DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
23 DE JUNHO DE 2015
A mais espetacular de todas as fases da Operação Lava Jato, sexta (19), quando os poderosos chefões das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez foram presos, não mereceu da oposição qualquer declaração mais enfática, até pela ligação dos investigados ao ex-presidente Lula. É que, como os petistas, os oposicionistas também receberam generosas doações de ambas as empreiteiras suspeitas.
Na eleição presidencial de 2014, a Andrade Gutierrez, cujo presidente está preso, deu R$ 19 milhões para Aécio e R$ 21 milhões para Dilma.
Oficialmente, a Odebrecht, cujo presidente também está preso, doou “só” R$ 6 milhões para Dilma e R$ 2 milhões para o tucano Aécio.
Carlos Sampaio (SP), Antônio Imbassahy (BA) e Aécio Neves, tucanos, não comentaram a prisão de Marcelo Odebrecht e Otavio Azevedo.
O tucano Aloysio Nunes (SP) destaca a prisão dos empreiteiros, mas cobra: “É a primeira quadrilha sem um chefe. Será que é o Brahma?”
Ao invés de fazer a faxina ética esperada pelo mercado, o conselho da administração Transpetro, subsidiária da Petrobras, designou Antônio Rubens Silva Silvino para exercer a presidência da companhia. Silvino fazia parte do grupo do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, delator do escândalo de corrupção que tungou bilhões da estatal, desmantelado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Silvino, hoje na Transpetro chefiou a Liquigás Distribuidora, ligada à diretoria de Abastecimento da Petrobras, onde foi gerente executivo.
A Transpetro estava sendo chefiada, interinamente, pelo diretor Cláudio Ribeiro Teixeira Campos, que assumiu em lugar de Sérgio Machado.
Machado saiu da presidência da Transpetro em 5 de fevereiro. Acusado de receber propina, ele estava de licença desde novembro.
Até parecia que Lula falava dele, quando afirmou ontem: “Nós temos que decidir se queremos salvar nossa pele, nossos cargos ou nosso projeto”. Mas era outra estocada em Dilma.
Com dedo em riste para o juiz Sérgio Moro, o ministro da Justiça disse que seria “abuso de poder” declarar inidôneas empreiteiras do petrolão. Curioso. A CGU tornou inidôneas empresas enroladas em escândalos, como a Delta de Carlos Cachoeira, e José Eduardo Cardozo silenciou.
Na loja de conveniências do posto que inspirou a Operação Lava Jato, funcionários desaconselham o uso do sinal de wi-fi: “O sr. vai acabar grampeado pela PF”. Depois explicam: “aqui é o posto da Lava Jato...”.
O fracasso subiu à cabeça do ministro Edinho Silva (Comunicação): ele disse que a repulsa a Dilma por 65% da população, apurada pelo Datafolha, exige “humildade” do governo. O ministro, que não é do ramo, entendeu mal: não é para ter “humildade”, é para ter vergonha.
O deputado Índio da Costa (PSD-RJ) apresenta esta semana o projeto que cria o Código do Eleitor. Na proposta, o candidato que não cumprir o prometido em campanha não poderá concorrer novamente ao cargo.
O governo Dilma considera tirar dinheiro dos cidadãos para ajudar a Venezuela, após a embaixada do Brasil em Caracas informar que a situação financeira do país se decompõe rapidamente. As reservas em dólares estão no fim e o PIB deve despencar 7% este ano, diz o FMI.
Parte do diretório paulistano do PSDB pressiona pela substituição de Andrea Matarazzo para disputar a Prefeitura. Dados do Instituto Paraná preocuparam caciques. O tucano aparece em 5º nas intenções de voto.
Apesar do plenário esvaziado pelas festas juninas, a Câmara dos Deputados deve votar esta semana os acordos Brasil-EUA contra lavagem de dinheiro, evasão de divisas e espionagem militar.
Coube a Lula confirmar que o PT virou o “partido da boquinha” desde o seu governo. Para ele, petistas “só pensam em cargo, em emprego”.

