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PRIMEIRA EDIÇÃO DE HOJE DO 'DA MÍDIA SEM MORDAÇA'

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
01 DE JANEIRO DE 2016
O ano acabou e Renan Calheiros não apresentou um só projeto de interesse de Alagoas, Estado que o elegeu senador. Ele se dedicou apenas aos afazeres de presidente do Senado. Na mesma linha seguiu Eduardo Cunha: assim como o correligionário Calheiros, o presidente da Câmara dos Deputados não apresentou nenhum projeto de lei ou emenda do interesse do Rio de Janeiro ao longo de todo o ano de 2015.
Durante todo o ano, Renan somente se lembrou de Alagoas ao pedir voto de pesar pela morte de quatro policiais, na queda de helicóptero.
Cabe ao senador, prioritariamente, representar os interesses do Estado que o elegeu. Além das benesses, cada senador recebe salário de R$ 33,7 mil.
Os deputados federais devem representar os interesses da população que o elegeu. Fora os benefícios variados, levam R$ 33,7 mil por mês.
As atividades de Cunha como deputado se limitaram a tentativas de preservar o mandato da cassação, em razão de inúmeras denúncias.
Ainda resta contabilizar os gastos do mês de dezembro e as faturas de cartões corporativos do governo federal consumiram R$ 56,2 milhões do suado dinheiro do contribuinte. Apesar de campeões de gastos, a Presidência da República (R$ 15 milhões) e o Ministério da Justiça (R$ 14 milhões) mantêm 97% dos gastos sob sigilo da sociedade e ainda alegam que o segredo é a forma de garantir a segurança do Estado.
O gasto médio de cada um dos 6.535 cartões corporativos listados na Transparência até agora foi de R$ 8,6 mil, idêntico ao torrado em 2014.
Três portadores romperam a barreira dos R$ 100 mil, mas o campeão, com R$ 147 mil, é José Roberto da Silva, do Ministério da Educação.
Não custa lembrar que cada centavo dos R$ 56,2 milhões saiu do bolso do contribuinte sem realização de qualquer tipo de processo licitatório.
O salário mínimo, que deveria atender necessidades como moradia, alimentação, educação e saúde, será de R$ 880 a partir deste mês. Um parlamentar recebe R$ 33,7 mil por mês, além da verba de gabinete.
O PT apertou a doação ‘voluntária’ entre os filiados para tentar reforçar o caixa do partido para as eleições de 2016. Os devotos sumiram após a Lava Jato e a legenda deve ter uma campanha de vacas magras.
O deputado Rubens Pereira Jr (PCdoB-MA) apresentou projeto para endurecer a farra do ‘saidão’ de fim de ano. A proposta do comunista torna obrigatório o cumprimento de 40% da pena, se for réu primário, e de, no mínimo, 60%, nos casos de reincidência, para ter o benefício.
Crítico ferrenho do governo Dilma, o deputado Paulinho da Força (SD-SP) encaminhou mensagem desejando um bom 2016, “mas feliz mesmo, só em abril, quando a gente se livrar da Dilma”.
O deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) diz que o governo pretende enfraquecer o impeachment ao quitar R$ 57 bilhões das pedaladas fiscais: “Dilma quer jogar para debaixo do tapete o rombo bilionário”.
A infectologista Rosana Richtmann reiterou que estudos confirmam a rubeóla congênita como causa de microcefalia, apesar de não acreditar no “erro operacional” na vacinação como explicação para o surto atual.
Jaques Wagner assegurou que Dilma é quem toca a economia, mas considerou ruim o ajuste fiscal. “Quando presta, Dilma é responsável. Quando não presta, a culpa é dos ministros”, ironiza um aliado.
A Secretaria de Saúde de Pernambuco não se limitou ao zika vírus e continua a investigar suspeitas de outras doenças que possam causar microcefalia como infecções por citomegalovírus, toxoplasmose e sífilis.
... 2015 acabou de forma tão melancólica na economia que há torcida para ser verdadeiro o bordão de Tiririca: “Pior do que está não fica”.

NO DIÁRIO DO PODER
O CRIME JÁ FOI PRATICADO
Carlos Chagas
A presidente Dilma completou ontem o repasse de 72,5 bilhões de reais para o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e outros bancos públicos, dinheiro que havia retirado de seus cofres para equilibrar as contas do governo. Assim, Madame livrou-se das acusações de haver apelado para recursos ilegítimos que a lei proibia, imaginando escapar do processo de impeachment aberto contra ela no Congresso.
O diabo é que o crime já havia sido praticado, mas tem pior nessa equação contábil. Só no Rio, para não lembrar outros Estados, a saúde pública encontra-se em frangalhos, com a população à míngua, amontoada sem tratamento em filas na porta de hospitais e postos de saúde.
Os 72,5 bilhões serviram para equilibrar as despesas dos estabelecimentos oficiais ou para evitar o sofrimento dos fluminenses abandonados e entregues à própria sorte, sem médicos, enfermeiros, remédios e equipamento imprescindível à própria sobrevivência? No Rio e no restante do País.
O que teria sido melhor? O desvio ou o uso da quantia desviada para minorar as agruras da população? A quem deve atender o poder público? Ao cidadão carente ou ao governante em vias de perder o mandato e parar na cadeia? Pior ainda quando se conclui que o rombo nas contas públicas não se limitou aos 72,5 bilhões, pois em 2015 alcançou 118, 6 bilhões.
Evidência maior inexiste de incompetência administrativa, em especial se puder ser aferida a quantia surripiada pela corrupção na Petrobrás e demais empresas públicas. Já tem gente presa, entre políticos, parlamentares, empreiteiros e altos funcionários, mas até agora não se conseguiu somar o quanto foi desviado. Provavelmente muito mais do que 118.6 bilhões. Há quem calcule acima de trilhões. Será que os ladrões poderão devolver? Conseguirá o governo aplicar o dinheiro roubado em benefício da sociedade?
Ontem, último dia do ano, tudo continuou subindo, dos transportes coletivos ao dólar, da inflação aos gêneros de primeira necessidade. Dos impostos à taxas e tarifas, os alugueis e os combustíveis. Menos os salários. Parece evidente que nada vai mudar.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
31/12/2015 ÀS 6:23
31/12/2015 ÀS 5:56


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