PRIMEIRA EDIÇÃO DE 14-3-2016 DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NO DIÁRIO DO PODER
MAIOR PROTESTO DA HISTÓRIA
POPULAÇÃO PEDE IMPEACHMENT DE DILMA NA MAIOR MANIFESTAÇÃO DA HISTÓRIA
POVO SAI ÀS RUAS PARA APOIAR LAVA JATO E EXIGIR SAÍDA DE DILMA
Publicado: 13 de março de 2016 às 22:10 - Atualizado às 23:25
Redação
A MULTIDÃO NA AVENIDA PAULISTA REUNIU 1,4 MILHÃO DE PESSOAS, SEGUNDO A PM. (FOTO: J. DURAN MACHFEE/AE)
Na maior manifestação da História do País, milhões de brasileiros foram às ruas ontem, em pelo menos 239 cidades nas cinco Regiões, pedir a saída da petista Dilma Rousseff, 68 anos, da Presidência da República. Os protestos também tiveram como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fundador e principal líder do PT, investigado pela Operação Lava Jato e pelo Ministério Público de São Paulo.
Os manifestantes se dividiram entre o apoio ao impeachment de Dilma, em tramitação da Câmara dos Deputados, a cassação do mandato dela pela Justiça, sob análise do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e a pressão pela renúncia da petista do cargo que ela ocupa desde janeiro de 2011 e para o qual foi reeleita em 2014 com 51,64% dos votos no segundo turno.
A enorme adesão às manifestações, convocadas majoritariamente por grupos como o Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL) praticamente enterrou o discurso governista e petista de que o País estava dividido. À noite, após o fim dos protestos, o Palácio do Planalto divulgou nota em nome da presidente Dilma Rousseff na qual afirma que "a liberdade de manifestação é própria das democracias e por todos deve ser respeitada", diz trecho do texto assinado pela secretaria de Imprensa da Presidência. A nota de Dilma comprova uma inflexão do governo em relação ao protesto de março de 2015, quando o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, criticou os atos e disse que eles eram de "eleitores que não votaram em Dilma Rousseff".
De acordo com institutos de pesquisa, Polícia Militar e historiadores consultados pela Estado, os atos públicos de ontem superaram em adesão as manifestações das Diretas Já (movimento pelo fim da ditadura no entre 1983 1984) e do movimento conhecido como Junho de 2013 (série de protestos desencadeada pelo aumento do preço das passagens do transporte público).
A maior concentração de manifestantes ocorreu em São Paulo, assim como já havia acontecido em março do ano passado, no primeiro grande protesto contra a gestão Dilma e o PT. Apesar do tom maciçamente contrário à petista e a Lula, o governador do Estado, Geraldo Alckmin, e os senadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP), todos do PSDB, foram impedidos de subir em um carro de som. Os protestos tiveram forte apelo contra a corrupção, pela ética pública e pelo fim da impunidade. O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância da Justiça e que autorizou o depoimento sob condução coercitiva de Lula no último dia 4, agradeceu o apoio recebido em diversos atos pelo País. Ele pediu que as autoridades e os partidos "ouçam a voz das ruas".
Os protestos ocorridos ontem, 13, em todo o País contra o governo Dilma Rousseff, o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT levaram cerca de 3 milhões de pessoas às ruas nos 26 Estados e no Distrito Federal, de acordo com dados colhidos nas polícias militares estaduais.
Em São Paulo, onde foi registrada a maior manifestação do País, houve divergências de números de público. Segundo a PM, 1,4 milhão de pessoas foram à Avenida Paulista ontem. Já o Datafolha, que sempre minimiza protestos do gênero, apontou público de 500 mil manifestantes. No protesto de março do passado, enquanto a PM estimou 1 milhão na Paulista, o Datafolha apontou 210 mil pessoas. 
O público recorde de 3 milhões de pessoas também não considera o protesto realizado na cidade do Rio de Janeiro. A exemplo das manifestações ocorridas no ano passado, a PM fluminense não divulgou estimativas oficiais de público. De acordo com os organizadores do ato, cerca de 1 milhão de manifestantes participaram do protesto que se concentrou na orla de Copacabana
Comparação 
Outras capitais também registraram público maior que o dos protestos ocorridos no ano passado. O ato de ontem em Curitiba levou 200 mil pessoas às ruas, segundo a PM; há um ano, o público foi de 80 mil pessoas, também de acordo com dados oficiais.
