DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
06 DE AGOSTO DE 2015
O ex-deputado federal João Caldas (AL), secretário-geral do partido Solidariedade, afirmou ontem que está disposto a testemunhar e contar tudo o que sabe sobre as “tramoias” que diz terem ocorrido na área financeira da agremiação presidida pelo deputado Paulinho da Força (SP). O tesoureiro nacional do Solidariedade, Luciano Araújo, é primo do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz.
O empreiteiro Ricardo Pessoa disse à força-tarefa que deu R$ 1 milhão a Luciano Araújo destinados a Tiago Cedraz, a quem pagava mesadas.
Tiago Cedraz, filho do presidente do TCU, chefia o jurídico do partido. Foi alvo de recente mandado de busca e apreensão na Lava Jato.
Procurados, tanto Paulinho da Força quanto Luciano Araújo se recusaram a responder às acusações do secretário-geral do SD.
A declaração de João Caldas abre um racha no Solidariedade, além do filho dele, JHC, ter comportamento independente da bancada federal.
Malandro, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) foi à Câmara, ontem, culpar a Operação Lava Jato, e não a roubalheira, pelos prejuízos na economia, correspondentes a 1% do PIB (Produto Interno Bruto). Mercadante apoiou o governo Lula, apesar da conhecida aversão do ex-presidente a ele, e é ministro de Dilma, período em que se instalou e prosperou a quadrilha que roubou a Petrobras.
O raciocínio esperto de Mercadante foi exposto na semana da prisão de Zé Dirceu, que no governo Lula foi ministro da Casa Civil como ele.
A malandragem de Mercadante foi para driblar um assunto incômodo: seu nome foi citado na Lava Jato como destinatário de dinheiro sujo.
Mercadante fez uma interpretação no mínimo trapaceira de um estudo da Tendências, consultoria do ex-ministro Maílson da Nóbrega.
Marta Suplicy está correspondendo aos afagos do PMDB. A ex-petista, que quer disputar a prefeitura de São Paulo, conta com a simpatia de Michel Temer pela filiação. Renan Calheiros também joga por Marta.
O PMDB não bateu o martelo sobre a disputa pela prefeitura de São Paulo e ainda pode renovar a aliança com o prefeito Fernando Haddad (PT). O PMDB não garante a Marta que ela entrará na briga em 2016.
Governadores do Nordeste fecharam questão e se uniram contra PEC 443. Articulação do governador de Alagoas, Renan Filho, resultou em nota conjunta criticando o aumento de despesas em tempos de crise.
Deputados aliados ao Planalto foram orientados a monitorar a lista de presença das comissões da Câmara. O plano é garantir que não haverá quórum para as “pautas-bombas” montadas por Eduardo Cunha.
Nas redes, a mobilização para um panelaço na noite desta quinta está a todo vapor. Às 20h vai ao ar o programa partidário do PT e a promessa é que seja “aquecimento” para a manifestação contra o governo, dia 16.
Guido Mantega anda descendo o sarrafo em Dilma em conversas reservadas. Diz não querer a culpa pela crise econômica e que apontou falhas na ‘Nova Matriz’ da economia, mas madame dava de ombros.
De fevereiro a junho, o deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC) gastou R$ 17,68 mil com alimentação, ressarcido pela Cota de Auxílio de Atividade Parlamentar. É seguido por Roberto Freire (PPS-SP), com R$ 13,9 mil, e Paulão (PT-AL), com R$ 13,1 mil.
O Uber oferece viagens de graça para todos os usuários de Brasília nesta quinta-feira, data limite para o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) decidir se veta ou não a proibição do uso do aplicativo no DF.
Líderes da base aliada que participaram de jantar com Dilma não gostaram do papo: “Foi só comida de graça. De concreto... nada”, riam.

NO DIÁRIO DO PODER
SUCESSÃO OU SECESSÃO?
Carlos Chagas
Não há hipótese de Executivo e Legislativo continuarem em conflito até o fim do ano. Nem até o fim do mês, quanto mais ao final dos mandatos de seus titulares, daqui a três anos e cinco meses. Muito antes disso o país estará posto em frangalhos, com um Poder engolindo o outro como na velha piada em que de noite um cidadão colocou dois grilos numa caixa de fósforos, imaginando que na manhã seguinte estaria vazia, já que um comeria o outro. Ignora-se apenas que segmento nacional restará por último, depois da canibalização dos demais. Militares? Igreja Católica e Igrejas Pentecostais? Empresariado ou centrais sindicais? Crime organizado, com os traficantes à frente? Agronegócio ou latifúndio? Ministério Público, Judiciário ou Polícia Federal? Multinacionais ou intelectualidade universitária?
