LEIA HOJE NA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
23 DE SETEMBRO DE 2015
Apesar de garantir o contrário, o governo tem mesmo um “plano B” para o caso de o Congresso rejeitar a nova CPMF: a criação da “Cide do Pecado”, isto é, a taxação adicional de produtos ligados a lazer e prazeres, de “segunda necessidade”, como refrigerantes, bebidas alcoólicas como cerveja e vinho, tabaco etc, além dos impostos já embutidos na produção, importação e venda, nesses setores.
A Cide é uma taxa criada por FHC sobre cada litro de combustível, a pretexto de financiar a recuperação e a construção de estradas.
Hoje a Cide é cobrada exclusivamente sobre combustíveis importados e vendidos em território brasileiros: 71% para união, 29% para estados.
O setor de bebidas fatura cerca de R$ 80 bilhões anuais, e o de cigarro R$ 17 bilhões, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A Cide é cobrada por volume vendido, não por alíquotas. Ou seja, é o imposto do sucesso: quanto mais uma empresa vender, mais vai pagar.
A reforma ministerial não afasta o risco de impeachment da presidente Dilma. A situação é cada vez mais delicada, e o quadro se agravou com a recusa dos caciques do PMDB de indicar ministros, o que pode sinalizar a intenção de rompimento. Para o experiente deputado Jarbas Vasconcelos (PE), um dos independentes do PMDB, a queda de Dilma é apenas uma questão de tempo, “por impeachment ou por renúncia”.
Para o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), a história se repete: seu partido faz com Dilma “o que o PFL fez com Fernando Collor”.
Dilma tenta obter do líder Leonardo Picciani (RJ) e da ministra Kátia Abreu, que não falam pelo PMDB, nomes para “definir as indicações”.
Foi o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) quem propôs aliança com Kátia Abreu e Picciani, sem consultar a cúpula do PMDB.
A presidente Dilma Rousseff foi varrida das propagandas do PT que vão ao ar na próxima semana. Quem vai estrelar os comerciais é o ex-presidente Lula, que passa esta quarta (23) gravando os programas.
Na reforma ministerial, Dilma ouviu Leonardo Picciani (RJ) para tentar intrigá-lo com seu guru, Eduardo Cunha. Tiro n’água: o jovem deputado não esquece que o presidente da Câmara o retirou do baixo clero.
Dilma “ouviu” Kátia Abreu (Agricultura), como “representante do PMDB do Senado”, para definir cargos. Mas até as pedras da Praça dos Três Poderes sabem que a ministra não está autorizada a falar pelo partido.
Prefeito de Jaboatão dos Guararapes (PE), Elias Gomes defendeu corajosamente, ontem, em Brasília, uma proposta incômoda em seu partido (PSDB) contra crise: parlamentarismo com Dilma, sem ruptura.
O ministro Gilberto Kassab (Cidades) jurou a Dilma que o PSD rejeita o impeachment. Mas a conversa dos deputados do seu PSD não é bem essa. O ânimo da bancada contra Dilma é de beligerância.
A senadora Marta Suplicy (SP) oficializa filiação no PMDB neste sábado (26). O partido não quer saber de discrição. Cobrou a presença de toda a alta cúpula. A lista inclui até o vice-presidente Michel Temer.
O PSB se reúne na próxima semana para referendar a decisão de assumir oposição ao governo Dilma. A bancada na Câmara já defende o impeachment da presidente e anunciou que vota contra a CPMF.
Servidores do Judiciário seguem à risca o ditado “saco vazio não para em pé”. Acompanha os protestos por aumento salarial uma frota de food-trucks e churrasquinhos. Nesta terça (22), não foi diferente.
...o PT vai precisar criar adicional de periculosidade não só para seus tesoureiros, mas também para ex-deputados, ex-diretor de marketing, ex-ministro da Casa Civil...

NO O ANTAGONISTA
Brasil 23.09.15 06:34 Comentários (2)
Fernando Moura, o mais novo delator da Lava Jato, esclareceu a origem do Petrolão.