Em Florianópolis, 95 pessoas participaram da manifestação ontem, ante 30 mil nos protestos de março do ano passado. Porto Alegre praticamente manteve o público de um ano atrás (100 mil) neste 13 de março (105 mil pessoas), conforme a Polícia Militar.
Também na Região Nordeste houve aumento expressivo do público registrado nos atos de ontem em comparação aos de 15 de março de 2015. Fortaleza, a capital que teve o maior público há um ano (12 mil pessoas), neste ano reuniu 80 mil manifestantes. No Recife, neste ano, a PM não divulgou estimativas oficiais, mas os organizadores dos protestos falaram em 150 mil pessoas na capital pernambucana. Há um ano, 8 mil pessoas se mobilizaram, conforme a PM.
Em Salvador também foi registrado aumento de público. Há um ano, 10 mil pessoas se mobilizaram contra o governo Dilma; ontem, o público foi de 20 mil. O alcance dos protestos de ontem também superou o de março do ano passado, quando pelo menos 212 cidades de todo o País registraram manifestações. Neste 13 de março, ao menos 239 cidades se mobilizaram - os organizadores haviam convocado atos em mais de 400 municípios em todo o Brasil.

IMPEACHMENT, JÁ
MANIFESTANTES VAIAM RENAN CALHEIROS EM FRENTE AO PRÉDIO ONDE ELE MORA
MANIFESTANTES VAIARAM O SENADOR EM FRENTE AO PRÉDIO ONDE MORA
Publicado: 13 de março de 2016 às 13:01
Redação
A POLÍCIA ESTIMA A MULTIDÃO EM 25 MIL PESSOAS, MAS OS ORGANIZADORES AFIRMAM QUE FORAM 35 MIL.
Os manifestantes favoráveis ao impeachment da Presidente Dilma Rousseff cantaram o Hino Nacional e vaiaram o presidente do Senado Renan Calheiros, em frente ao edifício Tartana, onde ele mora, na praia de Ponta Verde, em Maceió. Estimulados pelo locutor de um carro de som, os manifestaram vaiaram o Senador.
Calheiros é considerado um dos sustentáculos do governo Dilma no Congresso Nacional, segundo seus críticos, em troca de cargos e outras benesses no Governo Federal.
Além do apoio ao Governo Dilma, o Presidente do Senado foi vaiado porque está entre os principais acusados nas investigações da Lava Jato e outros escândalos. Nesta semana, o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, pediu a abertura do sétimo inquérito de corrupção contra Calheiros.

PREOCUPAÇÕES ECONÔMICAS
DÍVIDAS DEVEM PROVOCAR EXPLOSÃO DE QUEBRAS E RECUPERAÇÕES JUDICIAIS
COM REDUÇÃO NAS VENDAS ENDIVIDAMENTO SE TORNOU UMA BOLA DE NEVE PARA AS EMPRESAS
Publicado: 13 de março de 2016 às 18:00 - Atualizado às 22:36
Economia
Nos últimos sete anos, o endividamento das empresas brasileiras no mercado interno mais que dobrou, atingindo R$ 1,4 trilhão em janeiro. Com os empréstimos externos, essa conta sobe em mais US$ 211 bilhões. Não chegaria a ser um problema, se a Economia estivesse crescendo, o consumo subindo, a produtividade aumentando. Mas o cenário é o inverso disso. Com redução nas vendas e a receita caindo, esse endividamento se tornou uma bola de neve para as empresas. E a percepção entre os analistas é uma só: o País vai viver este ano uma explosão das recuperações judiciais e quebras de empresas.
Esse cenário, na verdade, já deu as caras no ano passado, quando as recuperações judiciais chegaram a 1.256, número mais de 50% superior ao registrado em 2014. No primeiro bimestre deste ano, o número foi ainda mais assustador: crescimento de 116% em relação ao mesmo período do ano passado. "As empresas estão sofrendo e ainda vão sofrer muito em 2016 por falta de liquidez", diz Mauro Storino, diretor sênior da Fitch Ratings.
