1ª EDIÇÃO DE HOJE DO "DA MÍDIA SEM MORDAÇA"

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
08 DE NOVEMBRO DE 2015
A informação atribuída ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, de que “o pior está por vir”, deixou ainda mais tenso o ambiente no Congresso, apreensivo com os inquéritos que investigam o envolvimento de parlamentares no escândalo. O senador João Capiberibe (PSB-AP), um dos poucos que não parecem preocupados, avalia que o escândalo deve atingir 70% do Congresso.
A expectativa, no Supremo, é de que as condenações na Lava Jato devem promover uma renovação nunca vista na política nacional.
Apesar da gravidade da Lava Jato, será necessária muita paciência: o caso levará anos para ser julgado. No mensalão, foram oito anos.
Há ainda uma regra de autoproteção dos políticos: não basta o STF cassar mandatos, é preciso o Congresso concordar com a sentença.
João Capiberibe é realista: “Não podemos eliminar todos, mas precisamos mudar todo o sistema”. Falta definir quem vai mudar o quê.
A oposição tem se reunido secretamente com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para tentar redirecionar o desgaste provocado pela Lava Jato. Na última semana houve ao menos dois encontros. Cunha foi cobrado pela inércia sobre as acusações de que é alvo e pelo travamento do processo de impeachment de Dilma, que, pelo cronograma dos opositores, deve ser aceito dia 17 de dezembro.
Representantes do SD, PSDB, PSC, PPS e DEM participam dos encontros com Cunha e, por ora, dão sustentação ao peemedebista.
Interlocutores do líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), dizem que ele tem apoio do Planalto na sucessão de Cunha. Puro papo.
Prioritariamente Cunha tenta evitar perder o mandato. Acusações como evasão de divisas e sonegação fiscal são problemas “secundários”.
Por pouco Fausto Pinato (PRB-SP) não fica de fora da Câmara. Com apenas 22 mil votos, o relator do caso Eduardo Cunha não seria eleito em nenhum dos estados. Foi puxado por Celso Russomanno.
Houve reação até no PT ao pedido de Carlos Zarattini (PT-SP), líder da bancada do Bené na CPI do BNDES, para convocar Marcelo Limírio Filho, sogro de Alexandre Baldy (PSDB-GO) e sócio da Hypermarcas.
De acordo com as contas de um parlamentar aliado do presidente da Câmara, que se reuniu com ele, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) conta, seguramente, com ao menos sete votos no Conselho de Ética.
Gabriel Chalita (PMDB), secretário de Educação do prefeito Fernando Haddad (PT), tem resistido aos assédios do PR. Ele garante que vai ficar no PMDB ainda que tenha que disputar contra o chefe petista.
O presidente nacional do PPS, Roberto Freire (SP), não poupa crítica ao projeto de repatriação. “No país da corrupção, o governo quer a indecência de repatriar os recursos a qualquer custo”, garante.
O PT adorou a “calmaria” que tomou conta do Senado. Os petistas Gleisi Hoffmann (PR), Lindbergh Faria (RJ), Delcídio do Amaral (MS) e Humberto Costa (PE) foram citados em delações da Lava Jato.
Aécio Neves decidiu colocar o pé na estrada: desembarcou na Bahia para “conversar com correligionários”. Tudo para neutralizar a tentativa do tucano Geraldo Alckmin de se candidatar à Presidência, em 2018.
O deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) discorda que a CPI da Petrobras tenha terminado em pizza: “O relatório foi ridículo, mas descobrimos figuras importantes como João Vaccari e Pedro Barusco”.
Se Eduardo Cunha é simultaneamente o maior aliado e pior inimigo de Dilma na Câmara, no Senado só existem “aliados”?

