PRIMEIRA EDIÇÃO DE 14-4-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
14 DE ABRIL DE 2016
A euforia provocada pela rápida deterioração da situação da presidente Dilma gerou um clima de “já ganhou” que passou a preocupar o “QG” do movimento que articula o impeachment na Câmara dos Deputados. Até o Palácio do Planalto admite que os “ventos” sopram em favor do impedimento, mas a oposição teme que o governo, desesperado, aproveite para usar de recursos nada republicanos para virar a mesa.
Políticos experientes não subestimam o governo, que tem “excesso de dinheiro”. E sobretudo escassez de escrúpulos, mostra a Lava Jato.
Quem tem a caneta na mão e a chave dos cofres públicos ainda é Dilma. “Com controle de cargos”, lembrou membro da oposição.
Acenos de Dilma para retomar alianças esbarram no relacionamento sempre ruim com partidos, que reclamam dos seus maus tratos.
Dilma até nomeou ministros de outros partidos, mas lhes tirava verbas e programas, tornando os cargos decorativos. Isso eles não esquecem.
Doadores de campanha de deputados federais cobraram dos indecisos que votem pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na avaliação do Palácio do Planalto, 60 parlamentares migraram para o impedimento, em 24 horas, após o pedido dos empresários. A pressão foi irresistível sobre o nanico PTN, que negociava com o ex-presidente Lula o Ministério do Turismo e a Funasa para votar com Dilma.
O partido apoiava Dilma, mas decidiu liberar a bancada, formada por 13 deputados federais, após ligações dos doadores de campanha.
Dilma reforçou os votos pró-impeachment acenando um “pacto” com aqueles a quem acusa de “golpe”. Noves fora, “golpe” era só lorota.
Ninguém acreditou quando Carlos Lupi, capataz do PDT, anunciou que o partido votaria 100% contra o impeachment. Três já o desmentiram.
Portador de tornozeleira eletrônica, o mensaleiro Valdemar Costa Neto recebeu Edson Moreira (MG), delegado do caso do goleiro Bruno. O policial aproveitou a fama para virar deputado. Agora virou opção de Valdemar para cargo importante no governo. De Dilma ou de Temer.
O deputado Maurício Quintella Lessa (AL), que perdeu a liderança do PR por apoiar o impeachment, mostrou força: levou a Michel Temer uma dezena de correligionários que votarão contra Dilma.
No auge da repercussão do vazamento do áudio, Michel Temer leu as notícias, inclusive no site DiáriodoPoder.com.br, deitou-se no sofá, pôs o iPad sobre o peito, fechou os olhos e fez silêncio. Depois, se levantou calmamente e foi encontrar repórteres que aguardavam as explicações.
A cúpula do PT acredita que se Dilma cair e Michel Temer assumir, Lula e aliados conseguirão infernizar e desestabilizar o novo presidente como forma de viabilizar a candidatura petista a presidente, em 2018.
A pindaíba do governo é tão grave que faltou dinheiro até na mídia na Presidência, verba oficial de publicidade. Agências contratadas não recebem e são forçadas a pedir descontos e prazos para pagamento.
Ministro líder no Superior Tribunal de Justiça acha que o impeachment não se torna ilegítimo pelo fato de Eduardo Cunha presidir a Câmara: “Seria como desqualificar a testemunha de homicídio num cabaré por ser prostituta. “Em ambos os lugares, não existem virgens ou santos”.
No cafezinho da Câmara, os deputados brincavam com a provável queda de Dilma, aconselhando investimento em dólar na segunda-feira, 18, porque o mercado deve reagir muito positivamente à queda de Dilma.
Líder do PMDB na Câmara em 1986 e 1987 e líder do governo José Sarney (PMDB) entre 1987 e 1988, o ministro Marcelo Castro (Saúde) pode não retornar ao cargo e ainda perder o partido, por expulsão.
...o Pacto proposto por Dilma deve ser a sigla de Projeto de Acordão Contra Temer e Oposição.