Por muito tempo, os petistas tentaram arrastar o governo Fernando Henrique Cardoso para o centro do inquérito. Agora se sabe que, embora Lula não tenha inventado a propina – para usar o bordão preferido dos petistas –, ele certamente inventou o Petrolão...
Brasil 23.09.15 06:40 Comentários (0)
O delator Fernando Moura explicou que o Petrolão nasceu quando a Etesco indicou-lhe Renato Duque para a diretoria da Petrobras.
A Etesco passou a negociar contratos com grandes empreiteiras, como a OAS, mas continuou a participar das obras. Em 2011, por exemplo, quando o homem de Renato Duque na Sete Brasil, Pedro Barusco, encomendou 29 sondas para a Petrobras, a Etesco associou-se à OAS, na Atlas, e tornou-se sócia-operadora do empreendimento, juntamente com gigantes como Odebrecht e Queiroz Galvão...
Brasil 23.09.15 06:15 Comentários (4)
O candidato de Eduardo Cunha ao ministério da Saúde, Manoel Júnior, foi acusado de ter contratado, por 40 mil reais, os pistoleiros que assassinaram o vereador Manoel Matos, na praia do Pitimbu, no litoral paraibano, em 2009.
Não há o que dizer: ele é o nome mais apropriado para o gabinete de Dilma Rousseff.
De Pitimbu para o SUS
Brasil 23.09.15 06:02 Comentários (25)
Eduardo Cunha disse que não indicaria nomes para o novo ministério de Dilma Rousseff.
E o que ele fez? Indicou dois...
Brasil 23.09.15 02:33 Comentários (2)
O veto ao reajuste de 78% para os servidores do Judiciário não foi votado nesta madrugada. Faltou quórum.
Era a votação mais arriscada para o governo.
Uma nova sessão terá de ser convocada, em data a ser definida. O Brasil continua paralisado.
Brasil 22.09.15 23:06 Comentários (0)
Renan Calheiros, que conduz a sessão conjunta para votação dos vetos de Dilma, é um dos alvos preferenciais das delações de Fernando Baiano e Fernando Moura.
Brasil 22.09.15 23:01 Comentários (2)
O lobista Fernando Moura, mais novo delator da Lava Jato, disse que recebia até R$ 100 mil por mês para guardar segredo sobre o esquema de corrupção na Petrobras...
Brasil 22.09.15 22:33 Comentários (17)
Não foi apenas o dólar e a retração do PIB -- a inflação medida pelo IPCA vai ultrapassar a barreira dos 9% neste ano e deverá fechar o ano em 9,29%, segundo o próprio governo...
Brasil 22.09.15 22:25 Comentários (5)
Depois da cotação recorde do dólar, o dia termina com a previsão de retração do PIB em 2,44%. Trata-se de uma revisão feita pelo próprio Ministério do Planejamento com base no relatório de receitas e despesas do orçamento de 2015 relativo ao quarto bimestre...
Brasil 22.09.15 21:29 Comentários (77)
O TSE aprovou agora há pouco a concessão de registro para a Rede Sustentabilidade, o partido de Marina Silva. Com a decisão, a legenda poderá lançar candidatos para as eleições de 2016...
Brasil 22.09.15 21:15 Comentários (31)
A colunista Mônica Bergamo, sobre quem não temos dúvidas, apenas certezas, informa que Otavio Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, confidenciou a outros presos em Curitiba que está disposto a firmar um acordo de delação premiada...
Brasil 22.09.15 20:24 Comentários (54)
A Época informa que o TRF-4 reverteu pela primeira vez uma condenação do juiz Sérgio Moro na Lava Jato. Por maioria, a oitava turma decidiu absolver André Catão, gerente financeiro do Posto da Torre, em Brasília, onde começou toda a investigação...
Brasil 22.09.15 20:10 Comentários (110)
Além das questões jurídicas já colocadas por Sérgio Moro sobre a origem da Lava Jato e a competência sobre as ações decorrentes da investigação original, há outros argumentos que não estão sendo considerados pelo STF...
Brasil 22.09.15 19:50 Comentários (34)
A PGR informou ao Antagonista que negou à Odebrecht acesso aos documentos enviados pelo Ministério Público da Suíça. Alegou que o procedimento de cooperação "obedeceu as regras legais vigentes e observou o tratado bilateral entre os dois países"...
