DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
13 DE JULHO DE 2015
Famosos criminalistas brasileiros, contratados a peso de ouro para defender acusados na Operação Lava Jato, estão diante de um dilema: abandonar ou não o trabalho. Alguns já o fizeram. O problema é mais grave nos casos em que o desmantelamento do esquema de corrupção na Petrobras afetou dramaticamente a saúde financeira das empresas. Pedindo para não serem citados, eles falam abertamente no “cano”.
“Sem receber pelo trabalho, nós estamos financiando alguns dos caras mais ricos do mundo”, diz uma das estrelas da advocacia criminalista.
Com seus doleiros presos e movimentações financeiras no exterior monitoradas, os empreiteiros não têm como “internalizar” dinheiro.
OAS, Engevix, Mendes Junior e UTC, que faturavam bilhões, estão entre as empreiteiras que mais dão sinais de debilitação pós-Lava Jato.
Ao ouvir a cobrança do advogado, empreiteiro baiano que tem medo de voltar à cadeia foi sincero: “Você é a última das minhas preocupações”.
Presidente da Odebrecht, empreiteira que mais ganhou contratos do governo na era PT, Marcelo Odebrecht não aguenta mais as condições de sua prisão. Segundo fontes próximas à Lava Jato, Marcelo oscila entre “demonstrações de nervosismo e abatimento” na cela na Polícia Federal, em Curitiba. As condições são ruins: nas primeiras noites, ele teve de dormir no corredor da carceragem em razão da superlotação.
O pai de Marcelo, Emílio Odebrecht, que já presidiu a empreiteira, não para de fazer ameaças à cúpula do governo e ao ex-presidente Lula.
Foi Emílio quem declarou, após a prisão do filho, que “vão precisar de mais três celas: uma para mim, uma para o Lula e outra para Dilma.
Marcelo Odebrecht está em prisão preventiva, o que significa que pode permanecer preso por até 180 dias, segundo a lei atual.
O tucano José Serra (SP) faz sucesso com os caciques do PMDB no Senado, na hora de arredondar e votar projetos. Como sempre, divide e provoca ciumeiras. Só que, agora, com obstruções de senadores... tucanos. Eles não matam, mas se bicam muito.
A direção do PCdoB está rachada: uma ala, majoritária, liderada pela deputada Jandira Feghalli, defende a permanência na base de apoio do governo Dilma. A outra ala, minoritária, defende a debandada imediata.
O pessimismo de Dilma quanto ao próprio impeachment faz sentido: os parlamentares “aliados” votam contra a orientação do Planalto para que ela, já desgastada, vete o que eles aprovam quase sem pestanejar.
Após ter indicações ignoradas pelo Palácio do Planalto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anda muito insatisfeito com Dilma. Funcionários da Casa dizem que o humor do chefe piorou muito.
O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), o chefe da Casa Civil, o secretário de Segurança e a PM discutem hoje, em Curitiba, uma saída para a destruição de dezenas de milhares de árvores em fazenda de reflorestamento da empresa Araupel, ocupada há um ano pelo MST.
O governo Dilma gastou R$ 1,82 milhão com passagens aéreas compradas no cartão corporativo, entre janeiro e março deste ano. É a única conta de cartão em que o governo detalha todos seus gastos.
José Guimarães (PT-CE) confessou ao ministro Aloizio Mercadante que hoje quem mais dá trabalho nas votações da Câmara é a bancada do PT. Se até o PT é contra, outros partidos não querem ser “governo”.
Os irmãos Ciro e Cid Gomes devem deixar o PROS nesta semana para se filiarem ao PDT, de Carlos Lupi. Os dois irmãos ex-governadores do Ceará esperam levar juntos mais de 60 prefeitos para a nova legenda.
... ao assistir à peça shakespeariana Othello, durante viagem à Itália, Dilma teve uma “aula mestre” para as iminentes traições de aliados.

NO O ANTAGONISTA
No meio do caminho tem José Dirceu
Brasil 13.07.15 07:51 
A PF rastreou o caminho da propina da Camargo Corrêa até José Dirceu. Um laudo citado em O Globo mostra como o dinheiro pago para obter um contrato em Abreu e Lima passou da empreiteira para duas empresas do operador Julio Camargo, em seguida para a Jamp, de Milton Pascowitch, e finalmente para a JD Consultoria.
Agora só falta a PF rastrear o caminho de José Dirceu até a cadeia.
