DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
27 DE JUNHO DE 2015
O ex-diretor Internacional da Petrobras Jorge Zelada almoçou ontem com o filho de Renato Duque, ex-diretor de Serviços, que foi preso em março após transferir da Suíça para Mônaco 20 milhões de euros (R$ 67,6 milhões). Documentos enviados à força-tarefa da Lava-Jato por autoridades de Mônaco apontam que Duque e Zelada controlam contas bancárias de empresas constituídas no paraíso fiscal do Panamá.
Zelada e o filho de Duque almoçaram falando baixo na rua do Ouvidor, nº 10, no restaurante Rio Minho, no centro do Rio de Janeiro.
Jorge Zelada disse na CPI da Petrobras que de nada sabia, mas ele tem 12 milhões de euros (R$ 40,6 milhões) bloqueados em Mônaco.
A Lava Jato tem fichas de abertura de contas e assinaturas de Duque e de Zelada em Mônaco, onde deixaram cópias dos seus passaportes.
Atas das empresas que Renato Duque e Jorge Zelada abriram no Panamá indicam os dois como os operadores das contas bancárias.
A Operação Lava Jato atingiu o coração do governo Dilma, com a revelação de que dois ministros da sua maior intimidade, Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social), também se beneficiaram do esquema de corrupção. Ambos foram delatados, sob acordo de delação premiada por Ricardo Pessoa, dono da UTC e acusado de chefiar o clube de empreiteiras que roubou a Petrobras.
Mercadante admitiu o recebimento de R$ 250 mil a título de doação da UTC para campanha, em agosto de 2010, registrada no TRE.
O entendimento da força-tarefa da Lava Jato é que “doações para campanha” foram uma maneira de pagar propina a autoridades.
Ex-ministros citados na Lava Jato: Antonio Palocci, Fernando Bezerra, Cid Gomes, Gleisi Hoffmann, Mario Negromonte e Edison Lobão.
Antes de viajar, Lindbergh Farias (PT) tentou convencer Aécio Neves (PSDB-MG) que a comitiva chapa-branca a Caracas não desrespeitava os colegas hostilizados por milicianos chavistas. Não conseguiu.
Ninguém mais arrisca o futuro da economia brasileira. Analistas sérios avisam: quem “cravar” previsão, está chutando, delirando ou passando recado. Nem pistonista da gafieira botará de volta “as coisas no lugar”.
O jogo de empurra sobre as nomeações do segundo e terceiro escalão do governo federal tem irritado os aliados. Eles avaliam que o Planalto vai segurar os cargos até concretizar todo o ajuste fiscal.
Os tucanos estão desautorizados a levantar bandeira do impeachment de Dilma. Ao menos por ora. A ordem é deixar o governo sangrar. Já fizeram isso antes com Lula, que estancou a hemorragia e se reelegeu.
O governo chinês sinaliza que não vai mais soltar dinheiro para a Venezuela, até porque teme um calote nos US$37 bilhões que o China Development Bank enfiou no regime chavista nos últimos sete anos.
O Exército desenvolve um sistema de comunicação que integra as forças armadas e polícias das principais cidades, em razão das Olimpíadas. Vai desembolsar R$ 7 milhões nesse projeto, o Sisnacc.
É grande a mágoa de petistas com Lula após as bordoadas no início da semana. Destaca-se o líder do governo na Câmara, José Guimarães, e o ministro Aloízio Mercadante (Casa Civil). O sentimento é recíproco.
Na reunião que fez com religiosos, o ex-presidente Lula foi orientado a pedir perdão à base social e unir o partido para recuperar o eleitorado. Ao contrário, Lula disparou contra o PT e multiplicou os desafetos.
“Agora só falta colocar o Brahma no engradado…”

NO DIÁRIO DO PODER
DELAÇÃO
PETROLÃO: PESSOA DIZ TER DADO DINHEIRO PARA LULA E DILMA
'VEJA' REVELA LISTA DE DELATADOS POR RICARDO PESSOA NO PETROLÃO
Publicado: 26 de junho de 2015 às 20:40 - Atualizado às 20:56
O ex-presidente da UTC Ricardo Pessoa entregou, em delação premiada, 18 nomes que teriam sido beneficiados com propina no esquema do Petrolão. A informação foi vazada em edição desta semana da revista Veja.
De acordo com a revista, a campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2014 levou R$ 7,5 milhões, quando o atual ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, era o tesoureiro da campanha da petista. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na campanha de 2006, teria sido beneficiado com R$ 2,4 milhões. Veja a lista completa:
-Campanha de Dilma em 2014: R$ 7,5 milhões (o tesoureiro era Edinho Silva, hoje ministro de Comunicação Social da Presidência)
– Campanha de Lula em 2006: R$ 2,4 milhões
– Ministro Aloizio Mercadante (PT): R$ 250 mil
– Senador Fernando Collor (PTB): R$ 20 milhões
– Senador Edison Lobão (PMDB): R$ 1 milhão
– Ex-Senador Gim Argello (PTB) R$ 5 milhões
– Senador Ciro Nogueira (PP): R$ 2 milhões
– Senador Aloysio Nunes (PSDB): R$ 200 mil
– Senador Benedito de Lira (PP): R$ 400 mil
– Deputado José de Fillipi (PT): R$ 750 mil
– Deputado Arthur Lira (PP): R$ 1 milhão
– Deputado Júlio Delgado (PSB): R$ 150 mil
– Deputado Dudu da Fonte (PP): R$ 300 mil
– Prefeito Fernando Haddad (PT): R$ 2,6 milhões
– Ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto: R$ 15 milhões
– Ex-ministro José Dirceu: R$ 3,2 milhões
– Ex-presidente da Transpetro Sergio Machado: R$ 1 milhão.

