DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
27 DE JULHO DE 2015
A presidente Dilma insinuou ao PMDB uma possível reforma ministerial tão logo o ajuste fiscal seja aprovado. A reforma pode incluir a redução de ministérios, como prega o PMDB, que para ela era tabu. E também admite “abrir mão” de ministros como José Eduardo Cardozo (Justiça), que ficaria radiante com isso, e Aloizio Mercadante (Casa Civil), cuja saída é reivindicada por aclamação, entre aliados e o ex-chefe Lula.
Outro ministro que será trocado em razão da inutilidade da sua atuação é Manoel Dias (Trabalho). O PDT perderá a boquinha para o PMDB.
Há menos de cem dias no cargo, o ministro do Turismo deixará o cargo com um novo apelido: “Henrique Alves, o Breve”.
O ministro Henrique Alves é criticado por nada fazer e por não haver se demitido após seu padrinho Eduardo Cunha haver rompido com Dilma.
Segundo amigos, após deixar o cargo, José Eduardo Cardozo planeja uma temporada na Espanha, dedicando-se a concluir um doutorado.
O Planalto e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), concordam pelo menos uma coisa: ambos estimam que 255 dos 513 deputados federais já se manifestam abertamente pela admissibilidade da proposta de impeachment da presidente Dilma. Neste momento, doze propostas estão tramitando. O governo espera ainda reverter a posição de deputados do PTB e do PP; eles somam 64 deputados.
Oposição acha que o impeachment ganhará fôlego após o TCU julgar as “pedaladas fiscais” e as manifestações do dia 16.
São exigidos no mínimo 342 votos para que os parlamentares promovam o impeachment da presidente Dilma.
Dilma liberou R$ 300 milhões em emendas parlamentares ainda de 2014, na expectativa de “acalmar” deputados e senadores.
O governo já sabe que a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de votar as contas de governos, é combinada com Renan Calheiros, presidente do Senado. Por isso que entrou em pânico.
Agosto, mês do desgosto. O velho espectro volta a rondar a política brasileira. Aves agourentas lembram histórias como o suicídio de Getúlio Vargas e a renúncia de Jânio Quadros. Barbas de molho, cabelos em pé. Passarinhos na muda. Todo cuidado é pouco.
Novo morador ilustre de Brasília, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) começa a ser visto nos fins de semana. Passeando com a família e frequentando restaurantes. É o campeão em pedidos de selfies.
Procurados por assessores de Dilma sobre a viabilidade do pacto pró-governo, líderes na Câmara respondem que o problema da articulação do governo é conhecido e tem nome e sobrenome: Aloizio Mercadante.
Esta coluna revelou há meses a nomeação do concunhado do filho do presidente do Tribunal de Contas da União para chefiar a unidade que fiscaliza infraestrutura, área de atuação do autor da indicação. Esse episódio é um dos que mais constrangem os ministros do TCU.
O PSB tem se irritado com os flertes da senadora Marta Suplicy (SP) e o PMDB. Oficialmente o presidente do PSB, Carlos Siqueira, coloca panos quentes. Garante que Marta vai se filiar no dia 15 de agosto.
Animou a oposição a pesquisa CNT/MDA, que mostra o completo “derretimento” da avaliação de Dilma. Mas o termômetro final devem ser as manifestações contra o governo, marcadas para 16 de agosto.
Após o recesso, o Planalto quer reunir governistas para “repactuar a base aliada”, criando uma tropa de choque para enfrentar Eduardo Cunha. O problema é encontrar gente disposta a defender o governo.
...a Lava Jato prendeu tanta gente graúda da Odebrecht e da Andrade Gutierrez que seus conselhos de administração poderiam se reunir na carceragem da PF.