Brasil 13.07.15 07:03 
A Folha de S. Paulo, hoje, publica um ataque de Gesner Oliveira contra a Lava Jato. Ele repete o que Reinaldo Azevedo vem dizendo nos últimos meses. Por exemplo:
“A proposição de que a Petrobras teria sido vítima de um cartel de empreiteiras é insustentável”...
GO Associados e alguns de seus bons clientes
Brasil 13.07.15 06:54 
O Valor Econômico diz que "uma lista que circula em um grupo reservado de deputados da base e da oposição contabiliza de 348 a 353 votos favoráveis à abertura do processo de impeachment, tendo como base o parecer do TCU recomendando a rejeição das contas da presidente. São necessários 342 votos para que o processo seja instaurado na Câmara"...
Brasil 13.07.15 06:41 
Cristovam Buarque disse a Josias de Souza: “Os senadores do PT falam abertamente que o Lula não aguenta mais a Dilma”.
Ele disse também: “Tem muita gente que fala que o Lula está querendo que ela renuncie”...
Lula entrega a cabeça de Dilma
Brasil 13.07.15 06:24 
Dalton Trevisan é o maior escritor brasileiro. Em “Virgem Louca, Loucos Beijos”, ele contou a história de Mirinha, que segue os conselhos da cafetina Jô para se tornar prostituta:
“Algum não gosta que beije na boca. Outro só quer que beije. Outro quer diferente. A todos precisa agradar”...
O Vampiro de Curitiba não é Sergio Moro
Brasil 13.07.15 05:48 
O dinheiro roubado da Petrobras pagou prostitutas. A descoberta foi feita quando os procuradores da Lava Jato questionaram Alberto Yousseff e Rafael Angulo Lopez sobre os valores associados, em suas planilhas, aos termos “Artigo 162” e “Monik”.
Diz a Folha de S. Paulo: “Só em 2012 cerca de R$ 150 mil foram gastos para financiar a contratação das garotas, algumas delas conhecidas pela exposição em programas de TV, capas de revistas e desfiles de escolas de samba...
Brasil 13.07.15 04:56 
Acorde, José Dirceu! Acorde, Antonio Palocci! Acorde, Lula!
Hoje vocês podem comemorar o acordo com a Grécia, que está valorizando o dinheiro investido na Europa. Não comemorem excessivamente, porém: nada impede que, nas próximas horas, vocês sejam presos pela PF.
Economia 13.07.15 04:40 
A Europa é lenta, sim. Mas deu apenas dois dias de prazo para que Alexis Tsipras aprove no parlamento grego as principais medidas de austeridade do acordo assinado meia hora atrás.
Além disso, a Grécia terá de repassar imediatamente para um fundo as cotas das empresas estatais que serão privatizadas.
Economia 13.07.15 04:24 
Acabou de ser fechado o acordo da União Européia com a Grécia.
Alexis Tsipras ganhou 80 bilhões de euros, mas terá de se comportar direitinho de agora em diante.
Brasil 12.07.15 19:28 Comentários (164)
No último dia 9, na reunião de pauta, eu (Mario) disse que Aécio Neves almeja que o TSE casse a candidatura de Dilma Rousseff e, em seguida, sejam convocadas novas eleições. Aécio prefere esse caminho a assumir a Presidência como segundo colocado, ao que teria direito de acordo com a lei. Motivo: esvaziar a acusação de "golpismo"...
Brasil 12.07.15 17:57 
A Frente Única dos Petroleiros quer "ajudar” a Petrobras. Convocou todos os funcionários da estatal a aderir a uma greve de 24 horas no dia 24 de julho...
Brasil 12.07.15 17:47 
A coluna Expresso, da Época, revela que Dilma Rousseff não se dá com Augusto Nardes desde os tempos em que eles moravam no Rio Grande do Sul. Quando Augusto Nardes quis ir para o tribunal, Dilma, então ministra da Casa Civil, tentou queimar sua indicação...
Brasil 12.07.15 14:51 
Os reflexos da crise econômica fizeram a aprovação de Dilma Rousseff no Nordeste, principal reduto eleitoral do PT, cair de 18% em março para 13%, em abril. Trata-se da maior queda entre as regiões no período e mais um número que ilustra a frase de Lula: “Perdemos o Nordeste”..
Brasil 12.07.15 10:46 
Mais um trecho da explosão de Dilma Rousseff relatada pela Folha:
"Dilma cobrou Cardozo por não ter impedido que as revelações de Pessoa viessem a público dias antes de sua visita oficial aos Estados Unidos, num momento em que a presidente buscava notícias positivas para reagir à crise...