NO DIÁRIO DO PODER
CORRUPÇÃO
DELATOR DIZ QUE DIRCEU RECEBEU R$ 1,69 MILHÃO EM PROPINA
DELATOR REVELOU DETALHES DO DINHEIRO PAGO A EX-MINISTRO DE LULA
Publicado: 07 de novembro de 2015 às 19:24 - Atualizado às 01:04
O executivo Walmir Pinheiro Santana, ligado à UTC Engenharia, disse em delação premiada à Procuradoria-geral da República que o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula) recebeu R$ 1,69 milhão em propina relativa às obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). O valor teria sido repassado a Dirceu sob a autorização do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
À força-tarefa da Lava Jato, o delator contou que a assinatura do contrato do Comperj, entre a Petrobras e o Consórcio TUC - UTC, Odebrecht e Toyo do Brasil -, gerou "alguns compromissos" para PT no valor de R$15,51 milhões. Walmir Pinheiro Santana relatou que João Vaccari o autorizou a abater, também dos R$ 15 51 milhões, valores para José de Filippi Júnior, ex-tesoureiro das campanhas presidenciais de Lula, em 2006, e Dilma em 2010. O delator não informou quando ou como o dinheiro foi pago.
"Vaccari autorizou abater destes valores de R$15,51 milhões, R$ 400 mil para entregar para José Filippi, R$ 1,69 milhão para José Dirceu e R$ 1,8 milhão foram para algumas campanhas eleitorais (provavelmente para campanhas ao cargo de prefeito): municípios de Contagem, Belo Horizonte, Recife, Montes Claros, Campinas, São Bernardo do Campo; que há um valor de R$ 150 mil que acha que foi para um evento em Belo Horizonte organizado pelo PT (houve procura pelo depoente de uma senhora do PT de Minas Gerais)", declarou o executivo.
No depoimento prestado em 6 de agosto deste ano, Walmir Pinheiro Santana afirmou que João Vaccari parecia ter 'uma fragmentadora nas mãos, pois destruía todas as anotações de pagamentos'. "Todo controle era feito por Vaccari "de cabeça"; que quem tinha "procuração desta conta" junto com UTC era Vaccari, sendo ele quem controlava tudo."
Walmir Pinheiro Santana era braço-direito do dono da UTC, Ricardo Pessoa, na empresa. O empreiteiro também delatou, em depoimento de 28 de maio, pagamento de R$ 15 milhões em propinas ao PT por meio de "doações oficiais fracionadas". Ricardo Pessoa é um dos principais delatores do esquema de corrupção e propinas instalado na Petrobras entre 2004 e 2014.
No celular de Ricardo Pessoa foram encontradas mensagens trocadas entre ele e Walmir Pinheiro Santana, no final de julho de 2014, que sugeriam que as doações da empreiteira para a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff estavam relacionadas ao recebimento de valores dos contratos que ele detém na Petrobras, segundo análise feita pela Polícia Federal com base em material anexado aos autos da Operação Lava Jato.
Contrato
As obras do Comperj começaram em 2009. As empresas do TUC eram sócias em contrato de R$ 2 bilhões. Ao todo, o consórcio teve R$ 3,8 bilhões da estatal.
O delator afirmou à força-tarefa da Lava Jato que participou 'da estruturação do negócio do Comperj'. Segundo o executivo, a Petrobras resolveu, naquela ocasião, fazer uma "contratação direta" para execução da obra.
"Neste momento, Júlio Camargo (que era representante da Mitsui) disse a Ricardo Pessoa dizendo que "havia trazido este negócio para UTC"; como negócio não saiu em prol da Mitsui, Júlio ponderou que teria direito receber valores em razão do projeto; Ricardo Pessoa aceitou pagar valor, de aproximadamente R$ 42 milhões, faturado em benefício de algumas empresas de Júlio Camargo (o depoente lembra agora do nome da Piemonte, por exemplo)", disse Walmir Pinheiro Santana.
O depoimento informa ainda que o executivo 'está apresentando neste ato contratos, comprovante de pagamentos notas fiscais relativos estes "repasses" para Júlio Camargo'. Segundo o delator, para justificar estes repasses, foram realizados alguns contratos fictícios para amparar os pagamentos.
Procurado, o advogado de José de Filippi Júnior não retornou contatos da reportagem.
O Partido dos Trabalhadores, por sua vez, informou que "todas as doações" recebidas foram realizadas "estritamente dentro dos parâmetros legais e declaradas à Justiça Eleitoral".