O cenário traçado pela agência de classificação de risco para os grupos nacionais é dos mais pessimistas. Entre as companhias brasileiras acompanhadas pela Fitch, 53% estão com perspectivas negativas - ou seja, devem ter suas notas de crédito rebaixadas nos próximos meses. Em 2014, para cada empresa que tinha o rating elevado, três caíam. Neste ano, a proporção, segundo Storino, será de uma elevação para dez rebaixamentos.
Para entender como a situação chegou a esse ponto não é preciso ir muito longe. Entre 2005 e 2013, os empresários brasileiros experimentaram um ambiente inédito, com fartura de crédito a um custo baixo para os padrões nacionais ao mesmo tempo em que o governo incentivava o consumo e o crédito das famílias. A decisão das corporações foi de tomar dívida para investir em expansão - o que fez com que o endividamento superasse a geração de caixa.
O problema é que no meio do caminho veio uma recessão. A reviravolta econômica e política derrubou o nível de atividade e provocou uma intensa aversão ao risco. De um crescimento de 2,3% em 2013, o Brasil ficou praticamente estagnado em 2014 e recuou 3,8% em 2015. "Isso gerou um descompasso entre a geração de caixa e o endividamento das empresas", diz Fábio Rodrigues, sócio diretor da Bizup Consulting, empresa de consultoria empresarial. Na prática, as empresas investiram com base em um cenário que não se realizou. E, mais grave: as dívidas começaram a vencer no pior momento da economia.
A margem líquida - indicador que mede o quanto das vendas se converte em lucro - recuou, em 2015, aos mesmos níveis de 2003. O levantamento foi feito pela empresa de informação financeira Economática com base nos dados de 70 companhias de capital aberto que já apresentaram o balanço do ano passado.

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
14 DE MARÇO DE 2016
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve reconhecer a constitucionalidade de iniciativas legislativas para instituir o parlamentarismo no Brasil. O assunto foi provocado em 1997 pelo mandado de segurança nº 22972, do então deputado Jaques Wagner (PT-BA), atual ministro da Casa Civil, alegando ser inconstitucional permitir a tramitação de propostas nesse sentido, na Câmara.
O julgamento do STF coincide com a articulação do PMDB e PSDB para superar a atual crise política sem a necessidade de impeachment.
Em seu mandado de segurança, Jaques Wagner alegou que somente um plebiscito poderia alterar o sistema de governo no País.
A proposta defendida pela cúpula do PMDB prevê a permanência de Dilma na presidência, mas com só prerrogativas de chefe de Estado.
No parlamentarismo, o chefe de governo é um primeiro-ministro, que, pela proposta do PMDB, seria eleito pelo Congresso Nacional.
Uma força-tarefa da Ministério Público do DF deverá aprofundar as investigações sobre os financiamentos do BNDES para obras realizadas pela Odebrecht no exterior, grande parte delas obtidas por meio de alegado tráfico de influência do ex-presidente Lula, a serviço da empreiteira. Além de Lula, a Procuradoria pretende investigar também o papel de Luciano Coutinho, Presidente do BNDES, nesses negócios.
O deputado Alexandre Baldy (PSDB-GO) levou ao Ministério Público do DF documentos da CPI do BNDES comprometendo Lula e Coutinho.
O Palácio do Planalto fez a CPI do BNDES acabar em pizza, mas o deputado Baldy acredita que seus documentos podem ser elucidativos.
O MP do DF está interessado em financiamentos como o do porto de Mariel, em Cuba, e outras ditaduras sem quaisquer órgãos de controle.
No PSDB, o senador José Serra apoia o parlamentarismo, mas seu rival Aécio Neves, dono da candidatura tucana a presidente da República, não tem lá muito interesse na ideia.
Após a queda da Medida Provisória que mudava a lei tributária (MP 694/14), o governo finalmente entendeu que não conseguirá aprovar o pacote fiscal “salvador da Economia”. Pode ser a pá de cal.
Nas contas do Presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, a comissão do impeachment começa a funcionar entre abril e maio. Se Madame não renunciar mesmo, é grande a chance de impeachment.