NO BLOG DO CORONEL
SÁBADO, 27 DE JUNHO DE 2015
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acomodava-se no Gulfstream G200, avião executivo com altura de cabine de quase 2 metros, naquele 21 de maio de 2011. O jatinho é um dos maiores de sua classe, a executiva. Tem mesa de reunião, acabamento em madeira de lei e pontos USB para laptops. A viagem de cerca de 5.000 quilômetros do Panamá a São Paulo aconteceu na aeronave prefixo PR-WTR. Lula não estava sozinho.
Voava ao lado do lobista da Odebrecht Alexandrino Alencar (ao fundo, de gravata), preso recentemente na Operação Lava Jato, acusado de ajudar a empreiteira a operar as propinas do petrolão no exterior. Alexandrino pediu demissão na semana passada de seu cargo na Odebrecht e teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Sergio Moro.
Em seu despacho, Moro escreveu: “Além das provas em geral do envolvimento da Odebrecht no esquema criminoso de cartel, ajuste de licitações e de propina, há prova material de proximidade entre Alberto Youssef e Alexandrino Alencar”. Naquele dia de maio de 2011, Lula passou pelo sistema de migração da Polícia Federal às 7h07; o lobista, quatro minutos depois. Estavam juntos, como juntos estavam em mais aventuras do que admitem até hoje.
ÉPOCA obteve um relatório da PF com as entradas e as saídas do Brasil de Lula e do lobista Alexandrino, entre 2011 e o início deste ano. Há a comprovação de duas viagens da dupla, que já haviam sido noticiadas (para Cuba e para Guiné Equatorial), e a revelação de que ambos estiveram juntos em mais quatro ocasiões (nessa viagem para o Panamá; numa outra para Colômbia, Peru e Equador; numa terceira para Portugal; e numa quarta para a África, passando por Angola e Gana).
Além de atestar que a relação de Lula e Alexandrino era muito próxima, as planilhas da PF permitem, pela primeira vez, conhecer o sistema Uber particular de Lula – quem banca e como viaja o ex-presidente pelo mundo afora. São 78 trechos internacionais. As planilhas não identificam destino e origem das viagens. Mas apontam quem são os donos das aeronaves: em alguns casos, empreiteiras, bancos, importadores e companhias têxteis. Em outros, empresas alugando jatinhos de companhias de táxi-aéreo.
As viagens de Lula e Alexandrino não foram ocasionais. Os dois são amigos. Depois das viagens que faziam juntos, costumavam se cumprimentar com afetuosos beijos no rosto. Na sala de Alexandrino, na sede da Odebrecht em São Paulo, uma foto com Lula dividia espaço com retratos de familiares do executivo. Quando se referia a Lula, Alexandrino o chamava de “presidente” ou de “chefe” – deferência não dispensada nem sequer ao próprio Marcelo Odebrecht.
Tamanha era a intimidade entre os dois que Alexandrino acompanhava Lula em reuniões e eventos restritos a autoridades de Estado, mesmo quando o tour não era bancado exclusivamente pela Odebrecht. Numa excursão pela América do Sul, Lula viajou com uma comitiva de executivos da OAS, da Camargo Corrêa, da Andrade Gutierrez e da onipresente Odebrecht – todas acusadas de participar do cartel do petrolão. A viagem começou pela Colômbia: Lula embarcou em 3 de junho de 2013, às 9h41, de São Paulo para Bogotá. Lula foi a bordo do mesmo jatinho que o levara ao Panamá, dois anos antes.
O lobista da Odebrecht (Alexandrino, não Lula) havia embarcado horas antes, às 7h39, para a capital colombiana. Lá, eles se encontraram com o presidente do país, Juan Manuel Santos, e participaram de encontros com empresários. Lula e Alexandrino seguiram então para o Peru, onde foram recebidos pelo então chefe de Estado, Ollanta Humala. Em fotos oficiais, o lobista da Odebrecht aparece a um passo de Lula. Os dois não param de rir. O périplo político da dupla terminou no dia 8 de junho de 2013, data em que ambos regressaram ao Brasil, em voos diferentes.
Em encontros com autoridades estrangeiras, Lula sempre defendia o interesse das empresas brasileiras em fazer negócios com o país de destino. “Por isso, a gente fazia questão de bancar as viagens dele”, disse um executivo de uma grande empreiteira antes de ser preso na última fase da Lava Jato. O investimento se mostrava certeiro.
Em 13 de março de 2013, por volta das 8 horas, Lula e Alexandrino embarcaram no aeroporto de Guarulhos com destino a Nigéria, Benin, Gana e Guiné Equatorial. Quatro meses depois dessa passagem de Lula pela África, a Odebrecht ganhou um contrato de uma obra de transporte com o governo ganês, contando com US$ 200 milhões do BNDES. Em 17 de abril do mesmo ano, o presidente de Gana, John Mahama, visitou o Brasil para lançar o seu livro 'Meu Primeiro Golpe de Estado'. Aproveitou para ter reuniões reservadas com Lula e representantes da Odebrecht, segundo telegramas do Itamaraty.
