PRIMEIRA EDIÇÃO DE 15-3-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
15 DE MARÇO DE 2016
Ao contrário do que alardeia o PT e os ministros do Governo Dilma, pesquisa realizada na Avenida Paulista neste domingo (13), durante o maior protesto popular da História, revela que mais de um terço (ou 34,5%) dos manifestantes disseram já ter votado do PT. A rejeição a Dilma foi quase unânime: 90,3% dos pesquisados classificaram o governo como ruim (10,5%) ou péssimo (79,8%). Ótimo e bom, 4,2%.
Para 19,7% Dilma chegará ao fim do mandato; 45,2% acreditam em impeachment e 28,8% acham que a Justiça afastará Dilma do cargo.
Segundo a pesquisa, 86,3% dos manifestantes preferem que Dilma renuncie ao cargo. Apenas 11,1% acham que ela deve ficar.
Entre os manifestantes, 73,8% revelaram que a situação econômica de suas famílias piorou nos últimos 6 meses e 55,8% perderam empregos.
Foram entrevistados 1.200 pessoas, entre 12h30 e 18h do dia 13 de março, com 3% de margem de erro, segundo o Paraná Pesquisa.
A escolha do Vice-Procurador-Geral da República Eugênio Aragão para Ministro da Justiça não provocou espanto em Brasília. Muito ligado ao chefe Procurador-Geral, Aragão agrada ao PT e representa para Dilma a garantia de um “canal” com Rodrigo Janot. Na campanha de 2014, Aragão foi criticado pela oposição por dar pareceres favoráveis a 71% dos pedidos do PT e ser contrário a quase 80% dos casos do PSDB.
O Procurador-Geral Rodrigo Janot tentou emplacar o amigo Eugênio Aragão no cargo de Ministro do STF, no lugar de Joaquim Barbosa.
Aragão apoiou o PT contra a designação do ministro Gilmar Mendes como relator do processo de análise das contas de Dilma no TSE.
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) quase foi Ministro da Justiça. Mas a briga de facções internas no PT fizeram Dilma desistir dele.
Virando ministro de Dilma para fugir do juiz federal Sérgio Moro, o ex-Presidente Lula pode escorregar no mesmo crime que levou o Senador Delcídio do Amaral (PT-MS) à prisão: tentativa de obstrução da Justiça.
O depoimento de Lula à PF deixou Dilma ainda mais preocupada com o antecessor. Arrogante, ele ameaçou o Ministério Público e desafiou a Justiça a torná-lo inelegível: “Quero ver se têm coragem”.
O Instituto Datafolha virou motivo de gozação chamando de “elitista” a multidão que ocupou cada centímetro de uma extensão superior a 2km da Avenida Paulista. Nem na Suíça há uma elite tão numerosa.
Ministros tentaram minimizar as manifestações, que exigiram o fim do Governo Dilma, mas a avaliação interna é diferente. Planalto acha que a multidão assustou e pode esfarelar a base de apoio no Congresso.
No Palácio do Planalto, a expectativa é que, mais dia, menos dia, no prazo máximo de 30 dias, abandonem sua base de apoio no Congresso partidos como PP, PSD, PTB e PROS. O PMDB já foi.
O QG de Dilma conta certo com apenas 88 dos 172 votos para barrar o processo na Câmara. São votos do PCdoB (12), PT (58) e PDT (18). Mesmo assim, após o “bafo das ruas”, o PDT resolveu “reavaliar”.
O Deputado Sibá Machado (PT-AC) é “bacharel em Geografia”, mas espanta que tenha passado do abecê. No twitter, chamou de “fassistas” (sic) os brasileiros que pedem o impeachment de Dilma e de “dessentes” (sic) os que defendem o Governo que tanto deixou roubar.
Trocando de partido como quem muda de roupa, o Senador Hélio José (DF), ex-PT e ex-PSB, abandonará o Partido da Mulher Brasileira (PMB), nesta terça-feira (15), para assinar ficha de filiação ao PMDB.
