DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
10 DE JULHO DE 2015
Nos governos petistas de Lula e Dilma, de 2003 a 2015, os gastos com cartões corporativos somaram R$ 615 milhões. Cerca de 95% dessas despesas são “secretas”, por decisão do então presidente Lula, que alegou “segurança do Estado”, após o escândalo de ministros usando essa forma de pagamento em gastos extravagantes. Em 2002, o último ano do governo FHC, a conta dos cartões foi de R$ 3 milhões.
Ministros de Lula foram flagrados usando cartão corporativo para pagar tapiocas, resorts de luxo, jantares, cabeleireira, aluguel de carro, etc.
A anarquia chegou ao ponto de um alto funcionário do Ministério das Comunicações comprar duas mesas de sinuca usando o cartão.
Em São Bernardo, seguranças da família do então presidente Lula pagaram equipamentos de musculação com cartão corporativo.
No governo Lula, seguranças de sua filha Lurian pagaram com cartão corporativo R$ 55 mil em material de construção, ferragens etc.
O ministro Gilberto Kassab (Cidades) sempre faz sua melhor pose de lealdade, mas evita declarações enfáticas em defesa da presidente Dilma, assim como o seu PSD em geral segue a orientação do Palácio do Planalto. Porém, a bancada na Câmara já avisou: prosperando a tese do impeachment, a tendência é pular para o barco da oposição. “O partido é jovem demais para se associar à corrupção”, avalia um líder.
O PSD tem a terceira maior bancada, mas seus deputados, como todos os demais aliados, reclamam do tratamento do governo.
Maltratados, deputados do PSD alegam que se desgastariam, caso saíssem em defesa de Dilma, que tem a mais alta rejeição da História.
Políticos do PSD trocaram seus partidos originais pela base governista no Congresso. Mas dizem que nunca foram tratados como aliados.
Líderes governistas, incluindo petistas, adoram reuniões com o vice Michel Temer, como a que mantiveram ontem. Não que algo de concreto tenha sido decidido, mas todos destacam a fidalguia de Temer no trato pessoal. Preferem ele à imutável rispidez de Dilma, de longe.
O deputado Eduardo Cunha suspendeu concursos públicos para a Câmara, apesar das promessas do antecessor Henrique Alves. É que há ainda muitos aprovados em concursos à espera de nomeação.
Cuidado ao prescrever contágio do soluço da bolsa chinesa com os negócios do Brasil. Não temos essa bola toda. A bolsa de lá, que vinha de 150% de ganhos até junho, fechou em alta nesta quinta.
Em defesa de traficante condenado à morte, só faltou Dilma estapear o embaixador da Indonésia. Mas foi incapaz de uma palavra de conforto para a família de Carlos Eugênio Silva, policial civil do DF que morreu representando o Brasil nos Jogos Mundiais de Policiais, nos EUA.
É da natureza tucana não propor nem procurar confrontos, daí a resistência de Aécio Neves à proposta de impeachment. A ordem é não matar, não tentar derrubar. E deixar que “as instituições funcionem”.
O aspone Marco Aurélio Top-Top pressiona senadores a aprovar Antonio Simões, o “Simões Bolivar”, como embaixador em Madri. Acha que Simões vai ajudar a consolidar o “bolivarianismo” na Espanha por meio do partido “Podemos”, financiado com petrodólares da Venezuela.
Com D. Crise na Rússia e feriado em São Paulo, é preciso esperar o fim de semana. Com Nova York em alta, ações da Vale e Petrobras subiram 2%. Investidor e especulador conhecem com quem lavram.
Errou feio ou apostou no desentendimento quem pôs na mesma mesa de negociações sindicato de servidores e associação dos diplomatas do Itamaraty. Não se bicam nem nutrem qualquer afeto um pelo outro.
Diante do aumento de 142,8% no preço da cebola no ano, Eulina dos Santos, pesquisadora do IBGE, desabafou: “Como dizem por aí, é de chorar...”

NO DIÁRIO DO PODER
ELA CRIA PROBLEMAS PARA OS OUTROS
Por Carlos Chagas
Anuncia o palácio do Planalto que a presidente Dilma vetará o reajuste das aposentadorias e pensões de acordo com os cálculos do salário mínimo, conforme aprovaram Câmara e Senado. Quer dizer, mais uma vez o governo dos trabalhadores penaliza os próprios. Se é para poupar recursos e engordar o tesouro nacional, por que não taxar o lucro dos bancos? Ou criar o imposto sobre grandes fortunas?