Em alguns casos, era o próprio Lula quem decidia quando e para onde queria viajar. Em mensagens de celular enviadas em 12 de novembro de 2013, Léo Pinheiro, presidente da construtora OAS, outro amigo de Lula preso na Lava Jato, e o diretor da área internacional da companhia, Augusto César Uzeda, acertavam detalhes dos preparativos para uma viagem do petista, a quem chamam de “Brahma”.
“O Brahma quer fazer a palestra dia 24/25 ou 26/11 em Santiago”, diz Léo Pinheiro. “Amanhã começamos a organizar, o avião é por nossa conta”, escreve Uzeda. No dia 26 de novembro, às 10h53, conforme o combinado, o ex-presidente passou pela imigração e, em seguida, embarcou no mesmo Gulfstream G200, alugado da Global Aviation. No Chile, ele participou do seminário Desenvolvimento e integração da América Latina. No dia 10 de dezembro de 2013, um consórcio integrado pela OAS, a sul-coreana Hyundai, a francesa Systra e a norueguesa AasJakobsen venceu a licitação para a construção de uma ponte de 2.750 metros sobre o Canal de Chacao, considerado o mais longo da América Latina, depois de apresentar a única oferta. O valor estimado do investimento da obra é de US$ 680 milhões.
Numa viagem de Lula e Alexandrino para Cuba, República Dominicana e Estados Unidos, em janeiro de 2013, a Odebrecht pagou, por meio de sua parceira comercial D.A.G. Construtora, R$435 mil para fretar uma aeronave da Líder Táxi-Aéreo, segundo revelou o jornal O Globo em abril deste ano. Em 2011, Lula incluiu Alexandrino numa viagem à Guiné Equatorial em que ia como chefe da delegação brasileira participar da Assembleia da União Africana, de acordo com reportagem da Folha de S.Paulo.
Documentos obtidos por ÉPOCA revelam que empresas de diversos setores bancaram as viagens de Lula pelo mundo afora. Ainda no ramo das empreiteiras, no dia 5 de setembro de 2011, por volta das 11h30, o ex-presidente embarcou numa aeronave modelo Falcon 900EX Easy no aeroporto internacional do Recife.
A operadora do jato é a Morro Vermelho Táxi-Aéreo, do grupo Camargo Corrêa – que, além de cobrir as despesas com o avião, doou R$ 3 milhões ao Instituto Lula e repassou R$ 1,5 milhão para a empresa do líder petista LILS Palestras Eventos e Publicidade entre 2011 e 2013. Meses antes, em fevereiro, Lula viajara a bordo de um Cessna C750, da companhia têxtil Coteminas, do empresário Josué Gomes da Silva, e embarcara num Bombardier BD-700 Global Express, pertencente à mineradora Vale, com destino a Guiné, onde participou de um evento de início das obras de reconstrução de uma ferrovia.
Outros aviões de grandes empresários brasileiros também já estiveram à disposição das viagens do ex-presidente petista entre 2011 e 2014: o de Sérgio Habib, da montadora JAC Motors; o de José Seripieri Junior, dono da operadora de saúde Qualicorp; de Jonas Barcellos, da empresa de máquinas Brasif e conhecido como o “rei dos free-shops”; Marcelo Henrique Limirio Gonçalves, fundador da Neo Química e sócio da Hypermarcas. Além deles, de Walfrido Silvino dos Mares Guia Neto, ex-ministro do Turismo no governo Lula e conselheiro de Administração da empresa de educação Kroton.
Procurada, a Odebrecht informou que pagou as despesas das viagens do ex-presidente para Angola, Gana, Panamá, Peru, Portugal e República Dominicana. A empresa ainda disse que o ex-diretor de relações institucionais, Alexandrino Alencar, acompanhou Lula a todos esses destinos – e que o executivo “não participava de reuniões do ex-presidente, além daquelas estritamente relacionadas às palestras que o ex-presidente faria”. Além disso, a empresa confirma que fez doações ao Instituto Lula, mas não revela valores. A Camargo Corrêa, dona da Morro Vermelho Táxi-Aéreo, diz que patrocinou as palestras do ex-presidente Lula em Portugal, em setembro de 2011; em Moçambique e na África do Sul, em novembro de 2012; na Colômbia, em julho de 2013.
A Vale informou que Lula fez apenas uma viagem em aeronave da empresa. A Queiroz Galvão informa que contratou Lula para três palestras na América Latina e na África em 2011 e em 2013 como uma forma de patrocinar eventos promovidos por entidades de fomento ao desenvolvimento econômico e social. “Tais contratações se deram de forma legal e declarada aos órgãos competentes. Em nenhuma dessas situações houve utilização de aeronave de propriedade da empresa para transporte do palestrante”, diz a companhia. A Brasif afirmou que cedeu ocasionalmente a aeronave para Lula, sendo algumas vezes a convite da própria empresa. O empresário Josué Gomes afirmou que, em 2011, o assunto já “foi o objeto de reportagens”.
Sérgio Habib e Marcelo Henrique Limirio Gonçalves não responderam até o fechamento desta edição. Walfrido Silvino dos Mares Guia Neto, por meio de sua assessoria, disse que Lula realizou 14 viagens entre 2013 e 2015 em sua aeronave Cessna Citation CJ3. Já a OAS disse que não vai responder às perguntas feitas por ÉPOCA.