Quem ainda não aprendeu a calcular multidões, o Datafolha ou as Polícias Militares de todo o País?

NO DIÁRIO DO PODER
MAIS UMA
PEDRO CORRÊA FECHA ACORDO DE DELAÇÃO PREMIADA NA LAVA JATO
EX-DEPUTADO DIZ QUE LULA SABIA DE ESQUEMA QUE ROUBOU PETROBRAS
Publicado: 14 de março de 2016 às 20:56 - Atualizado às 23:28
O ex-Deputado Pedro Corrêa (PP-PE) acertou delação premiada na Operação Lava Jato. Condenado a 20 anos e 7 meses de prisão por crime de corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-Parlamentar está preso em Curitiba, base da investigação sobre o esquema de propina instalado na Petrobras entre 2004 e 2014. Em sua delação, ele confirma que o então Presidente Lula sempre soube que a nomeação de Costa na diretoria da Petrobras tinha o objetivo de "alavancar" ou desviar recursos da estatal para o seu partido. 
A expectativa é que Pedro Corrêa indique novos nomes de supostos beneficiários de pagamentos ilícitos, inclusive políticos. Com um histórico de influência junto a setores do Governo e na Câmara, o ex-Parlamentar teria conhecimento de detalhes importantes para a Lava Jato.
Ele já havia sido condenado também no processo do mensalão. Segundo a força-tarefa da Lava Jato, o ex-Deputado recebeu propina do esquema Petrobras enquanto estava sendo julgado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Penal 470. Os investigadores afirmam que há registro de recebimento de vantagens indevidas até outubro de 2012.
O ex-Parlamentar está preso desde 10 de abril de 2015, quando foi capturado na 11ª etapa da Lava Jato denominada "A Origem". A sentença do Juiz Federal Sérgio Moro atribui a Pedro Corrêa o recebimento de propina de R$ 11,7 milhões, 72 crimes de corrupção passiva e 328 operações de lavagem de dinheiro.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, Pedro Corrêa fez articulações para a nomeação de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Primeiro delator do esquema, Costa acusou Pedro Corrêa de ter recebido R$ 5,3 milhões do esquema de corrupção na estatal para sua campanha eleitoral de 2010.
Segundo o delator, "Pedro Corrêa recebia parte dos repasses periódicos destinados ao PP e oriundos das propinas pagas nos contratos firmados no âmbito da Diretoria de Abastecimento" - comandada por ele de 2004 a 2012. A área era a cota do PP no esquema denunciado pela Lava Jato de corrupção na Petrobras envolvendo as indicações políticas - envolvendo também o PT e o PMDB - em cargos estratégicos.

VAI DEIXAR O QUÊ?
Carlos Chagas
Não precisamos de videntes, quiromantes nem bolas de cristal. Saber o que vai acontecer é seguir a natureza das coisas. Amanhã, quarta-feira, 16, o Supremo Tribunal Federal dará início à elaboração do novo ritual capaz de regulamentar os mecanismos de perda de mandato de deputados e senadores quando acusados de praticar ações ilícitas no exercício de suas atribuições.
A mais alta corte nacional de Justiça deverá determinar que, para ser julgado e perder seu mandato, o deputado ou senador precisará ter contra ele, em votação nominal, dois terços de seus pares. Sendo deputado, o processo irá ao Senado, para autorizar ou não o julgamento. Em caso positivo, caberá aos senadores abrir o processo relativo, em sessões presididas pelo Presidente do Supremo. Mas se o Presidente da República não tiver vindo do Congresso?
O alçapão estará aberto e, mesmo demorando alguns dias, estará fulminado, caso os deputados autorizem seu fuzilamento. Se for senador, mais fácil ainda, pois a autorização inicial equivalerá ao resultado final da decisão. Não sendo parlamentar, a queda será maior.
