PRIMEIRA EDIÇÃO DE 1º-4-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO ESTADÃO
PF deflagra a 27ª fase da Lava Jato
POR RICARDO BRANDT, ANDREZA MATAIS E JULIA AFFONSO
01/04/2016, 07h35
Cinquenta policiais federais estão cumprindo 12 ordens judiciais, sendo 8 mandados de busca e apreensão, 2 de prisão temporária e 2 de condução coercitiva
Foto: Jose Lucena/Futura Press
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 1º, a Operação Carbono 14, a 27ª fase da Operação Lava Jato que investiga uma nova vertente de apuração. O empresário Ronan Maria Pinto foi preso.
Cinquenta policiais federais estão cumprindo 12 ordens judiciais, sendo 8 mandados de busca e apreensão, 2 de prisão temporária e 2 de condução coercitiva – quando o investigado é levado para depor e liberado.
Em nota, a força-tarefa da Lava Jato afirmou que a Carbono 14 investiga esquema de lavagem de cerca de R$ 6 milhões ‘provenientes do crime de gestão fraudulenta do Banco Schahin, cujo prejuízo foi posteriormente suportado pela Petrobrás’. Segundo a Procuradoria da República, durante as investigações da Lava Jato, constatou-se que o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contraiu um empréstimo fraudulento junto ao Banco Schahin em outubro de 2004 no montante de R$ 12 milhões.
“O mútuo, na realidade, tinha por finalidade a “quitação” de dívidas do Partido dos Trabalhadores (PT) e foi pago por intermédio da contratação fraudulenta da Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, pela Petrobrás, em 2009, ao custo de US$ 1,6 bilhão. Esses fatos já haviam sido objeto de acusação formal, sendo agora foco de uma nova frente investigatória”, sustenta a força-tarefa em nota.
As medidas estão sendo cumpridas em São Paulo, Carapicuíba, Osasco e Santo André. Segundo a Polícia Federal, os fatos investigados nesta fase apuram crimes de extorsão, falsidade ideológica, fraude, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
A força-tarefa da Lava Jato informou que do valor total emprestado de R$ 12 milhões a Bumlai, pelo menos R$ 6 milhões tiveram como destino o empresário do município de Santo André (SP), Ronan Maria Pinto.
“Como ressaltou a decisão que decretou as medidas cautelares, “a fiar-se no depoimento dos colaboradores e do confesso José Carlos Bumlai, os valores foram pagos a Ronan Maria Pinto por solicitação do Partido dos Trabalhadores”. Para fazer os recursos chegarem ao destinatário final, foi arquitetado um esquema de lavagem de capitais, envolvendo Ronan, pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores e terceiros envolvidos na operacionalização da lavagem do dinheiro proveniente do crime contra o sistema financeiro nacional”, aponta a força-tarefa da Lava Jato.
Segundo a Procuradoria, há evidências que apontam que o PT influiu diretamente junto ao Banco Schahin na liberação do empréstimo fraudulento. Para chegar ao destinatário final Ronan Maria Pinto, os investigados teriam se utilizado de diversos estratagemas para ocultar a proveniência ilícita dos valores e a identidade do destinatário final do dinheiro obtido na instituição financeira.
“Em suma, há provas que apontam para o fato de que a operacionalização do esquema se deu, inicialmente, por intermédio da transferência dos valores de Bumlai para o Frigorifico Bertin, que, por sua vez, repassou a quantia de aproximadamente R$ 6 milhões a um empresário do Rio de Janeiro envolvido no esquema”, afirma a Procuradoria.
“Há evidências de que este empresário carioca realizou transferências diretas para a Expresso Nova Santo André, empresa de ônibus controlada por Ronan Maria Pinto, além de outras pessoas físicas e jurídicas indicadas pelo empresário para recebimento de valores. Dentre as pessoas indicadas para recebimento dos valores por Ronan, estava o então acionista controlador do Jornal Diário do Grande ABC, que recebeu R$ 210 mil em 9 de novembro de 2004. Na época, o controle acionário do periódico estava sendo vendido a Ronan Maria Pinto em parcelas de R$ 210 mil. Suspeita-se que uma parte das ações foi adquirida com o dinheiro proveniente do Banco Schahin. Uma das estratégias usadas para conferir aparência legítima às transferências espúrias dos valores foi a realização de um contrato de mútuo simulado, o qual havia sido apreendido em fase anterior da Operação Lava Jato.”