Procurado, o Instituto Lula informou por meio de sua assessoria de imprensa que tem como política divulgar as viagens do ex-presidente ao exterior. “As viagens do ex-presidente Lula ao exterior não foram de turismo ou passeio. Foram dando palestras, falando bem do Brasil no exterior para investidores e autoridades estrangeiras, estimulando a participação de jovens na política e divulgando políticas sociais de combate à fome em eventos na África, América Latina, Estados Unidos, Europa e Ásia”, diz o Instituto Lula. “No caso de atividades profissionais, palestras promovidas por empresas nacionais ou estrangeiras, o ex-presidente é remunerado, como outros ex-presidentes que fazem palestras.
O ex-presidente já fez palestras para empresas nacionais e estrangeiras dos mais diversos setores – tecnologia, financeiro, autopeças, consumo, comunicações – e de diversos países como Estados Unidos, México, Suécia, Coreia do Sul, Argentina, Espanha e Itália, entre outros. Como é de praxe, as entidades promotoras se responsabilizam pelos custos de deslocamento e hospedagem”, complementa. “A maioria das viagens do ex-presidente ao exterior não foram pagas pela Odebrecht, que contratou palestras para empresários e convidados em países onde a empresa já atua”, reitera. Além disso, o Instituto diz que todas as doações recebidas são contabilizadas e foram pagos todos os impostos correspondentes.
Conforme ÉPOCA revelou em maio, o Núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria da República no Distrito Federal iniciou uma investigação para apurar se o ex-presidente praticou tráfico de influência internacional junto a chefes de Estado e autoridades em favor da Odebrecht, maior beneficiária dos financiamentos do BNDES no exterior. O MPF está analisando as relações entre o ex-presidente e a construtora baiana, sobretudo com o lobista Alexandrino Alencar. Lula está passando por uma turbulência sem fim.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 08:23:00


(Época) Sexta-feira, 15 de novembro de 2013. José Dirceu, José Genoino e outros petistas iam presos pelo escândalo do mensalão. O Brasil fervia. Mas uma estrela do PT estava serena. O então ministro Fernando Pimentel, amigo próximo da presidente Dilma Rousseff e hoje governador de Minas Gerais, tirava uns dias de folga do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Às 9h55, Pimentel e sua namorada, Carolina Oliveira, decolavam do hangar de Brasília com destino à Bahia.
O jatinho era do empresário Benedito Oliveira Neto, o Bené, amigo de Pimentel e suspeito de lavagem de dinheiro. Enquanto petistas históricos iam presos, Pimentel ia com a namorada para o Kiaroa Resort, na Península de Maraú, ao sul de Salvador. O bangalô master do resort era um luxo. Duas piscinas privativas, enxoval de algodão egípcio e travesseiros de pluma de ganso. No feriadão, o casal comprou boné, tomou cinco caipiroskas com vodca Absolut, comeu dois pratos de camarão à provençal, duas tapiocas, moqueca e mandioca frita. 
O weekend custou R$ 12.127,50. Bené pagou. A nota fiscal é apenas uma das fartas provas obtidas pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Acrônimo, que coloca Pimentel no topo da cadeia de comando de um esquema que envolve contratos públicos, consultorias de fachada – e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES. 

O feriado que Pimentel passou na Bahia com a namorada é uma amostra do esquema que a Polícia Federal desbaratou, em outubro do ano passado, depois de uma batida pegar Bené e outros empresários com R$ 113 mil em um avião. Bené é apenas um intermediário. Nas palavras de um investigador, ele tem tudo para ser um “Marcos Valério de estimação”. O centro da Operação Acrônimo é Fernando Pimentel e o principal foco é o BNDES. A PF descobriu que Carolina Oliveira mantinha uma empresa com apenas um funcionário e, mesmo assim, fez fortuna. Em comum, todos os clientes de Carolina Oliveira têm negócios diretos ou indiretos com o BNDES, banco subordinado ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, que seu marido, Pimentel, chefiava. Segundo a PF, o casal pode ser enquadrado em três crimes: corrupção passiva, participação em organização criminosa e lavagem de capitais.
“O atual governador Fernando Pimentel, enquanto ocupou o cargo de ministro e em razão daquela condição, recebeu vantagem financeira indevida, no valor de R$ 299.882,05, da Diálogo Ideias e Pepper Interativa, esta última pessoa jurídica que foi contratada e recebeu valores do BNDES, por meio de contratação simulada da empresa de titularidade da companheira de Fernando Pimentel”, diz um trecho do relatório da PF. A Pepper recebeu cerca de R$ 500 mil do BNDES entre 2013 e 2014. E deu para Carolina R$ 236.882,05 no mesmo período. A PF levantou a suspeita de que, na verdade, a mulher de Pimentel pode ser sócia oculta da Pepper, “condição esta que deveria ser escamoteada em razão do recebimento de valores pela Pepper do BNDES”.