Quem quiser que opine, mas pela primeira vez desde a chegada dos portugueses, com breve e limitado interregno dos holandeses, a unidade nacional encontra-se em xeque. Para sorte nossa, jamais tivemos governadores tão medíocres e incompetentes, caso contrário a secessão estaria na rua, muito antes da sucessão.
A Federação faz tempo tornou-se uma ficção, na medida da fraqueza dos Estados, mas como a União se esfacela, sobrará o quê? Um aglomerado de forças incapazes de atuar em uníssono. No máximo, cada município se tornará independente, com moeda própria, passaporte e forças armadas.
O triste nessa história de horror é não haver saída nem milagres. Desapareceram os salvadores da pátria, que só conturbariam o processo se aparecessem agora. Sequer sobrou o Lula, última das desesperanças a mergulhar nas profundezas. Das promessas imaginadas e imaginárias, ninguém emerge.
DEVOLUÇÕES FAJUTAS
Dos lados da Operação Lava Jato delatores prometem devolver à Petrobras 247 milhões de reais roubados da empresa. Outros bandidos já teriam entregue 296 milhões. Esse gesto deveria servir para agravar suas penas, pois se roubaram tanto, muito mais continuará em poder de amigos e familiares. O ideal para o poder público seria confiscar-lhes todo o patrimônio, até os chinelos.

CRISE POLÍTICA
TEMER RECONHECE SITUAÇÃO GRAVE E CONCLAMA CONGRESSO A UNIFICAR O PAÍS
VICE VÊ 'CRISE POLÍTICA SE ENSAIANDO' E PEDE AJUDA AO CONGRESSO
Publicado: 05 de agosto de 2015 às 17:50
Responsável pela articulação política do Palácio do Planalto, o vice-presidente Michel Temer fez uma declaração à imprensa nesta quarta-feira, 05, conclamando o Congresso Nacional a unificar o País. Diante do agravamento da crise econômica e política, Temer reconheceu que o cenário atual é "grave", mas, em uma fala emocionada, disse que "é preciso pensar no País acima dos partidos, acima do governo" e que não há como "trabalhar separadamente".
Ao longo do dia, Temer manteve uma série de reuniões para tratar da pauta de votações no Congresso Nacional, em um esforço para desarmar uma série de "bombas fiscais" que, caso sejam aprovadas provocam efeitos sobre as contas públicas.
Pela manhã, o vice-presidente recebeu líderes da base no Senado no Palácio do Jaburu; depois conversou no Planalto com líderes da base na Câmara; e recebeu, na sequência, os ministros da Fazenda, Joaquim Levy; da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams; e da Justiça, José Eduardo Cardozo, em seu gabinete.
"Eu queria fazer uma declaração precisamente em face das várias autoridades do Legislativo e do Executivo que passaram aqui pelo meu gabinete. A declaração que eu quero fazer, na verdade, aos vários setores da sociedade brasileira", iniciou o vice-presidente, destacando que se dirigia particularmente aos partidos políticos e aos "companheiros do Congresso Nacional".
"Na pauta dos valores políticos temos, muitas vezes, a ideia do partido político como valor, do governo como valor e do Brasil como um valor mas nessa pauta de valores, o mais importante é o valor Brasil, o valor País e estamos pleiteando exata e precisamente que todos se dediquem a resolver os problemas do País. Não vamos ignorar que a situação é razoavelmente grave, não tenho dúvidas de que é grave porque há uma crise política se ensaiando, uma crise econômica que está precisando ser ajustada mas, para tanto, é preciso contar com o Congresso Nacional, com os vários setores da nacionalidade brasileira."
Agravamento
Temer disse que a volta do recesso parlamentar vem acompanhada de um agravamento da crise e fez um apelo - com a voz embargada - , em "nome do Brasil, do empresariado, dos trabalhadores".