Brasil 22.09.15 19:25 Comentários (227)
Enquanto O Antagonista alertava aqui sobre o fatiamento da Lava Jato e o envio do caso de Gleisi Hoffmann para o plenário do Supremo, o ministro Celso de Mello autorizou a abertura de outros dois inquéritos, contra Aloizio Mercadante e Aloysio Nunes, consolidando a tese do desmembramento...
Brasil 22.09.15 18:55 Comentários (62)
Ao desmembrar a Lava Jato no Supremo, Teori Zavascki confunde a descoberta dos desvios na Petrobras com a verdadeira origem da operação. Na sentença contra André Vargas, o juiz Sérgio Moro reconhece "certa confusão", em razão dos desdobramentos "mais intensos" envolvendo a estatal.
Moro explica, porém, que os dois - Lava Jato e o esquema criminoso na Petrobras - não se confundem. Leiam o que ele diz...
Economia 22.09.15 18:07
Se você cancelou sua viagem de férias porque o dólar está caro, uma má notícia: se depender do recuo do câmbio, você só relaxará em 2017. Esse é o prazo calculado para que a moeda norte-americana baixe para R$ 3,50, segundo a consultoria britânica Capital Economics. O que impede um recuo mais rápido são a inflação alta, a estabilização dos preços das commodities em níveis baixos e, claro, a crise política que transformou o câmbio no maior termômetro da inoperância que contamina Brasília.
Não poderíamos deixar de parabenizar Dilma Rousseff pelo dólar a 4,05, a maior cotação da história do real.
Brasil 22.09.15 17:49 Comentários (39)
Os negócios, como dizíamos, continuam a ser feitos no parlamento brasileiro...

NO DIÁRIO DO PODER
23-9-2015
ENTREGUES À PROVIDÊNCIA DIVINA
Carlos Chagas
O país reclama do governo por uma agenda positiva, ou seja, um elenco de iniciativas capazes de restabelecer a esperança e a confiança em que sairemos da crise. Madame, no entanto, não consegue livrar-se da agenda negativa. Nem ela nem seus adversários. O dólar acaba de romper a barreira dos quatro reais, ao tempo em que o palácio do Planalto busca adiar a rejeição, pelo Congresso, dos vetos presidenciais a projetos aprovados pela maioria de deputados e senadores. Ao mesmo tempo, ignora-se quantos e quais ministérios serão extintos, sob a inquietação dos partidos da base oficial. Enquanto o segundo ajuste fiscal apenas assusta, com a recriação da CPMF, mas não chegou como projeto à Câmara dos Deputados, por medo da derrota, os efeitos do primeiro pacote fazem-se sentir em toda a sociedade: redução de direitos trabalhistas e de salários, aumento de impostos, taxas e tarifas, ascensão do custo de vida e, acima de tudo, desemprego em massa.
Na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes, ninguém pensa na formulação de medidas em condições de recuperar a Economia. Torna-se tão calamitosa a situação a ponto de o ex-deputado Delfim Neto acusar Madame de trapalhona e de um ícone fundador do PT, Hélio Bicudo, ter dado entrada no pedido de impeachment da presidente da República. Acrescente-se que o Tribunal de Contas da União está próximo de rejeitar as contas do governo em 2014 e de o Tribunal Superior Eleitoral, prestes a anular as eleições do ano passado, de Dilma e Temer, pela utilização de dinheiro podre na campanha. O PMDB abandona a coligação com o PT e os pequenos partidos saltam de banda.
A renúncia da presidente ganha cada vez mais clamores, ainda que não apenas a ela se deva inculpar pela desagregação econômica e institucional. A Justiça continua cumprindo seu papel, em ritmo peculiar, punindo muito menos do que descobrindo novos lances da roubalheira ao patrimônio público.
É esse o retrato do Brasil, jamais escondido no porão, como o de Dorian Gray, mas escancarado à vista de todos. Nem o empresariado nem os sindicalistas conseguem mais do que protestar em defesa de seus interesses. Na bancarrota, os Estados e Municípios enfrentam a inadimplência, assistindo a Federação desfazer-se e a União penalizando-os cada dia mais, sem conseguir livrar-se de dívidas sempre crescentes.