No apartamento que o casal mantinha em Brasília, a PF descobriu uma tabela que trazia o nome de Carolina e seu número de celular – o que significava que a planilha havia sido escrita por uma terceira pessoa. O título era “Planilha de Acompanhamento dos Pagamentos”. O frigorífico Marfrig aparece com valores de R$ 595 mil, referentes a novembro de 2011 a abril de 2012. O grupo Casino, que controla a rede Pão de Açúcar, é marcado com R$ 362.868,20, entre abril e julho de 2012, como ÉPOCA revelou na quinta-feira. Ambos tiveram negociações com o BNDES. “É razoável inferir-se que pode ter havido simulação de contratação da Oli Comunicação (empresa de Carolina) e pelo grupo Casino e pelo Marfrig, a fim de repassar valores, que, em última análise, poderiam ter como destinatário o então ministro”, escreveu a PF em seu relatório.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 07:52:00

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
27/06/2015 às 9:16
A economia vai mal. Muito mal. Mas a política está muito pior. É discutível se a crise econômica piora a política, mas é certo que a crise política piora a economia. É a fraqueza do governo que dá as cartas. Dilma não sabe o que dizer, o que fazer, o que anunciar. E, um ano e três meses depois de iniciada a operação Lava Jato — depois de muitos desacertos, ainda em curso, protagonizados também pela Procuradoria Geral da República, sob o comando de Rodrigo Janot, e pelo juiz Sérgio Moro —, eis que cai a máscara, eis que a verdade se desnuda: UMA VERDADEIRA MÁFIA TOMOU CONTA DO ESTADO BRASILEIRO. E ELA PRECISA SER TIRADA DE LÁ PELA LEI.
Vá à banca mais próxima e adquira um documento: a edição desta semana da revista VEJA. Em 12 páginas, você lerá, no detalhe, como atuou — atua ainda? — a máfia que tomou conta do Brasil e como se construiu o establishment político que nos governa. O empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC e ex-amigo pessoal de Luiz Inácio Lula da Silva, resolveu contar tudo. Ficou preso mais de cinco meses. Só fez o acordo de delação premiada depois de ter deixado a cadeia. ESTE BLOGUEIRO FALASTRÃO, COMO LULA ME CLASSIFICOU NO CONGRESSO DO PT, SENTE-SE, DE ALGUM MODO, VINGADO. Vingado também contra as hostes da desqualificação e do cretinismo da esquerda e da direita burra e desinformada. NÃO HÁ NEM NUNCA HOUVE CARTEL DE EMPREITEIRAS, COMO SEMPRE SUSTENTEI. O QUE SE CRIOU NO BRASIL FOI UMA ESTRUTURA MAFIOSA DE ACHAQUE.
É claro que as empreiteiras praticaram crimes também. Mas não o de formação de cartel. Insistir na tese do cartel CORRESPONDE A NEGAR A ESSÊNCIA DO MODELO QUE NOS GOVERNA.
O achaque
VEJA teve acesso ao conteúdo da delação premiada de Ricardo Pessoa, homologada pelo ministro Teori Zavascki. É demolidor. Segue, em azul, um trecho do que vai na revista:
Em cinco dias de depoimentos prestados em Brasília, Pessoa descreveu como financiou campanhas à margem da lei e distribuiu propinas. Ele disse que usou dinheiro do petrolão para bancar despesas de dezoito figuras coroadas da República. Foi com a verba desviada da estatal que a UTC doou dinheiro às campanhas de Lula em 2006 e de Dilma em 2014. Foi com ela também que garantiu o repasse de 3,2 milhões de reais a José Dirceu, uma ajudinha providencial para que o mensaleiro pagasse suas despesas pessoais.
A UTC ascendeu ao panteão das grandes empreiteiras nacionais nos governos do PT. Ao Ministério Público, Pessoa fez questão de registrar que essa caminhada foi pavimentada com propinas. O empreiteiro delatou ao STF essas somas que entregou aos donos do poder, segundo ele, mediante achaques e chantagens. Relatou que teve três encontros em 2014 com Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma e atual ministro de Comunicação Social.
Nos encontros, disse, ironicamente, ter sido abordado “de maneira bastante elegante”. Contou ele: “O Edinho me disse: ‘Você tem obras na Petrobras e tem aditivos, não pode só contribuir com isso. Tem que contribuir com mais. Eu estou precisando”. A abordagem elegante lhe custou 10 milhões de reais, dados à campanha de Dilma. Um servidor do Palácio chamado Manoel de Araújo Sobrinho acertou os detalhes dos pagamentos diretamente com
Documentos entregues pelo empresário mostram que foram feitos dois depósitos de 2,5 milhões de reais cada um, em 5 e 30 de agosto de 2014. Depois dos pagamentos, Sobrinho acertou com o empreiteiro o repasse de outros 5 milhões para o caixa eleitoral de Dilma. Pessoa entregou metade do valor pedido e se comprometeu a pagar a parcela restante depois das eleições. Só não cumpriu o prometido porque foi preso antes.
(…)
Retomo
Edinho, claro, nega. Será preciso agora saber quem é o tal Manoel Araújo Sobrinho, que tem de ser convocado pela CPI nas primeiras horas da segunda-feira (29). Ricardo Pessoa sempre foi considerado o homem-bomba do caso, muito especialmente por Lula e pelo Palácio do Planalto. Ele é apontado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público como o coordenador do “Clube do Bilhão”. O nome é meio boboca, e duvido que tenha existido algo parecido. Mas é inegável que ele exercia uma espécie de liderança política entre os empresários.
