DA MÍDIA SEM MORDAÇA
NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
06 DE JUNHO DE 2015
A presidente Dilma aposta nas investigações da Operação Lava Jato para desmoralizar e diminuir o poder dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros. Ela foi informada de que o mandado de busca e apreensão da Polícia Federal na Câmara complicou seu presidente. Mas alegações contra Renan seriam frágeis e, ao contrário de Cunha, ele pode até não ser denunciado pelo MPF.
Dilma joga pesado na recondução do procurador-geral Rodrigo Janot. É que ele não gosta de Cunha e, até agora, não a desapontou.
Improvável há alguns meses, a recondução de Janot passou a ser “possível”, especialmente se ele ganhar apoio de Renan Calheiros.
O Planalto acredita que, se for mesmo denunciado, Eduardo Cunha ficará sem condições de continuar presidindo a Câmara.
O ministro Aloizio Mercadante, que se encarregou de jogar Renan contra Luiz Fachin (STF), agora atua no desgaste de Eduardo Cunha.
Aposentado precocemente do Supremo Tribunal Federal no auge das expectativas para seu ingresso na política, Joaquim Barbosa não tem vontade de ingressar na política. Ele disse em Israel, onde recebeu homenagem de uma universidade local, que no Brasil a política “se tornou numa coisa desagradável”. Tampouco gostaria de estar no STF para julgar o Petrolão: “Nada em vida pública me encanta mais”.
A ausência de obrigações funcionais parece um sonho conquistado. Joaquim Barbosa está gostando do que chama de “vida privada”.
Ao se aposentar, Joaquim prometeu a amigos aquecer a cena pública com um livro de memórias e “atuação” nas redes sociais. Desistiu.
Além da gorda aposentadoria, Joaquim Barbosa se dedica a palestras, pareceres e a ficar acessível a eventos que afaguem o próprio ego.
Batendo pernas na Itália, o ex-presidente Lula nem pensou na hipótese de visitar o companheiro mensaleiro Henrique Pizzolato, que está na prisão de Modena arrumando as malas rumo a Papuda, em Brasília.
O jornalista Matheus Leitão vai transformar em livro a espetacular reportagem sobre como localizou e entrevistou o homem que entregou seus pais – jornalistas Marcelo Netto e Mirian Leitão – aos torturadores, na ditadura militar. A história renderia também um grande filme.
O deputado JHC (SD-AL) foi ontem ao trabalho, mas não havia vivalma na Câmara. No Senado, o ambiente era igualmente desolador. Depois, Ronaldo Fonseca (Pros-DF) fez companhia ao deputado alagoano.
Após o governo articular contra seu projeto de se reeleger presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB) decidiu mudar o comportamento e se aproximar de alguns colegas, inclusive do PT.
Diante da queda de popularidade do governador Rodrigo Rollemberg (DF), o deputado Izalci (PSDB) ironiza: “Ele ainda mantém no governo os assessores de Agnelo Queiroz, que saiu com péssima avaliação”.
Com um pé fora do PSDB, a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) vem se desentendendo com o também tucano Marconi Perillo, governador de Goiás. No final de semana passada, ambos trocaram farpas.
A nomeação do peemedebista Vinicius Lummertz para a presidência da Embratur irritou o PCdoB. A escolha foi uma gratificação ao PMDB pela atuação no ajuste fiscal. Irritados, os comunistas já falam em boicote.
Os parlamentares aproveitaram o final de semana para usar o dinheiro público. Comitivas formadas por suas excelências foram para Rússia, Israel e Cuba. Tudo bancado pelo coitado do contribuinte.
...Dilma anda tão à vontade em sua bike quanto o seu governo nas “pedaladas fiscais” reveladas pelo Tribunal de Contas da União.
NO BLOG DO CORONEL
SÁBADO, 6 DE JUNHO DE 2015
(Estadão) Documento da Petrobrás indica que o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa viajou a Brasília para se reunir com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006 com o objetivo de tratar da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), um mês antes de a controversa compra da planta de refino ser autorizada.
A agenda consta de relatório intitulado “Viagens Pasadena”, no qual a companhia lista deslocamentos feitos por seus funcionários e executivos, no Brasil e no exterior, em missões relacionadas ao negócio, considerado um dos piores da história da petroleira.
Conforme o documento obtido pelo Estado, o encontro entre Lula e Costa se deu em 31 de janeiro daquele ano, no Palácio do Planalto, exatos 31 dias antes de o Conselho de Administração da Petrobrás, na época chefiado pela então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, dar aval à aquisição de 50% da refinaria. O ex-presidente nunca admitiu participação nas tratativas para a aquisição, que, segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), causou prejuízo de US$ 792 milhões aos cofres públicos.
A conversa foi inscrita na agenda de Lula apenas como “Reunião Petrobrás”. Mas o Planalto não descreveu, na época, quais foram os participantes. O relatório mostra que o ex-diretor ficou em Brasília dois dias, retornando em 1.º de fevereiro. O motivo registrado foi “reunião com o presidente Lula”.
