PRIMEIRA EDIÇÃO DE HOJE DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
27 DE FEVEREIRO DE 2016
Parlamentares ligados à facção petista Construindo um Novo Brasil (CNB), liderada por Lula, articulam o “plano de salvação” do PT que passa pelo afastamento progressivo da presidente Dilma Rousseff, até o rompimento. Pela lógica dos petistas, o partido poderá retomar seu discurso crítico, acusando Dilma de não observar o “programa popular” do PT, responsabilizando-a pela crise e até pelos casos de corrupção.
Internamente, o PT avalia que Dilma não conseguirá reverter a crise, nem barrar o impeachment. A ideia é evitar a “contaminação” de Lula.
Dilma soube do golpe do PT, daí o desespero de arrumar às pressas a viagem ao Chile, tentando não aparecer na festa do PT, neste sábado.
Assessores leais a Dilma chegaram a dizer que ela “cancelou” a ida à festa do PT no Rio, mas na verdade nem chegou a ser convidada.
A direção do PT espera que, hostilizada, Dilma se impaciente e acabe por abandonar o partido voluntariamente. Lula faz cara de paisagem.
O Brasil vem perdendo a guerra para o saneamento básico, cujo investimento, em 2015, não passou de R$ 105 milhões. Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento mostram que 34 milhões de brasileiros não têm acesso a água encanada, mais de 100 milhões vivem onde não há rede de esgoto e mais de 60% do esgoto coletado são vertidos em cursos de água ou no Mar, e sem tratamento.
Em 2013, 300 mil pessoas faltaram ao trabalho por doenças causadas pela ausência de saneamento. Perderam-se 900 mil dias de trabalho.
O Ministério da Saúde registrou, apenas em 2013, mais de 340 mil internações por infecções provocadas por água contaminada.
A falta de investimento em saneamento e água tratada favorece tipos variados de doenças, incluindo aquelas transmitidas pelo mosquito.
Dilma não teme que João Santana, preso, acabe por prejudicá-la. Mas ela acha que nitroglicerina pura é a mulher do marqueteiro, Mônica Moura, que não tem perfil de quem se cala para proteger políticos.
Como não consegue se reunir com os colegas, que fogem dele como o diabo da cruz, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) resolveu endereçar-lhes uma carta jurando inocência e, claro, culpando a imprensa.
A oposição afinou o discurso para pressionar pelo impeachment na Câmara e pela análise da prestação de contas da campanha de Dilma. “Uma coisa puxa a outra”, afirma Paulinho da Força (SD-SP).
“Está em curso um verdadeiro leilão de deputados, até com ajuda pecuniária”, afirma o deputado Danilo Fortes (PSB-CE), sobre a janela de infidelidade partidária que começou no dia 18 e vai durar 30 dias.
O deputado Paulo Maluf (PP-SP) diz que está “de malas prontas” para se filiar ao PSB, mas o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, nega peremptoriamente a possibilidade. Maluf e aliados desconversam.
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) reagiu às trocas de membros do Conselho de Ética, comandadas por Eduardo Cunha. “O carnaval continua na Câmara, com as manobras no Conselho de Ética”, acusa.
O deputado Ricardo Barros (PP-PR) se reuniu com a bancada do PMDB para discutir o projeto que define regras do teto salarial do funcionalismo público. Mas ninguém entendeu o projeto.
A deterioração da economia preocupa os candidatos às prefeituras das capitais brasileiras. “Está difícil encontrar um prefeito bem avaliado. Será uma eleição dura”, diz Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
... hoje em dia, o PT é o único a comemorar o PT.

NO DIÁRIO DO PODER
PRISÃO PRORROGADA
MARQUETEIRO DO PT E MULHER MENTIRAM EM DEPOIMENTO À POLÍCIA, DIZ MPF
SÉRGIO MORO PRORROGOU A PRISÃO DO CASAL POR MAIS CINCO DIAS
Publicado: 26 de fevereiro de 2016 às 17:04 - Atualizado às 01:21
O juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, decretou nesta sexta-feira, 26, a prorrogação por mais cinco dias da prisão temporária do publicitário João Santana e de sua mulher e sócia Mônica Regina Cunha Moura, marqueteiros das campanhas presidenciais de Lula (2006) e de Dilma (2010 e 2014). A medida é extensiva à Maria Lúcia Guimarães Tavares, secretária da empreiteira Odebrecht. Todos foram presos na Operação Acarajé, 23ª fase da Lava Jato.
