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A SIMBIOSE DA CORRUPÇÃO: BNDES - ODEBRECHT - VENEZUELA

BNDES impulsionou Odebrecht na Venezuela
TCU apontou irregularidades em financiamento para metrô de Caracas
POR CLEIDE CARVALHO E CRISTINA TARDÁGUILA
O GLOBO - 07/07/2015 6:00 / ATUALIZADO 07/07/2015 8:44
SÃO PAULO - A Construtora Norberto Odebrecht atua na Venezuela desde 1992, mas os negócios da construtora baiana ganharam impulso graças aos financiamentos liberados pelo BNDES ao país vizinho. A preocupação do governo brasileiro com os negócios da construtora fica evidente em despachos da embaixada do Brasil em Caracas, entre 2003 e 2010, obtidos pelo GLOBO. Neles, os diplomatas tratam as obras da empreiteira como “projetos de grande interesse”.
Um relatório de gestão do embaixador brasileiro em Caracas Antonio Simões dá uma mostra da ação agressiva do Brasil para financiar os contratos de empreiteiras. “A carteira de contratos de serviços de empresas brasileiras na Venezuela subiu de US$ 9 bilhões, quando cheguei em fevereiro de 2008, para US$ 20 bilhões, no final de 2009”, disse ele.
CONTRATOS DE US$ 12 BILHÕES
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Em março de 2009, a presença da na Venezuela era tão significativa que a embaixada brasileira destacou em comunicado oficial que “a carteira da Odebrecht chegava a US$ 10 bilhões, sendo que a operação da empresa baiana na Venezuela já superava a no Brasil”. No mesmo ano, a embaixada frisou depois que a construtora alcançara contratos de mais de US$ 12 bilhões. Entre os projetos estavam o metrô de Caracas, “quase o dobro do metrô de São Paulo”, e a ponte sobre o Rio Orinoco.
Simões disse que a boa relação entre os dois países foi favorecida pelas “circunstâncias políticas extremamente favoráveis, sobretudo as afinidades pessoais entre os presidentes Lula e Chávez”. Em 2009, segundo as mensagens da embaixada, as empresas brasileiras pleiteavam do BNDES US$ 10 bilhões para viabilizar empreendimentos na Venezuela, o que levou o banco a pedir que o governo de Chávez indicasse suas prioridades.
Em abril deste ano, um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou irregularidades no contrato de financiamento da obra do metrô de Caracas. Para executá-la, a Venezuela teve financiamento de US$ 747 milhões do BNDES. Para o TCU, o governo venezuelano obteve do banco mais dinheiro do que precisava, sem as garantias necessárias.
ODEBRECHT: “APOIO NATURAL”
A Odebrecht informou que obteve 70% de sua receita (de US$ 14 bilhões) no exterior em 2014, e que as operações vinculadas a financiamentos do BNDES equivalem a só 14% do faturamento da construtora no exterior. Sobre a ação do Itamaraty e suas embaixadas, frisou que ela é igual para todas as empresas: “A Construtora Norberto Odebrecht informa que os fatos descritos nos telegramas do Itamaraty situam-se no âmbito da missão dos serviços diplomáticos de todo e qualquer país do mundo. O apoio do Itamaraty às atividades de empresas brasileiras operando no exterior é parte natural desta missão.”


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