DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
18 DE JULHO DE 2015
O pedido de vista do presidente do TCU, Aroldo Cedraz, de processo de interesse da empreiteira UTC, pode ter selado a sua sorte. Datado de 14 de novembro de 2012, o pedido adiou por duas semanas a decisão sobre a anulação da licitação de obras na usina nuclear de Angra 3, afinal favorável à UTC. Se o achaque de R$ 1 milhão revelado por Ricardo Pessoa, dono da UTC, foi feito entre o pedido de vista e a decisão do TCU, a situação de Aroldo Cedraz se complicará de vez.
O pedido de vista de Aroldo Cedraz pode ter-lhe possibilitado conhecer o teor do parecer do relator do caso, ministro Raimundo Carreiro.
Ricardo Pessoa disse, em delação premiada, que Tiago, filho de Aroldo Cedraz, pediu-lhe R$ 1 milhão para o relator Raimundo Carreiro.
Se antes do pedido de vista Carreiro já havia se posicionado contra a área técnica do TCU, que queria anular a licitação, isso pode isentá-lo.
Ricardo Pessoa contou também à Justiça que pagava R$ 50 mil por mês a Tiago Cedraz para receber “informações privilegiadas” do TCU.
Mesmo confirmado o indiciamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Lava Jato, ele continua na presidência da Câmara. O Ministério Público deve indiciá-lo após a acusação de ter recebido propina da Petrobras, mas o presidente só pode ser cassado por deputados, após votação no Conselho de Ética, onde Cunha tem maioria absoluta, e no Plenário. Outra possibilidade é a renúncia de Cunha. Ele garantiu que não sai.
Pedido de cassação de mandato, no Conselho de Ética, por quebra de decoro, depende de representação de partido e votação no plenário.
Segundo deputados da base aliada, Cunha tem força suficiente para “segurar” investigações que tramitarem na Corregedoria da Câmara.
Cunha acredita que a delação de Júlio Camargo, da Toyo Setal, que o acusa de ter cobrado propina de US$ 5 milhões, tem “mão do governo”.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vive situação semelhante a do ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP), que renunciou ao cargo após acusação de recebimento de propina.
A “jogada” de Eduardo Cunha de romper com o governo tem mais uma motivação: para evitar o “mesmo barco” dos enrolados na Lava Jato, Cunha pula para o “lado” dos 91% da população que rejeitam Dilma.
No Senado, o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) e Luís Inácio Adams (AGU) entraram em contradição sobre as “pedaladas fiscais” de Dilma. Adams disse que nunca incidiu juros nos contratos com a Caixa. Barbosa falou que, apesar da incidência de juros, não era empréstimo.
A presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Celina Leão (PDT), cedeu aos apelos da filha, que adora o aplicativo Uber. Celina prometeu apoiar a causa, para desespero dos taxistas de Brasília.
No DF a moda em 2015 é arrombar caixas eletrônicos. Este ano foram registrados 28 casos. São 17 a mais que em todo 2014. A Polícia Civil do DF investiga a suspeita de que os bandidos são de fora da capital.
De acordo com dados do Google, três capitais lideram a busca pelo termo “Rosemary Noronha”: Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. A capital federal é onde há mais buscas pela amiga íntima de Lula.
Discursos inflamados do deputado Alessandro Molon (PT) não mudam seu desempenho pífio em pesquisas para prefeito do Rio. Com 2,4%, no máximo, Molon perde, em todos os cenários, para o técnico de vôlei Bernardinho (PSDB). Os dados são do Instituto Paraná Pesquisas.
Causou estranheza na CPI da Petrobras, perguntas do relator Luiz Sérgio (PT-RJ), ex-ministro da Articulação de Dilma, à viúva de José Janene: o petista indagou sobre a relação com Augusto Nardes, do TCU, justamente o responsável por investigar as ‘pedaladas fiscais’.
... enquanto o Congresso entra de recesso por 15 dias, o governo Dilma ainda não voltou das férias pós-eleições 2014.

