PRIMEIRA EDIÇÃO DE 07-5-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
07 DE MAIO DE 2016
A oposição no Senado estima que o impeachment de Dilma terá 57 votos favoráveis à admissibilidade do processo, na próxima quarta-feira (11). Esse número é bem superior ao mínimo de 41 votos necessários. Aprovado o relatório, a presidente será afastada do cargo para preparar defesa dos crimes que pesam contra ela. No julgamento do mérito, em até 180 dias, a previsão dos opositores é ainda mais otimista: 60 votos.
O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) acha que, na próxima quarta, serão no mínimo 54 votos pró impeachment. Ou “daí para cima”.
Ronaldo Caiado (DEM-GO) aposta que a admissibilidade manterá a proporção do impeachment na comissão do Senado: 75% a favor.
Mais cauteloso, o líder do PSDB no Senado, Cassio Cunha Lima (PB), prevê um mínimo de 52 votos pelo impeachment já na próxima quarta.
No julgamento do mérito do impeachment, Cássio Cunha Lima acha que o número mínimo de 54 votos será ultrapassado com folga.
A ministra Nancy Andrighi, uma das mais admiradas magistradas do País, desistiu da presidência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em substituição ao ministro Francisco Falcão. Ela enviou carta aos demais 32 ministros comunicando a decisão. Ela deseja se dedicar mais a julgar do que a administrar. Com isso, será a vez de a competente ministra Laurita Vaz assumir a presidência do STJ, a partir de junho.
Os ministros João Otávio Noronha e Humberto Martins serão eleitos vice-presidente do STJ e corregedor nacional, ou vice-versa.
É a primeira vez na história que integrante do STJ desiste de presidir o tribunal ao chegar sua vez, no habitual critério de revezamento.
Goiana de Anicuns, Laurita Vaz tem 67 anos. Será a primeira mulher a presidir o Superior Tribunal de Justiça, onde chegou em 2011.
O desespero do ex-presidente Lula, com a abertura de inquérito para investigá-lo por corrupção, cedeu lugar à depressão. Ele agora vive murmurando que, cedo ou tarde, não escapará do juiz Sérgio Moro.
A confirmação do senador José Serra como ministro das Relações Exteriores pode representar uma libertação do Mercosul, que tem sido para o Brasil uma espécie de bola de ferro no tornozelo.
O senador Álvaro Dias (PV-PR) rejeita a participação do Partido Verde no eventual governo Michel Temer. “O balcão de negócios não foi desmontado. O loteamento dos cargos é a realidade exposta”, afirma.
Com o impeachment batendo à porta, Dilma estimula o vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), a colocar em votação projetos que aumentam gastos. Tudo para deixar “bombas” para Michel Temer.
O Solidariedade desistiu do Ministério do Trabalho e agora mira o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que teria recursos mais abundantes. Mas Michel Temer planeja esvaziar o MDA.
“Temos que analisar se a definição dos ministros ocorre de maneira republicana e transparente”, afirma o deputado Roberto Freire (PPS-SP), sobre a escolha do ministério do eventual governo Michel Temer.
Dois médicos do Senado apareceram na comissão especial do impeachment. Todos ficaram espantados, querendo saber quem precisava de ajuda deles. Disseram que estavam lá “só de curiosos”.
“O governo está acéfalo. Está tudo parado”, afirma o deputado Danilo Fortes (PSB-CE). Segundo ele, o Congresso precisa rever o trâmite do rito do impeachment para não deixar o governo federal paralisado.
...Dilma tem razão: ela não vai “para debaixo do tapete”, como afirmou, mas tem tudo para rolar rampa abaixo, no Palácio do Planalto.