NO DIÁRIO DO PODER
LAVA JATO
EM ACAREAÇÃO, DELATORES CONFIRMAM PEDIDO DE R$ 1 MILHÃO DE EX-MINISTRO PAULO BERNARDO
EX-DIRETOR DA PETROBRAS E MEGADOLEIRO FICAM CARA A CARA POR 10H
Publicado: 22 de junho de 2015 às 22:19
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa sustentou em acareação com Alberto Youssef nesta segunda-feira, 22, em Curitiba, que o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo solicitou R$ 1 milhão para o esquema de cartel e corrupção na Petrobras. Peças centrais nas investigações da Operação Lava Jato, os dois ficaram frente a frente por cerca de 10 horas para confrontar versões conflitantes de suas delações premiadas, em relação ao envolvimento de políticos.
Nesta terça-feira (23) os dois vão detalhar o suposto pagamento de R$ 2 milhões a pedido do ex-ministro Antônio Palocci em 2010. A Lava Jato apura se a beneficiária foi a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2010.
Os dois farão acareação ainda na quarta-feira, 24, e na quinta-feira, 25, tratando de outros pontos que não são convergentes entre as duas delações, como o envolvimento do ex-ministro Edison Lobão, do PMDB.
Os três ex-ministros são alvos de inquéritos abertos a partir de março dentro do conteúdo das delações premiadas fechadas por Costa e Youssef no Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, os pedidos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foram para abertura de inquérito contra Lobão e a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) - suposta beneficiária do pedido feito por Bernardo. No caso de Palocci, o STF remeteu o caso a Curitiba, onde foi aberto inquérito.
A acareação é conduzida por um delegado da PF de Brasília, onde são conduzidos os inquéritos sob a guarda da força-tarefa criada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Os termos são colhidos no âmbito dos inquéritos que sobrem no Supremo Tribunal Federal (STF), envolvendo políticos, e que estão em fase inicial.
O ex-diretor e o doleiro são condenados da Lava Jato acusados de serem braços do PP no esquema de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras, entre 2004 e 2012 - com pagamentos acontecendo até 2014.
Costa cumpre prisão em regime domiciliar no Rio. Ele chegou por volta das 9h30 na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba - sede das investigações da Lava Jato. Deve permanecer em um hotel de Curitiba, durante a semana.
Confirmação
Em relação a Paulo Bernardo, os delatores apontam o pagamento de R$ 1 milhão para a campanha de 2010 da ex-ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT-PR), que foi eleita senadora naquele ano. Bernardo, que é marido da senadora, fez a solicitação.
Um dos pontos de divergência explicado foi o de quem efetivamente teria entregue os valores pedidos por Paulo Bernardo. O doleiro disse não ter sido ele pessoalmente o efetivador das entregas.
Os depoimentos dos dois delatores foi convergente na maioria dos pontos abordados. "São informações que não chegam a ser contraditórios", afirmou um dos advogado de Youssef, Tracy Reinaldet.
Paulo Bernardo não foi encontrado para comentar o assunto nesta segunda-feira (22). Em outras ocasiões, ele afirmou que "não pediu nem recebeu qualquer importância" do doleiro Alberto Youssef.
A senadora Gleisi Hoffmann tem sustentando que desconhece Youssef e que "todas as doações constam na prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral." (AE)

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
22/06/2015 às 18:11 \ História em Imagens
Atualizado às 18h10 
O bando reunido em Salvador para o congresso nacional do PT não parou de chorar a ausência forçada do companheiro João Vaccari Neto. (O avô do gatuno, por sinal, não merecia ser lembrado assim, mas isso é assunto para outro post. Voltemos aos surtos de saudade provocados pelo tesoureiro nacional do partido, engaiolado em Curitiba por estar envolvido até o pescoço na roubalheira do Petrolão).
(Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
Na foto acima, o clima de velório é escancarado pela cara de viúva inconsolável dividida por José Nobre Guimarães, Lula, Fernando Haddad, Jaques Wagner e Fernando Pimentel. Trocando figurinhas falsas e caprichando no sorriso de inimigo íntimo, Dilma Rousseff e Rui Falcão parecem destoar do espetáculo da tristeza.