O problema é saber o que acontecerá à presidente Dilma Rousseff. Noves fora o ritual e as etapas para acusação, defesa e oitiva de testemunhas, depois que for caracterizada como ré, Madame será afastada do exercício da presidência da República, até o final do julgamento. Assumirá interinamente o vice Michel Temer.
Suponhamos essa hipótese. O que fará Dilma? Enquanto afastada de forma provisória, provavelmente não fará nada, exceção de reunir-se diariamente com seus advogados para cuidar da defesa.
Depois, na hipótese da condenação, se não o fez antes, estará cuidando do próprio futuro. Primeiro, decidir onde vai morar: Porto Alegre, Brasília ou mesmo Rio ou São Paulo? A que atividades se dedicará? Economista, dirigente de empresa, aposentada ou pronta para começar a redigir suas memórias? Editores não lhe faltarão, muito menos convites para consultorias ou bissextas palestras pelo Planeta. Viagens ao exterior não parecem certezas, afinal, uma de suas características no poder não terá sido a de amealhar dinheiro fácil, como certos antecessores. Dar aulas sempre será possível, mas difícil, dado seu temperamento.
Mais conflituosos serão seus primeiros dias fora do poder. Ao sair, precisará despedir-se de seus ministros e auxiliares, situação constrangedora para todos. Reconhecer erros não parecerá fácil, quem sabe uma dose de humildade abrilhantará derradeira passagem pelo governo? Dirigir-se ao sucessor equivalerá a deglutir pílulas amargas, mas necessárias, porém que mensagem dedicará ao antecessor? Certamente reverenciais, até amenas, mas em momento algum significando submissão à responsabilidade pela débâcle. Se ela teve culpa, e grande, ele teve pior, como artífice de toda a trapalhada. A partir do impeachment, mais se afastarão suas relações, sobrando a triste conclusão de nenhum dos dois haver deixado herdeiros. Ao povo, Dilma dedicará alguma mensagem? Getúlio Vargas deixou o mais importante documento de nossa História. Fernando Collor, nenhum...

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
14/03/2016 às 18:41 \ Feira Livre
Na campanha presidencial de 2002, fez sucesso um filmete criado pelo marqueteiro Duda Mendonça em que a Bandeira do Brasil era roída em poucos segundos por um bando de ratos. Exibida no horário eleitoral do PT, a peça de propaganda foi concebida para vender a ideia de que o partido do candidato Lula detinha o monopólio da ética. Os outros ─ “eles” ─ não passavam de assaltantes de cofres públicos.
O Mensalão mostrou que os roedores que se multiplicam no comercial eleitoreiro moravam nos esgotos do PT. O Petrolão provou que roeram furiosamente muito mais do que bandeiras. Como demonstraram as manifestações deste domingo, 13, agora as coisas estão claríssimas. O que parecia propaganda eleitoral era programa de governo. Os ratos só pararam de fazer o que fazem no vídeo quando a Lava Jato chegou.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
GERAL 15-3-2016 ÀS 6:19
GERAL 6:08
GERAL 4:23
GERAL 4:21
GERAL 2:43
GERAL 2:15
GERAL 2:05

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 15/03/2016 04:54
O brasileiro já ouviu muitas histórias de gente tirando gênio de garrafas. Mas nunca antes na História desse País se ouvira falar de alguém obrigando o gênio a retornar à garrafa. Na versão de um Ministro petista é o que Lula está fazendo com Dilma. Vendida em 2010 como gestora genial, ela foi convencida a entregar ao antecessor o futuro dos escombros que restaram do seu Governo.
Numa tentativa desesperada de se livrar do impeachment, Dilma fará de Lula um superministro, com sala no Planalto. Ele chefiará a articulação política do Governo e projetará sua sombra sobre toda a Esplanada, especialmente sobre a pasta da Fazenda. Depois de acusar os rivais de tramar um golpe, Dilma recorre a um autogolpe. Lula entrará pela porta dos fundos numa espécie de terceiro mandato.