“A colocação em liberdade dos três colocará em risco a efetividade de novas diligências da espécie”, destacou o juiz em sua decisão. “Como rastreados no exterior depósitos na conta Shellbill Finance (de João Santana e sua mulher) de apenas US$ 7,5 milhões não excluo a possibilidade da existência de outras contas secretas no exterior ou no Brasil controladas pelo casal, já que as planilhas (apreendidas na residência de Maria Lúcia) indicam pagamentos bem superiores a este valor. Também propiciará mais tempo para o rastreamento dos possíveis pagamentos em reais efetuados no Brasil e a sua completa totalização.”
A prorrogação da temporária do marqueteiro e de sua mulher e sócia foi requerida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Onze procuradores da República que subscrevem o pedido de renovação da custódia alegam que João Santana e Mônica ‘mentiram’ em seus interrogatórios. Eles apresentaram versões que não convenceram os investigadores, principalmente na parte relativa a pagamentos realizados pela empreiteira Odebrecht.
“Revelam-se indícios de que, além de terem faltado com a verdade em seus depoimentos, Mônica Moura e João Santana receberam de forma dissimulada, pelo Grupo Odebrecht, quantidade ainda maior de recursos provenientes de crimes cometidos contra a Petrobrás”, destacam os procuradores.
Os procuradores anotam que ‘apesar de João Santana e Mônica Moura terem negado veementemente utilizarem o apelido ‘Feira’ para o recebimento dos valores, as anotações manuscritas apreendidas na residência de Maria Lúcia revelaram claramente que a menção a ‘Feira-Mônica’ corresponde ao casal João Santana e Mônica Moura, uma vez que os telefones anotados abaixo de ‘Feira’ correspondem aos números utilizados por ambos’
“Além disso, a planilha de pagamentos apreendida na residência de Maria Lúcia revela a existência de negociação de R$ 24,2 milhões vinculados a ‘Feira’. Tal tabela relata claramente a existência de 7 pagamentos em que o status da planilha aponta para ‘totalmente atendida’, demonstrando que, dos R$ 24,2 milhões, pelo menos R$ 4 milhões foram entregues pela Odebrecht a João Santana e Mônica Moura, referidos como ‘Feira’ até a data de 3 de julho de 2014.
O juiz Moro anotou: “O exame da documentação poderá indicar a necessidade de buscas adicionais e ainda indicar rastros financeiros ainda desconhecidos, propiciando a coleta de novas provas e, o rastreamento, medidas de quebras de sigilo bancário e de sequestro de ativos. A prova da realização de outros pagamentos subreptícios pelo Grupo Odebrecht à ‘Feira’, ou seja, Monica Moura, durante o ano de 2014 e em reais no Brasil, é, em princípio, inconsistente com álibi apresentado, de que os pagamentos na Shellbill teriam sido os únicos efetuados pela Odebrecht ao casal e igualmente inconsistente com a alegação de que os valores não contabilizados seriam referentes exclusivamente a campanhas eleitorais na Venezuela e em Angola.”
Para Moro, ‘o fato é que os elementos probatórios anteriores e os ora revelados no exame sumário das provas apreendidas, indicam que o relacionamento de João Santana e Mônica Moura com a Odebrecht é muito maior que o admitido e que eles teriam recebido quantias bem mais expressivas do que aquelas já rastreadas até a
conta Shellbill’.
O juiz da Lava Jato aponta inconsistências no álibi do marqueteiro. ” Ambos (João Santana e a mulher) ainda admitiram que não haviam declarado a conta, mas que pretendiam regularizar a situação, abrindo mão ainda na ocasião ao seu sigilo bancário, a fim de facilitar que as autoridades brasileiras possam obter os documentos da conta Shellbill na Suíça. Não apresentaram, porém, eles mesmo os documentos, extratos, por exemplo, da conta na Suíça. Nessa fase ainda de investigação, é prematura qualquer conclusão. Entretanto, como apontado na representação policial, há certos problemas no álibi. Primeiro, a proximidade da Shellbill com as fontes de recursos ilícitos no esquema criminoso da Petrobrás. A Odebrecht utilizou as mesmas contas empregadas para pagar propina aos agentes da Petrobrás para remunerar João Santana e Mônica Moura, enquanto a presença de Zwi Skornicki, como fonte de recursos deles, é, por si só, perturbadora, já que colhida prova do papel deste de intermediador de propinas aos agentes da Petrobrás. Nem João Santana ou Mônica Moura explicaram, ademais, porque a Odebrecht teria efetuado pagamentos de campanhas eleitorais na Venezuela e, principalmente, qual a relação de Zwi Skornicki com a campanha eleitoral na Angola.” (AE)

NA COLUNA DO AUGUSTO
26/02/2016 às 19:12 \ Direto ao Ponto
Entre tantas outras vigarices, o marqueteiro João Santana pariu na campanha presidencial de 2014 uma invencionice especialmente sórdida. Se Dilma Rousseff não fosse reeleita, alertavam comerciais exibidos no horário do PT, a comida sumiria da mesa dos pobres ─ para divertimento dos banqueiros que debochavam da desgraça dos desvalidos. A safadeza terrorista funcionou sobretudo nas urnas dos grotões do Brasil.
