PRIMEIRA EDIÇÃO DE 10-4-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
10 DE ABRIL DE 2016
Tratando mal quem a cerca, Dilma firmou má reputação por casos como o da ex-ajudante de ordens que abandonou o serviço no meio do dia, cansada de grosserias, e do médico da Presidência que virou paciente por estresse. Ou quando, brandindo um cabide, investiu contra uma pobre camareira, que deve estar correndo até hoje. Fazem também a delícia do serpentário do Itamaraty histórias de sua curiosa mania de considerar seus objetos de hotéis de luxo que a hospedam.
Diplomatas passaram vergonha, certa vez em Buenos Aires, ao serem cobrados de algo que faltava, após Dilma deixar o hotel Four Seasons.
O Four Seasons enfeitara a mesa de jantar da suíte de Dilma com uma belíssima (e cara) toalha. Ela gostou tanto que a levou para casa.
Ao deixar o hotel Westin Excelsior, em Roma (diária de R$8 mil), outro dia, Dilma não se fez de rogada e levou dois travesseiros, que adorou.
O apego de Dilma por itens de hotéis se compara à preferência de Lula por vinhos caros, que ele fazia os embaixadores o presentearem.
Tem razão quem reclama de estelionato eleitoral: Dilma só cumpriu 6 das 55 promessas de campanha, e 24 delas não saíram do papel. As cinco principais propostas de combate à corrupção viraram fumaça, como criminalizar o caixa dois em eleição, além de tipificar o crime de enriquecimento ilícito por agentes públicos. Não é piada: prometeu também controle da inflação e 3,8 milhões de barris de petróleo por dia.
Dilma prometeu criar condições para a Justiça ser mais rápida no julgamento de processos de roubo de dinheiro público. Era lorota.
Na educação, ela prometeu reformular o currículo do ensino básico e médio e universalizar a educação infantil de 4 a 5 anos. Nada feito.
Em 2014, Dilma afirmou que os políticos “fazem o diabo” para ganhar eleição. Ela, por exemplo, uma vez reeleita, esqueceu as promessas.
O alerta contra Dilma da revista The Economist, a mais importante do mundo, foi mais contundente que qualquer das declarações frouxas de políticos tucanos: ela já “não governa em nenhum sentido significativo da palavra” e “o Brasil não suporta mais três anos” do atual governo.
Quem conversa com o vice Michel Temer e seu staff sai com a mais absoluta certeza de que ele será o próximo presidente. Ele demonstra tranquilidade e segurança que há muito não se veem em Dilma.
Oposição e governo não se entendem sobre o Partido da República. O governo negocia apoio dos 40 deputados com o mensaleiro Valdemar Costa Neto, mas a oposição acha que o PR vai aderir ao impeachment.
Enquanto Dilma e Lula usam governadores para pressionar deputados contra o impeachment, prefeitos estão mais preocupados com a eleição de outubro. Acham que será derrotado quem se ligar a Dilma ou ao PT.
“A perspectiva de poder atrairá esse partidos”, diz Antonio Imbassahy (PSDB-BA), sobre a tentativa do PP de permanecer no governo Dilma. A ala dissidente do PP promete 35 votos pró-impeachment.
Dilma convocou para este domingo (10) os ministros José Eduardo Cardozo (AGU), Jaques Wagner (Gabinete) e Ricardo Berzoini (Governo). É para não contar sozinha os votos do impeachment.
O Senado não deve ter nada mais importante a fazer: aprovou há dias projeto que institui 3 de março como Dia Nacional da Igreja 'O Brasil para Cristo'. Dilma, também sem muito o que fazer, deve sancionar.
De aviso prévio, o ministro Gilberto Occhi (Integração) mal cumpre o resguardo da operação na próstata. Esta semana andava pelo ministério mancando. A pasta de Occhi está em negociação no PP.
Quem paga as diárias do ex-presidente Lula em luxuoso hotel em Brasília?

