DA MÍDIA SEM MORDAÇA - PRIMEIRAS DO DIA DE HOJE

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
03 DE JUNHO DE 2015
Filho de Aroldo Cedraz, presidente do Tribunal de Contas da União, o advogado Tiago Cedraz foi denunciado por Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, que o acusou de vender informações privilegiadas do TCU. A delação foi revelada ontem na edição online do jornal O Globo. É a terceira referência a Tiago Cedraz na Lava Jato. Ele também foi delatado, em 18 de novembro passado, pelo policial federal Jayme Alves Filho, o “Careca”, que trabalhava para o doleiro Alberto Youssef.
“Careca” contou à força-tarefa da Lava Jato que levou dinheiro ao escritório de Tiago Cedraz, em Brasília, “duas vezes”.
Uma terceira referência a Tiago Cedraz, na Lava Jato, o envolveu na suspeita da venda da refinaria da Petrobras em San Lorenzo, Argentina.
Requerimento do deputado Izalci (PSDB-DF) pediu a convocação do ministro Aroldo Cedraz a depor na CPI da Petrobras.
Tiago Cedraz foi citado na Operação Voucher, da PF, que desbaratou em 2011 a organização criminosa que roubava o Ministério do Turismo.
No cargo de governador do Distrito Federal há cinco meses, Rodrigo Rollemberg (PSB) já perdeu um quarto dos eleitores. É o que mostra levantamento do Instituto Paraná Pesquisa: indagados se repetiriam o voto, 24,2% dos que se declararam seus eleitores responderam “não”. Há empate técnico entre os que o desaprovam (46,6%) e os que o aprovam (45,7%). A maior rejeição está entre 25 e 34 anos: 49,8%.
Para a população do DF, a Saúde é o maior dos problemas: 58%. Em segundo lugar, Segurança, mas bem longe, com 14,8%.
Boa notícia para Rollemberg: entre os que não votaram nele no 2º turno, 20,4% mudaram de ideia e agora votariam no governador.
O levantamento do Instituto Paraná Pesquisas entrevistou 1.280 eleitores de todas as regiões do DF entre os dias 25 e 28 de maio.
O Planalto aposta no escândalo do futebol para a Lava Jato sumir do noticiário, mas corre o risco de expor Ricardo Trade, secretário de Esportes de Alto Rendimento do Ministério do Esporte. Ele chefiou o comitê organizador da Copa de 2014, nomeado por Ricardo Teixeira.
A perda de peso de Dilma novamente foi assunto entre auxiliares dela. Na inauguração da Casa da Mulher, em Brasília, nesta terça-feira (2), um assessor deixou escapar: “perdeu mais 2 kg, já são 17”.
Dilma vai enfrentar o presidente da Câmara na redução da maioridade penal. Tenta isolar Eduardo Cunha, atraindo entidades de referência. Já pediu aos bispos da CNBB uma “campanha de esclarecimento”.
Deputados da comissão que analisa a redução da maioridade penal pedem mais tempo. Já o relator, Laerte Bessa (PR-DF), afinado com Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pretende entregar seu parecer no dia 10.
O Supremo Tribunal Federal rejeitou denúncia de suposta corrupção passiva que tramitava contra o deputado Maurício Quintela (AL), líder do PR na Câmara, envolvendo uma empreiteira em Alagoas.
A Câmara, para variar, já está em clima de feriadão. Desde segunda-feira está difícil encontrar as excelências no trabalho. Os funcionários dos gabinetes vão no mesmo rumo, está cada dia mais minguado.
Em campanha salarial, servidores do Ministério Público vão parar 24 horas hoje (03), emendando com o feriado de quinta e garantindo folga de cinco dias. Mas eles juram que vão trabalhar na sexta. Ah, bom.
O prefeito de Itaquaquecetuba (SP), Mamoru Nakashima (SP), foi expulso do PTN por estar de namorico com o PSDB. Ele não está nem aí: afinal, por decisão da Justiça, o mandato é seu e não do partido.
Dilma achou boa ideia Joseph Blatter renunciar à presidência da Fifa porque percebeu que não está agradando?