Escrevi aqui umas quinhentas vezes que INSISTIR NA TESE DO CARTEL CORRESPONDIA A NEGAR A NATUREZA DO JOGO. Empresas, quando se cartelizam, fazem uma vítima do outro lado. Sim, as vítimas da roubalheira são os brasileiros, é inegável. Mas, do outro lado da negociação com as empreiteiras, estava a Petrobras, a contratadora única, que determinava os preços, e no comando da empresa, a máfia que tomou conta do governo e impunha as suas vontades.

Máfia cachaceira
Quando falo em máfia, não forço a mão nem recorro a uma figura de linguagem. Havia até senha secreta para entregar dinheiro aos petistas, segundo Ricardo Pessoa. As palavras, nem poderia ser diferente, referem-se, vamos dizer, ao universo alcoólico. Tudo compatível com um Poderoso Chefão chamado “Brahma”. Leiam esta passagem da reportagem, em que o empreiteiro conta como era entregue O DINHEIRO VIVO AO TESOUREIRO DA CAMPANHA DE LULA, EM 2006.
Segundo o empreiteiro Ricardo Pessoa, a UTC contribuiu com 2,4 milhões de reais em dinheiro vivo para a campanha à reeleição de Lula, numa operação combinada diretamente com José de Filippi Júnior, que era o tesoureiro da campanha e hoje trabalha como secretário de Saúde da cidade de São Paulo.
Para viabilizar a entrega do dinheiro e manter a ilegalidade em segredo, o empreiteiro amigo de Lula e o tesoureiro do presidente-candidato montaram uma operação clandestina digna dos enredos rocambolescos de filmes sobre a máfia. Pessoa contou aos procuradores que ele, o executivo da UTC Walmir Pinheiro e um emissário da confiança de ambos levavam pessoalmente os pacotes de dinheiro ao comitê da campanha presidencial de Lula. Para não chamar a atenção de outros petistas que trabalhavam no local, a entrega da encomenda era precedida de uma troca de senhas entre o pagador e o beneficiário.
Ao chegar com a grana, Pessoa dizia “tulipa”. Se ele ouvia como resposta a palavra “caneco”, seguia até a sala de Filippi Júnior. A escolha da senha e da contrassenha foi feita por Pessoa com emissários do tesoureiro da campanha de Lula numa choperia da Zona Sul de São Paulo. Antes de chegar ao comitê eleitoral, a verba desviada da Petrobras percorria um longo caminho. Os valores saíam de uma conta na Suíça do consórcio Quip, formado pelas empresas UTC, Iesa, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, que mantém contratos milionários com a Petrobras para a construção das plataformas P-53, P-55 e P-63.
Em nome do consórcio, a empresa suíça Quadrix enviava o dinheiro ao Brasil. A Quadrix também transferiu milhares de dólares para contas de operadores ligados ao PT. Pessoa entregou aos investigadores as planilhas com todas as movimentações realizadas na Suíça. Os pagamentos via caixa dois são a primeira prova de que o ex-presidente Lula foi beneficiado diretamente pelo petrolão.
Até agora, as autoridades tinham informações sobre as relações lucrativas do petista com grandes empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato, mas nada comparável ao testemunho e aos dados apresentados pelo dono da UTC. Depois de deixar o governo, Lula foi contratado como palestrante por grandes empresas brasileiras. Documentos obtidos pela Polícia Federal mostram que ele recebeu cerca de 3,5 milhões de reais da Camargo Corrêa. Parte desse dinheiro foi contabilizada pela construtora como “doações” e “bônus eleitorais” pagos ao Instituto Lula. Conforme revelado por VEJA, a OAS também fez uma série de favores pessoais ao ex-presidente, incluindo a reforma e a construção de imóveis usados pela família dele. UTC, Camargo Corrêa e OAS estão juntas nessa parceria. De diferente entre elas, só as variações dos apelidos, das senhas e das contrassenhas. “Brahma”, “tulipa” e “caneco”, porém, convergem para um mesmo ponto.
Pixuleco
Leiam a reportagem da VEJA. Ao longo de 12 páginas, vocês vão constatar que o país foi literalmente assaltado por ladrões cínicos e debochados. João Vaccari Neto, o ex-tesoureiro do PT que foi objeto de um desagravo feito pela Executiva Nacional do partido na quinta, depois de um encontro de Rui Falcão com Lula, chamava a propina de “pixuleco”. Segue um trecho.
O empreiteiro contou que conheceu Vaccari durante o primeiro governo Lula, mas foi só a partir de 2007 que a relação entre os dois se intensificou. Por orientação do então diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, um dos presos da Operação Lava-Jato, Pessoa passou a tratar das questões financeiras da quadrilha diretamente com o tesoureiro. A simbiose entre corrupto e corruptor era perfeita, a ponto de o dono da UTC em suas declarações destacar o comportamento diligente do tesoureiro: “Bastava a empresa assinar um novo contrato com a Petrobras que o Vaccari aparecia para lembrar: ‘Como fica o nosso entendimento político?’”. A expressão “entendimento político”, é óbvio, significava pagamento de propina no dialeto da quadrilha. Aliás, propina não.
Vaccari, ao que parece, não gostava dessa palavra. Como eram dezenas de contratos e centenas as liberações de dinheiro, corrupto e corruptor se encontravam regularmente para os tais “entendimentos políticos”. João Vaccari era conhecido pelos comparsas como Moch, uma referência à sua inseparável mochila preta. Ele se tornou um assíduo frequentador da sede da UTC em São Paulo. Segundo os registros da própria empreiteira, para não chamar atenção, o tesoureiro buscava “as comissões” na empresa sempre nos sábados pela manhã.
