LULA E A CONFISSÃO DE UM CRIME
Sábado, 9 de maio de 2015
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Lula não apenas sabe de tudo - como confidenciou seu "amigo" uruguaio José Mujica. Lula sabe tudo... Quem tem tanta informação como ele consegue ter a blindagem mágica que permite que denúncias graves até o atinjam, mas jamais prejudiquem ou o inviabilizem politicamente. Tanto é assim que Luiz Inácio Lula da Silva precipitou a campanha presidencial de 2018. Já tem um roteiro para percorrer o Brasil, fazendo sua campanha pessoal. Desistiu e se descolou da Dilma - acusada de não lhe dar ouvidos e contrariar seus valiosos "conselhos". Dilma já era! Lula, não! Pelo menos ainda, não...
Quem é o candidato capaz de se contrapor a Lula em 2018? Tudo bem que essa eleição presidencial ainda está muito longe de acontecer. No entanto, é fato objetivo e lamentavelmente notório que ninguém desponta como favorito ou alternativo na previsível disputa contra o companheiro $talinácio. O nome oposicionista surgirá... O problema é se terá densidade para derrotar Lula - que já está em campanha descarada e leva uma vantagem cínica perante o eleitorado idiotizado.
Como Dilma se mostra um desastre completo, na interpretação popular, Lula sai vencedor na simplória comparação entre o caótico agora e o passado dele - muito bem construído imageticamente por uma caríssima e impecável campanha de marketagem. Uma coisa é a torcida contra, e outra é a análise crua da realidade. Lula nunca esteve tão desgastado como agora. No entanto, embora mais velho e aparentemente menos saudável - fragilidades que a malhação de ferro na academia tentam esconder -, Lula ainda é uma figuraça acima do execrado PT - do qual é e sempre foi o chefão.
O maior erro de avaliação que se pode cometer agora é cogitar que o PT tenha chegado ao fim. Não chegou. Transformado em "Partido da Traição", o PT tem todos os recursos econômicos disponíveis para se reinventar. Fica a dúvida se será rápido ou demorado o processo de reversão da atual desmoralização. No Brasil da memória fraca e do analfabetismo político, tanto da massa ignara quanto da arrogante 'zelite' de visão meramente rentista, é menos complicado fazer Lula voltar aos tempos de glória.
O processo de reconstrução da mítica imagem de $talinácio obedece ao mesmo modelo de propaganda adotado pelos "nazifascismos" da História. O salvador da Pátria foi inventado, e, no consenso da maioria burra, foi considerado um governante bem avaliado. Por isso, os marketeiros petistas têm fé e esperança de que conseguem reverter o assustador quadro presente de impopularidade. A falta de uma oposição consistente facilita o trabalho dos ideólogos petistas.
O modelo político brasileiro também facilita a estratégia de Lula. Neste sistema em vigor, ele continua sendo uma estrela de grande magnitude. A governança institucionalizada do crime, em conluio e simbiose com a gestão do processo político, não permite o surgimento de novas lideranças saudáveis. Como não há previsão de mudança no atual regime partidário e nem na alteração radical do processo de escolha do representante político, admitindo-se candidaturas avulsas de cidadãos-eleitores-contribuintes, as oligarquias partidárias continuarão parindo os mesmos monstros de sempre com a ajuda da dedada eletrônica em um processo moderníssimo de votação que peca por não ter seu resultado auditável por recontagem física do voto.
Nesse cenário de mesmice, não ocorrem mudanças efetivas na velocidade demandada pela sociedade. O máximo que acontece é a troca do famoso seis pelo tradicional meia-dúzia. Sai a Dilma, impedida, por renúncia ou por vencimento do prazo de validade, e entra um Lula - ou algo muito parecido. No distante cenário de 2018, aquele raio de luz que parece surgir no final do túnel é um trem que vem em sentido contrário para bater de frente com os idiotas. Alguma mudança concreta só tem chances de ocorrer se houver alguma radicalização no processo político institucional gerada pelo agravamento da violenta crise econômica em que estamos mergulhados até acima do pescoço.
Não há previsão de mudança - sobretudo na forma de governar o Brasil. Situação e sua suposta oposição não conseguem desenhar um projeto claro de Nação. O País continua refém do modelo rentista, improdutivo, especulativo e sempre sujeito a crises cíclicas. O modelo em vigor não facilita a produção e o desenvolvimento. Só alguns setores que conseguem subverter a visão meramente rentista, como uma parte do agronegócio autofinanciado pelo reinvestimento de seus lucros em cooperativas de crédito, têm demonstrado sucesso econômico efetivo. Os demais setores, que dependem do usurário crédito bancário ou dos favores dos cartórios e cartéis comandados pela máquina estatal capimunista, alternam sucessos efêmeros com fracassos retumbantes.
Enfim, sem previsão de mudança efetiva do sistema capimunista que controla o Brasil, que nos impõe esta "única forma de governar", baseada no patrimonialismo e na troca de favores com a corrupta máquina política estatal, um personagem como $talinácio tem tudo para voltar a brilhar como no passado recente.
O jogo é desigual. Enquanto nós, ingênuos, batemos panela, os políticos e os rentistas continuam batendo nossa carteira, e Lula prepara seu cardápio para 2018. A ameaça está aí... Quem se dispõe ou tem competência para enfrentar $talinácio?
Mensalão como paradigma
Vale a pena dar uma lida no trecho do livro "Una Oveja negra ao poder", escrito pelos jornalistas uruguaios Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz, no qual o ex-presidente José Mujica revela ter ouvido de Lula, em 2010, a agora polêmica explicação cínico-pragmática para tentar explicar o esquema de corrupção política do Mensalão (aliás, transformado em roubo de galinha pelo Petrolão):
“Lula teve que enfrentar um dos maiores escândalos da História recente do Brasil: o mensalão, uma mensalidade paga a alguns parlamentares para que aprovassem os projetos mais importantes do Poder Executivo. Compra de votos, um dos mecanismos mais velhos da política. Até José Dirceu, um dos principais assessores de Lula, acabou sendo processado pelo caso.
‘Lula não é um corrupto como Collor de Mello e outros ex-presidentes brasileiros', disse-nos Mujica, ao falar do caso. Ele contou, além disso, que Lula viveu todo esse episódio com angústia e com um pouco de culpa. 'Neste mundo tive que lidar com muitas coisas imorais, chantagens', disse Lula, aflito, a Mujica e Astori, semanas antes de eles assumirem o governo do Uruguai. 'Essa era a única forma de governar o Brasil', se justificou. Os dois tinham ido visitá-lo em Brasília, e Lula sentiu a necessidade de esclarecer a situação."
Por tais declarações, o senador Ronaldo Caiado, que tenta se despontar como presidenciável pelo DEM em 2018, promete fazer um requerimento, na semana que vem, convidando José Mujica para prestar esclarecimentos sobre o que o amigo Lula lhe desabafou em 2010...
(...)
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