NO DIÁRIO DO PODER
OUTRO MINISTRO ENROLADO
BERZOINI PEDIU CONTRIBUIÇÕES, DIZ EX-PRESIDENTE DA ANDRADE GUTIERREZ
MINISTRO COBROU "DOAÇÕES" DE OBRAS DA PETROBRAS E OUTRAS ÁREAS
Publicado: 09 de abril de 2016 às 09:12 - Atualizado às 15:36
O ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Ricardo Berzoini, está citado em delações premiadas de executivos da Andrade Gutierrez homologadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki.
Ex-presidente da empresa, Otávio Azevedo relatou aos procuradores da Lava Jato reunião com Berzoini na qual o petista avisou a ele que as contribuições para o partido não deveriam ser apenas sobre obras da Petrobrás, mas também de outras áreas da administração. A partir da "recomendação", a empresa teria, então, iniciado repasses ao partido de parte dos valores de contratos relativos ao setor elétrico.
Berzoini confirmou que se reuniu com Azevedo em 2008, ano de eleição municipal, para pedir contribuições ao PT. Ele disse não se recordar da data do encontro. "Estive uma vez nas dependências da referida empresa, na condição de presidente nacional do PT, assim como estive em várias outras empresas, solicitando contribuição formal e legal", afirmou. Ele alegou, contudo, que não houve "nenhuma vinculação a obras ou contratos, para sustentação das atividades partidárias".
O ministro repetiu o discurso do partido de que "as contribuições da empresa estão devidamente registradas nas prestações de contas do PT, apresentadas regularmente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No sistema do TSE, constam R$ 5,8 milhões em doações da empreiteira ao PT em 2008. Em 2010, a empreiteira repassou, oficialmente, R$ 15,7 milhões ao à Direção Nacional do partido e ao comitê de campanha da presidente Dilma Rousseff.
Os executivos da Andrade sustentam nas delações que a empresa fez doações legais para campanhas do partido, mas com dinheiro do esquema de corrupção da Petrobrás que se repetiu no setor elétrico, em obras como a construção das usinas de Angra 3 e Belo Monte, que foi o primeiro grande empreendimento da construtora na área de energia. Em troca de contratos com órgãos públicos, as empresas repassavam dinheiro para o PT, PMDB e PP.
Berzoini é o quinto ministro do PT que teve o nome envolvido na Operação Lava Jato. Também foram citados os ministros da Secretária de Comunicação Social do governo, Edinho Silva, da Educação, Aloizio Mercadante, do Gabinete Pessoal da Presidente, Jaques Wagner, e da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo. Além deles, também foi citado em delações premiadas o assessor especial da presidente, Giles Azevedo, um dos quadros do governo mais próximos de Dilma.
Berzoini ocupa um dos cargos mais importantes do governo neste momento. É dele a responsabilidade pela articulação política com o Congresso.
No governo Lula, ele foi ministro do Trabalho e da Previdência. Em 1996, fundou a Bancoop, cooperativa dos bancários, que foi presidida pelo PT. A cooperativa faliu e empreendimentos foram repassados pela OAS, uma das empreiteiras investigadas pela operação.
Os executivos da Andrade contaram que Berzoini não atuava sozinho. Os ex-ministros Erenice Guerra e Antonio Palocci também cobravam ajuda da empreiteira, segundo fontes com acesso ao caso.
A assessoria de Erenice disse que ela não tratou de Belo Monte. A ex-ministra, porém, não quis se manifestar sobre se o seu nome estava sendo usado para atingir a presidente. O advogado de Palocci não retornou as ligações da reportagem."(Não houve) nenhuma vinculação a obras ou contratos para sustentação das atividades partidárias". (AE)

SÓ A RENÚNCIA RESOLVE
Carlos Chagas
Mesmo saindo vitoriosa amanhã, quer dizer, na hipótese de ter a Câmara julgado inadmissível o impeachment, a presidente Dilma não conseguirá governar. Acabará levada da incompetência ao desespero, impossibilitada de compor um ministério acorde com as necessidades nacionais. Incapaz, também, de formular um roteiro de ação em condições de minorar as agruras da população, a começar pelo desemprego. Melhor faria, então, se renunciasse desde já, permitindo o recomeço. Mas deixar o governo para Michel Temer? Seria trocar o Seis pelo Meia Dúzia, na medida em que ambos, além de carentes de capacidade e imaginação, perderam totalmente o apoio nacional, se é que algum dia o detiveram.
A renúncia de Madame e de seu vice ensejaria a solução constitucional de eleições amplas e limpas, mesmo no cipoal de partidos que assola a prática política. Um presidente da República selecionado entre mais de trinta candidatos, em campanha pelo país, teria meios de elaborar um plano de recuperação da economia.
A temporada de fantasias já passou, pelo menos desde que o Lula tirou Dilma do bolso do colete. Ela conseguiu o milagre de demolir o antecessor, ficando claro haver passado a sua hora. Do mato do PT não sai mais coelho. Os dois grandes partidos, PSDB e PMDB, pecam um por excesso, outro por escassez: Michel Temer não venceria eleições para síndico de seu prédio, ao tempo em que Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra deixaram de sensibilizar suas próprias bases. Saindo das mesmas indefinições de sempre, lá vem outra vez Marina Silva. Admite-se Ciro Gomes, pelo menos portador de conhecimentos razoáveis da realidade nacional. Correm em faixa própria e limitada Ronaldo Caiado e Jair Bolsonaro. Joaquim Barbosa e Sergio Moro poderiam constituir-se em opções, até porque parecem mais conhecidos do que os referidos anteriormente.
De qualquer forma, outros não faltarão. A única ressalva será que tanto Dilma quanto Temer parecem fora de cogitações. Ainda bem...