NO DIÁRIO DO PODER
CORRUPÇÃO
REVISTA MOSTRA O QUE FALTA PARA LULA SER PRESO
É IMINENTE A PRISÃO DE LULA, SEGUNDO A REVISTA SEMANAL 'ISTOÉ'
Publicado: 07 de maio de 2016 às 02:51 - Atualizado às 03:00
Denunciado pela Procuradoria da República e com pedido de prisão nas mãos de Sérgio Moro, o ex-presidente nunca esteve tão perto da cadeia, informa reportagem de Débora Bergamasco para a revista IstoÉ. Leia a íntegra:
Nos últimos dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desabou. Não seria a primeira recaída desde o início das investigações do Petrolão, responsáveis por tisnar sua imagem de homem probo semeada desde os tempos do sindicalismo no ABC Paulista. Mas ao contrário dos outros momentos de fragilidade, Lula desta vez expôs um sentimento insólito a companheiros de longa data: o de culpa. Pela primeira vez, pôs em xeque o próprio faro político – considerado indefectível no seio do petismo. Em uma longa conversa, em Brasília, com um amigo, o ex-presidente lamentou em tom de desabafo, depois de fazer uma breve retrospectiva de sua vida pública: “Não me perdôo por ter feito a escolha errada”. O petista se referia ao fato de ter apostado todas suas fichas e ter feito de Dilma Rousseff sua sucessora. O arrependimento, porém, tem pouco a ver com o desastre político-econômico provocado pela gestão da pupila. Lula é um pote até aqui de mágoas porque, em sua avaliação, ela nada fez para blindá-lo e o seu partido das garras afiadas da Lava Jato. Para Lula, Dilma queria entrar para a História como a presidente do combate à corrupção – mesmo que, para isso, tivesse de sacrificar o próprio criador. Não logrou êxito, e é isso que emputece Lula. Hoje, ambos rumam para um abraço de afogados. Dilma está à beira de deixar o comando do País, alvo de um processo de impeachment, e na iminência de ser investigada pelo crime de obstrução de justiça – a solicitação, feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na semana passada, depende apenas do aval do STF. Ele, Lula, enfrenta o mais tenebroso inverno de sua trajetória pública. Atingido em cheio pela Lava Jato, o ex-presidente nunca esteve tão próximo de voltar à cadeia. Em 1980, o então líder sindical foi detido em sua residência pelo DOPS, a polícia política do regime militar. Permaneceu preso por 31 dias, chegando a dividir cela com 18 pessoas. Agora, o risco de outra prisão – desta vez em tempos democráticos e por um temporada provavelmente mais longa – é iminente.
São pelo menos sete frentes de investigação contra Lula, na primeira instância e na Suprema Corte. Lula é acusado de liderar o comando da quadrilha, que desviou milhões da Petrobrás, participar da tentativa de comprar o silêncio do delator Nestor Cerveró, ex-diretor da estatal, obstruir a Justiça ao ser nomeado na Casa Civil para ganhar foro privilegiado, receber favores de empreiteiras ligadas ao Petrolão em reforma de um sítio em Atibaia, frequentado pela família; ocultar patrimônio e lavar dinheiro por meio de um apartamento tríplex no Guarujá, – que Lula jura não ser dele – , e de receber dinheiro de propina, por meio de empreiteiras, por palestras realizadas no Brasil e no exterior.
Além disso, ele ainda pode ser encrencado na Operação Zelotes, que apura suspeita de venda de medidas provisórias com suposto beneficiamento de seu filho Luís Cláudio Lula da Silva. No pedido para incluir Lula no chamado inquérito-mãe da Lava Jato, Janot foi contundente ao dizer que o petista foi peça-chave no esquema: “Essa organização criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse”. O procurador-geral da República também denunciou o ex-presidente, com base na delação do senador Delcídio do Amaral, – revelada com exclusividade por ISTOÉ – por participar da trama para tentar comprar o silêncio do Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras envolvido nas traficâncias da estatal. Um total de R$ 250 mil teria sido repassado pelo filho do pecuarista e amigo do ex-presidente, José Carlos Bumlai, Maurício Bumlai, para o advogado de Cerveró. A procuradoria identificou, entre outros elementos contra o petista, um e-mail que comprova um agendamento de reunião entre Lula e Delcídio no dia 8 de maio do ano passado no Instituto Lula, além de uma passagem aérea provando que ele viajou naquela data. Disse Delcídio a respeito do encontro: “Fui chamado por Lula, em meados de maio de 2015, em São Paulo para tratar da necessidade de se evitar que Néstor Cerveró fizesse acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal”, disse o parlamentar. Mas o que mais atormenta Lula é o pedido formal de prisão preventiva, formulado pelo Ministério Público de São Paulo no caso da compra do tríplex do Guarujá, hoje nas mãos do juiz Sérgio Moro. Segundo apurou ISTOÉ junto a fontes da Lava Jato, Moro aguarda apenas o afastamento de Dilma na quarta-feira 11 para se debruçar sobre o pedido de prisão.