NO DIÁRIO DO PODER
CRESCEM AS ADESÕES AO IMPEACHMENT
LEVANTAMENTO APONTA 332 DEPUTADOS CONTRA DILMA; SÓ FALTAM 10 PARA O IMPEACHMENT
PLACAR MOSTRA QUE ADESÕES AO IMPEACHMENT AVANÇAM COM RAPIDEZ
Publicado: 14 de abril de 2016 às 00:23 - Atualizado às 00:29
Levantamento fechado na noite desta quarta-feira (13) mostra que o movimento pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff ganhou 33 adesões durante o dia. Com isso, passando de 299, registrados há 24 horas, para 332 os deputados federais que assumiram publicamente a decisão de votar pelo afastamento. Agora, só faltam 10 votos para atingir os 342 votos necessários à aprovação do impeachment. O levantamento é do "Placar do Impeachment", do jornal O Estado de S. Paulo.
Outro levantamento, realizado pela Liderança do DEM, divulgado no fim da tarde, indicou que o número de adesões ao impeachment havia atingido 349 deputados, mas esses dados não foram conferidos por fontes independentes.
Segundo o "Placar do Impeachment", os que são contrários permanecem estacionados em 124 adesões de deputados federais. Mas ainda são computados 25 indecisos, enquanto 32 parlamentares se recusam a declinar sua posição.

OPERAÇÃO VITÓRIA DE PIRRO
DILMA AINDA FAZ SILÊNCIO SOBRE A PRISÃO DO AMIGO GIM ARGELLO
COMPARTILHAVAM CAMINHADAS E ATÉ FESTAS NA PARÓQUIA ENROLADA
Publicado: 14 de abril de 2016 às 01:30 - Atualizado às 01:44
Redação
Dois dias depois da prisão do seu amigo íntimo Gim Argello, na 28ª fase da Operação Lava Jato, até agora a presidente Dilma Rousseff não divulgou qualquer comentário sobre o episódio.
O silêncio de Dilma é lamentado por familiares e amigos do ex-senador do PTB-DF, cuja ligação a Dilma pôde ser constatada nas caminhadas diárias dos dois na Península dos Ministros, como chamam em Brasília a QL 12 do Lago Sul. Na época, Dilma era a poderosa ministra-chefe da Casa Civil do governo Lula.
Outro sinal da proximidade dessa dupla ficou demonstrada nos momentos em que Argello levou Dilma, já presidente da República e até em plena campanha eleitoral, à Festa de Pentecostes no Taguaparque, a poucos quilômetros do centro de Brasília. 
A Festa de Pentecostes é organizada pelo padre Moacir, líder do Movimento Carismático, e atrai centenas de milhares de pessoas de todo o País. A paróquia do padre Moacir foi destinatária de um depósito de R$350 mil realizado por empreiteiros. O depósito foi feito a pedido de Gim Argello. A força-tarefa da Lava Jato acredita que o dinheiro foi depositado na conta da paróquia para depois chegar aos bolsos do ex-senador, mas o padre Moacir nega isso com veemência. Reconheceu a doação, segundo ele destinada à organização da Festa de Pentecostes, mas observou que não tinha como saber que o dinheiro tinha origem ilícita.