NO DIÁRIO DO PODER
LUCRAR MENOS PARA EVITAR DEMISSÕES OU ESTATIZAR COMO MEDIDA EXTREMA
CARLOS CHAGAS
Enquanto Madame anda de bicicleta, a indústria automobilística atropela o bom senso, a lógica e até as leis do mercado, sem que o governo tome qualquer providência. Porque se os pátios estão abarrotados de carros novos é pela ausência de compradores sem dinheiro por conta da crise econômica. O que aconselhariam Keynes e seus seguidores? Que se baixassem os preços. Que se reduzissem os lucros.
O que fazem as montadoras? Começaram a demitir em massa seus operários. E o governo, faz o quê? Nada.
O dever maior do poder público é zelar pelo bem estar de seus cidadãos. As demissões punem o trabalhador e intranquilizam a sociedade, sendo estultice dizer que a economia é assim mesmo, submetida aos postulados da oferta e da procura. Azar o de quem perde o emprego? A indústria visa o lucro e para preservá-lo julga-se no direito de demitir, sob a ilusão de estar reduzindo custos e diminuindo a produção.
Só que mecanismos existem para evitar as demissões e preservar as empresas. É quando entra o Estado, que existe para isso, dispondo de condições não apenas para socorrer as montadoras, mas para manter os empregos. Como?
Proibindo demissões em massa e intervindo nas empresas que insistirem nessa prática. Exigindo que se declararem inviáveis. Numa palavra hoje proscrita da dita moderna economia: estatizando. Apoderando-se do patrimônio das montadoras depois de mandar seus dirigentes para casa ou para a cadeia. Aplicando recursos públicos para solucionar o impasse através da transformação dos operários em sócios proprietários. Pode ser drástica essa iniciativa, mas que outra existirá a não ser aceitar as inaceitáveis demissões? Diante de tal hipótese ou ameaça, certamente a indústria automobilística refluirá de sua incompetência e de sua ambição. Admitirá lucrar menos, até entregando os anéis para salvar os dedos. O que não dá é o Estado assistir impassível a degola de seus cidadãos.
Torna-se necessário não ter medo do que se convencionou como heresia, muito pela ação da mídia. Estatizadas estão as eleições, por exemplo. Teria a iniciativa privada condições de realizá-las, a não ser para institucionalizar e ampliar a corrupção, já evidente no regime atual? O poder público não tem que ser ineficiente, muito menos esbanjador. Pelo contrário, é do outro lado que surgem práticas deletérias como as que ainda agora emergem do escândalo da Petrobras. Em suma, é preciso implodir tabus e falsas verdades hoje absolutas. Em especial se for para preservar os empregos de milhões de trabalhadores.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
02/06/2015 às 14:55
Quem diria, não? A burocracia cleptocrata da Fifa durou mais do que o comunismo soviético, mas caiu com a mesma facilidade, ruiu. Quatro dias depois de eleito, Joseph Blatter anuncia a renúncia. Ainda ficará alguns meses no cargo até preparar as novas eleições. Talvez seja o tempo de tentar esconder algumas provas, sei lá.
A Fifa, como a CBF, é um ente privado. Em princípio, escolhe seus caminhos e deve satisfação só a seus sócios. Ocorre que lida com uma paixão pública e, mais do que isso, com montanhas de dinheiro público. A Copa do Mundo disputada no Brasil deixou clara a interferência que têm os governos locais nas disputas. Blatter está renunciando porque ganhou, mas, obviamente, não levou. A paixão popular mundo afora certamente continuaria, mas os patrocinadores tenderiam a fugir.
Mais: complica-se a situação de seu braço-direito, aquele que, quando quer sugerir que as pessoas devem se mover, apela logo ao traseiro (“arse”). Uma carta revelada pelo SABC, canal sul-africano de TV, demonstra que ele sabia da transferência de US$ 10 milhões, que as investigações feitas nos EUA asseveram serem propina, para Jack Warner, então presidente da Concacaf, a Confederação de Futebol das Américas do Norte e Central.
O “Padrão Lula”, adotado por Blatter e Valcke (“Não sei de nada”) não colou. O velho burocrata, no comando de uma clepetocracia, não está renunciando ao cargo por amor ao futebol ou por boniteza. Suponho que, se insistir, ainda acaba na cadeia.
Vamos ver a natureza da reforma que se vai implementar. Tudo indica que o terremoto no mundo do futebol está apenas no começo. As investigações conduzidas pela Polícia Federal no Brasil indicam que os entes ligados à Fifa não seguiam moralidade muito distinta.
Pois é…
Mal sabíamos, né? Mas, no Brasil, a gente já tinha um governo “Padrão Fifa”.
Por Reinaldo Azevedo