O equívoco seria desfeito minutos depois, quando ambos engrossaram com especial entusiasmo a salva de palmas que pranteou por três minutos seguidos a memória do amigo Vaccari, confiscado semanas antes pela Operação Lava Jato. Naquela mesa está faltando um, berra a imagem da perda irreparável.
(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)
Estão faltando pelo menos dois, corrige a foto acima, que eterniza um dos muitos momentos festivos do encontro promovido pelo PT em dezembro de 2013. Clique no círculo e veja os rostos ampliados da dupla de meliantes: ao lado de Vaccari, braço direito erguido, vibra o companheiro André Vargas, então uma estrela ascendente da sucursal paranaense do ajuntamento dos fora-da-lei disfarçados de guerreiros do povo brasileiro.
(“Nossos valores são eternos”, jura a inscrição providenciada pelos cenógrafos da reunião que em qualquer país sério só ocorreria na clandestinidade. Depende, condiciona a inflação cada vez mais obesa. Pelo menos os valores em dinheiro amealhados pela turma só serão perenes se depositados nos poucos paraísos fiscais ainda fora do alcance do FBI. Feita a ressalva, voltemos ao larápio que antes de ser desmascarado desafiava até presidentes do STF).
Vice-presidente da Câmara dos Deputados, ex-vice-presidente de Comunicação do PT, Vargas sonhava com o comando do Poder Legislativo quando foi pilhado pela Polícia Federal voando de graça em jatinhos do parceiro Alberto Youssef. Era só a ponta do iceberg imenso e malcheiroso, sabe-se agora. André Vargas e Vaccari hoje descansam no mesmo xilindró. Mas apenas o tesoureiro foi homenageado na Bahia.
Isso não vai ficar assim, avisam parentes do esquecido. Pelo andar da carruagem, gente graúda que aparece nas duas imagens não demorará a ser transferida do retrato para uma cela em Curitiba. Quando estiverem todos juntos na cadeia, Vargas vai querer saber por que só ele foi enterrado sem choro nem vela.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
23/06/2015 às 6:37
Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta segunda (22) da conferência “Novos desafios da democracia”, promovida pelo instituto que leva seu nome e pelas fundações Friedrich Ebert e Perseu Abramo. O convidado de honra da mesa era Felipe González, ex-primeiro-ministro da Espanha, que Nicolás Maduro, ditador da Venezuela e amigão de Lula, considera inimigo da democracia popular. Mas deixemos isso de lado agora.
O chefão petista resolveu ensaiar um discurso de autocrítica em nome do PT que é, na verdade, elogio em boca própria e esforço de se descolar do governo Dilma para tentar se candidatar à Presidência em 2018. Lula está tentando sobreviver. Não estava previsto que falasse, mas o falastrão não resistiu e discursou duas vezes. Em uma delas, voltou a pregar a regulamentação da mídia. O homem não tem cura.
No evento em que chegou a se dizer, por duas vezes, cansado, criticou, sim, o PT. Afirmou, referindo-se ao partido:
“Eu, sinceramente, não sei se o defeito é nosso, se o defeito é do governo… Eu acho que o PT perdeu um pouco a utopia. Eu lembro como é que a gente acreditava no sonho; como é que a gente chorava quando a gente falava (…) Hoje, a gente só pensa em cargo, a gente só pensa em emprego, a gente só pensa em ser eleito, ninguém mais quer trabalhar de graça…” E afirmou que o partido precisa de uma revolução.
Mas não ficou só aí, não. Cantando as próprias glórias, lembrou que, quando era presidente, realizaram-se 74 conferências com os movimentos sociais — é claro que fazia uma crítica indireta a Dilma Rousseff. Com aquela capacidade de ser grandiloquente sobre o nada, pregou a necessidade de repensar as esquerdas e, pasmem!, o Socialismo! Agora já sabemos por que o Brahma era tão íntimo das empreiteiras: estava construindo o socialismo de concreto armado. Deveria haver um limite para o ridículo. Mas não há.