A força-tarefa sustenta que outras pessoas possivelmente envolvidas na negociação para a concessão do empréstimo fraudulento pelo Banco Schahin também são alvo da operação realizada hoje. Segundo os investigadores, identificou-se que um dos envolvidos recebeu recursos de pessoas e empresas que mantinham contratos com a Petrobrás e que já foram condenadas no âmbito da Operação Lava Jato.
“Esses pagamentos ocorreram ao menos até o ano de 2012. As pessoas cuja prisão foi determinada já tiveram prévio envolvimento com crimes de corrupção”, aponta a Procuradoria.
Carbono 14, segundo a PF, faz referência a procedimentos ‘utilizados pela ciência para a datação de itens e a investigação de fatos antigos’. Os presos serão levados para Curitiba, sede da Lava Jato.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
01 DE ABRIL DE 2016
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de blindar Lula do rigoroso Juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, criou o precedente que o Governo queria. O Palácio do Planalto trabalha há semanas em um “acordão” com setores da Justiça, para que políticos sem mandato (e sem foro privilegiado), como o ex-Presidente, flagrados na gatunagem da Petrobras, sejam julgados no STF e não por Moro.
Ministros do PT juram que o objetivo do acordão não seria livrar os políticos de condenações, mas abrir caminho à “conciliação nacional”.
Como Lula, vários ex-deputados e ex-ministros, atualmente sem foro privilegiado, têm medo de ser julgados pelo juiz Sérgio Moro.
Como Lula, o Planalto acha que o juiz federal criminal Sergio Moro, ao contrário dos ministros do STF, condena à prisão sem hesitações.
O risco de precedente, pelo qual o Planalto se empenhava, aberto ontem com a blindagem de Lula, foi citado no voto do ministro Luiz Fux.
Atingida em cheio pelas investigações da Lava Jato, a Odebrecht decidiu passar por “lipoaspiração”, diminuindo de tamanho. A empresa pretende vender, até dezembro, ativos no Brasil e no exterior avaliados em R$ 12 bilhões. Já estão sendo oferecidos a eventuais interessados, investimentos no setor de energia, incluindo seu parque eólico, e a participação nas obras da hidrelétrica de Santo Antônio.
A Odebrecht também quer vender suas empresas de saneamento, uma obra de uma rodovia no Peru, considerada de grande porte, e outras.
O grupo Odebrecht tinha mais de 180 mil funcionários até 2014, mas hoje eles totalizam 128 mil. E haverá ainda mais demissões.
O faturamento bruto da Odebrecht cresceu de R$108 bilhões em 2014 para R$ 130 bilhões em 2015, mesmo com todo o rolo da Lava Jato.
O setor empresarial paulista está ansioso por detalhes da delação do ex-deputado mensaleiro Pedro Corrêa (PP) sobre a compra de votos para a reeleição de FHC. Ele disse que o banqueiro Olavo Setúbal distribuía “vale-dólar” à saída do plenário, para quem votava a favor.
Ao microfone, os sindicalistas que lideravam hordas de pobres diabos, laçados nas periferias, xingavam a rede Globo e pediram até “SUS para todos”. Quase não havia faixas e bandeiras em defesa de Dilma.
Enquanto os manifestantes lanchavam debaixo do sol escaldante de Brasília, Lula permanecia no bem-bom, do ar-condicionado do hotel de cinco estrelas Golden Tulip. Endereço, aliás, manjado na Lava Jato.
O deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) telefonou ao ministro Marcelo Castro (Saúde) para brincar com sua aflição. “Não se preocupe, o PP não quer seu ministério. Quem não quer você é o governo”, brincou.
Na manifestação contra o impeachment, em Brasília, entidades como CUT, CTB e MST exibiram faixas exigindo a cabeça do ministro petista Nelson Barbosa (Fazenda) contra o ajuste fiscal.
Manifestantes pró-Dilma pararam no tempo. Boa parte das faixas na manifestação de ontem, em pleno 2016, pedia o “fim da ditadura”. Não pareciam saber que a ditadura acabou em 1984, nas eleições de 1989.
O Planalto mandou sondar a direção do PRB para saber se admitiria retornar ao governo, mesmo após anunciar rompimento com Dilma, garantindo que seus 21 deputados votariam contra o impeachment.