O juiz não queria analisar o caso antes do encerramento do imbróglio jurídico envolvendo a nomeação de Lula no STF. Com a saída de Dilma esta semana, o mandado de segurança em discussão no Supremo perde objeto e o caminho para uma possível prisão de Lula estará aberto. Caso seja novamente preso ou mesmo vire réu no Supremo, algo inédito para uma figura política de sua estatura, os estragos políticos serão irreparáveis. A mácula indelével abreviaria sua carreira pública de maneira inequívoca e sepultaria eventuais chances de retorno à Presidência em 2018. A morte política do seu maior líder decretaria o fim do PT.
Os primeiros indícios do envolvimento do ex-presidente Lula no Petrolão surgiram com os depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. Após firmar acordo de colaboração com o Ministério Público Federal no segundo semestre de 2014, Costa e Youssef detalharam aos investigadores no Paraná como funcionava a quadrilha que agia na estatal. Ambos fizeram menção a Lula, declarando acreditar que o Palácio do Planalto, o que incluiria o ex-presidente, tinha conhecimento das irregularidades. A dupla não dispunha de provas contra o petista, mas forneceu informações cruciais para que a força-tarefa da Lava-Jato avançasse sobre as empreiteiras envolvidas no escândalo. Batizada de Juízo Final, essa fase da operação confirmou que as acusações de Costa e Youssef procediam. Ao quebrar o sigilo da Camargo Corrêa, uma das empreiteiras investigadas, as autoridades descobriram valores significativos transferidos à LILS, a empresa da qual Lula é sócio e pela qual promove suas palestras. Outras construtoras envolvidas no Petrolão também transferiram milhões de reais ao ex-presidente, um soma superior a R$ 10 milhões entre 2011 e 2015. Embora o ex-presidente tenha negado irregularidades nos valores recebidos das companhias, a Polícia Federal e o Ministério Público passaram a esquadrinhar tais repasses. Trabalham com a tese de que os valores recebidos por Lula seja dinheiro de corrupção. Essa apuração está em curso tanto em Brasília quanto em Curitiba. No Paraná, os investigadores estão fazendo uma comparação entre os valores repassados pelas empreiteiras à LILS e pedindo para que elas apresentem documentos que comprovem a realização das tais palestras. A Andrade Gutierrez foi a única que conseguiu provar todas. As outras empresas não foram bem sucedidas nesse intento. Entre as pontas soltas está uma suposta apresentação do ex-presidente na Venezuela, ainda sem comprovação, o que complica a defesa do petista.
À medida que as investigações avançam, o papel de Lula na organização criminosa do Petrolão fica cada vez mais evidente para a Procuradoria-Geral da República. No mensalão, o petista recorreu ao mantra do “eu não sabia” para se dizer alheio ao que acontecia ao seu redor. Agora, está claro que aquele era um apêndice do esquema de maior capilaridade, desvendado pela Lava Jato. Ao dizer que o Petrolão não poderia ter funcionado sem a participação decisiva de Lula, Janot uniu o petista a dezenas de deputados e senadores que figuram na investigação conhecida como “quadrilhão”, destinada a apurar o funcionamento da engrenagem que desviou recursos da Petrobras. Em seu despacho, o procurador-geral escreveu: “Embora afastado formalmente do governo, Lula mantém o controle das decisões mais relevantes, inclusive no que concerne às articulações espúrias para influenciar o andamento da Lava Jato, à sua nomeação ao primeiro escalão, à articulação do PT com o PMDB.” E continuou em outro trecho: “Já no âmbito dos membros do PT, os novos elementos probatórios indicam uma atuação da organização criminosa de forma verticalizada, com um alcance bem mais amplo do que se imagina no início e com uma enorme concentração de poder nos chefes da organização”.