Lula quer tirar o corpo fora. Quando diz não saber se o erro é “nosso” (do PT) ou “do governo”, é evidente que está tentando se descolar da crise e da gestão Dilma, pensando exclusivamente no seu futuro politico, apesar de, “cansado”.
Nada disso! Tanto a obra como a filha pertencem a Lula. Dilma é aquela que ele escolheu para sucedê-lo, mas os desastres que estão dados não são obra exclusiva da companheira. Eles começaram a ser gestados nos oito anos de mandato do Poderoso Chefão. Foi ele que aproveitou uma janela de fantástico crescimento da China e elevação formidável das commodities brasileiras para erigir um modelo ancorado puramente no consumo, que tinha como substrato a explosão de gastos públicos, uma política de elevação de salários acima da produtividade e de contínua desindustrialização. Foi Lula quem demonizou as privatizações, gerando um formidável atraso na infraestrutura, e que interditou o debate político opondo “nós” (eles) contra “eles” — qualquer um que não aceitasse o catecismo herético do petismo.
O que fez Dilma? Deu continuidade ao modelo. Seu erro adicional foi não mudar de rumo quando as circunstâncias já eram outras, com a China crescendo muito menos, e as commodities despencando. É nesse ponto que ela, tendo como operador o inefável Guido Mantega, opta por bobagens novas para tentar cobrir os rombos produzidos pelas antigas: populismo tarifário, desonerações seletivas, compressão do preço dos combustíveis — contribuindo para levar a Petrobras à lona. E tudo isso, note-se, sem reduzir os gastos. Ao contrário: os gênios decidiram expandi-los, muito especialmente em 2013 e 2014, ano eleitoral.
Lula não sabe se o erro é do PT ou do governo Dilma? Ora, meu senhor! O erro é seu! Tome, que a obra é sua. Tome, que a filha — destinada a ser a Mãe do Brasil, não é isso? A Dilmãe … — também é sua. Lula está tentando deixar a sucessora pendurada na brocha, como, aliás, venho advertindo aqui há tempos. É claro que em circunstâncias normais, ela deveria, por exemplo, ter vetado o fim do fator previdenciário sem apresentar alternativa nenhuma. Mas foi pressionada, inclusive por seu criador. A proposta que está na MP do governo continua a inviabilizar o sistema.
Aberrações
Coitado do Felipe González! Deve ter ficado espantado. Em primeiro lugar, veio para um seminário sobre democracia e teve de se haver com chororô sobre questões de economia interna no PT. Depois, foi obrigado a ouvir Paulo Okamotto a confundir democracia — um ”exercício solitário de pensar”, segundo ele — com masturbação. O mesmo Okamotto ainda afirmou que as redes sociais “complicam” o regime democrático. Finalmente, Lula encontrou um tempinho para defender Saddam Hussein, no mesmo seminário em que já havia pregado o controle da mídia.
Lula está errado, é claro! O PT não está velho. Está morto. 
Texto publicado originalmente às 5h34
Por Reinaldo Azevedo

NO O ANTAGONISTA
Paulo Okamotto okamotta
Brasil 22.06.15 18:00
O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, disse hoje que "as contribuições (para o Instituto) são para continuarmos nosso trabalho de discutir democracia".
Na semana retrasada, eram para "combater a fome no mundo". Quem sabe, daqui a duas, Paulo Okamotto deixe de okamottar e diga a verdade.
Os planos de Dilma e o nosso plano
Brasil 22.06.15 19:34
Essa história de plano de desenvolvimento começou na ditadura getulista e prolongou-se até a ditadura militar. Costumavam ser quinquenais. O PT inovou ao criar os planos semanais.
Apenas neste mês, o governo Dilma Rousseff lançou o Plano de Investimentos em Logística, o Plano Agrícola e Pecuário 2015-2016 e está para lançar o Plano Nacional de Exportações. Também encomendou que se faça, em 30 dias, um novo Plano de Reforma Agrária.
Todos esses planos são cascatas para desviar a atenção do único plano que realmente nos importa, o único plano econômico efetivo: o Plano de Fazer Dilma Rousseff Cair Fora o Quanto Antes.