NO O ANTAGONISTA
Viva a delação premiada
Mundo 02.06.15 19:41
O New York Times publicou que Joseph Blatter, ex-presidente da Fifa, está sendo investigado pelo FBI. A polícia americana espera que os dirigentes já indiciados façam delação premiada contra o suíço.
Agora está claro por que Blatter pediu para sair rapidinho.
Ainda longe da transparência
Brasil 02.06.15 20:45
O BNDES divulgou os valores dos financiamentos dados às empreiteiras, mas ainda falta muito para falar em transparência.
É preciso verificar por que o governo decidiu subsidiar obras no exterior, como se o Brasil nadasse em dinheiro e contasse com uma infraestrutura magnífica. É preciso verificar se não houve superfaturamento nos contratos firmados entre as empresas e os diferentes países. É preciso verificar se as obras foram efetivamente realizadas. É preciso verificar a atuação de Lula como lobista das empreiteiras no exterior, em especial da Odebrecht.
A investigação, portanto, continua.
Silas Malafaia é um idiota
Sociedade 02.06.15 21:19
O pastor Silas Malafaia está contra O Boticário porque a empresa incluiu casais gays na sua campanha publicitária para o Dia dos Namorados. Diz ele num vídeo: "Quero conclamar as pessoas de bem a boicotar os produtos dessas empresas como o Boticário. Vai vender perfume para gay!"
Silas Malafaia é um idiota.
O laranja de Bené
Brasil 03.06.15 05:03
O primo de Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, Pedro Medeiros, declarou renda de mil e quatrocentos reais. Apesar disso, apresentou "movimentações incompatíveis" de 1,35 milhão de reais, segundo o relatório da PF, citado pela Folha de S. Paulo.
Pedro Medeiros é descrito pela PF com um "faz-tudo" da organização criminosa desbaratada pela Operação Acrônimo, um "mero despachante ou office-boy, não só realizando entrega de documentos, transportando familiares, mas especialmente encobrindo/ocultando os reais operadores e proprietários dos valores movimentados nas transações bancárias".
Um laranja.
Bené e as listas de pagamentos da campanha de 2014
Brasil 03.06.15 05:14
A Folha de S. Paulo, hoje, apresentou o primo de Bené, testa-de-ferro em seus negócios de 525 milhões de reais com o PT.
A notícia mais importante, porém, aparece distraidamente no último parágrafo da reportagem:
"Investigadores da Operação Acrônimo já encontraram durante as buscas e apreensões da semana passada elementos que ligam empresas de Bené a campanhas eleitorais de 2014 e a autoridades com o chamado foro privilegiado, pelo qual um político com mandato só pode ser processado e julgado por determinados tribunais. Nas buscas, segundo a Folha apurou, foram encontradas listas com ordens de pagamentos".

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 03/06/2015 04:51
Sob o estrepitoso silêncio da banda muda do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) compôs um Conselho de Ética de estimação. Aprovado nesta terça-feira (2) numa votação simbólica, dessas em que os senadores não precisam mostrar a cara no painel eletrônico, o colegiado foi montado de modo a assegurar uma maioria confortável contra eventuais pedidos de cassação dos mandatos do próprio Renan e de outros 11 senadores enrolados na Operação Lava Jato.
A propósito, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), um dos investigados do escândalo da Petrobras, não teve nenhum constrangimento em aceitar uma das cadeiras do Conselho de Ética. Até por solidariedade, ele tende a livrar da grelha os 'petrocolegas' em eventuais processos por quebra de decoro parlamentar.
O presidente do Conselho de Ética será o senador João Alberto (PMDB-MA), um soldado da infantaria de José Sarney (PMDB-AP), velho admirador de Renan. Tomado pela quantidade de vezes que presidiu o conselho, João Alberto é uma espécie de Joseph Blatter do Senado. Vai ocupar a presidência do colegiado pela quinta vez. A diferença é que, diferentemente do mandachuva da Fifa, esse Blatter brasiliense não cogita renunciar.
Integra também Conselho de Ética, cuja responsabilidade é julgar os desvios de conduta da corporação, o senador Sérgio Petecão (PSD-AC). A exemplo de Renan e Jucá, ele está pendurado no STF. É réu numa ação penal que apura a compra de votos na eleição de 2006.
Num universo de dez senadores, a oposição terá dois escassos representantes: Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Wilder Moraes (DEM-GO). Este último era suplente do senador cassado Demóstenes Torres (DEM-GO).
Wilder assumiu a poltrona no Senado depois que o titular teve o mandato passado na lâmina por se envolver com Carlinhos Cachoeira, o célebre bicheiro goiano. Na votação do projeto que endureceu as regras do seguro-desemprego e do abono salarial, Wilder deu de ombros para a orientação do DEM e votou ‘sim’, como queria Dilma Rousseff.
Os demais integrantes do Conselho de Ética do Senado são: José Pimentel (PT-CE), Regina Souza (PT-PI), Lasier Martins (PDT-RS), Otto Alencar (PSD-BA) e Elmano Férrer (PTB-PI). Nenhum deles tem o perfil de alguém que irá pegar em lanças para exigir o exame da situação dos senadores que circulam pelos corredores do Congresso como se nada tivesse sido descoberto sobre eles, previamente indultados por uma espécie de amnésia combinada.


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