Foi uma aula a apresentação, na Câmara, de Janaína Paschoal, autora do impeachment. “Dizem que impeachment sem crime é golpe, mas temos aqui excesso de crime”, disse, para delírio da oposição.
...Dilma passou o dia ao telefone oferecendo mundos, fundos e cargos, para tentar escapar do impeachment. Só faltou oferecer o seu.

NO DIÁRIO DO PODER
SUFICIENTE
COMITÊ PRÓ-IMPEACHMENT DIZ TER VOTO FAVORÁVEL DE 346 DEPUTADOS
LISTA ESTÁ SOB SIGILO PARA EVITAR INVESTIDA DO GOVERNO COM CARGOS
Publicado: 31 de março de 2016 às 19:16 - Atualizado às 19:20
A coordenação do Comitê Pró-Impeachment suprapartidário diz ter mapeado 346 votos a favor do impedimento da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. O número é maior do que o mínimo de 342 votos que a oposição precisa para aprovar a abertura oficial do processo de afastamento da petista na Casa e enviá-lo para o Senado julgar.
Segundo o coordenador do comitê, deputado Mendonça Filho (DEM-PE), o número foi colhido por líderes e deputados da oposição, que mapearam os votos por Estado. Membros do comitê tentam, no entanto, manter a lista sob sigilo. Eles alegam que não podem passar nomes ou divisão por Estados, para não dar "munição" para o governo tentar convencer esses parlamentares a mudar de voto.
Na contabilidade do Planalto, Dilma tem hoje entre 130 e 150 votos contra o impeachment, número inferior aos 172 necessários para barrar a abertura do processo. O governo já avalia, contudo, que poderá conquistar até 190 votos, após distribuir cargos para partidos do centrão da base aliada que estão divididos ou possuem muitos deputados "indecisos", como PP, PR e PSD.
Em outra frente, o governo também atua para convencer outros indecisos a faltarem à sessão de julgamento do impeachment. Assim não atrapalharão, já que o afastamento só é aprovado se tiver 342 votos a favor, independente do quórum da sessão. O julgamento deve durar cerca de três dias, uma vez que cada um dos 25 líderes partidários da Câmara tem regimentalmente até uma hora para defender o voto.
Obstrução
Nesta quinta, 31, a oposição anunciou que obstruirá as sessões a partir desta sexta-feira, 1º, até o julgamento do impeachment. Parte dos opositores avalia que o PMDB pode ter desembarcado do governo na "hora errada". Para alguns líderes, ao anunciar o rompimento na última terça-feira, 29, o partido deu tempo para o Palácio do Planalto tentar recompor a base aliada, ao distribuir o espólio peemedebista.
"Estrategicamente, pode ter sido ruim para o impeachment. O PMDB podia ter esperado mais um pouco", diz um parlamentar do PSDB. A avaliação é compartilhada até mesmo por alguns peemedebistas da ala favorável ao impedimento da presidente Dilma Rousseff. "Botamos o milho na mão deles (governo)", afirmou um parlamentar do PMDB pró-impeachment. (AE)

POLÍTICOS E MILITARES ESTÃO DEVENDO
Carlos Chagas
Completaram-se nesta semana cinquenta anos de fundação do PMDB, no começo sem o “P”, condenado a ser oposição até o desaparecimento do regime militar. Quando de seu aparecimento, o partido quase não apareceu: a lei celerada – o AI-2, baixada pelo marechal Castello Branco – exigia determinado número de senadores, para que pudesse funcionar. Como a maioria deles optou por ingressar na legenda dos militares, faltaram dois. Envergonhados pela sombra do partido único, os donos do poder manobraram para que dois senadores inscritos na ARENA mudassem de lado, saindo da situação e inscrevendo-se na oposição. Consumou-se a farsa. Tratou-se de escolher o presidente do novo partido, por causa disso mesmo o general e senador Oscar Passos, do Acre, herói da Força Expedicionária Brasileira.
Com as eleições de 1966, o bravo velhinho perdeu nova eleição para o Senado, assumindo o vice-presidente, deputado Ulysses Guimarães, que dali em diante reinou absoluto, apesar de perseguições, eleições indiretas, senadores biônicos, cassações, prisões e outros horrores que duraram até o retorno à democracia.