Tem sido sempre assim, desde que Madame assumiu o poder. Na hora dos sacrifícios é o trabalhador que paga. Em especial os aposentados e pensionistas, desde o governo Fernando Henrique submetidos ao fator previdenciário e outras maldades. Não demora muito e todos os que pararam de trabalhar estarão nivelados por baixo, recebendo apenas o salário mínimo. Exceção, é claro, de certas categorias privilegiadas do serviço público.
Ignora-se o regime previdenciário de Dilma, mas como ex-presidente da República, a partir de 2019 ou mesmo antes, ela não enfrentará dificuldades. Receberá vencimentos mensais iguais aos de um ministro do Supremo Tribunal Federal, dispondo de dois automóveis com motoristas, mais um gabinete com oficiais e soldados do Exército, além de seguranças. Aposentadoria para ninguém botar defeito. Por que pensar nos outros?
Vem de tempos imemoriais as vantagens dos poderosos. Apenas dois ex-presidentes da República passaram apertados, por não dispor de fortunas pessoais: Café Filho, cujos ex-ministros fundaram uma empresa imobiliária para ele dirigir, com salário mensal, e Itamar Franco, nomeado embaixador para poder sobreviver. Dilma não terá problemas, ainda que pretenda criá-los para a população.
EM FAIXA PRÓPRIA
Jamais se contestará a lealdade de Michel Temer para com a presidente Dilma. Até aceitar uma polêmica coordenação política ele aceitou. Mesmo assim, salta aos olhos que o vice-presidente transita em faixa própria. Continua construindo imagem específica, de conciliador e homem do diálogo até com os adversários. Seu objetivo não é ocupar o palácio do Planalto antes da hora, mas está de olho em 2018, quando o PMDB lançará candidato, venha ou não o Lula candidatar-se pelo PT.

NO BLOG DO CORONEL
QUINTA-FEIRA, 9 DE JULHO DE 2015
O ministro Celso de Mello do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou nesta quinta-feira que o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, possa sair de casa para depor no processo da Justiça Eleitoral que pede a cassação do mandato da presidente Dilma Rousseff. O empresário cumpre prisão domiciliar em São Paulo, após acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava-Jato.
O depoimento de Pessoa está marcado para a próxima terça-feira, no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. Celso de Mello acolheu o pedido do ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Pessoa é apontado como um dos chefes do cartel de empreiteiros que firmaram diversos contratos fraudulentos com a Petrobras para o pagamento de propinas. 
A ação na Justiça Eleitoral foi protocolada pelo PSDB, no ano passado, e contesta a validade da prestação de contas apresentada pela coligação “Com a Força do Povo”, formada pelo PT e PMDB. A UTC foi uma das empresas que financiou a campanha à reeleição de Dilma e Michel Temer no ano passado. O PSDB alega que houve abuso do poder econômico e político durante a campanha que reconduziu Dilma e Temer ao Executivo, pois a campanha do PT e do PMDB teria recebido "doações de empreiteiras contratadas pela Petrobras como parte da distribuição de propinas".
Em junho, o TSE negou o recurso do PT que pretendia barrar o depoimento de Pessoa, depois que políticos ligados à presidente Dilma foram mencionados por ele na delação premiada. Ele também teria falado sobre a doação de R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 19:25:00

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
09/07/2015 às 19:51
A Câmara dos Deputados, infelizmente, cedeu aos cretinismos da OAB e de setores da imprensa e resolveu aprovar regras mais restritivas para a doação de empresas a partidos políticos. Ou por outra: criou os mecanismos para sofisticar o caixa dois — que é, no fundo, o que defendem, queiram ou não, os que pretendem proibir ou restringir excessivamente as doações.
Querem a evidência da tolice? Vamos lá. Empresas que executarem obra numa determinada circunscrição não poderão doar para candidato de nenhum partido naquela área. Ou por outra: a empreiteira tem obra na cidade de São Paulo? Então não poderá fazer doações a candidatos a prefeito da capital. Mas nada impede que, sei lá, ela doe para alguém de Guarulhos, e alguma empresa que opere em Guarulhos doe a alguém em São Paulo.
Então, de saída, esse tipo de restrição criará uma burla que não existe hoje: a doação cruzada. E, obviamente, desde sempre, o caixa dois vai comer solto. A propósito: se, com a legislação atual, é impossível mapear as doações ilegais, imaginem depois.