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
09/04/2016 às 14:51 \ Direto ao Ponto
Para provar que o governo fez tudo certo, e portanto nada tem a ver com a maior crise econômica do Brasil republicano, Dilma Rousseff precisa encontrar o culpado pelo naufrágio. Entre o dia da posse e a semana passada, Dilma incluiu na lista de acusados a mudança de rumo da China, FHC, a redução da receita proporcionada pela exportação de commodities, a seca do Nordeste, a queda do preço do barril de petróleo, o Tribunal de Contas da União, a oposição que teima em disputar o terceiro turno e a Operação Lava Jato.
Esses suspeitos já podem dormir sem sobressaltos. Nesta sexta-feira, 08, Dilma enfim identificou o responsável pelos estragos monumentais: é o vizinho de olho gordo. A descoberta foi anunciado na zona oeste do Rio, no comício de inauguração de dois condomínios do Minha Casa, Minha Vida. Um se chama Mikonos. O outro, Santorini. Fora o nome, ambos têm tanto a ver com ilhas gregas quanto o neurônio solitário com o mundo real. Confira a transcrição do palavrório em dilmês castiço:
“É importante… qui as pessoas… algumas pessoas têm de pará de torcê pro quanto pior, melhor. Que qui é torcê pro quanto pior, melhor? É aquele vizinho da gente que sempre bota olho gordo e qué qui as coisas não dêem certo. (Aplausos). Vocês conhecem gente assim. (Salva de palmas) . São pessoas qui querem… qui querem… querem pescar em águas turvas. Que qui é pescar em águas turvas? Se piorá, as pessoas acham que pode facilitá a vida delas, e chegá ao poder não através do voto, mas através de um golpe”.
Quer dizer: o desemprego em expansão, a inflação, a recessão que já dura três anos, o desmonte da Petrobras, a irresponsabilidade fiscal, as pedaladas criminosas, o virus zika, o triunfo da mosquita, a debandada da base governista, as maiores manifestações de protesto da História do Brasil, a tragédia de Mariana, o recorde mundial de corrupção estabelecido pelo Petrolão, a assombrosa taxa de impopularidade, as bandalheiras imobiliárias de Lula, a compra de parlamentares, o impeachment iminente, aquele 7 a 1 contra a Alemanha, fora o resto — nada disso teria acontecido se não existisse gente que torce pelo fracasso de quem reside na casa ao lado.
A tese do olho gordo talvez merecesse dois segundos de reflexão se Dilma não morasse no Palácio da Alvorada. Faz mais de cinco anos que não tem vizinho. Sem alguém que torça contra por perto, chefia o pior governo de todos os tempos.

NO O ANTAGONISTA
Brasil 10.04.16 10:12
A força-tarefa da Lava Jato precisa se transformar em núcleo permanente de combate à corrupção na esfera federal...
Brasil 10.04.16 06:53
Léo Pinheiro, da OAS, negocia um acordo com a Lava Jato.
Além de esclarecer o pagamento de propina para a campanha de Dilma Rousseff, em 2014, ele está disposto a falar das palestras superfaturadas de Lula...
Brasil 10.04.16 06:48
Rodrigo Janot tem de conversar com Léo Pinheiro, da OAS.
Ele pode explicar melhor do que ninguém como a propina da empreiteira bancou a campanha de Dilma Rousseff, em 2014, através da Pepper...
Brasil 10.04.16 06:25
O impeachment salvou o Congresso Nacional.
Só 41% dos eleitores reprovam seu desempenho, “o melhor resultado já registrado pelo Datafolha para os congressistas eleitos em 2014”...
Brasil 10.04.16 06:19
Diego Escosteguy, da Época, publicou que “o número (real) de votos certos ao impeachment, com o qual a turma de Temer trabalha, é 336”.
E:
"Com viés de alta"...
Brasil 10.04.16 06:15
A dona da Pepper entregou Dilma Rousseff.
Segundo o Estadão, ela "forneceu dados sobre a campanha de 2014 que estão sendo analisados pelos investigadores".
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Brasil 10.04.16 05:56
Segundo o Datafolha, 16% dos eleitores acham que o governo Michel Temer será bom ou ótimo...
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De um parlamentar tucano:
"O PT está vazando que Janot deve abrir investigação contra Dilma e Aécio por causa da delação de Delcídio...

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