DA MÍDIA SEM MORDAÇA
NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
O telefonema de Alexandrino para o Instituto Lula
28 DE JUNHO DE 2015
Empreiteiras enroladas na Lava Jato fizeram “milagre de multiplicação” de lucros durante os governos do PT. Através de transferências diretas de grana pública e financiamentos ‘camaradas’ do BNDES o lucro da maior das empreiteiras do cartel do Petrolão, a Odebrecht, passou de R$ 550 milhões em 2006, no governo Lula, para R$ 11,4 bilhões em 2014, no governo Dilma; um aumento de mais de 2000%.
A Queiroz Galvão tem muito a agradecer aos governos do PT: desde 2006 passou de R$ 423 milhões de lucro para R$ 1 bilhão em 2012.
A Camargo Corrêa, que lucrava R$ 1,1 bilhão em 2005, passou, em 2014, a mais de R$ 4,7 bilhões por ano. Tudo nos governos do PT.
A Andrade Gutierrez, maior doadora da campanha de Dilma, passou de R$ 238 milhões de lucro líquido em 2011 para R$ 444 milhões em 2014
Após tantos anos de lucros bilionários, os presidentes das Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão estão presos.
O Planalto estuda punir os aliados PP e PDT pela atitude de ambos na votação da emenda que aplica o reajuste do salário mínimo a aposentadorias e pensões. O PT voltou a pressionar Dilma a demitir o ministro Manoel Dias (Trabalho), indicado pelo PDT. Dias já balançou no cargo quando Carlos Lupi afirmou que “o PT roubou demais”, mas Lula sugeriu a Dilma para adiar a decisão até concluir o ajuste fiscal.
Com o PP a queda de braço não é nova: vem do apoio a Eduardo Cunha para presidente da Câmara contra Arlindo Chinaglia (PT-SP).
A retaliação contra PP e PDT só sai depois de aprovado o pacotão de maldade fiscal. Mas as emendas parlamentares continuarão “presas”.
O governo foi derrotado por 27 votos. Os votos contra do PP e do PDT somam 31. Agora, Planalto soma o rombo com aprovação da emenda.
Dilma passou o sábado matutando sobre o conselho que ouviu sexta-feira (26) de um preocupado ex-presidente da República: demitir os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social) imediatamente, antes que a “contaminem” no caso Lava Jato.
Por serem os ministros de sua maior confiança, é improvável que Dilma demita Mercadante e Edinho. Ela alega que isso significaria “jogá-los às feras”. Mas ficaria aliviada se colocassem os cargos à disposição.
Pegou mal para comitiva de senadores chapa-branca o fato de ter sido recebida por Diosdado Cabello, presidente da Câmara da Venezuela que é investigado por ligações ao narcotráfico e lavagem de dinheiro.
A Bloomberg, canal de notícias financeiras, definiu o clima do mercado brasileiro como “atirar primeiro, perguntar depois”. Após o boato da possível prisão de Lula, que fez investidores se estapearem para ver quem vendia primeiro ações de origem brasileira, o clima piorou.
Desaparecido da capital federal desde que passou a faixa para Rodrigo Rollemberg (PSB), o ex-governador Agnelo Queiroz (PT) abandonou de vez o Twitter. Na rede social, o petista ainda é “governador do DF”.
Edital de licitação lançado pela Presidência para comprar capachos por R$ 53 mil causou estranheza. Em outros tempos bastava a “madame” estalar os dedos e eles apareceriam correndo, de graça, na Esplanada.
A estratégia entre políticos do PP enrolados na Lava Jato é a mesma usada pelo correligionário Paulo Maluf em seus escândalos: negar tudo. Acusam Alberto Youssef de tentar “sacrificar o partido”.
A Missão Evangélica Caiuá – união de igrejas presbiterianas, inclusive seu braço “indígena” – é a entidade “sem fins lucrativos” que mais recebeu verbas do governo federal. Foram R$ 328 milhões só este ano.
Do leitor Audemário Araújo Silva, via Twitter do @DiáriodoPoder: Afinal, quando é que empreiteiros vão entregar, redondinho, o Brahma?
NO BLOG DO CORONEL
SÁBADO, 27 DE JUNHO DE 2015
(ZH) O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com sede em Porto Alegre, negou liminar em habeas corpus movido pelo presidente da construtora Odebrecht. As informações são da Rádio Gaúcha. Marcelo Odebrecht foi preso em 19 de junho, na 14ª fase da Operação Lava Jato. A liminar foi negada pelo desembargador João Pedro Gebran Neto, da 8ª Turma do TRF4. "Após tal exame, permito-me concluir que as alegações da defesa não desmerecem as conclusões lançadas na decisão hostilizada", afirma o magistrado.
O desembargador também afirma que há indícios fortes da participação de Marcelo Odebrecht no esquema de corrupção na Petrobras. "Como Presidente do grupo Odebrecht, o paciente teria plena ciência do que ocorria no âmbito de contratações da Petrobras. O conjunto probatório indica que não somente anuiu com a conduta ilícita como também dela se beneficiou. A participação do grupo empresarial no esquema de cartelização de licitações, resultava no superfaturamento de contratos e pagamento de propinas a agentes públicos", destaca o magistrado.