Brasil 12.07.15 08:37 
A propósito da fazenda de Lula, registrada em nome de seu laranja, Jonas Suassuna, e reformada pelo dono da OAS, Leo Pinheiro, leia o que foi publicado na IstoÉ:
"Apesar do nervosismo com a delação de Ricardo Pessoa, da UTC, Lula teme mesmo a eventual colaboração de Leo Pinheiro, da OAS. Ele cuidava das despesas pessoais do presidente, de seus familiares e de seus amigos. Metódico, Pinheiro tinha o hábito de registrar toda e qualquer ajuda concedida"...

NO DIÁRIO DO PODER
PEDALADAS BILIONÁRIAS
DÍVIDA DO TESOURO COM O BANCO DO BRASIL CHEGA A R$ 16,4 BILHÕES
É O VALOR DA DÍVIDA DO GOVERNO DILMA SÓ COM O BANCO DO BRASIL
Publicado: 12 de julho de 2015 às 09:40
A dívida pendurada pelo Tesouro Nacional no Banco do Brasil cresceu 1.692% em dez anos, em termos nominais. Entre o fim de 2005 e o primeiro trimestre de 2015, o total devido pelo Tesouro ao BB saiu de R$ 919,6 milhões para os atuais R$ 16,4 bilhões. Apenas no governo Dilma Rousseff, que começou em janeiro de 2011, o avanço desse passivo foi de 182%.
Essa forma de "pedalada fiscal" já foi condenada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que, em julgamento realizado em abril, decidiu que o governo federal deveria acertar todos os seus passivos com bancos públicos. Além do BB, o Tesouro também mantém dívidas com o BNDES. O governo entrou com um recurso no TCU, alegando que há prazos para esses pagamentos serem realizados.
São três modalidades de dívida do Tesouro inscritas nos balanços do BB, segundo o economista Ebenézer Nascimento, que fez levantamento com os balanços anuais do BB de 2005 ao início de 2014. O estudo foi atualizado pelo Estado com os dados de 2015. As modalidades são o "alongamento" do crédito rural, subsídios agrícolas e créditos a receber do Tesouro.
As maiores dívidas do Tesouro com o BB estão concentradas na modalidade de equalização de taxas agrícolas. Essa é a forma como é chamado o gasto do governo com subsídios. O BB toma recursos no Tesouro a um custo mais elevado do que aquele que ele cobra dos tomadores de crédito agrícola subsidiado. Para cobrir essa diferença entre taxas, o Tesouro deve pagar ao banco uma "equalização". A mesma operação ocorre na relação entre o Tesouro e o BNDES no Programa de Sustentação do Investimento (PSI), criado em 2009 para estimular investimentos.
No caso do PSI, o governo federal está "despedalando", afirma o analista de finanças públicas Fábio Klein, economista da Tendências Consultoria. Segundo dados levantados por Klein, o governo pagou R$ 2,12 bilhões ao BNDES pela equalização de juros do PSI entre janeiro e maio deste ano. No mesmo período do ano passado o governo pagou somente R$ 54 milhões.
"Já com o BB, o saldo em descoberto aumentou, porque o volume de operações de crédito rural do BB saltou muito nos últimos anos. Mas ter R$ 16 bilhões em dívidas do Tesouro não é bom para o banco, que poderia usar o dinheiro para outro fim. O Tesouro, por outro lado, melhora seu quadro fiscal dessa forma", disse Klein.
O Banco do Brasil afirmou, por meio de nota, que a equalização de juros com operações de crédito rural é regulamentada pela Lei 8.427 e por portarias do Ministério da Fazenda. "O valor da equalização é atualizado pela taxa Selic desde a sua apuração, que ocorre de acordo com a respectiva portaria, até o pagamento pelo Tesouro, que é realizado segundo programação orçamentária daquele órgão. A atualização pela Selic preserva a adequada remuneração ao banco e contribui para a evolução do saldo", disse o BB.
O BB justificou o aumento da dívida do Tesouro com o salto no crédito agrícola subsidiado. No Plano Safra de 2004/2005, os desembolsos do BB foram de R$ 25,8 bilhões - já no plano 2014/2015, o volume chegou a R$ 73,3 bilhões. "Consequentemente, aumentou o volume de recursos equalizáveis."
Segundo Nascimento, economista aposentado pelo BB, não há "lógica" para o banco "manter esse passivo aplicado a um rendimento qualquer, mesmo sendo a Selic". Segundo ele, "ao manter-se inadimplente para com o banco, o Tesouro mostra estar insensível ao problema que está sendo causado".
