DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
06 DE SETEMBRO DE 2015
Quando assumiu o 2º mandato, em 1999, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tinha à sua disposição, na estrutura da Presidência, 4,7 mil funcionários (somando a Advocacia-Geral da União). Ao final do primeiro mandato, Lula havia triplicado o tamanho da Presidência para 13,1 mil funcionários, contando a AGU. Quando assumiu o mandato, Dilma criou novos cargos. Balanço em 2015: 18,2 mil funcionários.
Só a Advocacia-Geral da União pulou de 1,6 mil funcionários em 2002 para 3,8 mil em 2003 e 7,3 mil em 2004. Em 2015, são 9,2 mil na AGU.
O número de cargos comissionados, segundo o Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada (IPEA), cresceu 38% entre 1999 e 2013: 23,2 mil.
Só a administração direta (Presidência e Ministérios) passou de 485 mil funcionários, em 2002, para 611 mil em 2015; crescimento de 26%.
Corte de 3% de cargos comissionados anunciado por Dilma representa menos de 0,1% das despesas criadas pelo governo federal na era PT.
Com sucessivas derrotas no Congresso, a presidente Dilma Rousseff sofre traições até do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) e do líder do PT na Casa, Sibá Machado. Guimarães não seguiu a ordem do Planalto em duas votações, já Sibá Machado, que balança na liderança do PT, contrariou Dilma em outras 3 votações. No PT, quem menos seguiu Dilma foi o Weliton Prado (MG), com 66 votos contrários.
Entre líderes da oposição, Carlos Sampaio (PSDB) e Arthur Maia (SD) foram quem mais votaram contra o governo: 75% das votações.
Os aliados seguem rebelados. Proposta de reajuste salarial para várias carreiras da União passou com 445 votos a favor. Só 16 foram contra.
A PEC da maioridade penal, apadrinhada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), opositor de Dilma, passou com folga: 320 a favor e 152 contra.
Proposta de emenda (PEC) do deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) determina o repasse automático de emendas parlamentares ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Mas a adesão ainda é mínima.
Militantes pró-Lula, ligados ao PCdoB, organizam novas tentativas de ataques ao Pixuleco, boneco inflável que satiriza o ex-presidente. Depois de esfaquearem o Lula inflável, tramam ataques com estilingue.
A página do Ministério do Trabalho no Facebook aderiu ao “deboísmo”, “organização religiosa” nas redes, que prega a tranquilidade e calma, “de boa”. Causou revolta e admiração nas redes: o problema é que o mascote é um bicho preguiça, nada condizente com o Trabalho.
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) reclama de ter sido usado para coletar assinaturas para as CPIs dos fundos de pensão e do BNDES. “Mas me deixaram de fora do comando das CPIs. Fui usado”, diz.
Manoel Dias finge acreditar em sua permanência no Ministério do Trabalho. Após conversar com deputados do PDT, que o desprezam, o ministro lembrou, matreiro: “Não se falou na minha saída...”
Em Brasília, o dono de um Jeep Renegade 2015, três dias após retirar o carro da primeira revisão, viveu cenas de cinema: ouviu explosão e viu seu capô voar, com direito a fumaça e labaredas. A concessionária fez promessas de carro novo e sumiu. A Jeep Brasil ignora o problema.
Nomeado por Michel Temer para ajudar na articulação política, o ex-deputado Francisco Escórcio, sarneyzista ligado a Renan Calheiros, tentou reverter o isolamento do PT em quatro CPIs. Sem sucesso.
Falta consenso no PT sobre o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara. Aliados de Lula defendem a permanência do peemedebista, já petistas ligados a Aloizio Mercadante cobram a saída.
...se o ex-presidente Lula tinha azia de ler jornais quando a economia estava bem, a essa altura a azia já deve ter virado úlcera.

NO O ANTAGONISTA
Brasil 06.09.15 07:59 Comentários (1)
Um inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal apura se a presidente da República foi eleita com dinheiro roubado da Petrobras.
E a Folha de S. Paulo, o maior jornal do país, ignora a notícia.
A bancada pró-impeachment está se organizando.
A Folha de S. Paulo informa que o “grupo é liderado por dez congressistas que se reúnem diariamente, muitas vezes fora do Congresso, em salas de hotéis e casas dos deputados. Os encontros ocorrem com a ciência do presidente da Câmara, Eduardo Cunha”...