Lulistas contra Dilmistas
Brasil 23.06.15 05:53
Lula, ontem, disse que os petistas "só pensam em cargo, em emprego, em ser eleito".
A Folha de S. Paulo resolveu perguntar aos membros das duas bandas do PT - a dos dilmistas e a dos lulistas - o que Lula pretendia com isso.
Os dilmistas responderam que Lula "ensaia um descolamento de sua criatura para tentar sobreviver politicamente até 2018. Ele estaria passando a mensagem de que a responsabilidade pela atual crise política e econômica, que derrubou a popularidade da petista, é somente da presidente". Segundo o jornal, "Dilma ficou muito contrariada com as 'observações ácidas' de Lula".
Os lulistas, por outro lado, "atribuem as críticas e reclamações do ex-presidente como sinal de 'indignação' com a tentativa do governo de se descolar das acusações de corrupção que resvalam no ex-presidente. Para os lulistas, o Planalto tenta restringir a responsabilidade pelos desvios ao governo anterior para evitar a contaminação. Interlocutores dizem que o ex-presidente está 'órfão' e que sua sucessora não protege quem a colocou lá".
O Antagonista concorda com a versão dos lulistas.
Lula está com medo de ser preso e exige que Dilma Rousseff mate imediatamente a Lava Jato.
"O Petrolão também é dela"
A verdade sobre a Lava Jato
Brasil 23.06.15 06:37
A Veja informa que Paulo Roberto Costa vai prestar novo depoimento na manhã desta terça-feira na Polícia Federal, em Curitiba, "para detalhar o papel de parlamentares no esquema que sangrou os cofres da Petrobras".
É ridiculamente falsa a versão de que a Lava Jato atinge apenas as empreiteiras e meia dúzia de diretores da Petrobras. Ela atinge todo o sistema político brasileiro, em particular o PT.
My Favorite Things
Brasil 23.06.15 07:08
Eduardo Cunha, segundo a Folha de S. Paulo, classificou as investigações da Lava Jato como um “filme de terror” cujo final ainda é desconhecido.
A Lava Jato, para ele, talvez seja um filme de terror. Para nós, é Noviça Rebelde.
O paradoxo dos antagonistas
Brasil 23.06.15 07:49
- 65% dos brasileiros reprovam Dilma Rousseff
- 63% querem o impeachment
- 65% defendem o fim da reeleição
- 66% pedem o fim do voto obrigatório
- 87% apoiam a redução da maioridade penal
É esquisito e paradoxal, mas os antagonistas, pela primeira vez na vida, são maioria.

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 23/06/2015 05:21
Dona Dilma Jane, a mãe de Dilma Rousseff, mora com a filha no Palácio da Alvorada desde 2011. Mas tudo leva a crer que mãe e filha têm conversado pouco. Só a falta de aconselhamento materno pode explicar a descortesia da presidente com o companheiro Eduardo Suplicy.
Dilma deixou Suplicy esperando durante dois anos por uma brecha na agenda presidencial. Abordada em três oportunidades, prometeu-lhe a audiência. E nada. O companheiro reiterou o pedido em 19 cartas. E aguardou… Aguardou… Aguardou… Finalmente, a conversa foi marcada para as 17h desta segunda-feira (22).
Exultante, Suplicy tomou um avião em São Paulo com grande antecedência. Pousou em Brasília por volta das 14h. Decorridos 40 minutos da aterrissagem, o chefe de gabinete da presidente, Álvaro Henrique Baggio, lhe telefonou.
“A ligação foi para informar que havia ocorrido uma série de problemas nos últimos dias, em especial no final de semana, e a presidente não poderia me receber hoje'', relatou Suplicy. “Eu já tinha contado para meus amigos, familiares e alunos que a presidente me receberia. Estou entristecido.''
A primeria vez que Eduardo Suplicy pediu a Dilma Rousseff que o recebesse foi em junho de 2013. Desde então, a presidente dá preferência a outras companhias. Recebeu inúmeras vezes, por exemplo, o morubixaba peemedebista Renan Calheiros. Afora as conversas extra-agenda, abriu as portas do Planalto e do Avorada para Marcelo Odebrecht uma, duas, três vezes.