Outra frente de problemas para o morubixaba petista é a investigação sobre o sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior de São Paulo. Há fortes indícios de que as construtoras Odebrecht e OAS pagaram pela reforma com dinheiro desviado da Petrobras, configurando, nesse caso, crime de corrupção. O terreno está em nome de dois sócios de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho mais velho do Lula. Há uma série de indicativos de que o verdadeiro dono seja o ex-presidente. Conforme apurou ISTOÉ, a confirmação poderá vir da delação premiada do executivo da Odebrecht, Alexandrino Alencar. No roteiro da delação, Alexandrino prometeu entregar detalhes e provas que incriminariam Lula. A expectativa é que os executivos da OAS também colaborem sobre o mesmo tema.
Assim como o sítio de Atibaia, a força-tarefa da Lava-Jato no Paraná analisa denúncia feita pelo Ministério Público de São Paulo contra Lula no que concerne ao tríplex no Guarujá. Os promotores acusam o petista de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Para a MP, a família Lula era a proprietária, de fato, do imóvel. No papel, o apartamento pertence à empreiteira OAS, envolvida no Petrolão. O MP desmontou os argumentos do ex-presidente de que teria apenas uma cota de outra unidade no prédio. Entre as provas apresentadas pelos promotores estão relatos de funcionários e ex-moradores que confirmam que a ex-primeira-dama Marisa Letícia, Lula e um dos filhos do casal vistoriaram as reformas do imóvel. Obras que custaram mais de R$ 700 mil. Pagas pela OAS e feitas ao gosto da família Lula. Chamou a atenção das autoridades que uma das visitas ao apartamento foi acompanhada pelo presidente da OAS, Leo Pinheiro. O executivo chegou a ser preso no Petrolão e negocia acordo de delação premiada. O caso estava sob a responsabilidade da juíza Maria Priscilla Ernandes, da 4ª Vara Criminal de São Paulo, mas na semana passada, o inquérito foi remetido ao juiz Moro, incluindo o pedido de prisão preventiva contra Lula formulado pelo MP paulista.
Um pedido como este nas mãos do ágil juiz Sérgio Moro era tudo o que o Dilma e Lula tentaram evitar a todo custo. A ponto de ensejar sobre eles uma possível investigação pelo crime de tentativa de obstrução do trabalho da Justiça. A linha de investigação leva em consideração o ato de nomeação do ex-presidente para a Casa Civil, iniciativa cujo único propósito foi o de livrar o petista da competência do juiz de Curitiba. Foi um duplo tiro no pé. Agora, além de Lula ser alvo de um pedido de investigação por tentar atrapalhar o trabalho da Justiça, crime tipificado na Constituição no inciso 5 do artigo 6º da Lei 1.079/1950, o destino político do ex-presidente está definitivamente nas mãos do seu principal algoz.

TEMER MONTA MINISTÉRIO
TEMER CONVIDA TASSO JEREISSATI PARA INTEGRAR NOVO GOVERNO
TUCANO HISTÓRICO DEVE ASSUMIR O MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO
Publicado: 06 de maio de 2016 às 21:07 - Atualizado às 02:11
Na reta final da montagem de um eventual novo governo, o vice-presidente, Michel Temer, convidou o vice-presidente do PSDB e senador Tasso Jereissati (CE) para assumir o Ministério de Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior (MDIC).
A possibilidade de Tasso ir para MDIC pode atrapalhar, contudo, os planos do senador José Serra (PSDB-SP) que deverá assumir a pasta de Relações Exteriores. Nas negociações preliminares com Temer chegou-se a ser discutida a possibilidade de se transferir as funções de comércio exterior do MDIC para o Itamaraty. Já a formulação da política industrial passaria para o ministério do Planejamento, previsto para ser comandado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR). O desenho, no entanto, ainda não foi fechado por Temer.