Nesta semana, em companhia da mulher e sócia, Mônica Moura, o fabricante de fantasias foi apresentado ao País redesenhado pela Lava Jato. O vendedor de fumaça que só frequentava restaurantes estrelados agora deve contentar-se com as refeições servidas à população carcerária.
Os primeiros depoimentos em Curitiba informam que o casal engaiolado não tem explicações convincentes para os milhões de dólares sujos escondidos nas contas abertas em bancos estrangeiros. É provável que a dupla já tenha entendido que não está lidando com eleitores assustadiços e desinformados, mas com investigadores que sabem quase tudo. Estão apenas completando o mosaico.
Para mudar o cardápio, portanto, Santana e Mônica terão de engolir a delação premiada. Pode parecer amargo, mas é bem melhor que comida de cadeia.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
GERAL 27-02-2016 ÀS 7:15

GERAL  ÀS 6:31

GERAL 26/02/2016 ÀS 20:26

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 27/02/2016 05:40
Tornou-se muito fácil identificar um petista numa roda de políticos. Ele será sempre o que estiver falando mal de Dilma com maior estridência. Reunido no Rio de Janeiro, o diretório nacional do PT caprichou no oportunismo. Criticou duramente a ruína em que se encontra assentada a administração Dilma. E pregou a ressurreição da política econômica de Lula. Esqueceu dois detalhes: 1) foi Lula quem tirou a gênia da garrafa. É um pouco tarde para obrigá-la a entrar de novo; 2) o PT ajudou a produzir os escombros. O partido fez o pior o melhor que pôde.
O petismo tem saudades da era Lula porque foi no reinado dele que o PT tornou-se uma máquina coletora de dinheiro público. Foi uma fase em que o velho lema do ‘rouba mas faz’, piscando num letreiro invisível ao fundo, fornecia a imunidade preventiva para um sistema de conveniências em que o suposto proveito substituía a ética. Hoje, a roubalheira exposta pela Lava Jato fulminou a ética. E a estagflação fez sumir a falsa noção de proveito.
É nesse contexto que o PT traz à luz o seu Plano Nacional de Emergência, um programa econômico desconectado da realidade. Aprovado sob aplausos generalizados, o texto sugere que os juros sejam reduzidos na marra, propõe o escancaramento das arcas já falidas e prega o uso das reservas cambiais para financiar obras públicas.
Desde que abandonou a noção de responsabilidade fiscal, Dilma vem tocando as coisas na base do vai ou racha. O PT informa que, neste ano de eleições municipais, a coisa terá que ir mesmo rachada. Com o apoio de Lula, o partido critica o ajuste fiscal que não deixou Joaquim Levy executar. E ignora que Lula inaugurou o seu reinado, em 2003, produzindo superávits de caixa de dar inveja nos liberais tucanos. Coisas do passado.
Hoje, reduzido à condição de organização partidária com fins lucrativos, o Partido dos Trabalhadores, 100% financiado pelo déficit público, virou a principal evidência de que o poder longevo pode levar qualquer agremiação a atingir a perfeição da ineficiência impudente. Com os ideais dissolvidos em corrupção, o PT dedica-se a desfazer o que ele mesmo fez. É um caso raro de autodissolução.

Josias de Souza - 27/02/2016 02:56
A guerra política entre tucanos e petistas chegou aos lençóis. Em resposta à notícia de que a Polícia Federal abriu inquérito sobre as relações monetárias de Fernando Henrique Cardoso com a ex-amante Mirian Dutra, o PSDB pediu a cabeça do ministro petista José Eduardo Cardozo (Justiça). Acusou-o de perseguir FHC por inspiração do PT e de se omitir no cumprimento de suas atribuições para proteger a ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, que privava da intimidade de Lula.
Em nota oficial, o deputado Carlos Sampaio (SP), coordenador jurídico e vice-presidente do PSDB, anotou: “Em recentes episódios envolvendo Rosemary Noronha, pessoa da relação íntima de Luiz Inácio Lula da Silva, sobre quem pesa investigações por desvio de recursos públicos, a omissão do Ministério da Justiça foi aviltante, principalmente quando se constata que era e é da responsabilidade do ministro agir contra atos que importam práticas ilícitas de agentes públicos.