Brasil 06.09.15 07:46 Comentários (1)
José de Filippi está na bica de ser preso. Ele foi tesoureiro da campanha de Lula, em 2006. Ele foi tesoureiro também da campanha de Dilma Rousseff, em 2010.
No caso da campanha de 2010, ele deverá ser preso juntamente com Antonio Palocci...
Brasil 06.09.15 07:35 Comentários (5)
Rodrigo Janot pretende investigar os brindes que Lula recebeu das empreiteiras.
Mas há outro inquérito pronto para partir.
Sergio Moro já pediu acesso à delação premiada de Ricardo Pessoa, porque a Lava Jato quer apurar a denúncia de que Lula foi eleito em 2006 com dinheiro roubado da Petrobras.
Brasil 06.09.15 06:57 Comentários (17)
Os petistas roubam tudo. Agora querem roubar até o Pixuleco.
O Antagonista foi informado de que a CUT pediu o orçamento de 27 bonecos infláveis de 12 metros de altura, representando Lula de terno preto e a faixa presidencial com os dizeres “Lula 2018”...
Um é original, o resto é roubado
Brasil 06.09.15 06:54 Comentários (11)
Merval Pereira, em O Globo, disse que Rodrigo Janot, além de pedir a abertura de inquérito contra a campanha de Dilma Rousseff, pediu também a abertura de inquérito contra Lula.
O Ministério Público Federal quer investigar os brindes que Lula ganhou das empreiteiras...
Brasil 06.09.15 06:49 Comentários (8)
Rodrigo Janot, na semana passada, rejeitou o pedido de Gilmar Mendes para abrir um inquérito eleitoral sobre a campanha de Dilma Rousseff.
Agora descobrimos que ele já havia pedido a abertura de um inquérito criminal para apurar os mesmos fatos...
Brasil 06.09.15 06:40 Comentários (7)
O presidente da Riachuelo, Flávio Rocha, deu uma entrevista corajosa ao Estadão. Sobre o impeachment, ele disse:
“Existem dois cenários: um é o de uma agonia curta, com impeachment. O outro de agonia longa, cumprindo três anos e meio de mandato. Mas será uma agonia que não vai mudar nada...
Economia 06.09.15 06:38 Comentários (10)
Dilma Rousseff, desde 2011, concedeu 458 bilhões de reais em desonerações fiscais. O cálculo foi feito por auditores da Receita Federal para a Folha de S. Paulo.
O Antagonista surpreende-se quando algum empresário declara apoio a Dilma Rousseff. O Antagonista é estúpido.
Brasil 05.09.15 23:16 Comentários (7)
Dilma Rousseff vai dizer que não sabia dos R$ 7,5 milhões que Ricardo Pessoa desviou da Petrobras e entregou a Edinho Silva, o tesoureiro de sua campanha à reeleição. Dilma vai repetir o que já disse sobre a compra de Pasadena e tantas outras negociatas...
Brasil 05.09.15 22:25 Comentários (26)
O JN informou que Teori Zavascki já autorizou a abertura de inquérito solicitada por Rodrigo Janot. Segundo a reportagem, os alvos de Janot são os petistas Edinho Silva, Aloizio Mercadante e o tucano Aloysio Nunes Ferreira...
Brasil 05.09.15 21:51 Comentários (31)
Foi para atender pedido de Franklin Martins que Edinho Silva convidou Nelson Breve para assumir a Secretaria de Imprensa da Presidência. Breve ficou menos de um mês no cargo. Oficialmente, teria saído por questões familiares. Mas não é bem assim...
Brasil 05.09.15 21:00 Comentários (20)
Esta semana, o Antagonista revelou em primeira mão as relações perigosas do ministro Carlos Gabas com os donos da JD2 Consultoria, empresa usada para repassar propina ao PT. O esquema está sendo investigado pela Operação Pixuleco II...
Brasil 05.09.15 20:25 Comentários (72)
O Antagonista apurou que Dilma já mandou preparar o Rolls Royce presidencial para o tradicional desfile em carro aberto... 
Dilma gosta de Harley Davidson, mas vai andar de Rolls Royce mesmo
Brasil 05.09.15 20:04 Comentários (60)
O Antagonista apurou que até agora o vice Michel Temer não confirmou sua participação no desfile de 7 de Setembro. Faz bem em não aparecer com Dilma na mesma foto...
Brasil 05.09.15 19:38 Comentários (57)
Além das chapas de aço, o Palácio do Planalto separou o público por setores e os convites para o desfile cívico-militar de 7 de Setembro foram distribuídos por uma funcionária da Secretaria de Comunicação da Presidência. Pouquíssimos ingressos chegaram às famílias de militares...