O criminalista Luiz Flávio Borges D'urso, que defende João Vaccari Neto comentou: "A defesa de João Vaccari Neto reitera que essas manifestações são oriundas de uma delação, de modo que primeiramente, não procede e não há nenhum elemento de prova que possa corroborar essas informações. Até porque o sr. Vaccari jamais solicitou, recebeu ou negociou dinheiro de origem ilícita. Apenas cumpriu seu papel, enquanto tesoureiro do PT, ao solicitar doações de pessoas físicas e jurídicas, indicando a conta do partido para que essas doações absolutamente legais fossem depositadas."
Já o criminalista Roberto Podval, que defende o ex-ministro José Dirceu, tem declarado reiteradamente que o ex-ministro da Casa Civil (Governo Lula) jamais recebeu propinas. Segundo Podval, todos os valores recebidos pela AJD Assessoria e Consultoria, empresa de Dirceu, tiveram origem em contratos de serviços efetivamente prestados. Podval afirma que é uma injustiça Dirceu ter se tornado alvo da Lava Jato.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
08/11/2015 às 7:02 \ Opinião
CARLOS BRICKMANN
O grande acordo “Tira do Meu que Eu Tiro da Sua” está evidente: Eduardo Cunha evitou que Gilberto Carvalho, Erenice Guerra, Antônio Palocci e um dos filhos de Lula, Fábio Luís, fossem convocados pela CPI do BNDES. Foi o agrado a Lula por ter ordenado ao PT que garantisse amplo direito de defesa a Eduardo Cunha e demais alvos do procurador Rodrigo Janot. A ampla defesa inclui um relator amicíssimo de Cunha e seu antigo seguidor.
Já o processo de impeachment contra Dilma está andando, mas em ritmo de discurso de Suplicy. Cunha já podia ter tocado ou rejeitado o processo, o que seria normal, mas preferiu ralentar. E aí há feriados, recesso parlamentar, festas de fim de ano. Cunha diz que não haverá recesso, mas é mais fácil boi enlatado voar do que esperar parlamentares para votar impeachment no recesso que não haverá. No ano que vem, depois do Carnaval ─ claro! ─ o clima já será outro, de eleições municipais.
OK? Não: hoje, mais importante que o jogo do Congresso é a face oculta da crise. A greve dos petroleiros tem inesperado índice de adesão. Uma surpresa, considerando que os sindicatos do setor são mais governistas do que Collor, Sarney, Maluf e Kátia Abreu juntos. E, para amanhã, segunda, está marcada uma greve explosiva, a dos caminhoneiros. Se der certo, bloqueia estradas, suspende o abastecimento, paralisa a economia, multiplica o efeito da greve dos petroleiros. Há, entre os caminhoneiros, alguns cujo objetivo é derrubar o governo.
Agora não adianta muito olhar para Brasília: é preciso olhar para o país.

NO O ANTAGONISTA
Carlos Velloso foi ministro do STF por 16 anos, tendo presidido o tribunal entre 1999 e 2001. Em entrevista ao Correio Braziliense, primeiro deixou claro que era contra o impeachment de Dilma:
"Fui um dos primeiros a dizer e a afirmar, quando se falava em impeachment, que não havia, até então, motivos para o impeachment."
Seu entendimento, no entanto, mudou após a decisão do TCU no último 7 de outubro...
Brasil 08.11.15 09:22 Comentários (8)
Quebrar o PT – e, também, o PMDB e o PP – é tão essencial quanto a prisão de Lula ou o impeachment de Dilma Rousseff.
É o que a Lava Jato pretende fazer no ano que vem...
Brasil 08.11.15 09:04 Comentários (9)
O PT quebrou o Brasil. Agora a Lava Jato vai quebrar o PT.
Deltan Dallagnol disse ao Estadão: “Vamos entrar com uma ação cível pública contra os partidos que participaram dos crimes...
Brasil 08.11.15 07:55 Comentários (59)
O diretor financeiro da UTC confirmou aquilo que já sabíamos: o PT tinha uma conta corrente na empreiteira, e o valor doado diretamente às campanhas dos candidatos petistas era descontado do total da propina.