Para o PSDB, “não há, até o momento, um único fato que possa, mesmo em tese, configurar conduta criminosa” por parte de FHC. O inquérito foi aberto a pedido de parlamentares. O tucanato sustenta que a pressa de Cardozo contrasta também com o que o partido chama de “gritante omissão” da pasta da Justiça em relação à Operação Lava Jato. Vai abaixo a íntegra da nota assinada por Sampaio:
A gritante omissão do Ministério da Justiça desde o início da operação Lava Jato contrasta, agora, com a atuação forte do Ministro José Eduardo Cardozo em apressar a abertura de um inquérito policial contra o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso por questões de natureza exclusivamente pessoal.
Não há, até o momento, um único fato que possa, mesmo em tese, configurar conduta criminosa por parte do ex-Presidente a justificar a investigação.
A hipótese levantada de evasão de divisas é inacreditável, pois de todos os fatos narrados por Miriam Dutra restou claro que jamais ocorreu remessa ilícita de recursos ao exterior, mas sim pagamento de valores a título de contribuição para sustento do filho da jornalista, cuja paternidade foi reconhecida por Fernando Henrique Cardoso.
Em recentes episódios envolvendo Rosemary Noronha, pessoa da relação íntima de Luiz Inácio Lula da Silva, sobre quem pesa investigações por desvio de recursos públicos, a omissão do Ministério da Justiça foi aviltante, principalmente quando se constata que era e é da responsabilidade do Ministro agir contra atos que importam práticas ilícitas de agentes públicos.
Neste contexto, o PSDB, finalizando, registra que já não há mais dúvidas de que o Ministro José Eduardo Cardozo se tornou instrumento de atuação política do Partido dos Trabalhadores, perdendo sua legitimidade para continuar no cargo.

Josias de Souza - 26/02/2016 20:57
A verdade, por vezes, é muito mais incrível do que a ficção. E muito mais difícil de inventar. Fernando Henrique Cardoso relacionou-se fora do casamento com Mirian Dutra. Segundo ela, tiveram um filho em 1990. Por vontade dele, o fato virou um segredo de polichinelo encoberto por um manto diáfano de inverdades. Em 2011, dois testes de DNA revelaram a inacreditável verdade: o filho não era de FHC. Àquela altura, a ficção já durava duas décadas. Tempo suficiente para que o caso migrasse da seara pessoal para a esfera pública.
Mirian Dutra voltou do passado para revelar que, em dezembro de 2002, último mês da presidência de FHC, foi brindada com um contrato de trabalho na empresa Brasif. Com ele, complementou sua renda de “repórter” da TV Globo na Europa. Em três anos, amealhou US$ 100 mil sem trabalhar. O contrato era fictício e o dinheiro vinha de FHC, acusou ela. Nesta sexta-feira, 26, a Polícia Federal abriu inquérito para varejar as relações monetárias de FHC com a ex-amante.
O PSDB enxerga na novidade uma manobra do governo para tentar nivelar o ex-presidente tucano ao petista Lula, às voltas com uma penca de investigações. O esperneio é livre. Mas nada elimina o fato de que foi FHC quem forneceu a matéria-prima para a conversão de um caso extraconjugal em caso de polícia. Se tivesse optado pela verdade desde a origem, não teria virado protagonista de inquérito numa fase em que, octogenário, é visto como sábio da tribo mesmo fora de sua aldeia.
FHC enveredou pela trilha da ficção por receio de prejudicar sua carreira política. Tinha, já nessa época, pretensões presidenciais. Talvez tenha subestimado a inteligência do eleitor que, na média, seria capaz de entender que informações de alcova nem sempre devem ser levadas em conta no momento da escolha de um chefe de Estado. Em nota, FHC disse que não utilizou senão contas bancárias regulares para enviar recursos a Mirian Dutra. A ver.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Sábado, fevereiro 27, 2016
Enquanto a maioria dos jornalistas dos jornalões troca figurinhas com a turma do PT as principais revistas semanais ainda resistem bravamente ao apetralhamento total de suas redações. É o caso da revista Época desta semana que traz uma extensa reportagem do jornalista Diego Escosteguy sobre os efeitos da Operação Acarajé, desdobramento da Lava Jato, que agora já lambe as bordas do centro do poder petista plantando em Brasília depois que Lula chegou ao Planalto. 