Por meio de nota, o Tesouro informou que o pagamento dos subsídios agrícolas "observa as regras vigentes e a programação financeira, de modo que nesse exercício já foi pago cerca de R$ 1,4 bilhão". O Tesouro informou que o pagamento dos valores "será oportunamente tratado, conforme vier a se pronunciar o TCU, após apreciação do recurso submetido pela União àquela corte". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O DESEMPREGO, O ESTADO E A CORRUPÇÃO
Por Carlos Chagas
A sombra do desemprego assentou-se sobre o país de forma definitiva. Na construção civil, na indústria automobilística, nos estaleiros, nas hidrelétricas em construção, apenas? Não. Nos serviços, nos transportes, no comércio, nas pequenas empresas, até no trabalho doméstico vem se registrando dispensas em massa. O aumento da violência constitui apenas um dos sintomas da falta de trabalho para contingentes sociais cada vez maiores. O Brasil não saiu de uma guerra, tendo vencido ou perdido, como costuma acontecer em outras nações, de tempos em tempos. Aliás, antes das guerras é que o desemprego diminui, com o incentivo à indústria bélica.
Historicamente, para criar postos de trabalho, só existe uma solução: o Estado assumir a tarefa, diretamente ou financiando empresas privadas. Foi assim nos Estados Unidos quando Franklin Roosevelt adotou o New Deal e partiu para a realização de obras públicas de toda espécie, de hidrelétricas a imensas rodovias. No outro lado do mundo, Joseph Stalin adotou a mesma solução, da indústria pesada ao metrô de Moscou. Logo os dois também mergulharam de cabeça na produção de armamentos e o desemprego despencou.
Entre nós, até agora, não se tem notícia de iniciativas do Estado através do governo Dilma. Pelo contrário, a política em curso impulsiona o desemprego, em nome do ajuste fiscal. Sequer é estimulado o setor do agronegócio, dos poucos que ainda se mantém funcionando a contento, mas utilizando cada vez menos a mão de obra humana. 
Continuando as coisas como vão, breve a legião de desempregados suplantará a força de trabalho ativa.
Fazer o quê? Um programa de obras públicas para valer exigiria a premissa imperativa de se extinguir a corrupção, hoje a praga que nos assola. Apesar de bem sucedidos esforços do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal, parece difícil que consigam, a curto prazo, resultados capazes de aparelhar o Estado para o cumprimento de sua obrigação fundamental de combater o desemprego. A ironia está em que a corrupção apoderou-se do Estado – ou da maior parte dele.
Eis um mistério dentro de um enigma, envolto por uma charada: o Estado acabará com o desemprego, mas só depois de extirpar a própria corrupção. 
DEVOLVER A VITÓRIA? 
Outra do general George Patton, aqui citado ontem como general brilhante. Comandando o III Exército dos Estados Unidos na conquista da Sicília e diante do impasse que imobilizava as tropas do general inglês Bernard Montgomery, Patton descumpriu ordens e lançou-se para o outro lado da ilha, entrando em Palermo e depois em Messina, alvo destinado aos ingleses. Ao receber ordens para não tomar essas duas cidades, já tomadas, passou um telegrama ao general Alexander, comandante em chefe: “informe por escrito se quer que eu devolva Palermo e Messina aos alemães...”
Quer o governo Dilma que Eduardo Cunha devolva a Câmara ao PT?...

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
13/07/2015 às 5:04
Reportagem da Folha desta segunda (13) informa que técnicos do Tribunal Superior Eleitoral estão cruzando dados da prestação de contas da campanha da presidente Dilma Rousseff com atos oficiais de seu primeiro mandato. O PSDB acusa a campanha petista de abuso de poder político e econômico.
Os dados serão analisados pelos sete ministros do tribunal junto com informações prestadas por depoentes que fizeram acordo de delação premiada na Operação Lava-Jato, como Alberto Youssef e Ricardo Pessoa, o dono da UTC.
Para lembrar: Youssef já afirmou, em depoimento ao TSE, que um emissário do PT o procurou no começo de 2014 para trazer do exterior o correspondente a R$ 20 milhões, que seriam usados na campanha de Dilma à reeleição. Ele diz não ter feito a operação porque foi preso antes. Se for verdade, isso estaria a indicar que o PT mantém contas secretas fora do Brasil, o que é proibido.
Na sua delação, homologada pelo STF, Pessoa, por sua vez, faz pelo menos duas acusações bombásticas: doou R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma para não ser prejudicado nos negócios com a Petrobras e foi procurado por Valter Cardeal, diretor da Eletrobras e homem de confiança da presidente, para pagar propina em contratos para a construção da Usina de Angra 3. É evidente que confirmadas as denúncias, é caso de cassação de mandato.