LAVA JATO
EMPRÉSTIMO AO PT 'NOS SUFOCAVA', DIZ SCHAHIN AO JUIZ MORO
AS CIRCUNSTÂNCIAS DA NEGOCIATA ATORMENTAVAM O EMPRESÁRIO
Publicado: 13 de abril de 2016 às 23:49
O empresário Salim Schahin, um dos donos do Grupo Schahin, relatou ao juiz Sérgio Moro nesta quarta-feira, 13, como foram as tratativas entre o Banco Schahin, o pecuarista José Carlos Bumlai e o Partido dos Trabalhadores para acertar um empréstimo de R$ 12 milhões à sigla. O negócio foi intermediado por Bumlai, em outubro de 2004. O executivo do Grupo Schahin fechou um acordo de colaboração premiada com a Lava Jato, se comprometendo a contar tudo o que sabe sobre um dos mais polêmicos episódios envolvendo o PT.
Posteriormente, após inúmeras cobranças do banco que não recebia as parcelas do empréstimo, Salim Schahin relatou ter acertado um contrato de sua empresa com a Petrobrás para a operação de um navio-sonda em contrapartida à quitação do empréstimo de Bumlai. O contrato do Grupo Schahin para operar navio sonda da estatal petrolífera foi fechado ao preço de US$ 1,6 bilhão. "Aquele empréstimo nos sufocava, nos angustiava pelas circunstâncias dele", relatou o empresário ao juiz da Lava Jato.
Em seu depoimento de 47 minutos, o executivo disse que desde o começo da operação tinha preocupação com o fato de ser um empréstimo para uma pessoa em nome de um partido, mas que o grupo empresarial acabou considerando ser importante se aproximar do partido político que estava no governo federal. "Nós ponderamos e houvemos por bem ir pra frente com o empréstimo", afirmou.
O temor do empresário acabou se justificando, já que as parcelas do empréstimo acabaram não sendo pagas pelo PT. A situação, segundo relatou Schahin, só começou a ser resolvida a partir de 2006, após várias reuniões entre os executivos do banco e representantes do partido.
"Delúbio (Soares, então tesoureiro do PT) se envolveu no mensalão e veio seu Vaccari (João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT preso na Lava Jato). Nós estávamos cobrando o Vaccari intensamente e ele afirmando que iria efetuar o pagamento. Em 2006 ficamos sabendo que a Petrobras havia encomendado um navio e, na época, éramos a única empresa brasileira que operava navio de águas profundas", relatou Schahin, que então admitiu ter sugerido ao petista o apoio político para a empresa vencer a licitação e operar o navio-sonda. "Então chegamos, em uma das conversas que mantivemos com Vaccari, e falamos: 'Olha Vaccari nós temos interesse na operação deste navio e pedimos apoio político do partido'", contou Schahin.
Em cerca de um mês, contou o executivo, Vaccari retornou ao banco e teria se mostrado favorável à ideia, sugerindo que o empréstimo para Bumlai fosse quitado em contrapartida ao contrato da Schahin com a Petrobras, que veio a ser firmado em 2009, para a operação do navio-sonda Vitória 10.000.
O episódio deu origem à ação penal contra dez réus, incluindo executivos da cúpula do Grupo Schahin, Bumlai e Vaccari, acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta. O depoimento de Salim Schahin nesta quarta-feira, 13, foi tomado nesta ação penal, na qual a Procuradoria da República pede o ressarcimento de R$ 53,2 milhões dos investigados. 

OS RESPONSÁVEIS SOMOS NÓS
Carlos Chagas
Entre a presidente Dilma Rousseff e o vice-Presidente Michel Temer, a saída é dar um pelo outro e não querer volta. Estamos a quatro dias da primeira decisão da Câmara dos Deputados, sobre aprovar ou não o impeachment de Madame. Até reviravolta inusitada, são 304 deputados a favor da defenestração, 110 contra e 99 em cima do muro. Ainda não dá para mudanças, senão a de faltar vergonha em todos os quadrantes.
Mantidos esses números, tudo pode acontecer nos próximos quatro dias. Porque para aprovar a proposta, serão necessários, no mínimo, 342 votos. O governo fará tudo para não deixar a bancada oposicionista chegar a esse número, coisa que encerraria a tertúlia, apesar de deixar o Congresso em frangalhos. Não haveria mais como deputados e senadores se entenderem, os partidos se reduziriam a trapos sem forma nem cor, mas a presidente da República manteria seu mandato.
Vamos à hipótese oposta, com os adversários do atual governo chegando a 343 ou mais. Dilma estaria afastada do poder por 180 dias, até que o Senado desse a palavra final, afastando-a para o esquecimento, com Michel Temer assumindo seu mandato. Ou com os senadores sustentando por maioria a presidente, deixando-a no palácio do Planalto.
Semanas passarão até qualquer das soluções definitivas, mas todas cheirando mal. Porque com Dilma ou com Temer, o País não será mais o mesmo. Terá se transformado numa massa insossa e inodora, se é que nos últimos meses terá sido alguma coisa.
Em suma, raras vezes o Brasil atravessou momentos, horas ou dias de tanta angústia. Se não forem meses. Adianta muito pouco encontrar responsáveis, porque somos todos nós.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
GERAL 14-4-2016 ÀS 4:00

GERAL 3:33

GERAL 13/04/2016 ÀS 21:42


NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 14/04/2016 05:05
O senador Otto Alencar (PSD-BA) reuniu-se com Lula no ministério extraordinário do quarto de hotel. Conversaram sobre impeachment. Otto relatou a experiência a pelo menos três colegas.
Disse que Lula lhe pediu ajuda para desencavar votos na Câmara contra o impeachment. Otto comprometeu-se a conversar com a bancada de deputados federais do PSD da Bahia.
Porém, Otto avisou: “Se chegar ao Senado, não terei como votar contra o impeachment.”
Eis a resposta de Lula, segundo o relato do senador: “Se chegar ao Senado, Dilminha terá que entender que acabou”.