Segundo Época, o marqueteiro João Santana, até há pouco uma espécie de ministro sem Pasta da Dilma e do Lula, ao cair nas malhas da lei sincronizou as investigações da força-tarefa da Lava Jato e aparece como o elo da corrente de maracutaias e roubalheiras variadas que une Lula ao ex-poderoso empresário Marcelo Odebrecht que se encontra preso em Curitiba há pelo menos uns oito meses.
Tais conjeturas não podem ser desprezadas. Não é à toa que enquanto a redação de Época corria contra o relógio no fechamento da edição que chega neste sábado, 27, às bancas e já está disponível para assinantes online, o Juiz Sergio Moro acolhia o pedido da Polícia Federal prorrogando por mais cinco dias a prisão de João Santana e de sua mulher e sócia Mônica Moura. O casal continua detido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
De acordo com a reportagem de Época constata-se que os próximos passos das investigações terão impacto devastador. Seguindo o dinheiro os investigadores poderão bater inclusive no BNDES e outros organismos estatais. É coisa grande.
Transcrevo a seguir um aperitivo da reportagem de Época que dá uma idéia ligeira do tamanho da encrenca. Leiam:
QUEBRANDO O FEITIÇO
Sobranceiro, ele fez sete presidentes. Bruxo, começou logo pelo que parecia impossível: reeleger, em 2006, um Lula que sobrevivera por pouco ao mensalão. Parecia feitiçaria, e o feitiço ganhou o mundo. Não exatamente o mundo. De acordo com a nova linha de investigação da Lava Jato, ganhou os países onde a Odebrecht tinha interesses econômicos e Lula influência política. À eleição do petista, seguiram-se os presidentes amigos do lulismo e da empreiteira. Maurício Funes em El Salvador. Danilo Medina na República Dominicana. José Eduardo dos Santos em Angola. Chávez e Maduro na Venezuela. Enquanto fazia presidentes aqui e ali, cá e acolá, nas Américas e na África, o bruxo aperfeiçoou seu domínio das artes ocultas do marketing político e – abracadabra – elegeu uma desconhecida para o Palácio do Planalto. E, assim, o marqueteiro João Santana e a presidente Dilma Rousseff chegaram ao topo. E lá se mantiveram mesmo depois das eleições de 2014, sobranceiros. Ela, presidindo. Ele, aconselhando.
A prisão do bruxo na segunda-feira da semana passada, acusado de receber dinheiro do petrolão em contas secretas, desfez abruptamente o feitiço do poder. Esvaiu-se a última esperança no PT de que a força incontrolável da Lava Jato não adentraria o Palácio do Planalto. O bruxo está enrascado. Com ele, Dilma e Lula. Acima deles, a Odebrecht, cujo chefe, Marcelo Odebrecht, que faz companhia a João Santana na carceragem de Curitiba, comandava, segundo os investigadores, um esquema internacional de pagamento de propinas. É nesse grupo que a Lava Jato avança agora. Avança em meio aos destroços políticos das prisões, rumo às provas de que o marqueteiro, a empreiteira e o ex-presidente agiam juntos, aqui e lá fora. Segundo a suspeita do Ministério Público, a Odebrecht bancava o marqueteiro que elegia os presidentes amigos. A força-tarefa investigará também as gestões do ex-presidente Lula junto a esses mesmos presidentes amigos, que liberaram à Odebrecht dinheiro de contratos financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES. Vai investigar também as conexões entre todos esses fatos.
A feitiçaria era perfeita como o melhor marketing político: funcionava sem ninguém perceber. Não mais. Abracadabra.

Sexta-feira, fevereiro 26, 2016
A reportagem de capa da revista Veja que chega às bancas neste sábado e já está à disposição dos assinantes da versão online, aborda a Operação Acarajé da Polícia Federal que fez explodir como uma bomba outra parte da roubalheira, propinas, mentiras, fraudes e enganações do desgoverno do PT. Ou melhor: trouxe à tona um fato muito grave que num país sério não só derrubaria Lula, Dilma e seus sequazes, mas os colocaria em prisão perpétua.
A revista Veja acusa na sua reportagem de capa o marqueteiro do PT João Santana, especializado em eleger tiranetes da América Latina e da África, como "o mais hábil profissional da mentira e da manipulação" que fez as campanhas eleitorais de Dilma e Lula. Segundo Veja, Santana recebeu dinheiro sujo no Brasil e em contas secretas na Suíça.
Veja afirma, que em função de tudo isso que aflorou na Operação Acarajé, Dilma pode perder o mandato e Lula a pouca credibilidade que lhe resta.