NO DIÁRIO DO PODER
COM APOIO DA SUÍÇA
LAVA JATO AVANÇA SOBRE NÚCLEO POLÍTICO E SETOR ELÉTRICO
INVESTIGADORES DEVASSAM CONTRATOS DOS GOVERNOS LULA E DILMA
Publicado: 26 de julho de 2015 às 10:31 - Atualizado às 11:44
A condenação de executivos da Camargo Corrêa e a denúncia formal contra os presidentes e ex-dirigentes das duas maiores empreiteiras do país, Odebrecht e Andrade Gutierrez, abrem nova fase das investigações da Operação Lava Jato. A investigação se aproxima de PT e PMDB como integrantes importantes do esquema de corrupção, em conluio com o comando do cartel empresarial, que fatiava obras da Petrobras mediante o pagamento de propina desde 2004.
Com a chegada dos primeiros documentos oficiais da Suíça, após acordo de cooperação internacional entre autoridades brasileiras e suíças, a força-tarefa de procuradores da Lava Jato acredita ter aberto "uma janela" nas apurações que levarão à comprovação do uso de contas secretas dos quatro núcleos do esquema: empresarial, político, de operadores financeiros e de agentes públicos.
Além de chegar às contas secretas das empreiteiras, dos políticos, dos dirigentes da Petrobras e dos operadores de propina, os investigadores vão ampliar a devassa em contratos, antes centrada na estatal, a outras áreas dos governos Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006 e 2007-2010) e Dilma Rousseff (2011-2014). Uma das prioridades é o setor energético e envolve as obras de grandes usinas, como Belo Monte, no Pará, e Angra 3, que tiveram investimentos bilionários.
As delações de dois executivos da Camargo Corrêa, que confessaram "cartelização" e pagamentos de propina nessas obras, reforçaram as suspeitas levantadas após o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa confirmar que o esquema de propina era generalizado. Primeiro delator da Lava Jato, Costa era sustentado no cargo por um consórcio entre PP, PMDB e PT e confessou ter agido em nome desses partidos. "Temos elementos para apontar que o esquema de cartel e corrupção foi além da Petrobrás", afirmou o procurador regional da República, Carlos Fernando Lima, um dos integrantes da Lava Jato.
A sentença dos três executivos da Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini (ex-presidente), Eduardo Leite (ex-vice-presidente) e João Ricardo Auler (ex-presidente do Conselho de Administração), na última semana, foi a primeira condenação do núcleo empresarial do esquema. "No período compreendido entre 2004 e 2014, uma grande organização criminosa estruturou-se com a finalidade de praticar delitos no seio e em desfavor da Petrobrás", sustenta o MPF. Um prejuízo de pelo menos R$ 19 bilhões.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, o núcleo empresarial, em conluio com o núcleo político, detinha o comando do esquema. Por meio dessa união, houve uma sistematização da corrupção, a partir do maior caixa de investimentos do governo federal, a Petrobras, nas demais esferas. Avancini e Leite foram condenados pelo juiz da 13.ª Vara Federal, em Curitiba, Sérgio Moro, que conduz os processos em primeiro grau da Lava Jato, a 15 anos e dez meses de reclusão, mas como fizeram delação premiada foi concedido a eles o direito ao regime de prisão domiciliar. Auler pegou nove anos e seis meses de reclusão.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
27/07/2015 às 5:32
Às vésperas de o TCU votar as contas do governo Dilma relativas a 2014, uma nova denúncia atinge o tribunal e pega em cheio o ministro e ex-senador Vital do Rêgo, um potencial voto contrário ao governo. Assim, dos nove ministros da corte, já são três os que estariam sendo constrangidos a se declarar impedidos de votar. As acusações podem ter peso definidor no placar. Vamos ver.
Rennan Farias, ex-tesoureiro da Prefeitura de Campina Grande (PB), afirma, em vídeo gravado para a Folha de S. Paulo, que, em 2010, entregou dinheiro vivo ao então candidato ao Senado pela Paraíba, Vital do Rêgo, do PMDB, que é agora um dos nove ministros do TCU que vão julgar as contas de Dilma. O dinheiro teria origem num contrato de R$ 10,3 milhões que a Prefeitura mantinha com a construtora JGR, que não teria executado serviço nenhum.