NO DIÁRIO DO PODER
RELATÓRIO DA LAVA JATO
PF REVELA JANTAR NA CASA DE ODEBRECHT ‘A PEDIDO’ DE LULA
FORAM CONVIDADOS PALOCCI, EMPRESÁRIOS, BANQUEIROS E OKAMOTTO
Publicado: 17 de julho de 2015 às 21:00
Redação
DURANTE A 14.ª ETAPA DA LAVA JATO, A PF APREENDEU UM HD QUE ESTAVA EM UM COFRE NO QUARTO DE MARCELO ODEBRECHT COM A TROCA DE MENSAGENS SOBRE O JANTAR
Relatório de análise de mídia elaborado pela Polícia Federal revela os bastidores de um jantar em São Paulo, na residência do empresário Marcelo Odebrecht, presidente da maior empreiteira do País, em 28 de maio de 2012, do qual participou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também foram convidados o ex-ministro Antonio Palocci (Casa Civil – Governo Dilma), empresários, banqueiros, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e dois sindicalistas mencionados na Operação Lava Jato.
“Através da leitura das mensagens acerca deste evento foi possível inferir, grosso modo, que: a) O jantar foi realizado a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, aponta o relatório da PF. “d) Foram enviadas mensagens individuais para cada um dos convidados por I.B.G.”
A relação entre Lula e a construtora Odebrecht é alvo de um procedimento investigatório criminal (PIC) aberto pela Procuradoria da República no Distrito Federal. A suspeita é de que a empreiteira teria obtido vantagens com agentes públicos de outros países por meio de suposto tráfico de influência do petista, que deixou o Palácio do Planalto no fim de 2010. A Odebrecht nega ter sido favorecida. Lula não é investigado na Lava Jato.
Na quinta-feira, 17, o Instituto Lula, criado pelo ex-presidente após sua saída da Presidência, classificou como ‘absolutamente irregular, intempestivo e injustificado’ a abertura do procedimento da Procuradoria da República. A entidade afirmou em nota que ‘serão tomadas as medidas cabíveis para corrigir essa arbitrariedade no âmbito do próprio Ministério Público, sem prejuízo de outras providências juridicamente cabíveis’.
Nas buscas que realizou na casa do empreiteiro, na manhã de 19 de junho, durante a Erga Omnes, 14.ª etapa da Lava Jato, a PF apreendeu documentos, correspondências e mídias. Um HD que estava em um cofre no quarto de Marcelo Odebrecht armazenava troca de mensagens sobre o jantar. Uma delas dizia o motivo do encontro: a economia brasileira.
“Emílio e Marcelo Odebrecht têm o prazer de convidá-la para um jantar com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no qual será discutida a situação da economia brasileira face a conjuntura internacional”, diz o e-mail enviado pela presidência da Odebrecht para Juvandia Moreira Leite, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, em 17 de maio de 2012.
“Confirmo a minha presença no jantar com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Saudações sindicais”, respondeu Juvandia Leite.
Nesta sexta-feira, 17, o relatório de análise de mídia foi anexado aos autos da Lava Jato – Marcelo Odebrecht e pelo menos quatro ex-dirigentes da empreiteira são alvos de investigação por suspeita de corrupção e cartel nos contratos com a Petrobrás. No documento, a PF aponta para a presença de Juvandia Leite e Sergio Aparecido Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
“Os dois sindicalistas convidados para o evento são também sócios da Editora Gráfica Atitude, empresa apontada pelo empresário Augusto Ribeiro de Mendonça Neto como intermediária de pagamentos de propina destinados ao Partido dos Trabalhadores”, registra a PF.
Juvandia Leite e Sergio Nobre são administradores da Editora Gráfica Atitude. Segundo denúncia do Ministério Público Federal, uma parte da propina paga para o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque na Diretoria de Serviços foi direcionada por empresas do grupo Setal Óleo e Gás, controlado por Augusto Mendonça – delator da Lava Jato – para a Editora Gráfica Atitude Ltda.
O pagamento teria sido feito a pedido do então tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Os procuradores da força-tarefa sustentam que existem, ainda, “vários indicativos de ligação da Gráfica Atitude com o PT”.
A reportagem não consegui contato com Sergio Aparecido Nobre. (AE)

FORA DA LEI NÃO HÁ SALVAÇÃO
Por Carlos Chagas
Ficar na cama, debaixo das cobertas, até depois de apurada toda a corrupção, não vai dar. Muito menos embarcar numa espaçonave para Plutão. Sendo assim, cabe-nos acompanhar as investigações e rezar para que as instituições democráticas sobrevivam. Mas não está fácil. Dois ex-presidentes da República tornaram-se objeto de inquérito policial. Dois ministros do atual governo também. Os presidentes da Câmara, do Senado e do Tribunal de Contas da União estão acusados de participar da roubalheira. Quantos deputados e senadores? Em volta deles, montes de grandes empresários, aliás, muitos na cadeia.