Conforme anunciei mais cedo aqui, eis um aperitivo picante da reportagem de Veja. Leiam:
A MENTIRA COMO MÉTODO
No começo de 2015, Dilma Rousseff recebeu, no Palácio do Planalto, o petista Fernando Pimentel. Ela acabara de conquistar a reeleição. Ele, o governo de Minas Gerais. Amigos e confidentes há mais de quarenta anos, os dois tinham motivos para comemorar, mas trataram de um assunto espinhoso, capaz de tisnar os resultados obtidos por ambos nas urnas. Pimentel trazia um recado de Emílio Odebrecht, dono da maior empreiteira do país, para a presidente da República. O empresário a advertia do risco de que os pagamentos feitos pela Odebrecht ao marqueteiro João Santana, no exterior, fossem descobertos caso a Operação Lava-Jato atingisse a construtora. Emílio exigia blindagem, principalmente para evitar a prisão do filho Marcelo Odebrecht, sob pena de revelar às autoridades detalhes do esquema ilegal de financiamento da campanha à reeleição. Diante da ameaça de retaliação, Dilma cobrou explicações de seus assessores. Deu-se, então, o ritual de negação encenado com frequência em seu governo. Como no caso da economia, cujo desmantelo foi rechaçado durante meses a fio, os auxiliares disseram que a petista havia conquistado o segundo mandato com dinheiro limpo e declarado. Tudo dentro da lei. A "faxineira ética", portanto, não teria com o que se preocupar.
TENEBROSAS TRANSAÇÕES
Esse discurso se manteve de pé até a semana passada, quando o juiz Sergio Moro, responsável pela Lava-Jato na primeira instância, determinou a prisão de João Santana, o criador dos figurinos de exaltação à honestidade da presidente, e da esposa dele, Monica Moura. O casal recebeu numa conta na Suíça, não declarada à Receita brasileira, 3 milhões de dólares da Odebrecht, acusada formalmente de participar do cartel que assaltou os cofres da Petrobras, e 4,5 milhões de dólares de Zwi Skornicki, um dos operadores do petrolão, o maior esquema de corrupção da história do país. Os detalhes da investigação sobre o marqueteiro foram revelados por VEJA em janeiro passado. A decisão de Moro confirmou as tenebrosas transações descritas por Pimentel a mando de Emílio Odebrecht e fez recrudescer a discussão política e jurídica sobre a cassação da presidente. Pela letra fria da lei, utilizar-se de dinheiro sujo em campanha eleitoral é fator determinante para a perda do mandato. A Polícia Federal e o Ministério Público suspeitam que isso tenha ocorrido na última sucessão presidencial. Delegados e procuradores dizem ter encontrado fortes indícios de que os recursos depositados para Santana na Suíça têm origem nas propinas desviadas da Petrobras. Afirmam também que o marqueteiro embolsou a dinheirama como pagamento por serviços prestados a candidatos do PT.
OS 'ACARAJÉS' NA SUÍÇA
Dois dados em especial chamaram a atenção dos investigadores. Em 2014, quando Dilma disputava a reeleição sob a batuta de João Santana, Skornicki fez depósitos na conta do marqueteiro na Suíça. Em outubro e novembro de 2014, entre o primeiro turno e a comemoração do novo mandato de Dilma, a Odebrecht também teria repassado outros 4 milhões de reais para Santana - dessa vez no Brasil, segundo indicações de uma planilha da empreiteira apreendida pela polícia. Todos esses valores, insistem as autoridades, têm origem no petrolão e podem ter bancado a reeleição da presidente. Os funcionários da Odebrecht chamavam propina de "acarajé". Em depoimentos na semana passada, Santana e Monica livraram Dilma de envolvimento em qualquer irregularidade. Eles alegaram que receberam os "acarajés" na Suíça como pagamento por serviços prestados em campanhas eleitorais, mas campanhas em outros países. Tudo não passaria de um caso internacional de caixa dois, considerado um crime menor. No Brasil, o trabalho de marketing teria sido realizado como manda a legislação. A reeleição de Dilma, portanto, não carregaria a mácula do esquema de corrupção. A polícia não acreditou. Na sexta-feira, o juiz Sergio Moro prorrogou a prisão do casal.