O mesmo mecanismo de doação cruzada pode ser exercido em relação aos Estados. Mas calma! Há mais. Uma empreiteira que faça obras federais não poderá doar para as eleições presidenciais. Se ela, no entanto, não fizer obras estaduais, aí pode. Como a doação aprovada é para partidos, não para candidatos, nada impede que o dinheiro doado a um partido no Estado vá irrigar a campanha do candidato desse partido na esfera federal. Vale dizer: criou-se mais uma possibilidade de fraude que hoje não existe.
A pressão contra a doação de empresas a campanhas é filha dileta da forma estúpida que tomou parte da Operação Lava Jato. É uma derivação teratológica, nascida já de uma teratologia: a tese do cartel.
A Câmara aprovou também um limite para a doação de empresa: R$ 20 milhões ou 2% do faturamento bruto da companhia no ano anterior à eleição — até 0,5% poderá ser direcionado a uma mesma legenda.
Eu sempre tenho problema quando alguém decide algo na base do simples arbítrio. Por que R$ 20 milhões e não R$ 10 milhões, R$ 30 milhões ou R$ 19.735,77? Sei lá! Porque decidiram que assim é. Na verdade, ao se estabelecer esse teto da doação legal, o que se faz é alargar o valor da doação ilegal, pelo caixa dois.
Isso não é uma mera opinião. Trata-se de um exercício de lógica elementar. A menos que os senhores parlamentares, a OAB e alguns ministros do Supremo, muito especialmente Roberto Barroso, me digam onde está a estrutura da Justiça Eleitoral para apurar, depois, as denúncias de uso irregular de dinheiro.
Claro! Os partidos também podem fazer um combinado: todo mundo pega dinheiro no caixa dois, e ninguém denuncia ninguém.
Sempre que os petistas acusam o país de estar passando por um surto de moralismo, eu acabo concluindo que o partido tem mesmo é problema com a moral. Não há nada de errado com o moralismo em si. Mas é evidente que o moralismo burro é um saco! Ou por outra: o que atrapalha não é o moralismo, mas, como sempre, a burrice.
Por Reinaldo Azevedo

NO O ANTAGONISTA
De volta à labuta
Brasil 09.07.15 18:04
Sérgio Moro autorizou Ricardo Pessoa, que cumpre prisão domiciliar, a retomar suas atividades na UTC em São Paulo. O retorno ao trabalho era uma das condições para ele fazer a delação premiada. O juiz determinou recolhimento das 22h às 7h. A informação é do Estadão.
Os verdadeiros golpistas
Brasil 10.07.15 05:26
O Brasil apodreceu completamente.
Gerson Camarotti:
"Na escala técnica que fez na cidade do Porto, em Portugal, antes de seguir para Rússia, Dilma Rousseff teve um encontro reservado com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski. A reunião não foi incluida na agenda oficial. Também participou do encontro José Eduardo Cardozo". 
Qual foi o assunto?
"A conversa foi ampla e incluiu entre os temas a Operação Lava Jato".
Vocês leram direito: a presidente da República se reuniu secretamente com o presidente do STF, num país estrangeiro, para tentar melar a Lava Jato, salvando-a do impeachment e livrando os criminosos de seu partido da cadeia.
Isso é mais grave do que os 19 bilhões de reais roubados da Petrobras. Dilma Rousseff e seus comparsas são os verdadeiros golpistas do Brasil.
A offshore da imprensa
Brasil 10.07.15 06:24
Monica Bergamo reproduziu "as palavras de um magistrado considerado crítico ao governo". Segundo ele, se Dilma Rousseff fosse cassada no TSE, a decisão poderia ser encarada como "um golpe paraguaio".
O Antagonista não sabe quem é esse magistrado. O Antagonista só sabe que Monica Bergamo é a colunista mais apreciada pelos empreiteiros. E que o verdadeiro "golpe paraguaio" foi dado por Dilma Rousseff, que fez uma escala clandestina em Portugal apenas para se encontrar secretamente com o presidente do STF e tramar, junto com ele, uma malandragem para salvar seu mandato e tirar da prisão os empreiteiros que tanto apreciam Monica Bergamo.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Sexta-feira, julho 10, 2015
O empreiteiro Ricardo Pessoa, um dos delatores da Operação Lava Jato, permanecerá em silêncio em depoimento marcado para o próximo dia 14, no processo sobre supostas irregularidades na campanha de 2014 que reelegeu Dilma Rousseff presidente da República.