A questão no TSE preocupa o Planalto até mais do que a avaliação que o TCU fará das contas do governo em 2014. Afinal, o relatório que o Tribunal de Contas União apresentar ao Congresso ainda precisa ser votado pelos parlamentares e pode ser rejeitado. No caso do TSE, a decisão cabe a sete juízes — e a palavra final seria dada pelos 11 do Supremo.
Vamos lá, meus caros, exercitar mais uma vez a memória. Sou contra a reeleição no Executivo, entre outras razões, porque, dados o tamanho do estado brasileiro e sua estrutura assistencialista, o governante de turno usa desbragadamente o aparato oficial para fazer campanha sob o pretexto de estar promovendo apenas o bem comum. Ainda que o PT tenha reembolsado o valor de algumas viagens feitas por Dilma, é claro que ela usou o cargo para fazer campanha, ora essa!
Os números falam melhor do que a minha opinião. A presidente anunciou o reajuste do Bolsa Família e da tabela do Imposto de Renda em abril de 2014, em pleno ano eleitoral. Quem ousasse criticá-la por isso correria o risco de ser tomado como inimigo dos benefícios. Querem mais um escândalo por sua própria natureza? Entre 2010 e 2013 — quatro anos —, o governo federal desembolsou R$ 14,7 bilhões com o Fies, o financiamento de vagas no ensino superior privado. Só em 2014, quando Dilma disputou a reeleição, foram R$ 13,75 bilhões. Ou seja: em um único ano se gastou praticamente o que se consumiu nos quatro anteriores. É por isso que o sistema quebrou.
Se isso não caracteriza abuso de poder político e de poder econômico, então não sei o que merece tal classificação. E olhem que o TSE concordou comigo quando peixes menores estavam em julgamento, não é?
Cássio Cunha Lima, hoje senador pelo PSDB da Paraíba, teve seu mandato de governador cassado pelo TSE em 2007, o que só se efetivou em 2009, depois de esgotados todos os recursos, sob a acusação de ter distribuído 35 mil cheques-cidadão em 2006, ano em que disputou a reeleição. Em 2005, o então senador João Capiberibe, e sua mulher, a deputada Janete Capiberibe, ambos do PSB do Amapá, tiveram seus mandatos cassados pelo TSE sob a acusação de que haviam comprado dois votos, por R$ 26 cada um. Capiberibe voltou ao Senado em 2011.
A questão que sobra é esta: o TSE que é valente para cassar Cássio, João e Janete tem valentia o bastante para cassar Dilma, ou estamos diante de um tribunal que é forte contra os fracos e fraco contra os fortes?Por Reinaldo Azevedo

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 12/07/2015 21:20
“Os senadores do PT falam abertamente que o Lula não aguenta mais a Dilma, que ele não suporta mais essa situação, que o Lula está se afastando mais e mais dela.” O autor da frase é o ex-petista Cristovam Buarque, hoje senador pelo PDT de Brasília. Ele fez essa, digamos, inconfidência numa entrevista às repórteres Ana Dubeux e Ana Maria Campos.
Acha que há no Senado um clima de fim de governo Dilma?, perguntou-se a Cristovam. E ele: “Lamentavelmente, existe. Digo lamentavelmente porque, na Democracia, o ideal é que um governo termine quando termina o seu mandato. É inegável que há um clima de fim de governo Dilma que vem crescendo nas últimas três ou quatro semanas.”
Na opinião de Cristovam, Dilma não ajuda a baixar a temperatura da crise. O senador considerou especialmente desastrosa a entrevista na qual a presidente disse: “Não vou cair, não vou cair, não vou…”
“Francamente, achei aquela entrevista dela à Folha patética”, disse Cristovam. “Além de arrogante, ela estava fora de sentido. Não era uma entrevista de presidente da República. Não parecia estar ligada à crise que a gente está vivendo. Não fez e não vem fazendo gestos para todos os brasileiros, inclusive os que não votaram nela, incluindo aí os da oposição.”
“Tem muita gente que fala que o Lula está querendo que ela renuncie”, declarou Cristovam a certa altura. “Nenhum dos senadores do PT me disse isso, mas a gente sabe que dentro do PT muita gente acha que a melhor saída para o próprio partido seria a renúncia dela. Aí, o vice assumiria, que não é inimigo, e o PT construiria o seu caminho dentro ou até fora do governo. O Lula é uma pessoa inteligente. Essa posição poderia até acalmar o Brasil hoje, se tiver o aval do Lula, naturalmente.”

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