A passagem dos cinquenta anos vem sendo marcada por todo o tipo de comemorações, com o PMDB, faz muito, tendo-se tornado o maior partido nacional. Só foi marcado por uma ausência: esqueceram o senador Oscar Passos. De volta das batalhas na Itália, acabou entrando na política. Foi para o PTB e a oposição, até que perdeu sua primeira eleição, no MDB, décadas depois.
Naqueles idos, vivendo de aposentadorias, passou dificuldades. Ulysses Guimarães preocupou-se com o futuro do antecessor e procurou o único governador do ainda MDB, Chagas Freitas, da Guanabara, capaz de nomeá-lo para algum cargo. O diabo é que tratava-se de um traidor. De oposicionista, Chagas Freitas não tinha nada, pelo contrário. Até o mais feroz dos ministros do Exército, o general Orlando Geisel, compareceu à sua posse. Assim, como governador, nem ligou para o pedido do “presidente” de seu partido. Alegou como serviço prestado aos militares haver deixado o primeiro chefe da oposição terminar a vida em dificuldades.
Esses cinquenta anos de lutas do PMDB bem que mereceriam, se não homenagens, ao menos lembranças dos companheiros de Oscar Passos. Aliás, tanto dos políticos quanto dos militares.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
31/03/2016 às 17:34 \ Direto ao Ponto
“Eu acredito que sou talvez a única governante que tenha tido várias vezes as contas vistas e revistas, porque comigo não basta aprovar uma vez”, desandou Dilma Rousseff na discurseira para artistas que batem palmas para a presidente com muito mais frequência do que ouvem aplausos das plateias minguantes. “É necessário talvez aprovar duas ou três, o que é bastante interessante, é uma matemática política muito, mas muito estranha”, completou a governante que mente como quem respira.
A presença do talvez nas duas frases avisa que até o neurônio solitário anda duvidando das coisas que diz. Mas a clientela do Bolsa Cultura crê em qualquer coisa que garanta a mesada federal. Essa turma topa acreditar, por exemplo, que a aplicação de normas constitucionais regulamentadas pelo Supremo Tribunal Federal é golpe. Erra feio. Mas acerta quando berra que não vai ter golpe. O que vai ter é impeachment. Ou a cassação da chapa Dilma-Temer, que se reelegeu por ter aplicado o golpe do estelionato eleitoral.
As contas de Dilma nunca foram vistas e revistas: foram é rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União. (Há outras, ainda sob o escrutínio dos investigadores da Lava Jato.) “Matemática política” é a inventada pelos espertalhões que tentaram esconder com pedaladas fiscais criminosas o tamanho do buraco escavado pela corrupção, pela incompetência e pela irresponsabilidade. “Muito estranha” é a aritmética que transforma prejuízo em lucro, rombo em superávit e menos em mais.
Mais estranho ainda é constatar que o Brasil é presidido há mais de cinco anos por uma nulidade incapaz de fazer contas de jardim de infância. Revejam o vídeo famoso. Quem acha que 13 menos 4 é igual a sete merece ser cassada por insuficiência mental.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
GERAL 1º-4-2016 ÀS 3:55

GERAL 31/03/2016 ÀS 22:22

GERAL 31/03/2016 ÀS 21:56

GERAL 31/03/2016 ÀS 21:46

GERAL 31/03/2016 ÀS 20:39

GERAL 31/03/2016 ÀS 20:18

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 01/04/2016 04:32
No mercado persa que se instalou ao redor do pedido de impeachment de Dilma, a moeda que vigora é a fantasia, não o Real. Ganhará a guerra quem chegar à véspera da batalha final com a melhor pose de vencedor. Na fase atual, marcada pela compra e venda de votos, o político procura não parecer o que é. Faz isso porque o interlocutor pode não ser o que parece. Ou, enganação suprema, pode ser e parecer.
Um fato ocorrido na Câmara nesta quinta-feira, 31 ajuda a entender o que se passa. Membro do pelotão de resistência de Dilma, o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) encontrou-se com o colega Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), que pega em lanças pelo impeachment. A dupla travou um diálogo elucidativo:
— Lúcio, meu velho, fico cada vez mais decepcionado com a política. Vou te contar uma coisa porque gosto de você. Mas peço que não comente com ninguém. Estou vindo do Planalto. Encontrei lá cinco malandros do PMDB querendo ser recebidos. Pediam que não lhes retirassem os cargos porque não votarão a favor do impeachment.