NO BLOG DO CORONEL
SÁBADO, 5 DE SETEMBRO DE 2015
(Estado) O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos para investigar irregularidades nas campanhas presidenciais de 2006, 2010 e 2014, de acordo com fontes com acesso às investigações. A solicitação tem como base depoimentos do dono da UTC, Ricardo Pessoa, que relatou ter feito doações para o PT como parte do pagamento de propina por obras na Petrobrás. O período abrange as campanhas vencidas pelos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
A Procuradoria-Geral da República encaminhou ao gabinete do ministro Teori Zavascki, relator da operação Lava Jato no Supremo, os pedidos de apuração, que são mantidos como ocultos no sistema do Tribunal. Em um primeiro momento, o pedido de investigação recai sobre os coordenadores responsáveis pelas campanhas. O nome dos possíveis investigados, assim como o teor das peças e a delação do empreiteiro permanecem em sigilo na Corte. A informação foi antecipada pela revista Época e confirmada pelo "Estado".
Conforme o "Estado" revelou em junho, Ricardo Pessoa detalhou na delação premiada ter repassado R$ 3,6 milhões, entre 2010 e 2014, para o tesoureiro da primeira campanha de Dilma, José de Filippi, e o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. Ele também mencionou doações à campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de 2006. A revista Veja, que também revelou trechos da delação, informou que Pessoa contou ter sido "persuadido" por Edinho Silva, atual ministro da Secretaria de Comunicação Social e tesoureiro do PT à época da campanha de Dilma, a "contribuir mais para o PT".
Na última semana, Pessoa falou à Justiça Federal em Curitiba em outro processo sobre o envolvimento da Odebrecht no esquema. Na ocasião, seu primeiro depoimento público, afirmou que pagava propina para o PT para conseguir contratos na Petrobrás. "Eu depositava oficialmente numa conta do Partido dos Trabalhadores."
Em 2006, a campanha de Lula teve como coordenador o atual ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, e o assessor especial do Planalto, Marco Aurélio Garcia. Em 2010, o coordenador da campanha de Dilma era o ex-ministro Antonio Palocci. No ano passado, o coordenador foi o presidente do PT, Rui Falcão. Em nota ao Estado, o PT disse que "todas as doações que o PT recebeu foram realizadas estritamente dentro dos parâmetros legais e foram posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral."
Janot foi fortemente criticado pela oposição e pelo ministro Gilmar Mendes por ter determinado semana passada o arquivamento de investigação por suspeitas de irregularidades na campanha eleitoral do ano passado da presidente Dilma Rousseff. O caso foi enviado a Janot pelo ministro Gilmar Mendes, relator das contas de campanha da petista no Tribunal Superior Eleitoral, com base em trecho da prestação de contas eleitoral apresentada no ano passado. O processo no TSE é distinto do encaminhado ao STF, que tem como fundamento a delação de Ricardo Pessoa e não a prestação de contas da campanha da presidente.
Janot também recebeu críticas ao descartar em março deste ano pedir abertura de investigação contra a presidente Dilma pelo fato de o doleiro Alberto Youssef, um dos delatores da Lava Jato, ter afirmado que "o Planalto" sabia do esquema. Na ocasião, o procurador justificou que os fatos eram anteriores ao mandato da petista. Desde o final de agosto, Janot já encaminhou ao Supremo material com base na delação de Pessoa, que inclui pedidos de investigação de mais políticos. Atualmente, 59 pessoas são investigadas por Janot no âmbito do STF e do Superior Tribunal de Justiça (STJ). 
As possíveis novas apurações só serão tornadas públicas após o ministro Teori Zavascki retirar o sigilo sobre os depoimentos do empreiteiro. Além de novos investigados, a delação deve servir para reforçar apurações já em curso perante o STF. Entre os citados por Pessoa estão os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Comunicação Social, Edinho Silva, e o senador Aloisio Nunes (PSDB-SP), candidato a vice de Aécio Neves, que negam envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobrás. 
O líder do PT na Câmara avalia que há uma perseguição em cima do partido. Para ele, há uma constante tentativa de criminalizar as campanhas petistas. "Por que essa insistência de que só o PT recebeu doações? Todos os partidos receberam na mesma época e em valores parecidos", defendeu. Segundo ele, a grande maioria das legendas arrecadaram recursos doados pelas empreiteiras que hoje são investigadas no âmbito da operação Lava Jato, mas só há questionamentos sobre o PT.