"É preciso que alguém tenha a capacidade de reunificar, reunir a todos e fazer este apelo e eu estou tomando esta liberdade de fazer este pedido porque, caso contrário, podemos entrar numa crise desagradável para o País. Eu sei que os brasileiros não contam com isso. Os brasileiros querem que o Brasil continue na trilha do desenvolvimento e, por isso que, mais uma vez, reitero que é preciso pensar no País acima dos partidos, acima do governo e acima de toda e qualquer instituição. Se o País for bem, o povo irá bem. É o apelo que eu faço aos brasileiros e às instituições no Congresso Nacional."
Prejuízos
Na avaliação do vice-presidente, é preciso que os Poderes trabalhem junto com "tranquilidade, moderação e harmonia". A fala de Temer ocorre em um momento em que o Palácio do Planalto é alvo de uma nova série de retaliações promovidas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"Há uma certa preocupação, não posso negar isso. Daí a razão dessa espécie de convocação no sentido de que todos trabalhemos juntos. Não há como separar, porque a separação envolve prejuízos para o País", destacou.
"Há várias questões que estão sendo levantadas e que preocupam, naturalmente, todos os brasileiros. Temos de ter atuação que repercuta positivamente no exterior. Se não tomarmos cuidado, nossa ação pode repercutir negativamente no exterior", completou.
Questionado por jornalistas sobre quem seria capaz de unificar o País, Temer foi categórico: "O Congresso Nacional." Para o vice-presidente, tanto a pauta de votações da Câmara quanto a do Senado trazem preocupações ao Palácio do Planalto. (AE)

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
06/08/2015 às 0:46 \ Opinião
VALENTINA DE BOTAS
Como o jeca não precisa de ninguém que não seja mais útil ao projeto pessoal travestido de causa nacional, o ex-capitão de Lula sumiu até mesmo da nota do PT. O futuro não é mais como era antigamente para José Dirceu, aquele cujo telefonema era o telefonema e que, dobrando a meta, consegue ser preso pela segunda vez por corrupção. Depois das delícias da roubalheira, lida com as dores dela: não consigo ter compaixão pelo drama pessoal de quem foi útil ao PT para imolar o país no altar das imposturas de dois presidentes ao custo de um pedaço do nosso futuro.
Com o desassombro em cometer o petrolão enquanto era julgado pelo mensalão – já um escárnio com o país –, JD aprofundou-se nos crimes por opção e, agora, milhares de brasileiros vivem dramas pessoais consequentes a ela. Convicto da própria inocência, o condenado pelo STF avisou: “minha sede de justiça será minha razão de viver”. Se ao paranoico, toda sutileza é um pleonasmo; aos sonsos, todo pleonasmo sempre será sutil; aos cínicos, a verdade só se impõe quando lhes interessa; aos lúcidos e honestos em seus propósitos, a verdade se revigora na repetição.
Por isso também, há seis anos esta coluna repete, numa luxuosa lavoura arcaica incansável, a verdade sobre José Dirceu. O risco inerente à repetição é tornar a coisa familiar, promovendo a conciliação com o irreconciliável. A coluna não sucumbe a ele porque segue a lição de José de Alencar: só a ignorância aceita e só a indiferença tolera o reinado da mediocridade. Assim, flagra JD encurralado pela escolha entre o até ontem útil ele mesmo e o personagem de si, já descartado.
O guerrilheiro que não guerrilhou; o lojista que só descobriu balcão na Casa Civil; o stalinista que não realizou o sonho totalitário; o deputado que não concluiu o mandato; o ministro interrompido; o sucessor abortado de Lula; o líder que não mobilizou as massas; aos 60 e poucos anos, esse farsante de si mesmo tem a chance de finalizar uma identidade e mitigar a tal sede de justiça contando o que só um capitão sabe. Ser perfecto, então, a escolha realizaria a tal razão de viver.
Mas tem essa história de o diabo morar nos detalhes e tal, conforme John Adams ensinou: a fala é de Samuel Wainer. Bater a carteira de uma expressão é moleza para quem esbulhou um país, mas tudo o que JD carregará, insistindo no silêncio culpado, é uma carga vazia de significado. Ora, Wainer assumiu pecados, assenhorou-se dos próprios erros, admitiu deslizes nada honrosos atribuindo um caráter ao pecador que foi; JD quer dar uma razão de viver a um criminoso sem caráter.