Além dos senadores Tasso Jereissati e José Serra, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) também deverá fazer parte da nova equipe ministerial, comandando a pasta das Cidades, que no governo Dilma estava nas mãos do PSD.

NOVA PEDALADA
JUCÁ: DILMA PEDALOU DE NOVO PARA AUMENTAR O BOLSA FAMÍLIA
JUCÁ ACUSA DILMA DE NOVA PEDALADA PARA AUMENTAR BOLSA FAMÍLIA
Publicado: 06 de maio de 2016 às 18:51
O presidente em exercício do PMDB, senador Romero Jucá (RR), acusou a presidente Dilma Rousseff de "pedalar" para conceder o reajuste do Bolsa Família às vésperas de um provável afastamento dela por decisão do Senado no pedido de impeachment. Para Jucá, a presidente "inventou" uma receita para justificar o aumento do programa, anunciado por Dilma no Dia do Trabalho, 1º de maio e publicado hoje em decreto no Diário Oficial da União.
"É uma bondade para fazer uma onda, mas é uma maldade com as contas públicas. Agrava o déficit. Ela continua pedalando", criticou Jucá, cotado para assumir o Ministério do Planejamento no eventual governo Michel Temer.
De acordo com o decreto, o repasse do valor básico mensal para famílias em situação de extrema pobreza sobe de R$ 77 para R$ 82. Os outros benefícios passam de R$ 35 para R$ 38 e de R$ 42 para R$ 45. O documento não cita a data de vigência dos novos valores, o que deverá ser definido em ato posterior dos três ministérios. Mas a previsão é que o aumento comece a valer em junho, conforme Dilma anunciou. Segundo o governo, o custo desse aumento já estava previsto no Orçamento deste ano.
O senador do PMDB afirmou que o governo pretende se valer de uma receita de arrecadação incerta com a elevação do Imposto sobre Operação Financeiras (IOF). Um dia após o anúncio de Dilma, o governo baixou um decreto com a elevação do IOF para compra de moeda estrangeira à vista, com impacto estimado em R$ 1,4 bilhão este ano - o aumento do Bolsa seria de R$ 1 bilhão em 2016.
Jucá, que é economista, disse que o efeito poderá ser o inverso do previsto, ou seja, queda de receita. "O aumento de IOF não é elástico, você não aumenta o IOF e vai dizer que vai arrecadar aquilo", disse. "Então quem ia tirar o empréstimo com o IOF menor, ao ter um IOF maior, além de não tirar o empréstimo e não pagar a diferença, não vai pagar o que era antes. Você pode ter até queda de receita, o resultado pode ser o inverso do que o governo propôs", completou.
Questionado se o eventual governo Temer vai revisar o aumento do Bolsa Família, Jucá disse que não vai se antecipar. "Ela inventou essa receita para dizer que era uma operação neutra. Não é uma operação neutra porque não é um aumento sustentável", criticou.

ÁUDIO COMPROMETEDOR
NOVO PRESIDENTE DA CÂMARA 'ASSESSOROU' QUADRILHA DE DOLEIRO
MARANHÃO FOI FLAGRADO INTERCEDENDO POR NEGÓCIOS DE FAYED TRABOULSI
Publicado: 07 de maio de 2016 às 08:44
Alçado à presidente da Câmara, após o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado federal Waldir Maranhão (PP-MA) aparece em gravações da Operação Miqueias assessorando a quadrilha do doleiro Fayed Traboulsi – em esquema que funcionava como sucursal do banco clandestino do operador do petrolão, o doleiro Alberto Youssef.
A Operação Miqueis, desvendada pela Polícia Federal em parceria com o Ministério Público do Distrito Federal, tinha por objetivo vender títulos podres a fundos de pensão de servidores públicos. O esquema, que desviou mais de R$ 50 milhões, funcionava graças à sempre lucrativa joint-venture como os políticos. Eles abriam caminho para que os negócios saíssem e, em troca, recebiam propina. É aí que entra o sucessor de Eduardo Cunha na presidência da Câmara.