Hoje, Renan defende-se em inquérito no STF da acusação de receber propinas na Petrobras. E Odebrecht, herdeiro e presidente da empreiteira de mesmo nome, está preso na carceragem da PF em Curitiba sob a suspeita de participação no cartel que pagou propinas na estatal petroleira.
Dilma Jane, a mãe da presidente da República, não deve ser diferente de todas as outras mães. Uma de suas lições vitais há de ter sido: “cuidado com as más companhias, minha filha.”
Pode-se conviver com Renan Calheiros por obrigação protocolar. Mas cortejar o Renan, manter o apadrinhado de Renan na Transpetro por 12 anos, entregar a governabilidade nas mãos do Renan, ajudar a reeleger Renan à presidência do Senado, isso nenhuma mãe é capaz de compreender.
Conversar com empreiteiro no gabinete presidencial, vá lá! Mas qualquer mãe diria que abrir o almoço e o café da manhã do Alvorada para esse tipo de empreitada é mais arriscado do que fazer xixi sentada em privada de banheiro público.
Se pedisse conselhos à sua mãe, Dilma Rousseff talvez ouvisse algo assim: “Recebe o Eduardo Suplicy, minha filha. Tudo o que o Suplicy deseja é fazer a defesa daquele projeto dele: a renda básica de cidadania. Não deixe de ouvir o Suplicy. Ele pode ser chato, mas é inofensivo.”
Nos próximos dias, Dilma receberá a 20ª carta de Suplicy. Para não perder a viagem, ele foi recebido pelos ministros petistas Pepe Vargas (Direitos Humanos) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social). Mas ainda não se deu por vencido. “Não perdi a esperança, estou no aguardo que a presidente Dilma volte a marcar comigo.''
Nesta segunda-feira, enquanto Dilma exercitava sua descortesia em Brasília, Lula atacava o PT num evento organizado por seu instituto, em São Paulo. “O PT perdeu a utopia'', afirmou. Os petistas “só pensam em cargo, em emprego, em ser eleito'', acrescentou. “Temos que definir se queremos salvar nossa pele, nossos cargos, ou nosso projeto.''
Tomado pelos parâmetros de Lula, Suplicy é um petista démodé. Não tem afilhados para indicar, sua pele não carece de salvamento, conhece o mensalão e o petrolão de ouvir dizer, não teve contato com Alberto Youssef, não voou em jatinho da Odebrecht. Por tudo isso, virou uma espécie de tiozão excêntrico do PT. Ninguém sabe muito bem como tratá-lo. Nas reuniões partidárias, os mais jovens são orientados para não rir do seu jeitão. E os mais velhos escondem suas cartilhas da renda básica de cidadania. Suplicy representa o ex-PT. Em meio à lama, tornou-se uma curiosidade anacrônica.

NO BLOG UCHO.INFO
22/06/2015 | Escrito por admin
Gleisi pode ter usado beneficiários do “Bolsa Família” em campanha ao governo do Paraná
Avalanche de lama – Não é só o Petrolão, esquema de propinas que derreteu os cofres da Petrobras, no qual é investigada no rastro da Operação Lava-Jato, que complica a vida da senadoraGleisi Helena Hoffmann (PT). Denúncia da revista IstoÉ, publicada na mais recente edição, revela que a ex-ministra da Casa Civil de Dilma Rousseff pode estar envolvida no uso irregular de beneficiários do programa “Bolsa Família” em sua campanha rumo ao governo do Paraná, em 2014.
“O uso de um exército de beneficiários do Bolsa Família como cabos eleitorais não foi exclusividade do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel. A ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann também lançou mão do expediente na fracassada disputa pelo governo do Paraná”, denuncia a revista na seção Brasil Confidencial.