Todos procuramos uma razão de viver, muitos morrem tentando; a de JD pela inocência não é nem possível nem impossível: é fictícia. Combina com o personagem, mas, olha o diabo aí, a esse não é cobrado provar nada e ao outro, o real, é inútil tentar. A realidade não precisa fazer sentido, só a ficção; JD empreste o sentido que quiser a essa ficção debochada; a realidade não se importa. Nem Lula.

05/08/2015 às 16:14 \ Direto ao Ponto
Está pronta para sair do forno da Câmara uma CPI dos Crimes da Internet, proposta pelo deputado Sibá Machado, líder da bancada do PT. Como essa raridade da fauna amazônica ainda não foi devassada pela ciência, ignora-se o que pretendia o parlamentar do Acre ao disparar o tiro no pé: comandada pela maioria antigovernista, a comissão não poupará a máquina montada pelo governo para insultar adversários, louvar incompetentes e absolver criminosos.
A rajada da Lava Jato que inundou o porão do site Brasil 247 (podem chamar de 171 que ele atende) acabou antecipando a dedetização da esgotosfera, um amontoado de cortiços infestados de ex-jornalistas que prosperam como comerciantes de textos e “eventos”. Apresentam-se como “blogueiros progressistas”. São apenas canalhas. E os mais notórios, constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, encaixam-se no perfil do meliante capturado pela Polícia Federal.
Todos foram editores de economia ou diretores de publicações especializadas em assuntos econômicos. Todos perderam a pouca vergonha para ganhar muito dinheiro. Todos se tornaram esquerdistas desde criancinha assim que o lulopetismo chegou ao poder. Todos são financiados por empresas estatais. Todos enriqueceram com “seminários” patrocinados pela Petrobras e pela Caixa Econômica Federal. Por tudo isso e muito mais, todos merecem cadeia.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
06/08/2015 às 4:32
Pronto! Dilma Rousseff (PT) conseguiu. Chegou lá. Já é a presidente mais mal avaliada desde que o Datafolha começou a fazer essa medição, no governo Collor — e, muito provavelmente, é a governante mais impopular da História. Segundo levantamento feito pelo Datafolha entre estas terça e quarta, nada menos de 71% consideram seu governo ruim ou péssimo, contra apenas 8% que o veem como ótimo ou bom. Há três meras semanas, esses números eram, respectivamente, 65% e 10%. Dizem ser regular 20%. Na véspera do impeachment, Collor era aprovado por 9% e reprovado por 68%.
Querem saber? A população faz justiça a Dilma. Ela foi eleita há menos de 10 meses e está na posse de seu segundo mandato há menos de oito: a candidata Dilma Rousseff contou mentiras sobre o país que a presidente governava e sobre as medidas que adotaria se reeleita. Agora toma o troco.
Não há mais bolsões regionais de apoio ou rejeição à presidente. O desagrado com o governo se espalha de maneira uniforme entre as regiões. O Datafolha ouviu 3.358 entrevistados em 201 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A maior rejeição a Dilma está no Centro-Oeste, com 77% de ruim e péssimo, índice que é de 73% no Sul e no Sudeste e de 66% no Nordeste.
Também é crescente o número de brasileiros que querem o impeachment da presidente: há três semanas, eram 63%; saltaram agora para 66% — dois em cada três brasileiros. Só 28% afirmam ser contrários a essa possibilidade, uma queda de cinco pontos em relação ao levantamento anterior.
Nesse caso, ora vejam, ainda que dentro da margem de erro, o Nordeste consegue ser até mais severo: 67% dizem querer o impeachment; no Sul e no Sudeste, 65%. O Centro-Oeste lidera de novo: 74%.
Também cresceu o número de pessoas que acham que ela realmente será afastada: de 29% para 38%. Isso acontece quando a personagem se mostra mais fraca aos olhos da população.
Parlamentarismo
O Datafolha quis saber também qual é o melhor sistema de governo: 53% responderam ser o presidencialismo, contra 28% que escolheram o parlamentarismo. Dizem não saber 19%. Os parlamentaristas não desanimem. Nunca houve melhor momento para a gente defender as virtudes do regime parlamentarista — que já teria há muito nos tirado dessa agonia.