Ele chegava com seu Santa Fé prata, pegava o elevador direto para a sala de Ricardo Pessoa, no 9º andar do prédio, falava amenidades por alguns minutos e depois partia para o que interessava. Para se proteger de microfones, rabiscava os valores e os porcentuais numa folha de papel e os mostrava ao interlocutor. O tesoureiro não gostava de mencionar a palavra propina, suborno, dinheiro ou algo que o valha. Por pudor, vergonha ou por mero despiste, ele buscava o “pixuleco”. Assim, a reunião terminava com a mochila do tesoureiro cheia de “pixulecos” de 50 e 100 reais. Mas, antes de sair, um último cuidado, segundo narrou Ricardo Pessoa: “Vaccari picotava a anotação e distribuía os pedaços em lixos diferentes”. Foi tudo filmado.
Retomo
Aí está apenas parte dos descalabros narrados por Ricardo Pessoa. E agora? Até havia pouco, parecia que o petrolão era fruto apenas de empresários malvados, reunidos em cartel, que decidiram se associar a três funcionários corruptos da Petrobras — tese de Dilma por exemplo — e a alguns parlamentares, a maioria de segunda linha, para roubar o país. Faltava o cérebro dessa operação, que sempre esteve no Poder Executivo.
Eis aí. Nunca houve cartel. Eu estava certo! O depoimento de Ricardo Pessoa — que não se deixou constranger pela prisão preventiva e que, tudo indica, confessou o que quis, não o que queriam ele confessasse — REVELA A REAL NATUREZA DO JOGO.
Ainda não terminei. Em outro post, vou chamar Rodrigo Janot e o juiz Sérgio Moro para um papinho sobre lógica elementar.
Leia na revista:





Por Reinaldo Azevedo

NO O ANTAGONISTA
Ronaldo Caiado, ao Antagonista
Brasil 26.06.15 20:02
O senador Ronaldo Caiado, líder do DEM no Senado, comentou as denúncias de Ricardo Pessoa:
"Esse é o comprovante definitivo de que a campanha da presidente Dilma foi 100% irrigada por caixa dois e pelo desfalque na Petrobras. Já é suficiente para promovermos a antecipação das eleições no Brasil e buscar o que a sociedade deseja: representantes que possam representar com credibilidade o Brasil. Vamos ter que convocar novas eleições no Brasil. É crime eleitoral, não tem condição nenhuma de (a presidente) continuar à frente. Na segunda-feira (29), temos que cobrar no Senado que seja levado para a Câmara a abertura do processo (de Impeachment). É simplesmente o cumprimento da lei. É crime eleitoral, a resposta é o afastamento".
Um detalhe
Brasil 27.06.15 06:13
A esta altura, trata-se de uma questão menor, mas Ricardo Pessoa confessou que Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo Cedraz, recebia 50 mil reais mensais para repassar à UTC informações do TCU.
A reviravolta da primeira-laranja
Brasil 27.06.15 06:35
A Folha de S. Paulo, em tom de telenovela, disse que a PF “ainda tenta entender como foi que a vida da primeira-dama de Minas Gerais, Carolina Oliveira, sofreu tamanha reviravolta em cinco anos”.
Conta a reportagem:
“Até 2009, ela trabalhava como assessora de imprensa na FSB e seu maior salário registrado nos bancos de dados foi de 4,6 mil reais. Em 2012, como dona da própria empresa, ela fechou um contrato que lhe rendia 75 mil reais por mês.
Brasiliense, a primeira-dama cresceu em Taguatinga. Até maio deste ano, só costumava aparecer nos jornais em colunas sociais. Ela se notabilizava pelo requinte de seu guarda-roupas e o bom gosto de suas jóias. Em julho de 2014, acompanhou Pimentel numa festa de aniversário. Nas fotos, exibe um vestido estampado da grife italiana Emilio Pucci e uma echarpe da maison francesa Louis Vuitton. Só a primeira peça é avaliada em cerca de 4 mil reais.
O gosto pela alta-costura fez de Carolina cliente reconhecida em lojas de luxo. Ela chegou a viajar com amigas para acompanhar a inauguração de uma filial da Louis Vuitton em Curitiba”.
Como explicou o lobista Mário Rosa, que pagou aqueles 75 mil reais por mês à mulher de Fernando Pimentel, ela é uma profissional.
A primeira-laranja na inauguração da Louis Vuitton
Lula está sendo investigado pela PF
Brasil 27.06.15 06:43
Lula está sendo investigado pela PF.
Um relatório com todos os voos realizados pelo lobista desde que ele deixou o Palácio do Planalto, em 2011, já foi entregue aos procuradores do Núcleo de Combate à Corrupção do Distrito Federal.
Segundo a Época, que obteve uma cópia do relatório, Lula fez 78 viagens internacionais em jatinhos particulares, pagos por empresas como Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, Vale, Coteminas, JAC Motors e Qualicorp.
As viagens foram extraordinariamente rentáveis para o lobista, assim como para as empresas que o contrataram.