O Deputado Ronaldo Benedet (PMDB-SC) recorda o episódio citado pelo ex-presidente Getúlio Vargas. “Michel Temer está no umbuzeiro”, isto é, aguardando a hora de assumir a Presidência da República.
O Governo do DF alega pindaíba, mas promoveu um concurso para escolha do projeto de arquitetura para creche que já existe. E de graça, oferecido pelo Governo Federal. Premiou o projeto vencedor em R$615 mil. Estão fechadas 8 novas creches deixadas pelo Governo anterior.
Ex-Presidente da CPI da Petrobras e ex-candidato a Líder do PMDB, deputado Hugo Motta (PB) faz agora um intensivão com Eduardo Cunha, que o prepara para as eleições para presidente da Câmara.
Sem apoio do PT, a Presidente Dilma procurou o PDT, seu antigo partido, para tentar sustentar seu plano de reformar a Previdência. Pedir, até que pediu, mas ninguém se comprometeu.
O Deputado Mauro Lopes (PMDB-MG) passou a semana esperando convite de Dilma para acertar a nomeação na Aviação Civil. O cargo é pelo apoio para eleger Leonardo Picciani (PMDB-RJ) líder da bancada.
A garantia de Dilma de não renunciar merece tanto crédito quanto sua promessa, durante a campanha eleitoral, de não recriar a CPMF?

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
13/03/2016 às 21:27 \ Opinião
Faltava ainda uma hora para o futuro, mas eu, familiares, amigos e mais um rio de asfalto e gente entornando pelas ladeiras já estávamos na Paulista. A avenida mais famosa da minha cidade natal onde não nasci fica logo ali ao lado de Boa Viagem no Recife do meu Pernambuco, pertinho de Copacabana, quase grudada à Esplanada dos Ministérios, nas imediações da Ponta Negra em Manaus, contígua à Praça da Liberdade de Belo Horizonte, vizinha da Praça Alencastro em Cuiabá, também não fica longe de Nova York, Londres, Lisboa, Vancouver, Paragominas, Teresina e das demais cidades que unificaram poderosamente a voz do Brasil farto e desperto.


13/03/2016 às 17:41 \ Direto ao Ponto
Nunca antes neste País tanta gente manifestou-se no mesmo dia nas ruas de tantas cidades para gritar as mesmas palavras de ordem. Neste 13 de Março de 2016, a maior mobilização política ocorrida desde a chegada das primeiras caravelas anunciou o fim da Era da Canalhice inaugurada há mais de 13 anos pela ascensão do cleptopopulismo.
O coro das multidões decidiu sepultar em cova rasa ─ e já ─ o Governo que pariu e amamentou a maior conjunção de crises de todos os tempos. O impeachment da Presidente da República, constatou o comentário de 1 Minuto para o site de VEJA, foi decretado nesta tarde, 13. Resta ao Congresso descobrir que todo o poder emana do povo, e cumprir a ordem berrada em quase 500 pontos do território nacional: Fora Dilma! E chega de PT.
Respirando por instrumentos, Lula resolveu desafiar os ofendidos a enfrentá-lo nas ruas. Péssima ideia. Enquanto uma plateia de circo mambembe se juntava diante do prédio onde mora em São Bernardo, mais de 3 mil pessoas protestavam em frente do edifício no Guarujá que abriga o triplex com mais bandidagens por metro quadrado do Planeta. O campeão mundial de bravata & bazófia amargava em casa a derrota transmitida ao vivo pela TV.
Lula teve de engolir, entre outros golpes no queixo, o entusiasmado endosso aos condutores da Operação Lava Jato. A sórdida campanha difamatória movida contra Sergio Moro foi silenciada pelos rugidos de solidariedade ao Juiz sem medo. Centenas de milhares de vozes recomendaram a Lula que se prepare para trocar discurseiras de comício por depoimentos em tribunais ─ e, pelo andar da carruagem, o palanque pela cadeia.