Muita gente acha que com a renúncia ou o impeachment seria possível começar tudo de novo, mera ilusão inviável, pois que grupo, partido ou corporação assumiria o encargo? E com que propostas? A conclusão é de que somos um país em frangalhos, entregue à Divina Providência, se é que Ela existe.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
23/09/2015 às 4:07
Vamos dizer as coisas com todas as letras, ainda que possa sobrevir um tanto de desalento? A presidente Dilma Rousseff obteve uma expressiva vitória na madrugada desta quarta, 22. E isso indica que o impeachment que parecia perto de atracar no cais descreveu uma curva considerável.
O governo percebeu que a disposição anteriormente anunciada de adiar a votação dos 32 vetos presidenciais passava um sinal óbvio de fraqueza. Resultado: o dólar voltou a disparar a atingiu a maior cotação na vigência do Real. Melhor votar. E se mobilizou, então, uma força-tarefa, especialmente voltada para atrair peemedebistas, e, entre relevâncias e irrelevâncias, 26 dos 32 vetos presidenciais foram mantidos. A sessão foi encerrada antes que os outros fossem apreciados, dois deles bombas de alto poder explosivo: o reajuste dos funcionários do judiciário e a extensão a todos os aposentados do índice que corrige o salário mínimo.
Sim, logram-se vitórias importantes. Conseguiu-se manter o veto à formula 85/95 para a aposentadoria como alternativa ao fator previdenciário. Dilma já enviou uma MP que propõe uma progressão nessa tabela de acordo com a expectativa de vida dos brasileiros. O Ministério do Planejamento diz que, se o veto tivesse caído, os gastos extras, até 2035, seriam de R$ 132 bilhões.
Outro veto mantido pelos parlamentares na madrugada desta quarta foi o à isenção de PIS-Cofins para o óleo diesel. Segundo o governo, o impacto dessa medida seria de R$ 13,9 bilhões em 2016 e de R$ 64,6 bilhões até 2019. Para lembrar: só se derruba um veto presidencial com a maioria absoluta da Câmara e do Senado, formada pela metade mais um do total de cada Casa: respectivamente, 254 deputados e 42 senadores.
O governo ainda não se livrou de todos os perigos, é claro!, mas deu um sinal de vida no fim da noite desta terça e madrugada desta quarta. A sessão foi encerrada antes que o veto ao reajuste do salário do funcionalismo do Judiciário — média de 59,5% em quatro anos — fosse votado. Também não se apreciou ainda o “não” de Dilma à extensão do índice de reajuste do mínimo a todos os aposentados.
Os dois temas são mais espinhosos porque se referem, vamos dizer, a dinheiro de curto prazo para categorias bastante mobilizadas. Uma nova sessão conjunta do Congresso terá de ser marcada, o que o governo espera que aconteça até o fim deste mês — o que me parece pouco provável.
Voto e reforma
Dilma mobilizou seus ministros e líderes do Congresso para tentar manter os vetos. Mas a coisa não parou por aí. A presidente da República entregou às respectivas bancadas federais do PMDB na Câmara e no Senado a indicação de cinco nomes para a reforma ministerial: cada uma das Casas indica dois, e ambas apontam o quinto.
Quais ministérios? O governo acena com a possibilidade de dar a Saúde ao partido. Também seria criado o Ministério da Infraestrutura, que juntaria Portos e Aviação Civil, que já estão com a legenda. Ainda estão em conversação a Integração Nacional ou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Minas e Energia e Agricultura continuam com os peemedebistas Eduardo Braga e Kátia Abreu, respectivamente, mas há quem considere, no PMDB, que eles pertencem à cota pessoal de Dilma. Os peemedebistas também reivindicam a Educação.
A petista havia oferecido ao vice, Michel Temer; e aos presidente da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, respectivamente, a chance de indicar nomes. Eles declinaram. Depois de muita conversação, os parlamentares podem fazer agora a escolha. Leonardo Picciani (RJ), líder da bancada na Câmara, informou na noite desta terça à presidente a decisão do PMDB da Casa de integrar a nova equipe.