Josias de Souza - 14/04/2016 04:07
O número mais extraordinário do teatro da existência é aquele que a pessoa se dispõe a executar no instante em que é excluída do espetáculo. Em conversa com dez repórteres, Dilma Rousseff disse que colocará em cartaz um “pacto”. Alguém indagou: se perder a batalha do impeachment aceitará participar de um pacto? Eis que, de repente, baixou em Dilma a luz que costuma brilhar quando alguém tropeça no óbvio: “Se eu perder, estou fora do baralho.”
Há duas semanas, Dilma perseguia um par de objetivos estratégicos: não cair e fingir que ainda dava as cartas. Agora, já não consegue simular as aparências mínimas do poder. E reconhece que pode ter virado uma Rainha de Copas descartável. Seu conglomerado partidário derreteu em escassos 15 dias. Começou a se dissolver em 29 de fevereiro, quando o PMDB desligou-a da tomada. E se liquefez nas últimas 48 horas, depois que o pedido de impeachment foi aprovado na comissão especial que o analisava.
Primeiro, o PP declarou-se pró impechment. Na sequência, vieram o PSD e o PTB. No PR, as defecções já roçam os 60%. Nesse contexto, o anúncio do PDT de que permaneceria ao lado de Dilma serviu apenas para oferecer um parâmetro capaz de reforçar a impressão de derretimento. Nesta quinta-feira, 13, reúne-se na Câmara a bancada do PMDB. Os correligionários de Michel Temer perseguem algo que se aproxime da unanimidade anti-Dilma.
Na entrevista que saiu pela culatra, Dilma queixou-se da imprensa. Talvez devesse considerar a hipótese de modificar seus hábitos de leitura. Ao percorrer os jornais do dia, em vez de desperdiçar o seu tempo nas editorias de política e de polícia, poderia concentrar-se na seção de empregos. Até auxiliares próximos da presidente reconhecem, sob reserva, que cresceram as chances de a presidente ser enviada para o olho da rua.

NO O ANTAGONISTA
Brasil 14.04.16 06:48
Lula está usando a Folha de S. Paulo para mandar recados.
Segundo o jornal, ele “avisou a aliados que, caso o governo não consiga barrar o processo de impeachment na Câmara, entrará em campanha permanente e não sairá mais das ruas”...
Brasil 14.04.16 06:14
Lauro Jardim, em O Globo, lembra que o impeachment de Dilma Rousseff pode mandar cinco ministros petistas para as mãos do juiz Sergio Moro...
Brasil 14.04.16 05:59
“Um lulista graúdo traduz o pacto sugerido por Dilma nesta quarta: se escapar do impeachment, ela poderia propor eleição direta para presidente e vice em outubro”...
Brasil 14.04.16 05:54
O impeachment tem 349 votos.
Mas deve chegar ao plenário, no domingo, 17, com 360 votos – uma margem grande o bastante para evitar sabotagens...
Brasil 13.04.16 21:44
Gilberto Carvalho, na Rede Vida, disse que o governo cometeu "erros fatais".
Celso Daniel foi um erro fatal de Gilberto Carvalho.
Brasil 13.04.16 21:43
Dilma Rousseff reuniu mais cedo, no Palácio do Planalto, os deputados que compõem sua fornida bancada na Câmara.
Alguém ainda acha que não vai ter impeachment?
Brasil 13.04.16 20:18
Gilberto Kassab não deixará o Ministério das Cidades...
Brasil 13.04.16 20:12
Eunício Oliveira vai indicar o relator da comissão do impeachment no Senado...
Brasil 13.04.16 20:07
Ciro Nogueira tentou vender o PP a Dilma Rousseff em troca de votos contra o impeachment, mas acabou sendo posição vencida dentro da legenda...
Brasil 13.04.16 20:04
Dilma Rousseff liberou seus ministros com mandato parlamentar para votarem contra o impeachment...

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