Nada mais será como antes, atestam. A contemplação da Avenida Paulista curou o estrabismo dos doutores em miudezas políticas, que subitamente começaram a ver as coisas como as coisas são. O Datafolha segue promovendo amputações que mantêm a contagem de cabeças abaixo do milhão visível a olho nu, mas já ensaia o recuo. Por exemplo: dobrou a meta atingida em março de 2015.
Os degoladores de manifestantes também admitiram que, na hora do crepúsculo, foi enfim superado o recorde estabelecido na campanha das Diretas Já. Se não demitiram a sensatez e o instinto de sobrevivência, os cardeais do Legislativo e do Judiciário ficarão mais espertos. E farão com que tudo ande bem mais rapidamente.
Neste domingo, 13, as vítimas da corrupção e da incompetência acordaram decididas a fazer História. Os embusteiros perderam o sono. O Brasil decente foi dormir feliz.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
GERAL 14-3-2016 ÀS 7:04
GERAL6:16
GERAL 5:28
GERAL 4:00
GERAL 13/03/2016 ÀS 21:08
GERAL 13/03/2016 ÀS 20:17
GERAL 13/03/2016 ÀS 20:01
GERAL 13/03/2016 ÀS 18:11
GERAL 13/03/2016 ÀS 17:52
GERAL 13/03/2016 ÀS 17:33

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 14/03/2016 05:44
Protestos pelo Brasil - 13 de março82 fotos71 / 82
Menina "estende" desenhos com a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff durante ato contra o governo na avenida Paulista, no centro de São Paulo. A imagem foi enviada pelo internauta Roberto Andrade para o WhatsApp do UOL Notícias - (11) 95520 5752 Leia mais Roberto Andrade/Via WhatsApp
Sob o impacto da maior manifestação de rua da História do País, cresceu nas últimas horas a pressão do PT para que Lula ocupe um ministério no que restou do governo de Dilma Rousseff. Disseminou-se na cúpula do partido o entendimento segundo o qual a presença de Lula no primeiro escalão pode ser a única cartada capaz de deter o avanço do impeachment. Deseja-se que o criador de Dilma atue como uma espécie de tutor de sua criatura, articulando uma reação.
Desde que a plataforma eleitoral de Dilma se converteu em estelionato político, já nos primeiros meses depois do início do segundo mandato, o País esperava pelo sinal de que o fim estivesse próximo. Os protestos deste domingo, 13, justificaram o uso do ponto de exclamação que costuma soar quando as pessoas dizem “tudo tem limite!” O asfalto emitiu um sinal eloquente.
Nesta segunda-feira, 14 de março de 2016, restam 1.021 dias de mandato para Dilma. Foram transformados pelas ruas em epílogo. Longe dos refletores, não se ouve nenhuma voz capaz de apostar uma pataca na permanência de Dilma no cargo por tanto tempo sem um milagre. Para o petismo, o milagre se chama Lula.
Na noite passada, o repórter perguntou a um dos devotos de Lula que mágica ele faria para conseguir tirar uma cartola de dentro do coelho. Eis a resposta: “O Lula é, a essa altura, a única lideranças capaz de virar o Governo do avesso, dando a ele um rumo.” A afirmação baseia-se num tipo de fé que parece mais cristã do que política. A esse ponto chegou o governo Dilma.
É improvável que Lula, cuja santidade encontra-se sub judice em vários inquéritos, consiga soerguer o governo Dilma. Mas sua conversão em ministro seria um castigo do destino proporcional aos seus pecados. Primeiro, porque parte do desgaste de Dilma se deve a ele, já que o petrolão, assim como o mensalão, foi idealizado e implementado na sua gestão. Segundo, porque a fábula do talento gerencial de Dilma é de sua autoria.
São três os mecanismos legais que podem ser usados para encurtar o mandato de Dilma: a renúncia, que ela rejeita; a cassação da chapa presidencial pela Justiça Eleitoral, que depende de um processo demorado; e o impeachment, que o eventual desembarque do PMDB pode apressar no Congresso. Nas próximas semanas, não se falará noutra coisa em Brasília.