Não se tem notícia de período igual em toda a História nacional. Para cada lado que se olhe a lambança é generalizada. Escapam poucas ilhas de honestidade nas estruturas dos poderes público e privado, onde suas lideranças buscam levar vantagem em tudo.
Assim, uns pedem a volta dos militares, outros aguardam que Jeová ou o Padre Eterno desencadeiem um novo dilúvio. Há os que pretendem o país transformado numa imensa penitenciária, como os que imaginam a pena de morte para crimes de corrupção. Muitos ensandecidos pela indignação sustentam que todo o poder deve ser oferecido aos sindicatos. Que tal, argumenta-se também, restabelecer a Monarquia?
É preciso calma e bom senso. Pode ser que o Brasil saia mais forte de toda essa lambança. Nada de propostas malucas ou ideias sem sentido. Como ponto de partida surgem os julgamentos e as condenações. Estas, implacáveis. Aqueles, rápidos. Depois, a reconstrução, através de profunda conscientização cultural. Mais do que de correções na lei, torna-se necessário respeitá-la. Sentir, como décadas atrás já se sentiu, que fora dela não há salvação. A massa de corruptos sendo agora em parte denunciados e punidos enveredou para o crime pelo descumprimento da lei. Pela pouca importância dedicada aos postulados que deveriam reger a sociedade. Policiais, promotores e juízes são seus guardiães, cabendo-lhes zelar por sua aplicação. Exemplos tem sido dados ainda recentemente pelo juiz Sergio Moro e pelo ex-ministro Joaquim Barbosa, que longe de parecerem salvadores da pátria, apenas cumpriram e cumprem seu dever. 
Em suma, não haverá que desesperar. Nem ficar na cama ou aguardar uma espaçonave. Basta cultuar a lei, exigindo que seja aplicada. Claro que a referência vai para leis democráticas, provindas da maioria da população, por meio de seus representantes. Expurgados, por certo, os corruptos.
UMA VELHA DISCUSSÃO
Vale voltar à questão da finalidade da pena. Serve para reparar o passado ou para preservar o futuro? O condenado à perda da liberdade responde pelo mal praticado ou pela oportunidade de regenerar-se e não reincidir? Dividiram-se por muito tempo as correntes jurídicas, prevalecendo hoje a via de mão dupla. No caso de crimes de corrupção, vem um adendo: deve ser obrigado a ressarcir o prejuízo material e moral causado ao patrimônio público e a terceiros. Esse bando de pilantras flagrados em ilícitos penais sentirá mais pelos anos de cadeia ou pela perda de milhões de reais?

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
18/07/2015 às 4:40
Se alguém tivesse de cumprir a desagradável missão de escolher o discurso mais infeliz de Dilma Rousseff, estaria certamente diante de uma difícil tarefa. A competição da presidente consigo mesma, nesse quesito, é feroz. A fala desta sexta-feira (17), ao receber presidentes do Mercosul, no Palácio do Itamaraty, chega a ser nauseante. E por vários fatores que se combinam.
Para uma audiência que reunia truculentos notáveis como Nicolás Maduro (Venezuela), Cristina Kirchner (Argentina) e Evo Morales (Bolívia), a presidente brasileira teve a coragem de afirmar:
“Somos uma região que sofreu muito com as ditaduras. Somos uma região onde a democracia floresce e amadurece. No ano passado, houve eleições gerais no Uruguai e no Brasil. Este ano, é a vez da Argentina e da Venezuela. A realização periódica e regular desses pleitos dá capacidade de lidar com as diferenças políticas. Temos de persistir nesse caminho, evitando que as disputas incitem a violência. Não há espaço para aventuras antidemocráticas na América do Sul.”
É bem provável que Dilma estivesse querendo dizer que uma eventual ação em favor do seu impeachment ou que a cassação do seu mandato pelo TSE se encaixariam na classificação de “aventuras antidemocráticas”. É claro que ela sabe ser uma mentira escandalosa.