Quando vieram à tona as mensagens apreendidas no celular de Ricardo Pessoa, O Antagonista decretou...
Brasil 08.11.15 07:52 Comentários (13)
A delação premiada de Walmir Pinheiro, diretor financeiro da UTC, confirma plenamente o que O Antagonista já havia publicado a respeito das mensagens apreendidas no celular de seu patrão, Ricardo Pessoa...
Brasil 08.11.15 07:44 Comentários (7)
O Estadão publicou os depoimentos do diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro, à Lava Jato.
São importantíssimos.
Walmir Pinheiro revelou como funcionava o esquema do PT dentro da empreiteira. O mesmo esquema que bancou a campanha de Dilma Rousseff, em 2014...
Brasil 08.11.15 06:34 Comentários (10)
A Folha de S. Paulo perguntou a Gilmar Mendes se o TSE tem legitimidade para cassar o mandato de Dilma Rousseff.
Ele respondeu na bucha: "Não é nada desejável, mas se houver elementos, o tribunal poderá se pronunciar sobre isso, como tem se pronunciado em casos de senador, deputado, prefeito e vereador”...
Brasil 08.11.15 06:31 
A entrevista de Gilmar Mendes à Folha de S. Paulo explica por que ele foi preterido como relator do processo contra Dilma Rousseff no TSE.
Perguntado sobre o papel de Lula no assalto à Petrobras, ele respondeu: “Não se estrutura um sistema dessa dimensão sem a participação de atores políticos importantes. Tanto é que eu brinquei: esse enredo não entra na Sapucaí, é preciso que ele seja completado...
Brasil 08.11.15 06:29 
A Folha de S. Paulo perguntou a Gilmar Mendes se Dilma Rousseff pode terminar o mandato.
Ele respondeu...
Brasil 08.11.15 06:24 
70% dos brasileiros rejeitam o PT.
É o que mostra uma pesquisa do Ibope, publicada pelo Estadão...
A tabela muito desfavorável do Estadão
Brasil 08.11.15 06:21 
“Dilma mereceu essa grande vitória. Estaremos juntos com ela para o Brasil seguir mudando”.
Essa foi uma das mensagens publicadas em sua conta no Twitter que Eduardo Cunha mandou eliminar. A Folha de S. Paulo, porém, não conseguiu descobrir quando ocorreu o expurgo: se antes ou depois da carne enlatada...
Brasil 08.11.15 06:17 
Eduardo Cunha “considera que, neste momento, não há clima para tocar o pedido de impeachment de Dilma Rousseff”, diz a Época.
“Se os empresários embarcarem no impeachment, o cálculo muda”...
Brasil 07.11.15 23:00 
Após analisar a movimentação bancária da Odebrecht no exterior e a hierarquia de comando do grupo, a Polícia Federal descobriu a existência de uma "coordenação em nível macro de gestão", capaz de "ordenar os pagamentos oriundos das diversas fontes" e ainda "supervisionar o correspondente controle dos mesmos". Quem era o coordenador macro? Segundo a PF, Marcelo Odebrecht...
Brasil 07.11.15 22:18 
O laudo 2311 da Polícia Federal, que reproduzimos aqui ontem, é primoroso e uma fonte quase inesgotável de informações. Ele disseca as operações bancárias do grupo Odebrecht no exterior entre os anos de 2006 e 2014, período em que a companhia movimentou um total de US$ 278 milhões...
Brasil 07.11.15 20:51 
O Estadão entrevistou Eduardo Cunha e abordou na conversa o impeachment de Dilma, obtendo três respostas curtas e diretas.
Primeiro, o jornal perguntou quando o presidente da Câmara irá decidir sobre o impeachment. Cunha respondeu:
"Curso do mês de novembro. Antes do dia 15 não será."
Na sequência, foi perguntado o critério que nortearia a decisão...
Brasil 07.11.15 20:15 
Assim como Dilma, Cunha pretende se safar explorando todos os prazos legais possíveis. Para isso, estaria preparando uma série de medidas protelatórias para atrasar ao máximo o processo de cassação junto ao Conselho de Ética.