Sim, meus caros, hoje, os sucessos e insucessos do governo são pensados segundo o impeachment. São necessários 342 votos para que a Câmara admita a denúncia, o que implicaria o afastamento de Dilma. Os que pretendiam derrubar os vetos presidenciais não conseguiram os 254 necessários, que já são 88 a menos.
Querem um consolo? Lula pode estar ainda mais chateado do que vocês. A cada diz que Dilma fica no Palácio, é a reputação dele que vai sendo corroída. Não que devamos, por essa razão, torcer pela permanência. Até porque o Brasil pode não suportar.
Muita coisa vem por aí. Dilma enviou a MP da CPMF para o Congresso. Se o imposto for rejeitado, a possibilidade do impeachment volta a crescer. As coisas estão assim mesmo: na corda bamba.
Por Reinaldo Azevedo

23/09/2015 às 3:02
Celso de Mello, ministro do Supremo, fez absolutamente o que se esperava dele e determinou a abertura de dois inquéritos para investigar se o ministro petista Aloizio Mercadante, da Casa Civil, e o senador tucano Aloysio Nunes Ferreira (SP) cometeram crime eleitoral. Mello acatou pedido encaminhado ao Supremo por Rodrigo Janot, procurador-geral da República.
Segundo o empreiteiro Ricardo Pessoa, cuja delação premiada já foi homologada pelo STF, nas campanhas eleitorais de Mercadante ao governo de São Paulo e Nunes ao Senado, em 2010, ele fez doação a ambos, em dinheiro vivo, por fora: ao petista, teriam sido R$ 250 mil de um total de R$ 500 mil; ao tucano, R$ 300 mil, de igual montante.
Para lembrar: a acusação foi feita pelo empresário no âmbito da Lava-Jato, e o pedido de abertura de inquérito foi enviado, inicialmente, ao relator do caso, o ministro Teori Zavascki. Este alegou, no entanto, que o caso estava descolado do petrolão e não tinha relação com o escândalo da Petrobras. Por essa razão, designou um novo relator.
Dadas as circunstâncias, Mello não tinha o que fazer. Em seu despacho, o ministro lembrou que a abertura do inquérito não significa culpa, mas a necessidade de investigação. Escreveu ele: “Os presentes autos noticiam fatos que, em tese, poderiam configurar práticas delituosas cuja materialidade e autoria estão a reclamar ampla investigação destinada a produzir elementos e subsídios informativos consistentes, com o objetivo de apurar, em face do contexto em exame, a realidade dos eventos referidos na ‘notitia criminis’ veiculada no depoimento de agente colaborador (Ricardo Ribeiro Pessoa, no caso)”.
Mercadante se disse à disposição da Justiça para esclarecimentos e afirmou que não houve doação irregular e lembra que ele declarou justamente os R$ 500 mil. Em uma nota distribuída à imprensa, por Nunes, lê-se: “A investigação é bem-vinda para afastar qualquer dúvida quanto à correção da prestação de contas da minha campanha de 2010, que, aliás, já foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.”
Na sua delação, Pessoa citou o nome de outros políticos que teriam pedido ou recebido doações ilegais. Mello enviou para a primeira instância da Justiça Eleitoral o pedido de abertura de inquérito contra José Fillipi Jr., tesoureiro da campanha de Lula em 2006 e de Dilma em 2010; do ex-deputado Valdemar da Costa Neto (PR-SP) e de Hélio Costa, ex-candidato do PMDB ao governo de Minas.
Por Reinaldo Azevedo

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 23/09/2015 06:11
Dilma Rousseff persegue dois objetivos estratégicos: não cair e passar a impressão de que comanda. Nas últimas horas, porém, quem fez e aconteceu foi o dólar. Ao bater em R$ 4,054, a cotação da moeda americana transformou todos, incluindo a presidente da República e seus aliados, em especuladores do mercado. Especulam sobre onde vai dar tudo isso. Por ora, deu na constatação da impotência do governo.