Um exemplo:
No dia 26 de novembro de 2013, Lula embarcou num Gulfstream G200, alugado pela OAS junto à Global Aviation. Trata-se da viagem descrita naquele e-mail de Léo Pinheiro, dono da empreiteira: “O Brahma quer fazer a palestra dia 24/25 ou 26/11 em Santiago”. Em Santiago, Lula participou de um seminário. Ele também se reuniu com o presidente do Chile. Duas semanas mais tarde, um consórcio integrado pela OAS ganhou um contrato para construir uma ponte sobre o Canal de Chacao, no valor de 680 milhões de dólares.
O relatório da PF com os voos do lobista
Onde está o impeachment?
Brasil 27.06.15 07:10
O tesoureiro de Dilma Rousseff, Edinho Silva, soltou uma nota dizendo que a campanha presidencial "recebeu oficialmente, e de forma absolutamente legal, a contribuição de R$7.500.000,00 da empresa UTC, em 3 parcelas de igual valor, nos dias, 22 de outubro, 5 e 27 de agosto".
Onde está o impeachment?
O impeachment está na denúncia de Ricardo Pessoa de que só fez as doações à campanha de Dilma Rousseff depois de ser pressionado por Edinho Silva, que mencionou explicitamente os contratos da UTC com a Petrobras.
O impeachment está também na denúncia de Ricardo Pessoa de que a UTC, para obter esses contratos, teve de pagar propina ao partido de Dilma Rousseff, o PT.
O impeachment está aqui
Até o PSDB quer o impeachment
Brasil 27.06.15 07:18
Ricardo Pessoa pagou o PT por dentro e por fora. Ou: com nota fiscal e sem nota fiscal.
A Veja perguntou a Miguel Reale Júnior se Dilma Rousseff pode ser condenada pelo dinheiro confessadamente sujo que sua campanha recebeu com nota fiscal – aqueles 7,5 milhões de reais declarados ao TSE.
O jurista tucano respondeu que Dilma Rousseff pode ser enquadrada no crime de lavagem de dinheiro:
“Ricardo Pessoa transformou dinheiro ilícito em dinheiro lícito. E quem recebe participa do processo porque é coautor".
Algumas semanas atrás, Miguel Reale Júnior, consultado pela ala mais beligerante do PSDB, abafou a tese do impeachment. Agora tudo mudou.
O coveiro do PT
Brasil 27.06.15 07:29
Os "pagamentos ao PT por caixa dois", denunciados por Ricardo Pessoa, enterram de uma vez por todas Lula e Dilma Rousseff.
Os pagamentos ao PT por caixa um, declarados ao TSE, enterram de uma vez por todas, além de Lula e Dilma Rousseff, o próprio PT. Porque Ricardo Pessoa comprovou aquilo que a Lava Jato já havia descoberto: esses pagamentos foram negociados com tesoureiros do partido como propina pelo dinheiro roubado da Petrobras.
O coveiro do PT
Dilma não tem resposta
Brasil 27.06.15 08:44
Dilma Rousseff, neste momento, está reunida com Aloizio Mercadante, José Eduardo Cardozo e Edinho Silva para tentar encontrar uma resposta ao depoimento de Ricardo Pessoa.
Segundo a Folha de S. Paulo, "a presidente ficou preocupada com o trecho em que Pessoa cita repasses irregulares no período de 2010 a 2014. O empresário afirmou aos procuradores que doou 7,5 milhões de reais à campanha da reeleição de Dilma no ano passado por temer prejuízos em seus negócios na Petrobras se não ajudasse o PT.
Ele disse ainda ter feito repasses de maneira ilegal de 15 milhões de reais ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e 750 mil reais a José Filippi, que foi tesoureiro da campanha de Dilma em 2010. 
As campanhas do ex-presidente Lula e de Haddad teriam recebido 2,4 milhões de reais cada em contribuições clandestinas da UTC".
Alguém consegue enxergar uma resposta?

NO BLOG DO JOSIAS

Josias de Souza - 27/06/2015 04:34
Ao confirmar que transferiu R$7,5 milhões do dinheiro roubado da Petrobras para a tesouraria da campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2014, o empreiteiro Ricardo Pessoa transformou a presidente da República numa personagem irreconhecível — uma mistura de administradora ingênua com candidata distraída. Na presidência do Conselho de Administração da Petrobras, Dilma não viu a ação dos assaltantes. No palanque eleitoral, usufruiu do produto do roubo.
Consumado o constrangimento, o Planalto montou uma linha de defesa precária. Nesse enredo, a presidente continuará fazendo pose de aliada dos investigadores. Repetirá que a Lava Jato só avança porque os governos do PT criaram as condições. Tomará distância do caixa de sua campanha, mas ecoará o discurso de que o dinheiro da eleição foi 100% legal. E seus auxiliares cuidarão de relaçar que as construtoras enroladas doaram verbas também a candidatos da oposição.
Essa linha de defesa é frágil porque exige que a plateia aceite Dilma como uma cega atoleimada. E supõe que a Procuradoria, o STF o próprio TSE aceitarão passivamente a conversão da Justiça Eleitoral em lavanderia de verbas mal asseadas. Se tudo funcionar como planejado, Dilma chega ao final do mandato como uma presidente de desenho animado.
Às vezes parece faltar-lhe o chão. Mas Dilma continua caminhando no vazio. Se reconhecer que está pisando em nada, despencará. Acha que, simulando que não se deu conta, conseguirá atravessar o abismo. Torce para que ninguém estranhe nada e para que não lhe façam muitas perguntas. Só não pode olhar para baixo.


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