— Silvio, meu caro, diferentemente de você eu já nem me decepciono mais. Encontrei há poucos instantes dez malandros seus. Disseram que fingem ser contra o impeachment de Dilma para evitar que lhes tirem os cargos. Mas querem mesmo é conversar com o Michel Temer. Pediram para eu marcar o encontro.
Os dois gargalharam ao se dar conta de que, na aritmética do impeachment, o que conta são as frações ordinárias.

Josias de Souza - 31/03/2016 19:59
O juiz Sérgio Moro atravessa uma quadra delicada. Celebrado por seus êxitos, corre o risco de se achar mais perspicaz do que ele próprio. Essa modalidade de presunção, se mal administrada, pode resultar em desastre. Foi o que sinalizou o plenário do STF ao referendar a liminar do ministro Teori Zavaschi sobre o caso dos grampos de Lula e Cia..
O mérito da causa ainda será julgado, mas os recados já foram passados. Por unanimidade, o Supremo torceu o nariz para a decisão de Moro de levantar o segredo dos grampos. Por maioria, os ministros abraçaram a tese segundo a qual o juiz deveria ter enviado os autos para Brasília assim que soaram nas gravações as primeiras vozes de autoridades com foro privilegiado — entre elas Dilma Rousseff.
Relator da Lava Jato no STF, Teori disse na sessão desta quinta-feira que o país atravessa uma “grave situação”. Valorizou o empenho do Judiciário, do Ministério Público e das autoridades policiais. Afirmou que os culpados precisam ser punidos, “independentemente do cargo que ocupa, da situação econômica ou do partido a que pertence.” Porém…
“É importante que tudo seja feito com a estrita observância da Constituição”, disse Teori. Os excessos, mesmo quando cometidos “com a melhor das intenções”, podem resultar em frustrações. “Já vimos esse filme”, disse o ministro. “Não será a primeira vez que, por força de cometimento de ilegalidades no curso das apurações, o STF e o STJ anularam procedimentos penais.”
As palavras de Teori trazem ao topo da memória a Operação Castelo de Areia. Trata-se de uma espécie de mini-Lava Jato. O caso é de 2009. Envolvia a Camargo Corrêa. Ao atingir a idade da 'República de Curitiba', dois anos, o castelo foi derrubado no STJ. Em rumoroso julgamento, o tribunal anulou todas as provas.
Prevaleceu a alegação de que a investigação nascera de uma denúncia anônima. Que não poderia servir de base para a quebra de sigilos telefônicos e bancários antes da realização de investigações complementares. A Procuradoria recorreu. Mas o STF confirmou a decisão.
Hoje, a cúpula da Camargo Corrêa está condenada na Lava Jato. A turma do abafa parece emparedada. Mas não convém oferecer pretextos para uma reação. Sob pena de os calhamaços de Curitiba serem reduzidos a um pé de página de uma página em branco. O país não merece semelhante desfecho.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Sexta-feira, abril 01, 2016
Há um brocardo jurídico que sentencia: "aquilo que não está nos autos (do processo) não está no mundo". Guardadas as devidas proporções poder-se-ia afirmar que aquilo que não está nas redes sociais não está no mundo.
A ilustração acima que viaja célere pelas redes sociais é uma das centenas de fotomontagens de humor político que infestam as redes, principalmente Facebook, Twitter, Instagram e outras menos votadas.
Neste 1º de Abril de 2016, por conta da tormentosa revelação em cascata a cerca do maior escândalo político e da maior roubalheira e corrupção da história do Brasil e quiçá do mundo, as redes sociais fervem as 24 horas do dia e ferveriam sem parar mesmo que o dia tivesse 100 horas.
Apesar de seu viés anárquico as redes sociais constituem hoje em dia o melhor termômetro para medir o humor das massas. É a primeira vez na história da civilização terráquea que cada cidadão e cidadã têm à sua disposição um palanque. E mais do que isso, tem à sua disposição uma rede de comunicação de abrangência global. É uma espécie de "democracia direta", é uma "ágora" de capilaridade planetária jamais imaginada.
Para os menos avisados, a "ágora" era a praça principal das antigas cidades gregas, local em que se instalava o mercado e que muitas vezes servia para a realização das assembleias do povo.