Até o início da tarde desta terça-feira, Dilma manobrava com a cúpula do Congresso para adiar a sessão noturna em que seriam analisados mais de 30 vetos presidenciais. Tinha medo de que os congressistas derrubassem seus vetos, religando as bombas fiscais. De repente, Dilma se deu conta de que sua fuga colocava o futuro do governo nas mãos de três dúzias de operadores das mesas de câmbio, a maioria com menos de 30 anos. E ela passou a encarecer que seus vetos fossem analisados, não empurrados com a barriga. A sessão conjunta do Congresso foi mantida.
Convocados pelo dólar para uma vigília cívica, os congressistas molharam a camisa até pouco depois das duas da madrugada desta quarta-feira. Nas primeiras votações, preservaram os vetos de Dilma, inclusive o que evitou que fosse fulminado o fator previdenciário. Súbito, quando se aproximava o momento de analisar o veto ao aumento dos servidores do Judiciário, o quórum se dissipou. Os aliados de Dilma sumiram do plenário. E a oposição, tonificada por dissidendes governistas, decidiu bater em retirada.
Submetido ao ermo, Renan Calheiros viu-se compelido a encerrar a sessão sem que os vetos mais cabeludos fossem enfrentados. Líder do DEM, o deputado Mendonça Filho ironizou: “Com 15 dias de agravamento da crise, o PMDB arrancou de Dilma ministérios como o da Saúde e o da Infraestrutura. Vale a pena esperar um pouco mais. Em 30 dias, arrancamos dela a Presidência da República.”
Paradoxalmente, o dólar nas alturas deu um hálito de sobrevida a Dilma. O único problema é que os disfarces se foram e sua dependência total dos humores da conjuntura ficou nua. Há nove meses que o brasileiro convive com a sensação de que Dilma já não tem o menor controle sobre sua vida, nem privada nem institucional. Ela foi apenas a última a se dar conta disso. Já está tomando as providências para contornar o problema. Sob o império do fisiologismo, torna-se gradativamente uma presidente da cota do PMDB.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Quarta-feira, 23 de setembro de 2015
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
No dia em que a cotação do dólar passa dos R$4, mas o desgoverno não cai de quatro, a equipe econômica de Dilma Rousseff tenta enfiar goela abaixo do parlamento mais um monstrengo fiscal para arrecadar mais, a fim de sustentar a gastança da máquina pública. Foi oficialmente proposta uma emenda constitucional para instaurar a famigerada Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - que será o 93º imposto em vigor no Brasil Capimunista. Vem aí mais recessão, inflação e desemprego - caos que deve atingir o ápice em 2016. Bruzundanga sofrerá novos rebaixamentos por agências internacionais de risco...
Nada anormal no País em que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, falando com a maior seriedade, proclamou recentemente a surreal tese rentista de que "aumento de importo deve ser encarado como um investimento". Enquanto isso, nas redes sociais, circulam vídeos de entrevistas concedidas por Dilma, durante a campanha reeleitoral passada, garantindo que jamais voltaria com a CPMF, alegando que o chamado "imposto sobre o cheque" foi um engodo, pois não usou o dinheiro para a saúde. Dilma chegou a proclamar: "Eu não penso em recriar a CPMF, porque penso que não seria correto".
Dilma mudou de ideia rapidinho... Certamente, pensa em dobrar a meta de bobagens... A canetada dela, publicada no Diário Oficial, faz o País voltar no tempo, restaurando a Lei nº 9.311, de 24 de outubro de 1996. Com a alíquota de 0,20%, o produto da arrecadação da nova-velha CPMF será enviado diretamente para a Previdência Social. Os Ministérios do Planejamento e da Fazenda juram que a grana arrecadada com a CPMF não integrará a base de cálculo da Receita Corrente Líquida.
Outra canetada de Dilma traz terror ao bolso dos investidores em imóveis. Trata-se da Metida (perdão, Medida) Provisória 692, que aumenta progressivamente o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) que incide sobre ganhos de capital. Para quem lucra até R$ 1 milhão na venda de imóveis, o imposto continua o mesmo, 15%. Na faixa que exceder R$ 1 milhão e for até R$ 5 milhões, a alíquota é de 20%. Se ficar entre R$ 5 milhões a R$ 20 milhões, a tungada é de 25%. Para ganhos de capital acima de R$ 20 milhões, a facada tributária confisca 30% do negócio.