O prefeito à época em que o desvio teria acontecido era Veneziano Vital do Rêgo (PMDB-PB), irmão do ministro. O dinheiro teria sido repassado para outras empresas, convertido em moeda sonante, acondicionado em sacolas e caixas de uísque e deixado no apartamento de Vital, no bairro da Prata, em Campina Grande.
Não! Farias, o homem que faz a denúncia, nunca foi santo, mas ele se diz arrependido. Diretor da Secretaria de Finanças da cidade nas duas gestões de Veneziano, entre 2005 e 2012, ele diz ter contraído empréstimos com agiotas para financiar as campanhas eleitorais da família Vital do Rêgo. Afirmou que perdeu tudo para saldar os débitos, que ainda está devendo R$ 1 milhão, que já foi ameaçado de morte e que até já tentou o suicídio. Todos os citados negam a acusação.
Informa a Folha: “Farias também tomou duas medidas para, segundo ele, levar o Judiciário a apurar o caso, além de aceitar fechar um acordo de delação premiada: protocolou representação no Ministério Público da Paraíba e procurou o Ministério Público Federal de Campina Grande, que repassou o assunto para a PGR (Procuradoria Geral da República), em Brasília, pois Vital tem foro privilegiado. Em ambos os casos, Farias ainda não foi ouvido.”
Votação
Se a acusação existe, a Folha tem de publicá-la, claro! Mas isso não pode nos impedir de pensar. Oito ministros, eventualmente nove se o presidente votar, vão dar o veredicto sobre as contas de Dilma. Tendem a recomendar a aprovação os ministros Walton Alencar Rodrigues, Benjamin Zymler e José Múcio. Tendem a recusá-las, Augusto Nardes, o relator, Bruno Dantas e Raimundo Carneiro, que é o corregedor da Casa. Estaria caracterizado aí um empate de 3 a 3.
Muito bem: Ana Arraes, mãe de Eduardo Campos, foi conduzida ao tribunal com o esforço do filho, mas também de Lula. Embora Campos, que morreu num acidente aéreo no dia 13 de agosto de 2014, houvesse se distanciado do PT, o ex-presidente acha que é possível conquistar o voto de Ana. Vital do Rêgo, próximo do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é tido como um possível voto contrário.
Nesse caso, ter-se-ia um empate de 4 a 4, o que ensejaria o voto do presidente, Aroldo Cedraz. Fosse um desempate num tribunal penal, é quase certo que o veredicto seria em favor do réu — papel desempenhado, no caso, pelo governo. Como se trata de contas públicas, Cedraz poderia aplicar o princípio do “in dubio, pro societate” — vale dizer: decidir resguardando aquele que seria o bem comum, da sociedade. Nesse caso, as contas seriam rejeitadas.
Ocorre que Cedraz também está na mira. Seu filho, Tiago, caiu nas malhas da Operação Lava Jato e foi acusado por Ricardo Pessoa, dono da UTC, de ter recebido R$ 1 milhão para conseguir informações privilegiadas no TCU. O dinheiro teria como destino… o ministro Raimundo Carneiro, que tende a votar contra a aprovação das contas.
Em síntese, três potenciais votos contrários a Dilma estariam na marca do pênalti: Carneiro, que seria o destinatário de parte ao menos do dinheiro recebido por Tiago, que é filho de Cedraz, e, agora, Vital do Rêgo.
O sonho dourado do Planalto é que os três se declarem impedidos de votar, em nome, sei lá, da independência do tribunal e que, conquistado o voto de Ana, o governo vença por quatro a dois: além dela, votariam a favor, cito de novo, Walton Alencar Rodrigues, Benjamin Zymler e José Múcio; os votos contrários se restringiriam a Augusto Nardes, o relator, e a Bruno Dantas.