Os números vêm a público no dia em que o PT e Dilma se estreitam num abraço insano, no horário político, tentando convencer uma população hostil às suas postulações por excelentes motivos.
O Brasil está mal, mas o povo está moralmente saudável. Estranho seria se aprovasse esse governo e estivesse satisfeito com as suas realizações. Quem sabe a gente ainda tenha futuro.
Por Reinaldo Azevedo

06/08/2015 às 6:59
Se o governo não existe, então tudo é permitido. Literalmente tudo. A Câmara aprovou, em primeira votação, nesta madrugada, com apoio dos petistas — claro! — uma Proposta de Emenda à Constituição que beneficia servidores da Advocacia Geral da União, procuradores estaduais, procuradores municipais, além de delegados das Polícias Civil e Federal. O texto vincula os vencimentos dessas carreiras a 90,25% do que recebem os ministros do STF. Para se ter uma medida do absurdo: o menor salário inicial salta de R$ 16.830 para R$ 26.125. Coisa de país rico, com a economia em expansão!!! O impacto para a União é de R$ 2,45 bilhões por ano. Mas a conta também vai para Estados e municípios. Destaques ainda podem modificar o texto.
Atenção! O descalabro foi aprovado por 445 votos a 16, embora o governo tenha feito um esforço imenso para tentar impedir a aprovação. Os petistas votaram a favor, lembrando as suas históricas ligações com os servidores. Entenderam? No curso dos debates, dois partidos da base anunciaram o seu rompimento com o governo: o PDT e o PTB, ambos com ministros da Esplanada: o primeiro tem Manuel Dias (Trabalho), e o segundo, Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
Na manhã de quarta, Aloizio Mercadante (Casa Civil) havia pedido humildemente — imaginem a dificuldade! — o apoio da oposição para algumas pautas. Na madrugada de quinta, o PT votou contra o Planalto.
A confusão foi tamanha que o próprio José Guimarães, líder do governo na Câmara (PT-CE), falou sobre a necessidade de refazer a base. Afirmou: “É preciso definir mais criteriosamente o que é base e o que não é”. Pois bem… Tendo a concordar com ele e tenho uma pergunta: o PT é base ou não é base? Na madrugada desta quinta, não quis nem saber. Sabem quem fez um encaminhamento contrário ao reajuste? O DEM!
É evidente que, no mérito, o reajuste chega a ser acintoso se a gente se dá conta dos vencimentos médios do país e do que acontece com o emprego e os salários na iniciativa privada. Mas, a essa altura, tudo passa, tudo pode acontecer, não há mais filtro.
“Ah, tudo culpa do Eduardo Cunha”, poderiam dizer os tolos. É mesmo? Foi o presidente da Câmara que levou os petistas a votar contra o governo? Ele até anunciou que não leva a proposta a segunda votação sem que se aprecie a PEC 172, que impede que se transfiram encargos para estados e municípios sem a respectiva receita. Mas transferir qual receita?
O texto está longe ainda da aprovação final porque pode sofrer emendas e precisa passar pela segunda votação, com duas outras no Senado. Mas o recado está dado mais uma vez, no dia em que tanto Mercadante como Michel Temer, o vice, fizeram apelos candentes em favor da governabilidade.
Vamos ser claros? Não existe governabilidade possível se os agentes políticos já não confiam em quem governa.
Por Reinaldo Azevedo

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 06/08/2015 06:06
Reunidos na noite desta quarta-feira no restaurante de um hotel de Brasília, cerca de 20 deputados do PMDB inauguraram um movimento para articular o desembarque do partido da gestão Dilma Rousseff. Presidente da legenda e articulador político do governo, o vice-presidente Michel Temer foi informado sobre a novidade. Além dos deputados, integra o grupo o ex-ministro Geddel Vieira Lima, amigo de Temer.
Formou-se durante o jantar um sólido consenso: para os peemedebistas presentes, Dilma Rousseff preside um governo em estágio terminal. Avaliou-se que o agravamento da crise econômica e a deterioração da conjuntura política devem abreviar o segundo mandato da presidente. Concluiu-se que o PMDB precisa tomar distância da aliança com Dilma e o PT.