Um aliado do presidente da Câmara afirmou ao Estadão que, se assim quiserem os apoiadores de Cunha, o trâmite do processo pode se arrastar por até dois anos...
Brasil 07.11.15 19:55 
Falta um mês para as eleições parlamentares na Venezuela, mas o governo brasileiro ainda não conseguiu definir quem representará o Brasil na missão da Unasul.
A Folha noticia que o atraso já impossibilitou a participação brasileira na auditoria do sistema eletrônico de votação...
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Agente federais relataram à IstoÉ que a entrega de intimação a Luis Cláudio Lula da Silva se deu de maneira cordial de ambos os lados. A colunista Débora Bergamasco descreveu o encontro...
Brasil 07.11.15 18:16 
Paulo Roberto Costa deve ter os benefícios da sua delação premiada revogados.
Ele mente quando diz que não se encontrou com Palocci, sob os auspícios de Bumlai. Ele está protegendo Lula, o seu chefe direto.
Brasil 07.11.15 17:50 
A Folha informa que, a partir de dezembro, Gol e Azul passarão a oferecer passagens para Cuba, assim como já faz a TAM...
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Na tensa acareação com Paulo Roberto Costa, Fernando Baiano disse que Bumlai, o amigo de Lula, havia sido o responsável pelo agendamento da reunião entre Costa e Palocci. E detalhou o encontro aos investigadores...
Brasil 07.11.15 16:23 
No mesmo depoimento, Paulo Roberto Costa reforçou que a Lava Jato ainda tem muito o que esclarecer sobre o envolvimento das empreiteiras com o governo...
Brasil 07.11.15 16:11 
A Procuradoria da República perguntou a Paulo Roberto Costa se havia coação para que as empreiteiras pagassem propina no Petrolão. Segundo o Estadão, o delator respondeu:
“Não, porque era um ganha ganha.”
Detalhes desse "ganha ganha" foram dados em fala anterior...
Brasil 07.11.15 15:39 
A Agência Estado consultou 30 analistas de mercado sobre suas expectativas para inflação em 2016. A mediana da pesquisa ficou em 6,5%, já no teto da meta inflacionária.
O problema? Há um ano, pesquisa semelhante projetava inflação...
Brasil 07.11.15 15:00 
A PF interceptou mensagens trocadas entre José Luis Neffa Simão, ex-diretor da Oi, e Otávio Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez. A conversa cita uma "remessa" a João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT.
Segundo O Globo, Simão passou o recado...
Brasil 07.11.15 14:30 
O Globo perguntou o motivo de Cunha não ter declarado os ativos que acumulava no exterior:
"São circunstâncias de momento. A maioria dos brasileiros que formaram ativos (no exterior) não fizeram por vários motivos: dificuldades, inflação alta, medo de confisco... Uma série de circunstâncias que estimulavam as pessoas a manter aquilo lá."
Se não confiava no Brasil, Cunha confia na impunidade...
Brasil 07.11.15 14:12 
Eduardo Cunha seguiu o exemplo de Lula e disse a O Globo que não teme ser preso. O presidente da Câmara declarou ter "certeza absoluta" de que será absolvido, e que não tem a "menor dúvida" de que ficará no cargo até o final do mandato. O motivo...
Brasil 07.11.15 14:03 
A única esperança continua mesmo a ser a Lava Jato. Gleisi Hoffmann, por exemplo, achou que se livraria com o fatiamento das ações, mas Alberto Yousseff voltou a citá-la no esquema do petrolão...

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 08/11/2015 03:06

O talento de Eduardo Cunha para o ramo do comércio exterior era desconhecido do próprio Eduardo Cunha. Citada agora pelo deputado como fonte dos milhões que ele entesourou na Suíça, essa atividade não aparece nas suas biografias oficiais. O site da Câmara e a página pessoal que Cunha mantém na internet realçam apenas duas experiências na iniciativa privada, ambas no Rio. Formado em economia, Cunha trabalhou como auditor da empresa Arthur Andersen entre 1978 e 1980. E integrou o quadro de economistas da Xerox do Brasil no período de 1980 a 1982.