A manobra envolve alto risco. Ao patrociná-la, Dilma como que exerce um dos poucos privilégios que ainda lhe restam — o privilégio de escolher seu próprio caminho para o inferno. Com o governo esfarelando-se, Madame atrelou seu destino ao de Lula, divorciando-se definitivamente das ruas.
No último domingo, 13, o asfalto roncara sobretudo para exigir o impeachment de Dilma e prestigiar Sérgio Moro, cacifando-o para punir inclusive Lula ‘Jararaca’ da Silva. Em resposta a essas demandas, Dilma resolveu unir o inútil ao desagradável: para se manter no cargo, concede à serpente o foro privilegiado dos ministros, livrando a cobra criada do PT dos rigores do juiz da Lava Jato.
O movimento é inútil porque, ainda que consiga deter o impeachment, o máximo que Lula fará por Dilma é acomodá-la no verbete da enciclopédia como a primeira pessoa na História a se tornar ex-Presidente ainda no exercício da Presidência. É desagradável porque a presença de Lula na Esplanada, além de não ser um bom exemplo, é um péssimo aviso: o Governo entrou na fase do vale-tudo.
Tomado pelo que se diz dele no Planalto, Lula retornará a Brasília para operar milagres. Na Política, promete reagrupar o bloco partidário que dava suporte aos governos petistas no Congresso. Na Economia, acena com uma reviravolta capaz de abreviar a retomada do crescimento. Falta combinar com a lógica.
Quando ainda era um Presidente da República popular, Lula só conseguiu apoio no Congresso comprando aliados com o dinheiro sujo do Mensalão e do Petrolão. Os parlamentares governistas continuam com o mesmo código de barras na testa. Mas o Governo, com a força-tarefa da Lava Jato no seu encalço, já não pode remunerá-los como antes. O novo superministro manuseará um orçamento em ruínas.
Não é só: retratado nas ruas como um boneco-presidiário batizado de Pixuleco, investigado por corrupção, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, Luís Inácio já não é o mesmo Lula da Silva. É nessa condição de ex-Lula que terá de convencer o PMDB, por exemplo, de que é mais negócio permanecer com Dilma do que colocar na cadeira dela o correligionário Michel Temer, seu substituto constitucional.
A contabilidade do impeachment favorece Dilma. Para aprovar o pedido na Câmara, os antagonistas do Governo precisam reunir 342 votos. Para barrar o impedimento, o Planalto tem de juntar apenas 171 votos. Líder do Governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE) afirma que, se o Governo não tiver algo como duzentos votos no plenário, é porque a propalada governabilidade já foi para o beleléu.
Na Economia, a guinada defendida por Lula e seus devotos no PT passa pelo abandono de projetos como a reforma da Previdência e de estratégias como o rigor fiscal. Tudo em nome de uma hipotética retomada do crescimento ainda em 2016. Como se fosse possível colher bons indicadores sem plantá-los.
De resto, a aposta do Planalto na capacidade de Lula de fazer e acontecer desconsidera o fato de que a Lava Jato introduz na conjuntura muitas surpresas, espantos, choques, assombrações e uma certa dose de ‘sim senhor, quem diria?!?’.
Nesta segunda-feira, 14, por exemplo, enquanto o morubixaba do PT se equipava para os novos desafios, veio à luz a notícia de que o ex-Deputado Federal Pedro Corrêa, cacique da tribo do PP, preso em Curitiba, fechou um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato.
Corrêa contou aos investigadores, entre outras coisas, que Lula tinha plena ciência das propinas que o PP beliscava na Petrobras. Aos pouquinhos, a turma de Curitiba vai fechando o cerco ao redor de Lula. Ainda que fuja de Sérgio Moro, presidente informal da República terá de se entender com o STF. E já estão no forno novas delações.
Fica-se com a impressão de que Dilma passará a dispor não de um ministro providencial, mas de um cúmplice full time. De certo mesmo, o autogolpe propiciará, por enquanto, uma perda da dignidade funcional de uma Presidente em apuros. E dignidade é como virgindade. Perdeu, está perdida. Não dá segunda safra.