O epílogo de Dilma pode ser longo ou curto. Por ora, a única certeza é que, com Lula no ministério, o ocaso seria mais divertido. De saída, seria hilário observar a ginástica verbal que o personagem faria para negar que sua nomeação tivesse o objetivo de lhe escondê-lo do Juiz Sérgio Moro, atrás do biombo do foro privilegiado.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Segunda-feira, março 14, 2016
Neste domingo, 13, enquanto uma multidão (1,4 milhão de pessoas, segundo a PM; 450.000, de acordo com o Datafolha) ganhava a Avenida Paulista para protestar contra o governo Dilma, VEJA.com e a startup Lean Survey promoveram uma pesquisa para entender o que pensam e o que querem os manifestantes.
A iniciativa é a primeira a revelar o perfil dos manifestantes: eles tinham idade média de 44 anos e 82% têm ensino superior completo ou incompleto. Num dia histórico - nunca tanta gente deixou sua casa para pedir mudanças nos rumos do País - a pesquisa registrou não apenas o desejo de que a Presidente Dilma Rousseff deixe o poder, mas também a crença de 91% dos entrevistados de que ela está diretamente envolvida no petrolão.
Também foi possível aferir qual a alternativa preferida para uma transição: quase 80% dos entrevistados preferem que uma nova eleição seja realizada - o que requer não o impeachment, mas a cassação da chapa vencedora nas eleições de 2014, encabeçada pela petista Dilma Rousseff e com o peemedebista Michel Temer como vice. Substituto legal em caso de impeachment efetivado até o final do segundo ano de mandato, Temer não entusiasma: é a alternativa preferida de apenas 11%.
Apesar de a nova eleição ser o caminho favorito, 63% afirmam que ainda não têm um candidato em mente. A crença na oposição não é forte: 63% disseram não acreditar que a oposição esteja pronta para tirar o País da crise. 

NO BLOG ALERTA TOTAL
Segunda-feira, 14 de março de 2016
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

NO O ANTAGONISTA
Brasil 14.03.16 08:02
O pedido de prisão preventiva de Lula deverá ser rejeitado, segundo o Valor.
E também:
“A acusação por crimes de lavagem de dinheiro e estelionato envolvendo o tríplex do Guarujá dificilmente será aceita”...
Brasil 14.03.16 07:46
O PSDB se convenceu ontem de que o impeachment é o melhor caminho para afastar Dilma Rousseff do poder.
“Ainda que Lula integre seu ministério”...
Brasil 14.03.16 07:40
A melhor capa:

Brasil 14.03.16 07:40
Dilma Rousseff, desde ontem, só enxerga uma saída: entregar o governo a Lula.
E Lula só enxerga uma saída: fugir da Lava Jato assumindo o Governo de Dilma Rousseff...
Brasil 14.03.16 07:21
O Globo, em sua manchete, resumiu perfeitamente os protestos de ontem:
"Brasil vai às ruas contra Dilma e Lula e a favor de Moro"...
Brasil 14.03.16 07:10
O Movimento Brasil Livre contratou uma empresa israelense para calcular o número de manifestantes na Avenida Paulista.
O cálculo se baseia na quantidade de sinais de telefones celulares.
Resultado: 1.480.000 pessoas passaram pelo protesto...
Brasil 14.03.16 06:50
O Juiz Sergio Moro foi o protagonista dos protestos de ontem.
Mas ele não é apenas um símbolo do combate à corrupção. Ele é também a solução...
Brasil 14.03.16 06:23
O estrago causado por Lula e Dilma Rousseff é duro de ser consertado.
Os brasileiros sabem disso, como mostrou uma pesquisa do Instituto Paraná publicada ontem em O Antagonista...
Brasil 14.03.16 06:13
“Manifestantes concordam com problemas do Brasil, mas divergem de soluções”.
Foi assim que a Folha de S. Paulo analisou os protestos de ontem.
Mas é mentira...
Brasil 14.03.16 06:02
O G1 publicou o mapa dos protestos deste domingo, 13.
Segundo os organizadores, 6,8 milhões de pessoas participaram dos atos. Segundo a PM, 3,6 milhões.
O número da PM, porém, exclui o Rio de Janeiro...
Brasil 13.03.16 21:23
Foi um dia glorioso para o Brasil.
A maior manifestação ocorrida no País em todos os tempos deu recados inequívocos...

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