A malandragem do desgoverno é tanta que nem adianta aplicar o golpe de alienar o bem em partes. A MP 692 deixa claro que, a partir da segunda operação, o ganho de capital deve ser somado aos ganhos obtidos nas operações anteriores para fins de apuração do imposto, deduzindo-se o imposto pago nas parcelas anteriores. A norma considera como integrante do mesmo bem o conjunto de ações ou quotas de uma mesma pessoa jurídica.
Dilma terá todo o apoio parlamentar para suas maldades econômicas. A maioria da Câmara e do Senado, além da cúpula do Poder Judiciário, não quer saber de cortar gastos de verdade. Redução de despesas, para eles, só na retórica. Na execução orçamentária, o negócio é manter os privilégios em vigor. Não foi à toa que o Congresso Nacional manteve 26 de 32 vetos presidenciais previstos na pauta de votações. Ficou para outubro a polêmica sobre o reajuste salarial do Poder Judiciário.
Fica no ar uma bela moeda de troca? É o que as línguas maldosas de Brasília especulam no momento em que o Supremo Tribunal Federal resolve abrir dois inquéritos para investigar o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), suspeitos de terem cometido crime eleitoral, conforme depoimentos prestados em delação premiada pelo empreiteiro Ricardo Pessoa. O ministro Celso de Mello aceitou o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de manter as investigações em sigilo, porque os depoimentos de Pessoa ainda não podem ser divulgados.
Pessoa revelou ter repassado R$ 500 mil à campanha de Mercadante ao governo de São Paulo em 2010, sendo que R$ 250 mil teriam sido pagos em dinheiro vivo. No mesmo ano, Pessoa também contou que repassou R$ 500 mil a Aloysio Nunes para abastecer a campanha dele ao Senado. Desse total, R$ 300 mil foram declarados à Justiça Eleitoral e R$ 200 mil foram pagos em espécie. O curioso é que, agora, a bronca judicial atinge os primos PT e PSDB, no momento em que se arma uma grande pizza para impedir o avanço de pedidos de impeachment ou a forçada de barra para Dilma renunciar, por livre e espontânea pressão dos aliados do PMDB ou da oposição de mentirinha no Congresso.
Além do caos econômico, o inferno político se ampliar com a condenação do ex-vice-presidente da Câmara, o petista-maçom Andre Vargas. O Juiz Sérgio Moro, da 13a Vara Federal curitibana (azarenta para a petelândia), condenou Andrezinho a 14 anos de prisão e ainda o manteve em prisão preventiva. Na sentença, Moro lembrou que o esquema usado por Vargas é conhecido em inglês, como "kick-back": o agente público interfere para que um contrato com a administração pública seja concedido a determinada pessoa e ela lhe repassa um percentual. "Em outras palavras, um percentual dos ganhos resultantes do contrato obtido mediante corrupção do agente público, eles mesmo criminosos, foram entregues ao agente público como propina e sua parte no butim criminoso".
O medo na petelândia é que, cansado da cadeia, Andrezinho resolva trair todo mundo, abrindo a boca... Pior ainda é se Henrique Pizzolato, ex-diretor do banco do Brasil condenado no Mensalão, retornar da Itália para a Penitenciária da Papuda, em Brasília, com a mesma intenção delatora. Ou tudo ficará ainda pior para eles se alguém que sabe tanto ou mais que André e Pizzolato contar tudo que sabe. Trata-se do mais recente "colaborador premiado" na Lava Jato, o lobista Fernando Moura, amigo do ex-ministro José Dirceu, que admitiu ter ajudado o PT a selecionar os nomes que assumiriam os 32 mil cargos comissionados nas empresas públicas e na administração federal antes do início do primeiro governo Lula, em 2002.
O inferno tupiniquim está apenas começando junto com aquela que pode ser uma redentora "Primavera Brasileira"...
(...)

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