Josias de Souza - 14/03/2016 16:25
É dura a vida do Governo. O asfalto pede a saída de Dilma na maior manifestação da História do País e o Ministro Jaques Wagner (Casa Civil) vem aos holofotes para dizer que “nunca tivemos uma manifestação tão produzida”. O auxiliar de Dilma rogou: “Não me venham falar também de espontaneidade.”
Na próxima sexta-feira, 18, movimentos sociais e entidades sindicais como a CUT, braço e mão do PT nas arcas do imposto sindical, farão um “ato nacional contra o golpe”, em defesa de Lula e por mudanças na Economia. Será uma manifestação 100% financiada pelo deficit público.
Em respeito à inteligência alheia, o Ministro Wagner fica obrigado a retornar aos refletores para comentar o volume e a produção desse ato anunciado pelos aparelhos controlados pelo Estado petista. Pode começar explicando a diferença entre sociedade civil e sociedade organizada. Ou a distinção entre o público e a coisa pública.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Terça-feira, março 15, 2016
O inverno em Curitiba é um dos mais gelados do Sul do Brasil
Em artigo muito bem fundamento do ponto de vista jurídico e publicado no site Jota, o Juiz Federal e professor de Direito Ilan Presser, demonstra de forma cabal que a derradeira tentativa do PT de impedir a eventual prisão de Lula, nomeando-o como Ministro, é mais um tiro n’água.
A ideia que por si só soa como a admissão da culpabilidade do ex-Presidente, pois não fosse assim Lula ao invés de buscar qualquer tipo de ‘blindagem’, faria como qualquer cidadão honesto, ou seja, apresentando-se à Justiça valendo-se da máxima “quem não deve não teme”.
No caso presente o artigo do Juiz Federal Ilan Presser vai muito além do senso comum e, baseando-se na jurisprudência e julgados do STF, o magistrado, de partida, observa que “Há cerca de uma década, o STF interpretou a Constituição no sentido de que o foro por prerrogativa de função só pode existir durante o exercício do mandato. Assim, o Pleno do STF, por 7 votos a 3, na ADIN 2797, entendeu inconstitucional a lei 10.628/02, que estendeu para ex-autoridades o foro privilegiado.
Entenderam os ministros que o fundamento a legitimar a existência do foro diferenciado, é a proteção do cargo, ou seja, do interesse público. E jamais da pessoa que o ocupa temporariamente. Do contrário haveria a prevalência de um interesse meramente privado.
Na ocasião, o relator das ações, ministro Sepúlveda Pertence, asseverou que o Congresso praticou abuso do poder de legislar, ao tentar restabelecer por lei o foro especial de ex-autoridades, que o STF já tinha derrubado em 1999.”
O artigo é longo e relata pronunciamentos do Supremo em diversos julgados. A lógica e o bom senso indicam, além dos julgados e dos cânones da ciência jurídica, que a segunda nomeação de uma ex-autoridade para ocupar cargo publico com a finalidade precípua de lhe conceder foro privilegiado é no mínimo uma chicana jurídica que dificilmente passará incólume pelo crivo da lei. O PT perderá mais uma vez. Recomendo muito a leitura do artigo do Juiz Ilan Presser.
Neste caso Lula deve precaver-se porque o inverno costuma ser invariavelmente rigoroso em Curitiba.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Terça-feira, 15 de março de 2016
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Apenas a burrice ou cinismo pragmático da petelândia não sabe que a nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva para qualquer ministério da Dilma é um ato jurídico automaticamente anulável. O Jurista Modesto Carvalhosa, entrevistado ontem à noite no programa Roda Viva, da TV Cultura, advertiu que Lula pode até acabar preso por tentativa de enganar a Justiça. A maior expectativa é que, antecipando-se à manobra de Lula, o Juiz Sérgio Moro decretasse a prisão de Lula, antes da nomeação. A corrida contra o relógio promete ser intensa nesta terça, 15...