Discutiu-se na conversa a hipótese de divulgação de um manifesto recomendando que Michel Temer se afaste da coordenação política do governo. Optou-se por protelar o gesto. Horas antes, o vice-presidente dissera em entrevista que o país precisa de “alguém que tenha capacidade de reunificar todos”, apresentando-se como personagem apto para exercer o papel. “Caso contrário, podemos entrar em uma crise desagradável para o país.”
O grupo pró-rompimento marcou um novo encontro para a semana que vem. Seus integrantes desejam calibrar os próximos movimentos com os avanços da conjuntura. Avaliam que as hipóteses de afastamento de Dilma — por impeachment, renúncia ou cassação pelo TSE — dependem de fatores alheios à vontade dos políticos. Entre eles o tamanho do ronco que as ruas darão em 16 de agosto.
De concreto, por ora, apenas a evidência de que o PMDB já não se constrange de discutir abertamente o rompimento com o governo. O movimento anti-Dilma não está restrito à Câmara. Existe também no Senado. Ali, caciques do PMDB abriram um canal de diálogo com o PSDB.
Na noite de terça-feira, os senadores tucanos Aécio Neves, José Serra, Cássio Cunha Lima e Tasso Jereissati reuniram-se com os peemedebistas Renan Calheiros, Romero Jucá e Eunício Oliveira. Une-os a impressão de que o governo Dilma derrete na proporção direta da deterioração dos indicadores econômicos. Separa-os a visão sobre o desfecho mais adequado para a crise.
Na opinião de Aécio, na eventualidade de ocorrer o afastamento, o substituto de Dilma precisaria do aval das urnas. O problema é que a convocação de novas eleições depende do TSE. Só ocorreria se o tribunal cassasse Dilma e Temer por irregularidades na prestação de contas da campanha de 2014.
Além de ser improvável, essa fórmula distancia o tucanato da maioria dos peemedebistas, que prefere uma solução que passe por Michel Temer.

NO O ANTAGONISTA
Brasil 06.08.15 03:38 Comentários (40)
O Brasil exige o impeachment de Dilma Rousseff.
Trata-se de um fato incontestável.
66% dos entrevistados pelo Datafolha apoiam a derrubada da presidente. Na pesquisa anterior, eram 63%. Na próxima, serão 69%.
Impeachment. Já. ver mais
Brasil 06.08.15 07:09 Comentários (11)
Aécio Neves também apoia Rodrigo Janot. Ele disse que vai trabalhar para que a bancada do PSDB no Senado, composta por 11 parlamentares, vote unanimemente para reconduzi-lo ao cargo de procurador-Geral da República.
Aumenta a lista de “filhos da puta”. ver mais
Brasil 06.08.15 07:06 Comentários (22)
Fernando Collor, da tribuna do Senado, xingou Rodrigo Janot de “filho da puta”. É mais uma medalha no peito da Lava Jato e, em particular, do procurador-Geral de República.
O Antagonista também é “filho da puta” e apoia resolutamente Rodrigo Janot. ver mais
Brasil 06.08.15 06:51 Comentários (2)
A repulsa dos brasileiros por Dilma Rousseff poderá ser medida novamente hoje à noite, durante o programa do PT.
Mas a pesquisa do Datafolha é mais representativa. Aqueles 66% dos entrevistados que pedem o impeachment da petista precisam ser ouvidos, com ou sem panela. ver mais
O PSDB se reuniu com Renan Calheiros para tratar do impeachment de Dilma Rousseff.
Quem informa é Bernardo Mello Franco, da Folha de S. Paulo: “O encontro ocorreu na noite de terça, no apartamento do senador Tasso Jereissati. Participaram os últimos dois presidenciáveis tucanos, os senadores Aécio Neves e José Serra...ver mais
Brasil 05.08.15 23:22 Comentários (1)
Hugo Motta, que preside a CPI do petrolão, prometeu apresentar o relatório de inteligência produzido pela Kroll...ver mais
Economia 05.08.15 23:05 Comentários (12)
O banco suíço enviou uma carta a Romário, declarando ser falso o extrato que a Veja utilizou como prova de uma conta não declarada do senador.
"Nós estabelecemos como certo que este extrato bancário é falso e que o Sr. Romário de Souza Faria não é o titular desta conta em nosso banco na Suíça", diz a carta.
Veja pediu perdão a Romário. E nós também nos desculpamos por ter reproduzido a barriga da revista.


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