Não há nas biografias nenhum vestígio da companhia de comércio exterior que Cunha diz que abriu na década de 1980 para vender produtos alimentícios a países africanos — sobretudo carne enlatada para a República Democrática do Congo (antigo Zaire). Cunha não diz quem eram seus fornecedores. Tampouco informa os nomes dos clientes. Declara que a empresa já fechou, mas se abstém de citar datas. Não exibe documentos que comprovem os negócios.
Nesse enredo, a única coisa realmente palpável é o dinheiro que foi descoberto à revelia de Eduardo Cunha, graças à colaboração da Promotoria da Suíça com o Ministério Público do Brasil. Hoje, encontram-se bloqueadas em contas suíças atribuídas a Cunha cifras equivalentes a mais de R$ 9 milhões. Foi o que sobrou. A Procuradoria da República sustenta que o dinheiro provém de corrupção, não da alegada habilidade de Cunha para vender carne enlatada à África.
Há uma biografia mais alentada de Eduardo Cunha na página da Presidência da Câmara. De novo, o texto não faz uma mísera menção às atividades empresariais do personagem. Anota que o deputado, “antes de ingressar na carreira política, foi um importante executivo da área de telecomunicações”, uma referência à passagem de Cunha pela presidência da Telerj (1991-1993), uma ex-estatal que operava os telefones no Rio como parte do antigo Sistema Telebras. Cunha obteve esse cargo do então presidente Fernando Collor, cujo nome é omitido.
“Nascido no Rio de Janeiro, no dia 29 de setembro de 1958, Eduardo Cunha é radialista, evangélico, casado e pai de quatro filhos”, acrescenta a biografia. “Economista, formado na Universidade Cândido Mendes, trabalhou como auditor de mercado na iniciativa privada, entre 1978 e 1982 [Arthur Andersen e Xerox]. Foi Presidente da Cehab, a Companhia de Habitação do Estado do Rio de Janeiro, em 1999…” Esse posto foi cedido a Cunha pelo então governador fluminense Anthony Garotinho, hoje um inimigo figadal do deputado.
Na versão que construiu para tentar dar aparência legal à fortuna que a Procuradoria diz ser fruto de roubo, Cunha diz que se dedicou ao comércio exterior na década de 1980. O blog conversou com três pessoas que convivem com o deputado desde essa época. Concordaram em falar sob a condição do anonimato. Nenhuma delas se recorda dessa passagem empreendedora da existência de Cunha. Ao contrário. Afirmam que foi nessa época que o deputado começou a tomar gosto pela política.
Em 1982, Cunha trabalhou na campanha de Eliseu Resende, que disputou o governo de Minas Gerais pelo PTB. Em 1986, atuou no comitê eleitoral de Moreira Franco, que se elegeu governador do Rio pelo PMDB. Em 1989, participou da campanha presidencial de Fernando Collor, à época filiado ao inexpressivo PRN. Cunha auxiliava o tesoureiro do comitê de Collor, Paulo César Farias, na coleta de fundos privados de campanha. Agradou tanto que virou presidente da telefônica do Rio, um cargo tão cobiçado à época quanto uma diretoria da Petrobras.
“Hoje, Eduardo Cunha é reconhecidamente um dos políticos mais influentes e atuantes”, sustenta a biografia exposta na página da Presidência da Câmara. “Com espírito independente e profundo conhecimento do regulamento da Câmara, Eduardo Cunha conquistou merecida credibilidade e respeito de seus pares e, sobretudo, da sociedade brasileira.”
O texto arremata: “Por uma Câmara Independente, mais próxima do povo e de suas causas e sem submissão aos Poderes Executivo e Judiciário, o líder peemedebista prometeu incondicional empenho. Essa é a marca do deputado Eduardo Cunha.”
No momento, Cunha carrega marcas menos edificantes. E a Câmara precisa tornar-se independente também do seu presidente. Um personagem que se oferece para fazer as vontades do Executivo, desde que o governo de Dilma o ajude a salvar o mandato e a aliviar a tempestade que está por vir no Judiciário. Conforme já foi comentado aqui, uma operação de salvamento de Cunha exige o sacrifício da inteligência.


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