Nas redes sociais, magistrados espalhavam ontem uma tese interessante sobre como Dilma pode se prejudicar, ainda mais, se nomear Lula seu ministro. Nomear ministro de Estado, com desvio de finalidade, implica violação ao princípio da moralidade administrativa (art. 37, caput, CF/88; art. 2º, caput, Lei 9.784/99). Violar um princípio da administração pública (como a moralidade administrativa) implica ato de improbidade administrativa (art. 4 c/c artigo 11, caput e inc. I, Lei 8.429/92). Constitui crime de responsabilidade do Presidente da República qualquer ato que atente contra a probidade administrativa (art. 85, V, CF/88). Conclusão: Presidente da República que nomeia ministro de Estado com desvio de finalidade pode responder por crime de responsabilidade.
Em tese, única chance de Lula da Silva escapar, momentaneamente, do juiz Sérgio Moro, na operação Alethéia da Lava Jato, seria se tornar Ministro de Dilma Rousseff o mais depressa que puder. Lula só não pode esquecer que, outro dia, o Brasil assistiu à inédita prisão de um Senador em pleno mandato (o agora delator premiado Delcídio do Amaral - considerado "traíra" pela cúpula petista que o abandonou). No clima presente, nada custa que ocorra a inédita prisão de um ex-Presidente da República que se tornou ministro, de forma canalha, apenas para ter um absurdo foro privilegiado. Seria o prêmio justo e perfeito para o verdadeiro "ministro da avacalhação".
Nomear Luiz Inácio Lula da Silva é um suicídio político. A Secretaria de Governo (uma Presidência paralela?) está à disposição dele. A transferência do processo do caso do Triplex e do Sítio, de São Paulo para Curitiba, causou o cagaço máximo capaz de convencer Lula ao ato politicamente suicida de se tornar subordinado de mentirinha da Dilma, em troca de um vexatório foro privilegiado de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal - escapando do temido e popular Moro, o "Homem de Gelo", maior herói nas gigantescas manifestações históricas de 13 de março de 2016.
O ato burro de desespero de Dilma para proteger Lula tende a acelerar o processo de impeachment da Dilma. O réu na Lava Jato e ainda Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, adverte que o impedimento da Presidente pode ser votado em até 30 dias. A tramitação pode chegar a 45 dias, dependendo do quórum de pelo menos 51 deputados para abrir uma das sessões previstas para o caso. Dilma teria 10 dias para a defesa. Outros cinco seriam de votação na comissão de 65 membros que vai admitir o impeachment, até a votação final em plenário. Se o PMDB confirmar o rompimento com o desgoverno, tudo tende a ser ultra-rápido...
O Brasil vai reagir ao golpe sujo e ilegítimo de nomear Lula ministro. Dilma vai cair mais depressa, e Lula irá junto com ela - ou até antes dela. Lula, no Ministério, será o atestado de quem manda, de verdade, no desgoverno do crime organizado. Seu ato final de desespero, tende a ser fatal. Em Brasília, o mito em decadência ficará muito exposto e sob risco. A Jararaca vai tomar pau e terminará lavada a jato...
Te cuida, Ministro $talinácio... Você está prontinho para tomar um "xeque"-mate. Neste jogo, quem perde - porque levou algum cheque indevido de empreiteira em seu instituto ou empresa - acaba no xadrez...
Ato nulo

Leitura obrigatória para morrer de rir 
A situação de Lula também fica complicadíssima com a leitura da transcrição, em 109 páginas, das declarações colhidas nos autos nº 5006617­26.2016.404.7000, em 04 de março de 2016, das 8h às 11h35min, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
A reprodução do depoimento de Lula - colhido fonograficamente e digitado pelas técnicas judiciárias Ivanice Grosskopf e Gisele Becke - revela trechos nos quais o ex-Presidente demonstra ira, tensão, arrogância e o costumeiro desconhecimento sobre fatos que acontecem em volta dele.