A CONEXÃO-ANGOLA
Primeira a depor, Monica declarou que parte dos pagamentos se referia a serviços prestados na campanha eleitoral em Angola, governada por aliados do PT. Aliados antigos e generosos, como ressaltou o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Em seu acordo de delação premiada, Cerveró contou que a Petrobras fechou um contrato milionário com a estatal angolana de petróleo e que, em retribuição, voltaram ao Brasil de 40 milhões a 50 milhões de reais para financiar ilegalmente a campanha de Lula em 2006. Depois da prisão de seu marqueteiro, Dilma convocou os auxiliares de sempre para uma reunião no Planalto e cobrou esclarecimentos do ministro Edinho Silva (Comunicação Social), tesoureiro de sua última campanha presidencial. Ele garantiu a lisura das contas eleitorais da presidente e disse que os pagamentos a João Santana no exterior diziam respeito a dívidas antigas do PT com o marqueteiro, relativas a campanhas de outros candidatos e à produção da propaganda partidária. Ou seja: eram esqueletos do ex-tesoureiro do PT João Vaccari, que nada tinham a ver com a reeleição da chefe.
DILMA JÁ ERA!
Apesar do tradicional ritual de negação, sobram indícios e depoimentos que dão conta de que Dilma se beneficiou, no terreno eleitoral, do dinheiro sujo do petrolão. As primeiras evidências foram encontradas em anotações no telefone do próprio Marcelo Odebrecht, confirmando o que o pai relatara antes a Fernando Pimentel: "Liberar para o Feira (...). Dizer do risco cta suíça chegar na campanha dela". O vínculo da conta na Suíça com o marqueteiro já foi descoberto. "Feira", de acordo com os agentes, era o codinome de Monica Moura. Em outra anotação, Marcelo ressaltou a necessidade de articular com o governo uma estratégia conjunta de defesa. "Ter contato ágil/permanente entre o grupo de crise do governo e nós para que informações sejam passadas e ações coordenadas. Quem?" A estratégia também se confirmou. O ex-presidente Lula defendeu a necessidade de combinar com as empreiteiras um discurso de defesa. Coube ao então líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), externar essa proposta a Dilma. "Presidente, a prisão (de Marcelo Odebrecht) também é um problema seu, porque a Odebrecht pagou no exterior pelos serviços prestados por João Santana à campanha", disse o senador. Não deu em nada. Convencida por Edinho e pelo então chefe da Casa Civil Aloizio Mercadante, ela manteve a fé cega na legalidade de sua campanha.

NO O ANTAGONISTA
Brasil 27.02.16 07:57 Comentários (2)
Um integrante da Lava Jato disse à Folha de S. Paulo:
“Teremos dias muito interessantes”...
Brasil 27.02.16 07:33 Comentários (47)
O Ministério Público Federal “está festejando uma nova delação premiada feita recentemente em Brasília”, avisa Monica Bergamo.
“Ela seria, nas palavras de procuradores, uma das melhores já obtidas até agora”...
Brasil 27.02.16 07:20 Comentários (21)
Leia esta nota de Monica Bergamo, publicada na Folha de S. Paulo:
“Representantes de Lula se reuniram recentemente com diretores da área jurídica da Odebrecht. Queriam saber as explicações que a empreiteira daria na Justiça sobre a reforma no sítio frequentado pelo ex-presidente”...
Brasil 27.02.16 07:11 Comentários (23)
Os advogados de Lula disseram ao STF que o sítio em Atibaia foi oferecido a Lula por seu amigo Jacó Bittar.
Quando Jacó Bittar adoeceu, seu filho, Fernando, assumiu o negócio, mas como ele não tinha recursos suficientes, "convidou seu sócio, Jonas Suassuna, a participar da compra, o que foi feito"...
Brasil 27.02.16 06:54 Comentários (23)
Lula declarou ao STF que a reforma do sítio foi “oferecida por José Carlos Bumlai, seu amigo pessoal”.
Quando Bumlai foi preso, Paulo Okamotto negou que ele fosse “aquele amigo do Lula”?...
Brasil 27.02.16 06:41 Comentários (32)
Lula inventou uma mentira sobre seu sítio em Atibaia.
Ela durou menos de meia hora...
Brasil 27.02.16 06:32 Comentários (56)
Lula está fugindo da Lava Jato.
Ontem ele entrou com um pedido no STF para suspender as investigações sobre seu sítio em Atibaia, reformado pela Odebrecht...
Brasil 27.02.16 06:29 Comentários (13)
Na quinta-feira, 03, Lula, Marisa e Lulinha serão interrogados no Fórum Criminal da Barra Funda.
Depois deles, às 14h30, o promotor Cassio Conserino vai ouvir o dono da OAS, Léo Pinheiro...