A denúncia é muito grave. Gleisi, assim como o governador Fernando Pimentel, também petista, teria usado o cadastro único de beneficiários dos programas sociais do governo federal para recrutar cabos eleitorais. Levantamento da ISTOÉ, feito por amostragem na prestação de contas entregue pela campanha petista à Justiça Eleitoral, indica que um terço dos mais de 7 mil cabos eleitorais usados por Pimentel integrariam a lista de beneficiários do “Bolsa Família”. Investigações conduzidas pela revista encontraram situações similares na campanha de Gleisi.
No caso de Minas Gerais, as evidências são incontestáveis. É o caso, por exemplo, de Alcirene Olidia Ferreira, moradora de Contagem. Contratada na reta final da campanha, ela teria recebido R$ 1,2 mil de auxílio financeiro. O valor é similar ao total de R$ 1.232 que Olidia recebeu do “Bolsa Família” entre junho de 2014 a abril deste ano. Ela ganha R$ 112 por mês do benefício federal. Já Alcileia Neves de Paiva, de Carandaí, teria embolsado da R$ 800 da campanha petista, de acordo com a prestação de contas. Em onze meses, ela ganhou R$ 1.617 em ajuda federal.
No exército de cabos eleitorais de Pimentel há também beneficiários de outros programas sociais, como o “Minha Casa, Minha Vida”. Entre eles, Adreciane Rodrigues Antonio, que vive em Belo Horizonte. Seu nome figura em uma lista de sorteados pela Prefeitura divulgada em janeiro de 2014. Adreciane teria recebR$ 1,2 mil fazendo campanha para o atual governador.
As informações do cadastro único são reguladas por decreto e só podem ser utilizadas para a seleção de beneficiários e integração de programas sociais, além de diagnósticos socioeconômicos para o desenvolvimento de políticas públicas. Jamais para fins eleitorais. Além de configurar uso da máquina pública, a oferta de dinheiro a pessoas em flagrante situação de vulnerabilidade social pode ser enquadrada como crime de abuso de poder econômico.
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) classifica como estranho o uso de exércitos de cabos eleitorais em uma campanha majoritária. “Normalmente, esse tipo de mão de obra não tem eficácia para campanhas assim. A Justiça Eleitoral deve investigar, confirmar se essas pessoas foram realmente contratadas e se trabalharam efetivamente”, afirma.
Para Aloysio, a contratação de cabos eleitorais se assemelha à compra de voto. Agora, as investigações vão mostrar se houve realmente trabalho dos beneficiários de programas sociais, ou se o cadastro foi utilizado para criar fantasmas e justificar gastos de campanha.
O procurador eleitoral Patrick Salgado alerta que até hoje as contas da campanha de Pimentel não foram aprovadas. Ele mesmo propôs duas ações contra o petista por abuso e captação ilícita de recursos. “Atuei para que as contas fossem rejeitadas. Tomei todas as providências, mas o TRE não julgou ainda”, diz. Salgado pediu a cassação do mandato de Pimentel, alegando que a movimentação financeira da campanha ultrapassou em R$ 10 milhões o limite previamente definido.
Com a deflagração da Operação Acrônimo e o possível envolvimento do dono da Gráfica Brasil, Benedito de Oliveira Neto, o Bené, no financiamento do caixa 2 de Pimentel, o procurador diz que pretende “aprofundar a investigação”.
“Já solicitei às fontes próprias que me forneçam os dados oficiais”, disse à ISTOÉ. Entre o material apreendido com Bené em outubro estavam duas folhas com tabelas de pagamentos e prazos sob o título “Campanha Pimentel”. Também foi encontrada uma pasta da Vox Brasil contendo documentos referentes a pesquisas de opinião nas eleições e o nome Helvécio Miranda, atual secretário de Planejamento.
A denúncia de IstoÉ torna ainda mais precária a situação de Gleisi, já investigada pela Operação Lava-Jato por recebimento de propina do esquema do Petrolão. Gleisi teria recebido R$ 1 milhão em 2010. O dinheiro teria sido solicitado pelo marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva, ao então diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que repassou o pleito ao doleiro Alberto Youssef, que, ato contínuo, providenciou o envio do numerário para Curitiba.

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