Digamos que nada disso aconteça e que o governo perca, como hoje se considera provável: os governistas diriam que Dilma foi vítima de ministros sob suspeição, com reputação duvidosa. O jogo é pesado, senhoras e senhores! Mais do que alguns membros do TCU, entrou na mira a reputação da própria instituição.
Por Reinaldo Azevedo

NO O ANTAGONISTA
Brasil 27.07.15 04:27 Comentários (33)
Os governadores da oposição, segundo a Folha de S. Paulo, “relatam desconforto com o aceno do Palácio do Planalto para uma reunião com Dilma Rousseff, que busca usar o ato como demonstração de governabilidade. Dizem que, institucionalmente, não têm como recusar o chamado presidencial, mas se preocupam com a possibilidade de que pareçam sócios da crise”.
Eles têm como recusar o chamado presidencial, sim. Basta dizer: não vou....ver mais
Brasil 27.07.15 05:36 Comentários (10)
A Lava Jato, segundo o Estadão, acusa a Odebrecht de ter dado "pinturas de diversos artistas renomados" e de "alto valor" a José Sérgio Gabrielli e Graça Foster.
A diferença entre brinde e corrupção está, justamente, no "alto valor"....ver mais
Brasil 27.07.15 04:24 Comentários (4)
A TV Folha mostrou uma entrevista com o tesoureiro da campanha eleitoral de Vital do Rêgo, em 2010. Vital do Rêgo é ministro do TCU e seu voto pode ser decisivo no julgamento das contas de Dilma Rousseff.
O tesoureiro disse que entregou dinheiro em espécie a Vital do Rêgo, desviado de um contrato entre a prefeitura de Campina Grande e uma empreiteira local....ver mais
Brasil 27.07.15 04:22 Comentários (3)
A Veja diz que “a delação feita pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, encorajou Leo Pinheiro a oferecer-se para negociar um acordo semelhante com o Ministério Público. Pinheiro e Pessoa são amigos. Estudaram juntos e trabalharam no mesmo período na construtrora Odebrecht”....ver mais
Brasil 27.07.15 04:20 Comentários (5)
Espero que a PF não venha hoje, Dirceu, porque eu, Diogo, vou estar na praia, e não quero perder o grande momento de sua prisão....ver mais
Economia 26.07.15 21:34 Comentários (56)
Seria inacreditável não fosse o Brasil o país que é. De acordo com o economista Mansueto Almeida, ouvido pelo Estadão, havia 21 bilhões de reais de despesas obrigatórias que Joaquim Levy e os seus miquinhos amestrados não levaram em conta na hora de projetar as suas furadíssimas metas de superávit.
Não levaram em conta porque não faziam a menor ideia da sua real dimensão, ao que tudo indica.
Joaquim Levy é uma triste figura.
Brasil 26.07.15 21:13 Comentários (46)
Uma reportagem de Alexa Salomão, do Estadão, mostra que a Odebrecht tinha acesso livre a informações estratégicas da Petrobras e também das suas concorrentes....ver mais
Brasil 26.07.15 20:59 Comentários (79)
O editorial do Estadão sobre o medo do governo Dilma Rousseff da CPI do BNDES é um primor. Leiam dois trechos, por favor....ver mais
Brasil 26.07.15 18:51 Comentários (186)
Entre os emails de Marcelo Odebrecht interceptados pela PF, há um em que ele avisa a mulher, Isabela, que um líder sindical irá jantar na casa deles.
Resposta de Isabela: "Se sujar minha toalha de linho ou pedir marmitex...vou pirar! Saudações sindicais? Não mereço."
Adorável.
Economia 26.07.15 18:19 Comentários (43)
Lauro Jardim, da Veja.com, informa que Joesley e Wesley Batista estão zangados com Eduardo Cunha, por causa da CPI do BNES, que investigará os financiamentos recebidos pela JBS....ver mais



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