"Tem dinheiro do capeta e dinheiro de Jesus Cristo? É uma loucura isso", questionou. Para opositores, o pedido da PGR fortalece ainda mais a tese de que a permanência de Dilma no cargo é insustentável. Na opinião do líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), o PT usou a estrutura do governo e praticou abuso de poder econômico e político para se manter no comando do Palácio do Planalto, inclusive com busca de propinas disfarçadas de doações legais de campanha. "Hoje, por todas as condições politicas, éticas e econômicas, tem argumento de sobra para a saída da presidente", afirmou. 
Em nota ao Estado, a coordenação da campanha do PT informou que “não tem conhecimento de qualquer pedido de investigação em relação às eleições de 2010 e 2014, que, em conformidade com o noticiado, seria fundado em petições ocultas submetidas a procedimento sigiloso.” O partido destacou, ainda, que “as campanhas presidenciais de 2010 e 2014 foram rigorosamente auditadas e aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, ao reconhecer que as doações e despesas respeitaram a legislação eleitoral do país.”
Procurada, a assessoria do PSDB disse que não localizou ninguém no partido que pudesse comentar a respeito das doações da UTC Engenharia para os candidatos do partido José Serra e Aécio Neves.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 20:28:00

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
06/09/2015 às 7:11 \ Opinião
CARLOS BRICKMANN
Uma língua curiosa, a nossa: pode-se dizer, tanto faz, que a presidente Dilma não é capaz de nada, ou que a presidente Dilma é capaz de tudo. Dizem que é brava, mandona, prepotenta, exigenta, ciosa da autoridade. Mas aceitou que o presidente do segundo banco do país, o Bradesco, lhe transmitisse as exigências de grandes empresários para que dessem apoio ao governo. Se ela não aceitasse, Joaquim Levy, indicado pelo Bradesco, pediria demissão. Era pegar ou largar.
Os empresários, entre os maiores do país, se reuniram com Joaquim Levy na noite do dia 2 e na madrugada do dia 3, em São Paulo. Logo depois da reunião, Dilma aceitou voltar aos números que tinha abandonado, como o superávit primário de 0,7% (que tinha virado um déficit de 0,34%). Para isso concordou em cortar despesas até mesmo nos seus programas sociais favoritos e adiar programas de governo que considerava intocáveis. Objetivo dos empresários: manter o Brasil como merecedor do grau de investimento das agências de classificação de risco. Sem esse grau, os empréstimos externos ficariam bem mais caros (esqueça o discurso eleitoral de que o Brasil não deve nada ao exterior. Deve, sim).
É difícil cortar despesas num governo que, numa viagem aos Estados Unidos, aluga 22 limusines para a comitiva; que abriga mais de cem mil funcionários comissionados, sem concurso; que não tem como, por exemplo, retirar os milhares de carros que parlamentares e magistrados têm à disposição. Os empresários se dispõem a ajudar, indicando cortes possíveis. 
Possíveis, talvez; mas doloridos.
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05/09/2015 às 18:25 \ Opinião
Publicado no Globo
MERVAL PEREIRA
A presidente Dilma tem razão de ter achado “desastrosa” a fala do vice Michel Temer sobre a dificuldade de mantê-la no governo nos próximos três anos e meio com os níveis de popularidade que ostenta. Mas também tem razão o senador Romero Jucá quando diz que Temer disse apenas o óbvio, fazendo uma análise realista sobre a situação política atual. O que é preciso entender é o que levou um político experiente e cauteloso como Michel Temer a falar com tamanha desenvoltura sobre temas que devem ser tabus para governantes que estejam no fundo do poço, como é o caso de Dilma.


NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 06/09/2015 05:07
Com as bênçãos de Dilma, o Planalto negocia com dois deputados do PMDB — Leonardo Picciani, do Rio de janeiro e José Priante, do Pará — indicações para postos de direção na Cia. Docas de São Paulo, responsável pela operação do porto de Santos.
Para compreender a situação do Brasil é necessário um certo distanciamento. Que começa com deputados do Rio e do Pará emplacando apaniguados em poltronas federais na cidade de Santos. Passa por operações do tipo Lava Jato. E terminam como um singelo “eu não sabia”.
– Ilustração via Miran Cartum.