De acordo com duas fontes consultadas pelo Estado, o empreiteiro permanecerá em silêncio por estar impedido de prestar depoimentos na condição de testemunha até que seja retirado o sigilo da delação firmada por ele em maio com o Ministério Público Federal. O acordo foi homologado no fim de junho pelo ministro Teori Zavascki, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), mas permanece sob sigilo. O impedimento também fez com que fosse adiado um outro depoimento de Pessoa, agendado para a última quarta, 8, na Polícia Federal em São Paulo. Na ocasião, Pessoa prestaria esclarecimentos à PF sobre supostas irregularidades nas doações à campanha da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que é investigada na Lava Jato.
O ministro Celso de Mello, que está a cargo do plantão do STF, autorizou ontem o deslocamento de Pessoa para depor como testemunha na ação de investigação eleitoral da qual a campanha da presidente Dilma Rousseff é alvo. O depoimento está marcado para a próxima terça-feira no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. 
A oitiva do empreiteiro, que é considerado o "chefe" do clube VIP das empreiteiras investigadas no esquema de desvios da Petrobrás, foi autorizada em junho pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, o ministro João Otávio de Noronha, relator da investigação eleitoral no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O pedido para que o delator seja ouvido na investigação partiu do PSDB, que é autor da ação no TSE para apurar se houve abuso de poder político e econômico na campanha que reelegeu a presidente no ano passado. Pessoa foi citado por outro delator, o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que já prestou esclarecimentos na investigação eleitoral.
Cassação. A ação de investigação apura suposta prática de "abuso do poder econômico e político" e a "obtenção de recursos de forma ilícita" pela coligação da presidente. Se o tribunal entender que a ação é procedente, isso pode eventualmente resultar na cassação do diploma de Dilma. 
A coligação liderada pelo PT tentou recursos para impedir a oitiva do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa na mesma ação. Com a realização dos depoimentos, o pedido foi repetido agora no caso de Pessoa e rejeitado pelo TSE. 
O dono da UTC entregou aos investigadores uma planilha intitulada "pagamentos ao PT por caixa dois" que relaciona os ex-tesoureiros a valores. São citados, por exemplo, os ministros da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, além do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, hoje preso na Lava Jato. Do site do jornal O Estado de S. Paulo


NO BLOG ALERTA TOTAL
Quinta-feira, 9 de julho de 2015
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
O infernal fogo amigo começa a consumir, em processo de autofagia, os "aliados" que partilham o poder no "Condomínio" Brasil. A construção de um processo democrático e transparente no País, se a Elite Moral conseguir botar na ordem do dia uma pauta de mudança estrutural, ganha imensa contribuição com a autodestrutiva batalha, midiática, política e judicial, com poucas chances de acordo, conchavo ou conciliação, entre Lula, Dilma Rousseff, Michel Temer, Renan Calheiros, Eduardo Cunha & cia.
A alta probabilidade de novos indiciamentos de figurões pela Lava Jato e o risco de Dilma Rousseff tomar no TCU por causa das ilegais pedaladas fiscais bagunçam com a desgovernança do crime institucionalizado. Tudo fica ainda mais tenso porque o cidadão-simples-mortal que começa a sofrer, na pele e no bolso, os efeitos perversos de uma das maiores crises política, econômica e moral nunca antes vista em nossa História. Todo mundo fica pt da vida (sem trocadilho infame). O impasse institucional se amplia. O risco de ruptura é visível no horizonte. O desfecho deste caos ainda é imprevisível. 
Sinal de que o conflito e caos se aprofundam foi abertura oficial de ação de improbidade contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a partir das investigações sobre o caso em que o senador foi acusado de receber propina da Mendes Júnior para bancar despesas com a jornalista Mônica Veloso, amante com quem teve um filho numa relação extraconjugal. Renan virou réu por denúncia de seis procuradores do núcleo de combate à corrupção da Procuradoria da República no Distrito Federal que foi acatada pelo juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara Federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. 