Em um dos casos, Maranhão aparece como intermediário de um "negócio" de R$ 6 milhões com a prefeitura de Santa Luzia, no interior maranhense, segundo reportagem da Revista Veja, em sua edição deste fim de semana. Com a ajuda do agora presidente da Câmara, a quadrilha vendeu títulos para o fundo de pensão dos servidores municipais. Em troca, o deputado recebeu 1% da operação: R$ 60 mil.
Um participante do esquema contou aos investigadores que uma parte da comissão, R$ 10 mil, foi depositada na conta da mulher de Maranhão. O pedido foi feito pelo próprio deputado, que "precisava do dinheiro para pagar uma viagem para o Rio de Janeiro" às vésperas do réveillon.
De acordo com a reportagem, Maranhão foi flagrado em conversas telefônicas com o doleiro quando o esquema estava no auge. Nos diálogos, sua excelência aparece como legítimo funcionário do doleiro. “Obediente, ele marca encontros de Fayed com prefeitos aliados, faz visitas a autoridades para resolver assuntos de interesse do esquema e atua como um diligente captador de novos negócios para a quadrilha”, diz a revista.
Abaixo, algumas transcrições das conversas do deputado:
1) "Tá caminhando, viu?"
08nov2012 15:27:20
O deputado Waldir Maranhão faz a aproximação do doleiro Fayed Traboulsi com o então prefeito eleito de Campo Grande (MS), Alcides Bernal, seu colega de partido. O doleiro estava interessado em fechar negócios com a prefeitura.
Doleiro - Fala, meu querido!
Deputado - Meu irmão!
Doleiro - Tudo bem, irmão?
Deputado - Veja só: o Bernal está em Brasília e deixei o Luís Carlos aí com a missão de levá-lo ao seu encontrou, viu?
Doleiro - Pois é, estou aguardando eles, inclusive. O Luís Carlos disse que tá com ele aí, né?
Deputado - Como eu vim para o Tocantins, eu tratei só por telefone, mas tá caminhando, viu?
Doleiro - Tá. Então eu fico no aguardo. Eles vêm agora à tarde, né?
Deputado - É interessante a sua conversa.
2) "Marabá ok, fechado"
21nov2012 21:33:53
Duas semanas após o encontro em que o prefeito de Campo Grande foi apresentado ao doleiro, Waldir Maranhão volta a intermediar um encontro entre os dois, em Brasília. O deputado também avisa que o "negócio" na cidade de Marabá, no Pará, já estava "ok".
Doleiro - Fala, chefe.
Deputado - Meu irmão, tudo bem?
Doleiro - Tudo. (...)
Deputado - Deixa eu lhe dizer: amanhã quem vai estar aqui é o Bernal, lá de Campo Grande. Já teve com ele, né?
Doleiro - Já, sim. Eu já estive conversando da outra vez com ele. Mas eu tô indo pra São Paulo às oito horas da manhã e volto às duas da tarde.
Deputado - Eu acho assim: se você tiver um tempinho, à noite, eu acho que vale a pena convidá-lo para ter uma conversa social, tá? Uma sugestão, uma sugestão, tá?
Doleiro - Claro, claro (...) Amanhã eu vou te ligar assim que eu chegar aqui em Brasília eu te ligo para você ou fazer contato com ele ou me dar o telefone dele pra mim falar com ele, tá?
Deputado - Eu vou te passar logo o telefone dele porque um convite seu é diferente, viu?
Doleiro - Pois eu estou sem poder anotar aqui.
Deputado - De manhã eu te passo, então. Outra coisa: Marabá ok, fechado.
Doleiro - Beleza. O meu pessoal tá lá já.
Deputado - Tá fechado lá. Agora, só as providências.
3) "Nós estamos trabalhando"
26nov2012 16:10:22
Os diálogos mostram que o Waldir Maranhão era uma espécie de secretário de luxo do doleiro, que usava os contatos políticos do deputado para facilitar novos negócios da quadrilha. Em mais de uma oportunidade, Fayed cobra encontros prometidos por Maranhão.
Doleiro - Fala meu deputado, tudo bem?