Brasil 26.02.16 23:48 Comentários (28)
O Globo:
"O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na noite desta sexta-feira, 26, com artistas e intelectuais no Rio. Segundo participantes do encontro fechado à imprensa, Lula afirmou que está sendo atacado, criticou o Ministério Público, dizendo que a instituição está sendo parcial, e declarou que não tem apartamento no Guarujá e nem sítio em Atibaia...
Brasil 26.02.16 22:44 Comentários (15)
Em 2 de março do ano passado, O Antagonista revelou que Emílio Odebrecht havia ameaçado Lula e aconselhado César Mata Pires, da OAS, a fazer o mesmo.
Releiam a nossa reportagem...
Brasil 26.02.16 22:25 Comentários (41)
Da última edição da Veja, ainda dirigida por Eurípedes Alcântara: no início de 2015, Fernando Pimentel foi ao Palácio do Planalto, para transmitir um recado de Emílio Odebrecht a Dilma Rousseff...
Brasil 26.02.16 20:55 Comentários (149)
Rui Falcão voltou a dizer que o PT sempre financiou as suas campanhas dentro da lei...
Economia 26.02.16 20:51
Que o ano passado foi uma tragédia para o Brasil, até as pedras marcianas já sabem. Mas, à medida que as maiores empresas do País divulgam seus números de 2015, vai ficando mais clara a dimensão do tombo da economia real por que passamos. As vendas físicas da Ambev, maior cervejaria das Américas, caíram quase 3%. Já o Pão de Açúcar, número 1 no varejo, lucrou 80% menos. Em meio a uma economia profundamente doente, não deixa de ser irônico que as farmácias foram um dos raros segmentos que se salvaram. A Raia Drogasil, por exemplo, lucrou 43% mais, com vendas 12% maiores, no conceito mesmas lojas.
Economia 26.02.16 20:46
O Brasil atravessou um festival de “pior resultado da série histórica” em diversos setores em 2015. Da indústria aos serviços, do desemprego às falências de empresas, o Brasil jamais levou um tombo tão grande e tão disseminado. Como consequência disso, o resultado do PIB deve ser o pior desde 1990. A má notícia é que neste ano o país deve bater seu próprio recorde de recessão
Brasil 26.02.16 19:20 Comentários (41)
Maria Lúcia Tavares, a secretária-executiva da Odebrecht responsável pela distribuição de "acarajés", também teve a prisão temporária prorrogada por mais cinco dias.
Brasil 26.02.16 18:57 Comentários (369)
A força-tarefa do MP de São Paulo acaba de intimar Lula, Marisa Letícia e o filho Fábio Luiz a prestarem depoimento na próxima quinta-feira, 3, na investigação sobre o triplex do Guarujá...
Brasil 26.02.16 18:55 Comentários (142)
A coluna Radar informa que os advogados de Lula agora recorrem ao STF para tentar suspender as investigações sobre o triplex e o sítio de Atibaia...
Brasil 26.02.16 18:45 Comentários (71)
O Antagonista foi informado de que Lula e seus familiares já frequentavam o sítio de Atibaia antes da compra do imóvel em outubro de 2010...
Brasil 26.02.16 18:34 Comentários (55)
A EAO Empreendimentos Agropecuários e Obras, que pertence à Odebrecht, levou para a Expoinel MG, em Uberaba 30 lotes de fêmeas nelore e prenhezes de elite.
Segundo o portal de leilões DBO, as bezerras, novilhas e matrizes foram comercializadas ao preço médio de R$ 42 mil...
Brasil 26.02.16 17:46 Comentários (207)
Mario Sergio Conti abriu seu programa para Luiz Marinho fazer a defesa pública de Lula...
Brasil 26.02.16 17:40 Comentários (128)
Em vez de divulgar slides, a defesa de João Santana deveria se preocupar em analisar as provas colhidas no inquérito da Operação Acarajé para tentar buscar uma saída jurídica - ainda que improvável - para seu cliente...
Brasil 26.02.16 17:17 Comentários (57)
Em sua decisão de prorrogar a prisão de João Santana e Mônica Moura, o juiz Sérgio Moro também destacou a apreensão de documentos que indicam que a Odebrecht fez "pagamentos periódicos" ao casal de feirantes...
Brasil 26.02.16 17:10 Comentários (57)
O advogado tributarista Igor Nascimento Souza, que integra a defesa de João Santana, deu uma coletiva mais cedo para tentar justificar os crimes de seu cliente...
Brasil 26.02.16 17:04 Comentários (91)
Renan Calheiros procurou Michel Temer.
Do encontro, realizado ontem, participaram Moreira Franco e Eliseu Padilha.
Todos eles interpretaram a conversa da mesma maneira: Renan Calheiros está desembarcando do governo....

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