As redes sociais são como uma assembléia permanente dos cidadãos por meio de computadores e dispositivos móveis, como smartphones. Às vezes, como se viu no dia 13 de março último, esse turbilhão de gente conectada resolve sair às ruas em bloco ao vivo mesmo sem mortadela.
Governos e políticos em todos os níveis estão sob severa vigilância noite e dia. Qualquer tropeço é fatal. Caem nas redes. Dependendo do tamanho da pendenga, a coisa pode viralizar, ou seja, ser compartilhada em segundos por milhares de pessoas.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Sexta-feira, 1 de abril de 2016
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Hoje é Dia Internacional da Mentira. Todo cuidado é pouco com tudo que se escreve, lê ou vê nos meios de comunicação, sobretudo no maravilhoso mundo livre da internet. Falar sério no Primeiro de Abril é missão quase impossível. Sorte é que a delicadíssima crise institucional brasileira, em ritmo de ruptura, produz verdades democráticas, em plena guerra não declarada de todos contra todos nos três dos quatro poderes republicanos. Executivo, Legislativo e Judiciário batem cabeça, enquanto os militares apenas batem continência, observam tudo nos quartéis e seus serviços de inteligência operam a todo vapor, nos bastidores.
Ontem, pouco antes de começar a transmissão do "clássico", "Presidente da República x Juiz da 13a Vara Federal de Curitiba", no qual o herói Luiz Inácio Lula da Silva acabou salvo pelo Supremo Tribunal Federal das garras do juiz-vilão Sérgio Moro, a TV Justiça realizou, ao vivo, a cores, e sem censura, um dos mais belos atos de "Jornalismo Verdade". Foi um belíssimo presente para a democracia brasileira a série de declarações feitas a estudantes de Direito pelo jurista Luís Roberto Barroso. O supremo magistrado soltou o verbo porque não sabia que estava sendo filmado e gravado pela equipe do programa "Direto do Plenário". 
Vamos às verdades do Barroso. A primeira foi inspirada em uma foto na qual apareciam o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), o senador Romero Jucá (RR) e o ex-ministro da Aviação Eliseu Padilha.: "Quando, anteontem, o jornal exibia que o PMDB desembarcou do governo e mostrava as pessoas que erguiam as mãos, eu olhei e: Meu Deus do céu! Essa é a nossa alternativa de poder. Eu não vou fulanizar, mas quem viu a foto sabe do que estou falando".
Barroso detonou: "Nós nos perdemos em muitos caminhos diferentes. A política morreu. Nós temos um sistema político que não tem o mínimo de legitimidade democrática, deu uma centralidade imensa ao dinheiro e à necessidade de financiamento e se tornou um espaço de corrupção generalizada. — Estou falando aqui em um ambiente acadêmico, como se eu estivesse falando com os meus alunos".
Barroso criticou o desastroso sistema político brasileiro: "Menos de 10% dos candidatos são eleitos com votação própria. Nesse sistema, o eleitor não sabe quem ele elegeu, porque 90% dos eleitos não foram eleitos com voto próprio. E o eleito não sabe quem o elegeu pela mesma razão. É um sistema em que o eleitor não tem de quem cobrar e o eleito não tem a quem prestar contas, não pode funcionar".
Barroso continuou soltando o verbo aos estudantes, sem saber que tudo que falava ia ao ar, ao vivo: "O problema da política neste momento eu diria é a falta de alternativa. Não tem para onde correr. Isso é um desastre. Porque, numa sociedade democrática, a política é um gênero de primeira necessidade. A política morreu. Talvez eu tenha exagerado, mas ela está gravemente enferma. É preciso mudar".
Quando soube que estava sendo televisionado, Barroso ficou contrariado e ainda pediu para consertar a verdade proclamada anteriormente. Era tarde demais... Barroso solicitou, educadamente: "Pede pra desgravar. Tá transmitindo, paciência, mas para não ter uma fita... Mas quem é que está assistindo isso? Podia ter avisado mais rápido, né?
Depois do Barroso, nada melhor para fechar com chave de ouro o complicado texto sobre o Dia da Mentira do que mais uma proclamada pela Presidenta Dilma Rousseff, já derrubada por sua própria incompetência, nos atos de ontem em favor de seu desgoverno e que a petelândia jura ter sido "em favor da democracia"... Dilma falou:
"Todos os governos anteriores deveriam sofrer impeachment pelos crimes que o meu governo cometeu, pois também cometeram..."