Deputado - Oi meu irmão! Tudo bem?
Doleiro - Confirmou para amanhã a nossa reunião?
Deputado - Nós estamos trabalhando...
Doleiro - Porque você tinha me falado que seria amanhã.
Deputado - Eu tô aí amanhã. Ele me disse que 'taria' amanhã aí, viu? Eu vou checar. Ele me disse que estaria aí amanhã.
Doleiro - Dá uma checada que eu já tô aqui de prontidão para conversar com ele.
Deputado - Tranquilo, viu? Eu amanheço aí. Mas eu confirmo com ele.
Doleiro - Se eu tiver que voltar lá eu volto. Não tem problema, não, também.
Deputado - Tranquilo, eu tô antenado.
4) "Eu estou aqui no Palácio dos Leões"
03dez2012 14:39:55
O agora vice-presidente da Câmara também intercedeu pelos interesses da quadrilha do doleiro junto ao governo do Maranhão.
Deputado - Veja só, eu estou aqui no Palácio dos Leões [sede do governo maranhense], viu? E as notícias 'é' a melhor possível, tá?
Doleiro - Como?
Deputado - As novidades, as melhores 'possível'. Daqui a pouco a gente se encontra.
Doleiro - Tá. Eu tô aqui no hotel.
Deputado - Tá ok.
5) "Você é mais experiente do que eu e conhece todos"
03dez2012 21:45:32
No mesmo dia da visita à sede do governo do Maranhão, o deputado e o doleiro se falam mais uma vez. Fayed estava preocupado com o desenrolar de uma das parcerias da duplas.
Doleiro - Chefe, me fala uma coisa. Oi, tá me ouvindo bem?
Deputado - Estou, estou.
Doleiro - Me diga uma coisa: qual é a sua percepção com relação a isso tudo? O que você tá achando? Você é mais experiente do que eu e conhece todos.
Deputado - Não, não (trecho ininteligível). Positiva.
Doleiro - Hein?
Deputado - Positivo.
Doleiro - Positivo?
Deputado - Positivo.
Doleiro - Então, tá. Tá bom, então.
6) "A gente consegue fazer um negócio bom"
06dez2012 08:57:43
A parceria entre Waldir Maranhão e o doleiro Fayed envolvia negócios diversos. Neste diálogo, Fayed aciona o deputado para convencer um prefeito amigo a liberar um pagamento. O negócio renderia dividendos a todos os envolvidos.
Doleiro - Você tava com o prefeito Maurinho?
Deputado - É. Deixa eu te dizer: ele vai estar comigo. Eu estive com ele ontem. E ele vai estar hoje à noite aí. Eu vim a São Paulo.
Doleiro - Eu precisava me encontrar com você e com ele.
Deputado - Ok, eu organizo.
Doleiro - Mas você organiza para hoje à noite sem falta?
Deputado - Eu ligo. Ok. Eu saio daqui a umas três horas. Ao chegar eu te ligo pra gente articular. Viu?
Doleiro - Eu estou com uma pessoa que tem um negócio pra receber lá e parece que o negócio é grande e a gente consegue fazer um negócio bom aí.
Deputado - Ok. 
Doleiro - É uma merenda que o cara fornece lá. Uma merenda escolar. Você tá sabendo?
Deputado - Eu tô sabendo. Aí, chegando a gente articula.
Doleiro - O cara tá na minha mão. A gente consegue resolver isso.
Deputado - Tranquilo, viu?

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
    SANATÓRIO GERAL 06/05/2016 ÀS 20:55

    SANATÓRIO GERAL 06/05/2016 ÀS 17:42

    FEIRA LIVRE 06/05/2016 ÀS 15:00

    FEIRA LIVRE 06/05/2016 ÀS 12:11


    NO BLOG DO JOSIAS
    Josias de Souza - 07/05/2016 05:13
    Alguns dos mais leais integrantes da milícia parlamentar de Eduardo Cunha aconselharam ao presidente afastado da Câmara que suavize o seu estilo. Receiam que, se o personagem continuar urdindo manobras no conselho de ética para retardar a tramitação do pedido de cassação do seu mandato, o STF pode decretar sua prisão preventiva.