Questionado pelo Estado sobre a agenda com Costa, o ex-presidente afirmou, por meio de sua assessoria, que “a reunião com a Petrobrás” foi “há mais de nove anos” e “não tratou de Pasadena”. Não informou, contudo, qual foi, então, a pauta debatida.
A assessoria de Lula sustentou ainda que o ex-presidente nunca teve uma conversa “particular” com o ex-diretor e que, na ocasião, o encontro “teve a presença” do ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli. A relação de viagens mostra que Gabrielli foi a Brasília no mesmo período para “reunião no Palácio do Planalto”. À reportagem, ele disse não se recordar do compromisso e que, não necessariamente, estava no prédio da Presidência para falar com Lula naquele dia.
“Não me lembro dessa reunião”, afirmou. “Duvido que tenha acontecido isso”, disse, alegando que Costa “não tinha nada a ver com Pasadena”.
Investigação
O documento da Petrobrás foi produzido para subsidiar as investigações da comissão interna que apurou irregularidades na compra de Pasadena. Além da viagem de Costa a Brasília, constam outros 209 deslocamentos de profissionais da estatal, ligados à aquisição e à gestão da refinaria americana, entre março de 2005 e fevereiro de 2009.
Não há menção à agenda do ex-diretor de Abastecimento com Lula no relatório final da comissão, que responsabiliza, além do próprio Costa, o ex-diretor de Internacional Nestor Cerveró, Gabrielli e outros dirigentes da época. O ex-diretor não foi questionado sobre o encontro quando, em agosto do ano passado, a comissão enviou a ele um questionário sobre sua participação na compra de Pasadena. Costa respondeu quando cumpria prisão preventiva em Curitiba.
Acusado e já condenado por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás, Costa ficou preso de março a maio e de junho a setembro do ano passado na carceragem da Polícia Federal na capital paranaense. Em setembro, após firmar um acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, ele foi encaminhado para prisão domiciliar, no Rio de Janeiro.
Propina
Aos investigadores, o ex-diretor confessou, entre outras irregularidades, ter recebido propina de US$ 1,5 milhão para não atrapalhar a polêmica compra de Pasadena, feita em duas etapas, entre 2006 e 2012, ao custo de US$ 1,2 bilhão. O prejuízo apontado pelo TCU é de quase 70% do valor pago.
Dilma alega que só aprovou a compra dos primeiros 50% da refinaria, em 2006, porque desconhecia aspectos prejudiciais do negócio. Em nota ao Estado, em março do ano passado, ela justificou que, ao tomar a decisão, se embasou num relatório técnico e juridicamente falho, apresentado por Cerveró ao Conselho de Administração, que não citava duas cláusulas.
Uma delas, a Marlim, garantia rentabilidade mínima de 6,9% ao ano ao Grupo Astra Oil, sócio da Petrobrás no empreendimento, mesmo que a refinaria fosse deficitária. A outra (Put Option) assegurava à parceira o direito de vender sua parte à estatal em caso de desacordo.
Em nota enviada na quarta-feira, o Palácio do Planalto reiterou que Dilma só foi informada da omissão sobre a cláusula Marlim no parecer em junho de 2008, em outra reunião do colegiado. E que não tratou de Pasadena, quando ministra, com Lula. “A ministra-chefe da Casa Civil não tratou da compra da refinaria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou. Procurado pela reportagem desde a semana passada, o advogado de Costa, João Mestieri, não se pronunciou.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 00:21:00
NO O ANTAGONISTA
Condenado fazendo comício
Brasil 05.06.15 16:08
O mensaleiro João Paulo Cunha falou por mais de uma hora com militantes em ato do PT em Osasco, segundo a Folha. Tentou ignorar os escândalos de corrupção e, como sempre, colocou a culpa pelo desgaste do PT na “elite contrariada”.
“O PT errou? Claro que errou. Errou demais. Errou no mensalão. Errou agora de novo. Mas não é por isso que o PT tem apanhado tanto”, disse o ex-deputado, que cumpre pena em regime semiaberto por peculato e corrupção.
Condenado fazendo comício só existe no Brasil.
O esquema ilegal de Pimentel
Brasil 06.06.15 06:07
“Temos fortes indícios de que a campanha de Fernando Pimentel recebeu dinheiro de um esquema ilegal operado por Benedito Rodrigues de Oliveira Neto e foi usada para lavar recursos, inclusive com a participação de empresa da primeira dama de Minas”.
Foi o que declarou à IstoÉ um dos delegados de Operação Acrônimo.
A reportagem de Cláudio Dantas Sequeira, a partir dos dados colhidos pela PF, elaborou o organograma da "organização criminosa" comandada por Bené, que reproduzimos aqui:
Estrague seu sábado
Brasil 06.06.15 06:23
Só para estragar seu sábado, leia o que a Época publicou:
"Roseana Sarney ganhará aumento em sua aposentadoria de servidora do Senado, onde ingressou sem prestar concurso nos anos 1980. Sua renda de R$ 24 mil será elevada, mas o Senado não quer dizer para quanto. Foi incorporado um bônus pelo período em que trabalhou com o pai no Planalto entre 1985 e 1989".
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