E já que a Dilma falou a mentirinha dela, falo as minhas:
"Lula é inocente! Viva, Dilma! Salve o PT! E todo apoio ao PMDB"...
(...)

NO O ANTAGONISTA
Brasil 01.04.16 08:08
Delúbio Soares é alvo de condução coercitiva. Assim como Breno Altman.
A partir dos depoimentos de José Carlos Bumlai, a Lava Jato rastreia a propina do Banco Schahin que serviu para pagar o chantagista Ronan Maria Pinto...
Brasil 01.04.16 08:02
A LAVA JATO INVESTIGA O ASSASSINATO DE CELSO DANIEL!
Na operação Carbono 14, foram expedidos mandados de prisão contra Ronan Maria Pinto e Silvio Pereira...
Brasil 01.04.16 07:59
De acordo com a PF, o nome da operação - Carbono 14 - ocorre "em referência a procedimentos utilizados pela ciência para a datação de itens e a investigação de fatos antigos".
Assassinato de Celso Daniel?
Brasil 01.04.16 07:54
O nome da operação é Carbono 14.
A PF está em Carapicuíba, Osasco e Santo André, redutos petistas...
Brasil 01.04.16 07:51
Lava Jato: 50 policiais federais cumprem 8 mandados de busca e apreensão, 2 de prisão temporária e 2 de condução coercitiva em municípios de São Paulo.
Brasil 01.04.16 07:47
27° fase da Lava Jato nas ruas.
Meu Deus!
Brasil 01.04.16 07:21
Em busca de votos contra o impeachment, Dilma Rousseff telefonou a Edir Macedo.
Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, ela pediu ajuda com a bancada do PRB...
Brasil 01.04.16 07:12
Leia esta nota da Folha de S. Paulo e enforque-se:
“Ao negociar cargos de primeiro escalão com partidos como o PP, o PR e o PRB, Lula e o PT insistem que, num eventual governo de Michel Temer, essas legendas ficariam em décimo plano, já que o vice lotaria seu ministério de notáveis"...
Brasil 01.04.16 06:49
As compras de Lulinha na loja de produtos importados revelam que Kalil Bittar paga suas contas.
Elas revelam também que o laranjal lulista é ainda mais amplo do que se supunha...
Brasil 01.04.16 06:15
Lulinha e Kalil Bittar foram a uma loja de produtos importados em Campinas.
Lulinha comprou geladeira duplex, televisor, coifa italiana.
Valor da compra: mais de 100 mil reais...
Brasil 01.04.16 06:05
Ao atacar o juiz Sergio Moro, o STF quis mandar um recado para os membros da ORCRIM.
O recado é: só Lula pode melar a Lava Jato.
Brasil 31.03.16 21:33
Segundo o Datafolha, o ato pró-governo na Praça da Sé, no centro de São Paulo, reuniu 40 mil pessoas. Para a PM, foram 18 mil manifestantes...
Brasil 31.03.16 20:30
A defesa de José Dirceu solicitou a Sérgio Moro autorização para a realização de exames "em caráter de urgência", num hospital particular de Curitiba...
Brasil 31.03.16 20:10
O PT ensina que manifestações noturnas tendem a reunir mais gente por mais tempo, devido ao clima mais ameno. E ainda produzem um ótimo efeito cenográfico...
Mundo 31.03.16 19:37
Em outro trecho da entrevista exclusiva à Veja, o gerente Otávio Pessoa Cintra revela que foi alvo de perseguição por tentar denunciar o esquema de Pasadena. "Começaram a me perseguir dentro da Petrobras. Tive medo de matarem minha família."...
Brasil 31.03.16 19:34
Na entrevista exclusiva à Veja, o engenheiro Otávio Pessoa Cintra também revela que Dilma Rousseff e Sérgio Gabrielli sabiam de todo o esquema de corrupção envolvendo a usina de Pasadena...
Brasil 31.03.16 19:29
A Veja entrevistou o engenheiro Otávio Pessoa Cintra, gerente da Petrobras América, que virou informante da Polícia Federal e entregou detalhes do esquema de Pasadena.
"Pasadena era um projeto secreto".

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