Dilma pode não ser o melhor exemplo a que pode chegar a inteligência política brasileira, mas ela sabe que a simples realização de eleições não garante um regime democrático. Fazer tal afirmação diante de um ditador asqueroso como Nicolás Maduro e de um protoditador como Evo Morales chega a ser uma provocação grotesca ao bom senso. No ano passado, 40 pessoas foram assassinadas nas ruas da Venezuela por milícias a serviço do regime. Há presos políticos no país, e a imprensa está sob severa censura.
E coube justamente a Maduro descer ao esgoto moral. Afirmou:
“Temos um presidente indígena (Morales), há um movimento bolivariano, que somos nós, de pé. E ninguém vai nos apagar do mapa. Nenhuma pressão política vai nos apagar. Há 40 anos, houve o Plano Condor, e não desaparecemos. Somos um projeto democrático, inclusivo”.
O “Plano Condor” é o nome pelo qual é conhecida a colaboração entre as várias ditaduras militares havidas na América do Sul nas décadas de 60 e 70. Hoje, regimes violentos e populistas também se amparam mutuamente, todos eles endossados pelos governos do PT, partido que sonhou emplacar por aqui algo semelhante. Trata-se de um “Plano Condor de esquerda”. Aliás, quando Dilma insiste em associar o cumprimento da lei à quebra da ordem democrática, ela o faz sob a inspiração desse pensamento delinquente.
E, claro, a pantomima não estaria completa sem a homenagem de Dilma a Cristina Kirchner, que voltou a levar a Argentina à beira do abismo:
“Nesses oito anos em que lhe coube presidir a nação Argentina, você imprimiu posição firme e democrática a seu país. Do ponto de vista pessoal e político, quero dizer que você terá no Brasil uma amiga sempre pronta para compartilhar sistematicamente sonhos e esperanças”.
A brasileira, acreditem, tinha lágrimas nos olhos. No poder, Cristina Kirchner estimulou, ela também, a formação de verdadeiras milícias e tentou censurar a imprensa livre. O cadáver do promotor Alberto Nisman se revirou no túmulo. Dilma, no entanto, chorou de emoção. E aí falou a louca de Buenos Aires:
“Qualquer estado integrante do Mercosul, ou da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), em que o governo seja removido por outro que não seja produto de eleições livres, populares e democraticamente eleito perde o caráter de estado membro.”
Também é de revirar o estômago. Cristina e Dilma, juntas, suspenderam o democrático Paraguai do Mercosul — por ter deposto legal e legitimamente um presidente — e aproveitaram o momento para abrigar a Venezuela do ainda vivo Hugo Chávez. Até então, o Senado paraguaio se negava a aprovar o ingresso do novo membro justamente porque reconhecia o país por aquilo que é: uma ditadura.
Ah, sim: a cerimônia marcou o ingresso da… Bolívia no Mercosul! O bloco já é hoje um atraso de vida para o Brasil. Entre outras razões, porque as decisões têm de ser tomadas por consenso. O bloco impede o Brasil de celebrar acordos bilaterais substantivos porque tem de se vergar às restrições de seus parceiros. Agora, teremos de nos submeter também às exigências bolivianas.
Enquanto isso, livres para voar, Chile, Peru, Colômbia e México celebram a Aliança do Pacífico, de costas, literalmente, para os bocós do Mercosul. O mal que o PT faz ao Brasil vai deixar marcas por muitas décadas. Já estamos começando a viver a herança maldita. E ela está apenas no começo.
Por Reinaldo Azevedo

NO O ANTAGONISTA
A delação a conta-gotas
Brasil 18.07.15 06:45
A Folha de S. Paulo, hoje, publica uma reportagem sobre os motivos que levaram Julio Camargo a admitir aquilo que ele havia negado em seus depoimentos anteriores: os pagamentos de propina a Eduardo Cunha e a José Dirceu.
Sua guinada, segundo o jornal, “começou a ser produzida na última semana de junho”, depois da delação premiada de Milton Pascowitch, que admitiu o pagamento de 4 milhões de reais em propina a José Dirceu, através das empresas de Julio Camargo.
Os procuradores da Lava Jato convocaram o lobista e disseram que, se ele continuasse protegendo os políticos, seu acordo de delação premiada seria rompido. Só então ele confessou os pagamentos.