Ao final, Lula faz um discurso anunciando sua candidatura presidencial em 2018 e desafia, em tom de ironia: "Está ótimo. Eu espero que quando terminar isso aqui alguém peça desculpas. Alguém fale: Desculpa, pelo amor de Deus, foi um engano”.
Lição do passado
O povão não tira da cabaça a frase que Lula soltou em 1988, no tempo em que era deputado constituinte:
"No Brasil é assim: quando um pobre rouba vai para a cadeia; quando um rico rouba, vira ministro.".
Pelo menos agora, quem deseja e precisa virar ministro é o mais "onesto"...
(...)

NO O ANTAGONISTA
Brasil 15.03.16 08:09
Eu, Diogo, subestimei a estupidez de Lula.
Jamais pensei que ele pudesse cair na cilada de assumir um cargo no Governo para fugir da Lava Jato, transformando-se num Eduardo Cunha...
Brasil 15.03.16 08:14
O Globo analisou o depoimento de Lula à Lava Jato por meio de um programa de computador, que forma uma "nuvem de palavras"...
Brasil 15.03.16 07:45
Lula nunca pagou nada de seu bolso.
Um delegado da Lava Jato perguntou o que ele faz quando precisa de um remédio, por exemplo.
Ele disse que manda um guarda-costas comprar...
Brasil 15.03.16 07:32
Lula disse à PF que "tinha a chave" do sítio-que-não-é-dele.
O Estadão chamou a atenção para esse particular do depoimento de Lula...
Brasil 15.03.16 07:13
Uma delegada da Lava Jato denunciou as manobras do novo Ministro da Justiça para obstruir as investigações sobre o Mensalão.
Trata-se de Erika Marena...
Brasil 15.03.16 07:08
Dilma Rousseff pode dar a Lula “superpoderes no Governo”, diz O Globo.
O superpoder de se blindar da Lava Jato...
Brasil 15.03.16 06:50
Eugênio Aragão, o novo Ministro da Justiça, já salvou Lula no passado.
Em novembro de 2005, ele impediu que os Estados Unidos fornecessem à PF documentos sobre as contas de Duda Mendonça no exterior...
Brasil 15.03.16 06:44
Dilma Rousseff e alguns de seus auxiliares mais próximos “terão dias de pesadelo pela frente”, segundo a Folha de S. Paulo.
Esse pesadelo tem um nome: Andrade Gutierrez...
Brasil 15.03.16 06:23
Renan Calheiros “sinalizou a Lula que asseguraria o apoio de parte do PMDB ao Governo caso o ex-Presidente aceitasse virar ministro”...
Brasil 15.03.16 06:03
O Brasil sempre acolheu criminosos.
Josef Mengele refugiou-se em Bertioga. Ronald Biggs refugiou-se no Rio de Janeiro. Cesare Battisti refugiou-se em Cananéia...
Brasil 14.03.16 20:54
Se Lula virar Ministro da Secretaria de Governo, terá controle direto sobre a Abin.
Brasil 14.03.16 20:19
Os petistas perderam completamente o senso de ridículo...
Brasil 14.03.16 20:16
Eugênio Aragão respondeu a um processo administrativo por atrapalhar as investigações da Polícia Federal no Mensalão, mas também deu parecer favorável ao compartilhamento de provas com a Lava Jato no processo de cassação de Dilma Rousseff no TSE...
Brasil 14.03.16 19:51
Se os Promotores Cassio Conserino e José Carlos Blat querem que Lula pague por seus crimes, melhor deixarem o caso do triplex com a Lava Jato...
Brasil 14.03.16 19:38
Cassio Conserino também disse que vai recorrer da decisão da Juíza Maria Priscila Ernandes Oliveira para ficar com o caso.
Brasil 14.03.16 19:33
A defesa de Lula recorreu ao STF da decisão da juíza Maria Priscilla Ernandes, que encaminhou a denúncia dos promotores de São Paulo para o juiz Sérgio Moro, em Curitiba...

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