    Numa das conversas, os interlocutores recordaram a Cunha o caso do senador Delcídio Amaral. Preso sob a acusação de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Delcídio foi mencionado para realçar a seguinte percepção: hoje, o mandato parlamentar já não é um escudo intransponível.
    A infantaria de Cunha está dividida. Uma ala defende que ele conserve a trincheira aberta. Outra aconselha-o a renunciar à Presidência da Câmara em troca de um acordo suprapartidário que lhe assegure a manutenção do mandato. Nas palavras de um interlocutor de Cunha, “ele ainda não opera no modo renúncia.” A pressão continua.

    NO BLOG ALERTA TOTAL
    Sábado, 7 de maio de 2016
    Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
    Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net


    NO O ANTAGONISTA
    Brasil 07.05.16 08:15
    O Globo estampa em manchete que Xepa, a mulher do Feira, afirmou a procuradores da Lava Jato que "a JBS pagou caixa 2 à campanha pela reeleição de Dilma Rousseff. Segundo o relato, a empresa pagou diretamente a dívida do PT com a gráfica Focal Confecção e Comunicação Visual, de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Este pagamento não está declarado à Justiça Eleitoral...
    Brasil 07.05.16 08:35
    Em editorial, o Estadão publica que, ao ser informado sobre o teor do relatório de Antonio Anastasia, "Dilma lamentou a 'iingratidão' do ex-governador mineiro, que recebeu 'muita ajuda do governo federal' e com quem ela sempre manteve 'uma relação republicana...
    Brasil 07.05.16 08:26
    Ontem, Waldir Maranhão visitou Eduardo Cunha.
    Ter de cobrir as andanças desse Waldir Maranhão é um dos aspectos degradantes do jornalismo.
    Brasil 07.05.16 08:09
    Henrique Meirelles, na manchete da Folha, quer uma verdadeira reforma da natureza do governo brasileiro:
    -- Um projeto fixando um teto para o crescimento dos gastos públicos, com o fim de boa parte das vinculações de receitas...
    Brasil 07.05.16 08:03
    A Folha de S. Paulo noticia que "O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão, disse à Polícia Federal que em 2011 buscou apoio político do doleiro Alberto Youssef para sua candidatura a líder da bancada do PP...
    Brasil 07.05.16 07:57
    Mônica Bergamo publicou que "alguns ministros" do STF ficaram "descontentes" com a liminar de Teori Zavascki que suspendeu o mandato de Eduardo Cunha...
    Brasil 07.05.16 07:48
    Denis Lerrer Rosenfield, que deve ser o responsável por toda a publicidade federal do governo Michel Temer, também foi emissário...
    Brasil 07.05.16 07:35
    De acordo com a Veja, Lula não queria apenas preservar Luleco quando pediu que se tentasse proteger Mauro Marcondes, alvo da Zelote, que repassou ao filho do petista 2,4 milhões de reais, em troca da aprovação de uma MP em benefício do setor automotivo...
    Brasil 07.05.16 07:27
    A Veja traz uma reportagem de Thaís Oyama sobre os últimos dias de Dilma na Presidência.
    O leitor é informado de que:
    a) O celular de Dilma Rousseff está mais mudo do que nunca...
    Brasil 07.05.16 07:22
    Para evitar interinidades, Henrique Meirelles quer manter Alexandre Tombini até a próxima reunião do Copom, em junho...
    Brasil 07.05.16 07:12
    Em 13 de dezembro do ano passado, O Antagonista revelou que Michel Temer estava sendo espionado pela Abin, que está sob o manto de Ricardo Berzoini...
    Brasil 07.05.16 06:50
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    O Jornal Nacional noticiou que Leonardo Picciani pode ser ministro do Esporte.
    Agora não é brincadeira.
    Brasil 06.05.16 20:16
    De acordo com O Globo, Eduardo Cunha recebeu a visita de cerca de 40 deputados, depois que o STF decidiu suspender o seu mandato.
    Já é uma grande lista de suspeitos.

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