A partir de segunda-feira (29), outro magistrado será o responsável pela análise do mérito dos habeas corpus dos executivos das construtoras Andrade Gutierrez e Odebrecht. O juiz federal do Paraná Nivaldo Brunoni substituirá por 30 dias o desembargador João Pedro Gebran Neto, que entra em férias.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 21:42:00
NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
27/06/2015 às 16:32 \ Direto ao Ponto
É sempre assim. Tão logo se descobre que outra reportagem de VEJA vai reiterar que sábado é o mais cruel dos dias para quem tem culpa no cartório, recomeça a apresentação da ária mais enfadonha da Ópera dos Malandros. O elenco da peça produzida, dirigida e estrelada por Lula volta ao palco para convencer a plateia de que verdade é mentira.
Tem sido assim desde a descoberta do Mensalão em meados de 2005. De lá para cá, os canastrões em cena capricham na pose de vítima e repetem as mesmas falas. Os culpados são inocentes. O xerife é o vilão. É tudo invencionice da imprensa reacionária a serviço da elite golpista. O que parece comissão é uma contribuição financeira espontânea e legal. Os responsáveis pela infâmia serão imediatamente processados. E tome conversa de 171.
Não poderia ser diferente neste fim de semana especialmente pressago para celebrantes de missa negra. Apavorado com a reportagem de capa de VEJA, que enfileirou em 12 páginas a essência dos depoimentos prestados pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, o rebanho que acompanha o sinuelo sem rumo nem esperou pela chegada às bancas da presente edição da revista para balir em coro que está em curso mais uma trama sórdida contra o PT.
Como confiar na palavra de um bandido confesso, e ainda por cima delator?, recitam os filiados ao partido que virou bando. Para a companheirada, só é criminoso um parceiro de maracutaias que, em troca dos benefícios reservados aos que aceitam colaborar com a Justiça, decide contar o que fez, revelar o que sabe e identificar os comparsas. É o caso de Pessoa. Até recentemente um generoso amigo de Lula, agora é o inimigo número 1 dos embusteiros no poder.
Coerentemente, os lulopetistas insones com o ruído do camburão enxergam guerreiros do povo brasileiro em todos os delinquentes que se mantêm de boca fechada — só abrem o bico para mentir. Nada fizeram de errado. Como não cometeram crimes, não existem cúmplices. Portanto, não há nada a confessar. Quem opta pelo silêncio mafioso tem vaga assegurada no time dos inocentes ultrajados por direitistas que caem fora do avião na pista quando um ex-pobre se instala na poltrona ao lado.
Além da desqualificação do acusador, o manual da esperteza companheira ordena o sepultamento da prova testemunhal. Se não estiver amparada em provas materiais, toda acusação deve ser rebaixada a fofoca. Para azar dos cleptocratas liberticidas, Ricardo Pessoa juntou aos depoimentos uma pilha de documentos e planilhas com extraordinário teor explosivo. E nem precisava, avisa a consistência das declarações do empreiteiro.
Os depoimentos de Pessoa confirmam que o poder de fogo da prova testemunhal é determinado pelo volume e pela qualidade dos detalhes. Neles é que mora o perigo. Afirmar que João Vaccari Neto recolhia pessoalmente a parte do PT no produto do roubo põe o acusado nas cercanias do tribunal. O banco dos réus fica bem mais próximo quando se acrescenta que a alcunha do coletor de propinas — Moch — foi sugerida pela mochila permanentemente pendurada no ombro. Saber que o tesoureiro gatuno chamava propina de “pixuleco” fecha o círculo que lembra o das algemas.
Detalhes do mesmo calibre também demoliram a piada do chefe que se mete em tudo mas nunca sabe de nada se o caso de polícia envolve parentes, amigos, ministros de confiança e outros meliantes de estimação. “Segundo Ricardo Pessoa”, lê-se na reportagem de VEJA, “a UTC deu 2,4 milhões de reais em dinheiro vivo para a campanha à reeleição de Lula, numa operação combinada diretamente com José de Filippi Júnior, que era o tesoureiro da campanha e hoje é secretário de Saúde da cidade de São Paulo”.
As minúcias seguintes atestam que os saqueadores da Petrobras se valiam de métodos que fundiam cuidado e descuido. Ficou estabelecido que os pacotes de dinheiro seriam levados ao comitê da campanha de Lula por Pessoa, por Walmir Pinheiro, executivo da UTC, ou por um emissário ungido por ambos. “Para não chamar a atenção de outros petistas que trabalhavam no local”, prossegue o relato, “a entrega da encomenda era precedida de uma troca de senhas entre o pagador e o beneficiário”.
Ao chegar à cena do crime, o homem da mala deveria sacar da garganta três consoantes e três vogais: “Tulipa”, dizia. E só subia depois de ouvir a contra-senha combinada durante uma conversa no bar: “Caneco”. As duas palavras remetem a chope e cerveja. Chope e cerveja têm tudo a ver com “Brahma”. “Brahma” é o codinome de Lula em muitos emails digitados por quadrilheiros que fazem alusões ao ex-presidente. O resultado da soma da senha, da contra-senha e do codinome é a traseira de um camburão.
No Brasil Maravilha que Lula pariu e Dilma amamenta, surtos de criatividade cretina são cada vez mais frequentes. Não se deve estranhar que, entre um assalto e uma lavagem de dinheiro, os larápios do Petrolão tenham inventado o que se pode chamar de imprudência cuidadosa. Ou cautela de altíssimo risco.
NO O ANTAGONISTA
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