Josias de Souza - 06/09/2015 04:03
Quando um personagem como Eduardo Cunha consegue fazer uma Câmara dos Deputados de cúmplice é porque encontra material. Dos 513 deputados federais, menos de 40 defendem a saída de Cunha da poltrona de presidente. Um deles é Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
Em entrevista aos repórteres Fabio Brandt e Izabelle Torres, Jarbas disse estar convencido de que Dilma não completará o mandato: “ …Ou ela vai para a renúncia ou para o impeachment. Não há outras opções no cenário atual. Nessas duas hipóteses, o denominador comum é Michel Temer.”
O deputado avalia, porém, que a Câmara precisa varrer seu próprio quintal antes de lançar um olhar para o outro lado da Praça dos Três Poderes. “Acho que o atual presidente da Casa tentou usar a chefia da Câmara para se proteger das denúncias de corrupção. Eu sabia que ele era lobista. Mas votei nele porque achei que o mal maior era entregar a Casa ao PT”, disse.
Jarbas deu o braço a torcer: “Confesso que não esperava tanta suspeitas em torno dele. Eu li as 80 páginas de denúncias contra ele e asseguro que são coisas escabrosas, vergonhosas. Ele pisoteou a moral e a ética da Câmara e ficou sem condições de presidi-la.”
Acrescentou: “Imagina se a Dilma insiste em ficar no cargo e esse cenário desemboca no processo de impeachment! Como vamos ter uma figura dessas comandando o processo? Antes de pensar em sucessão e na saída efetiva da Dilma, a gente tem de resolver primeiro a saída do Cunha. Estamos trabalhando no manifesto que defende sua saída.”

Josias de Souza - 06/09/2015 02:25
A convite de Dilma, Eduardo Cunha esteve no Palácio do Planalto há cinco dias. Depois da audiência, relatou trechos da conversa a aliados. Um desses trechos soou inusitado. De acordo com o deputado, a presidente da República “insinuou” que poderia ajudá-lo no Supremo Tribunal Federal.
Em privado, Cunha disse ter depreendido que Dilma lhe ofereceu ajuda para lidar com o processo que corre contra ele no STF. O deputado foi acusado por um dos delatores da Lava Jato, o consultor Júlio Camargo, de ter cobrado propina de US$ 5 milhões num contrato de fornecimento de navios-sonda à Petrobras. Cunha nega.
Convencido de que o delator diz verdade, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou Cunha ao Supremo por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O deputado aguarda por uma manifestação do tribunal. Se a denúncia do Ministério Público Federal for aceita pelos magistrados da Suprema Corte, Cunha passará de denunciado a réu.
Foi contra esse pano de fundo que Dilma puxou conversa sobre Lava Jato e STF. Considerando-se que cabe a Cunha, como presidente da Câmara, decidir se os pedidos de impeachment contra sua interlocutora devem ser engavetados ou submetidos à deliberação do plenário, ficou boiando na atmosfera a incômoda impressão de que Dilma pode ter sugerido a Cunha uma barganha.
Pior: tomando-se como verdadeiro o relato feito por Cunha em privado, Dilma dá a entender que dispõe de poderes para interferir nas decisões do STF, cujo plenário é integrado por onze ministros. De duas, uma: ou Cunha entendeu mal o que ouviu ou Dilma, sitiada pelas crises econômica e política, entrou em fase de desespero.
Nem Cunha parece ter dado crédito às palavras da presidente. Segundo disse aos seus confidentes, o deputado avalia que Dilma tenta toureá-lo por um ano e meio, até o término do seu mandato como presidente da Câmara. Resta saber se o STF demorará tanto tempo para deliberar sobre a denúncia da Procuradoria.
Neste sábado (6), veio à luz uma notícia que serve de alento aos que esperam dos magistrados do STF que retribuam com decisões independentes os salários que recebem do contribuinte.
Indicado para o Supremo por Dilma, o ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato, determinou a abertura de investigação criminal contra três personagens: o senador tucano Aloisio Nunes Ferreira e os ministros petistas Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social).
Os três foram apontados pelo delator Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, como destinatários de verbas desviadas da Petrobras. No caso de Edinho, o repasse foi à caixa registradora da campanha presidencial de Dilma, no ano passado. Coisa de R$ 7,5 milhões. Todos alegam que o dinheiro recebido da UTC foi contabilizado junto à Justiça Eleitoral.
Mercadante é, hoje, o ministro mais próximo a Dilma. Edinho foi tesoureiro da campanha da presidente à reeleição. Cabe a pergunta: se não consegue deter nem a abertura de inquéritos contra dois ministros palacianos, como a inquilina do Planalto pretenderia afastar Eduardo Cunha do banco dos reus?


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