Agora Julio Camargo terá de prestar novo depoimento. O Ministério Público já avisou “que a manutenção dos benefícios do acordo dependerá das justificativas que ele oferecer para as omissões”. Mais ainda: ele será obrigado a contar tudo. Tudo mesmo.
11 pedidos de impeachment
Brasil 18.07.15 06:51
Josias de Souza informa que Eduardo Cunha, “após romper com o governo, desengavetou os 11 pedidos de impeachment protocolados contra Dilma Rousseff na mesa diretora da Câmara”.
O governo - só os mais simplórios são incapazes de perceber isso - está em festa.
Um míssil contra Renan Calheiros
Brasil 18.07.15 06:58
Depois de festejar, nesta semana, a denúncia contra Lula e, sobretudo, contra Eduardo Cunha, que implodiu a base do governo na Câmara e rendeu-lhe o desengavetamento de 11 pedidos de impeachment, Dilma Rousseff, na semana que vem, poderá festejar ainda mais.
Além da provável prisão de José Dirceu e da ameaça de delação premiada de Renato Duque, Dilma Rousseff assistirá também à implosão da base do governo no Senado.
De acordo com Lauro Jardim, de fato, Rodrigo Janot tem em mãos um “míssil” para atingir Renan Calheiros. E ele está pronto para ser detonado.
Dilma contra Dirceu?
Brasil 18.07.15 07:14
Eduardo Cunha disse que Rodrigo Janot, a mando de Dilma Rousseff, extorquiu a denúncia de Julio Camargo contra ele.
Em seus novos depoimentos, Julio Camargo não denunciou apenas Eduardo Cunha. Ele denunciou também José Dirceu.
Os simplórios de O Antagonista ainda não entenderam se Dilma Rousseff, além de ter ordenado a denúncia contra Eduardo Cunha, que já lhe rendeu 11 pedidos de impeachment e a CPI do BNDES, ordenou também a denúncia contra José Dirceu, que foi acusado por Julio Camargo de ter recebido 4 milhões de reais em dinheiro vivo em nome do PT.

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 17/07/2015 22:55
Num intervalo de menos de 24 horas, Eduardo Cunha tornou-se um personagem desconexo. Revelou-se capaz de tudo, menos de formular uma defesa plausível para a denúncia de que embolsou uma petropropina de US$ 5 milhões. Em pronunciamento levado ao ar na noite desta sexta-feira, Cunha autovangloriou-se da aprovação de projetos ainda pendentes de apreciação no Senado e fez pose de político responsável:
“Hoje o Brasil vive uma crise. Crise com a qual todos sofrem e que o governo busca enfrentar com medidas de ajuste. A Câmara tem avaliado essas medidas com critério. Atenta à governabilidade do país, que é nosso dever assegurar.”
Horas antes, o Eduardo Cunha da Lava Jato cuidara de desautorizar o Eduardo Cunha da televisão. Levado à vitrine de ponta-cabeça pelo delator Júlio Camargo, o primeiro Cunha aniquilara o segundo, cujo pronunciamento fora gravado antes que a propina milionária viesse à luz.
No momento, a Câmara dos Deputados é presidida por uma caricatura que dispõe de todas as prerrogativas à disposição do terceiro personagem na linha de sucessão da República. A primeira providência adotada pela caricatura, figura ingovernável, foi abrir as gavetas das CPIs e dos pedidos de impeachment.
E quanto à propina? Bem, isso é coisa do complô que uniu o Planalto e o procurador-geral Rodrigo Janot numa trama sórdida para transformar um deputado exemplar num corrupto.
O que Eduardo Cunha afirma, com outras palavras, é o seguinte: enquanto utilizava seu poder de fogo para envolver o presidente da Câmara na Lava Jato, o Planalto esqueceu de livrar das investigações a contabilidade da campanha de Dilma, ministros como Aloizio Mercadante e Edinho Silva, o tesoureiro petista João Vaccari e até o ex-ministro José Dirceu.
Eduardo Cunha parece supor que a sociedade brasileira é feita de cínicos e bobos. Para seu azar, o panelaço que soou durante seu pronunciamento deixou claro que há um outro tipo de cidadão na praça —um brasileiro que não suporta empulhações.


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