auge do escândalo do Mensalão, o fio da meada que ora se desenrola e pode levá-lo a condenações semelhantes às já sofridas por seus companheiros de partido.
O governo do PT, saudado como a grande esperança do Brasil, desce agora a rampa do Planalto de mãos dadas a Waldir Maranhão, num triste, melancólico, mas merecido fim.

NA COLUNA DO ARNALDO JABOR
Os Golpes do Petismo
Arnaldo Jabor
Estadão - 12 Maio 2016 | 03h18min
O impeachment não é um golpe. O impeachment é um contragolpe. O golpe começou em 2002 com a “Revolução Pacífica”, como eles chamavam a tomada do poder. Nunca se consideraram “eleitos”, mas invasores do chamado Estado Burguês.
E começaram os golpes contra a República. Golpe deram esses caras com a eleição do Lula, buraco por onde se infiltraram os velhos comunas desempregados desde 68 para fazer uma revolução por dentro do Estado (uma vulgata ridícula de Gramsci), para libertar o Brasil do “capitalismo neoliberal de direita contra o povo brasileiro”, do qual se consideram os vanguardeiros. E partiram para o desmanche do País, como se o Capitalismo fosse um regime político, e não um modo de produção. Dilma está sendo julgada pelas pedaladas fiscais, gravíssimas, mas tecnicamente difíceis de entender para a população. E os petistas se agarraram a essa tecnicalidade complexa para dizer que não as cometeram.
As pedaladas foram, sim, o estopim para a grande crise a que assistimos, mas Dilma está sendo impedida por muitos outros golpes.
Foram golpe as mentiras que tramaram nas eleições de 2014, foram golpe as malandragens com as contas publicas para maquiar despesas e manter preços baixos, foi golpe a entrega do tesouro aos aliados, com permissão (desde Lula) para roubar, foi golpe a nomeação de milhares de vagabundos para cargos públicos aparelhados, foi golpe a destruição da Petrobras, provocada pela absoluta displicência do Governo com nossa maior empresa, foi golpe a estupidez da “nova matriz econômica”, que desfez tudo que estava feito para impor uma absurda agenda bolivariana num país capitalista, foram golpes as obras prometidas e inacabadas ou abandonadas, foi golpe a Dilma autorizar a compra da refinaria de Pasadena, a lata velha de US$ 1,5 bilhão, quando Dilma era Presidente do Conselho da Empresa (só isso já justificaria um impeachment), é golpe denunciar às organizações estrangeiras um “golpe”, pedindo sanções contra o próprio País que dirigiu e desmanchou.
E o grande golpe se completou com 11 milhões de desempregados, com a indústria e o comércio quebrados. A lista é longa, muito além das pedaladas.
Ainda bem que esses golpes estão mergulhando na lata de lixo da História, junto com os velhos comunas que não viram cair nem o Muro do Berlim.

NO O ANTAGONISTA
Brasil 12.05.16 10:21
O governo Temer já tem até uma marca.
Ela foi publicada por Andréia Sadi, da GloboNews. Lema? Ordem e Progresso.
Brasil 12.05.16 10:11
Dilma não pedalou ontem nem hoje ao redor do Alvorada.
A última voltinha matinal foi na terça-feira
Brasil 12.05.16 10:08
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, foi o primeiro a reconhecer oficialmente a legitimidade do governo de Michel Temer...
Brasil 12.05.16 09:54
Dilma Rousseff não pode sair do Palácio do Planalto agora porque só há um punhado de idiotas esperando por ela do lado de fora.
Até sua festa de despedida é um fracasso total.
Brasil 12.05.16 09:42
Além de Jandira Feghali, o cerimonial do Palácio do Planalto, segundo a Época, barrou a entrada de Afonso Florence, Alice Portugal e Renato Rabelo.
Eles já podem ir se acostumando.
Brasil 12.05.16 09:36
O que mais podemos desejar?
Que Dilma Rousseff tropece no pé de Lula e role rampa abaixo, é claro.
Brasil 12.05.16 09:31
Se nada mudar nos próximos minutos, será um "pronunciamento à nação", dentro do Palácio do Planalto.
E outra fala para a claque na rampa.
Brasil 12.05.16 09:20
Jandira Feghali foi barrada por seguranças na "cerimônia de descida da rampa".
"Desculpa, não a conheço, não sei se você é deputada."
Foi preciso uma intervenção da equipe do Planalto
Brasil 12.05.16 09:09
Os processos de Lula devem voltar nos próximos dias para o Juiz Sergio Moro.
No STF, segundo a coluna Radar, "ficará apenas no processo que investiga o suposto 'quadrilhão'...
Brasil 12.05.16 08:52
Michel Temer erra. E, quando erra, volta atrás.
Depois de considerar outros nomes para a Defesa, ele voltou atrás e escolheu o melhor nome para a pasta, Raul Jungmann...
Brasil 12.05.16 08:27
Henrique Meirelles na Fazenda é um bom nome. Mansueto de Almeida como secretário do Tesouro é melhor ainda.
Ilan Goldfjan no Banco Central é o melhor nome possível. José Serra no Itamaraty também...

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