Na outra ponta da guerra de gigantes, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar, nos processos da Lava Jato, Antônio Palocci Filho - super-consultor de empresas e ex-ministro (da Casa Civil e da Fazenda). O caso afeta diretamente Dilma Rousseff. A investigação é para saber se Palocci captou dinheiro, via doleiro Alberto Youssef, para a campanha presidencial de 2010 - conforme denúncia na delação premiada de Paulo Roberto Costa - ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e que foi abastecido pelo corrupto esquema do Petrolão com pelo US$ 23 milhões de dólares (em acordo de devolução judicial).
Igual a Palocci, Renan também é alvo de um inquérito na Operação Lava-Jato. A Mendes Júnior também figura o "clube de empreiteiras" investigadas pelos desvios da Petrobras. O senador é acusado de se beneficiar o esquema de corrupção denunciado por Paulo Roberto Costa - aquele que, nos bons tempos, Lula chamava, intimamente, de "Paulinho". Sobre o rolo atual, Renal finge tranquilidade: "Toda e qualquer investigação é oportunidade para a pessoa se defender e esclarecer tudo. Estou absolutamente tranquilo. Trata-se de uma pseudo denúncia muito antiga, café requentado com óbvias motivações. Mas, como sempre, de forma clara, pública, como já o fiz há 8 anos, farei todos os esclarecimentos que a Justiça desejar. Nada ficará sem respostas concretas e verdadeiras".
A temperatura pode subir ainda mais no inferno invernal do cárcere da Lava Jato. O juiz Sérgio Moro voltou a defender a manutenção da prisão preventiva de Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira que leva o sobrenome dele e do avô. Moro argumentou indícios de conivência do investigado com o crime, já que a empresa sequer buscou firmar qualquer acordo de leniência e sempre negou todas as acusações feitas pelos "colabores premiados".
Além de Moro, a Força Tarefa do MPF fornece um consistente argumento para manter as prisões na Lava Jato: “O tipo de operações, altamente sofisticadas, para dissimular pagamentos de propinas, mostra que o sistema atual permanece em risco, caso os réus permaneçam em liberdade. Como não usaram o sistema oficial, mas sim o informal, é impossível fiscalizar e impedir novos pagamentos de propinas sem a sua prisão cautelar”.
O cerco de aperta ainda mais. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal recusaram proposta de delação premiada apresentada por advogados do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, preso desde janeiro, em Curitiba. PF e MPF só aceitam um acordo se Cerveró apresentar provas de fatos já apurados e também fizer revelações novas, inéditas. Alegando estar abalado psicologicamente no cárcere, Cerveró é acusado de receber US$ 40 milhões no esquema de corrupção investigado pela Lava-Jato. Cerveró já foi condenado a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro na compra de uma cobertura de R$ 7,5 milhões em Ipanema por meio de uma offshore no Uruguai.
A guerra política e judicial ganha novos componentes. O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou acesso do PSDB à delação de Ricardo Pessoa, dono da UTC. Investigado na Lava-Jato, Pessoa também é testemunha numa ação da Justiça Eleitoral, movida pelo PSDB, que pede a cassação da presidente Dilma. O empreiteiro teria dito que doações legais da UTC à campanha do PT estavam ligadas à corrupção na Petrobras. Pessoa também citou doações ao senador tucano Aloysio Nunes (SP) - que disputou a vice-Presidência da República na chapa de Aécio Neves, na eleição passada.
O tal e tão esperado "Juízo Final" estaria próximo? Esta ainda é a grande dúvida no Brasil da impunidade ampla, geral e irrestrita, com rigor seletivo que pune, apenas, aqueles escolhidos como "inimigos de ocasião" do sistema. Até os mais céticos percebem que as coisas mudam. Só a Lava Jato, em um ano, já propôs 20 ações criminais contra 103 pessoas na primeira instância da Justiça Federal. Também são investigadas outras 50 autoridades, com o absurdo direito a foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal.
A certeza, comprovada pelos fatos, é que "a chapa está esquentando". A maioria da sociedade começa a perder a paciência com tanta sacanagem que ainda não puniu os corruptos do topo da pirâmide do poder. Sempre que a insatisfação cresce e se torna insuportável, a História demonstra que algum movimento de reação mais brusco e intenso pode mudar o rumo dos acontecimentos...
Até no Brasil, onde tudo acontece diferentemente de outros lugares do planeta Terra, o ambiente atual de impasse institucional (provocado pela desqualificação da corrupta classe política), a crise econômica (causada por deficiências estruturais) e a desagregação social (gerada pela combinação caótica destes fatores) têm tudo para gerar as pré-condições para uma profunda transformação... Ou não?! 
(...)

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