DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
14 DE ABRIL DE 2015
Apenas nos três primeiros meses do ano, o governo Dilma conseguiu gastar R$ 9,12 milhões com os cartões de pagamento federais, os “cartões corporativos”. Como sempre, a conta é nossa. A Presidência da República é quem mais gasta com cartões: R$ 2,8 milhões, dos quais 90% são sigilosos, sob a desculpa de “garantia da segurança da sociedade e do Estado”. A Abin gastou R$ 1,14 milhão em segredo.
Os ministérios da Justiça (com a Polícia Federal) e do Planejamento (com o IBGE) gastaram R$ 1,9 milhão e 1,3 milhão respectivamente.
O gabinete do articulador-geral do governo, Michel Temer, gastou modestamente, para os padrões Dilma: R$ 130 mil de janeiro a março.
Os mais de R$ 9 milhões gastos pelo governo em 2015 representam despesas de apenas 24 dos 39 ministérios do governo Dilma.
O Tribunal de Contas da União abusa das desculpas para não julgar o processo sobre as “pedaladas fiscais” do governo Dilma. O procurador Júlio Marcelo de Oliveira considera crime a manobra com bancos públicos federais, atrasando benefícios para fingir superávit.
Repórteres flagraram ontem manifestantes de aluguel de uma “Frente Nacional de Lutas”, de inspiração petista. Pobres diabos laçados na periferia de Brasília receberam um trocado, camiseta ou colete e boné.
As relações entre o ex-deputado André Vargas e o publicitário Ricardo Hoffman, da agência Borghi/Lowe, que levaram ambos à prisão, foram reveladas nesta coluna, em primeira mão, no dia 6 de abril de 2014.
Obama se dispôs a receber Dilma em visita de Estado, com pompa e circunstância, mas em 2016. É que os EUA só recebem duas visitas do gênero por ano, e as de 2015 estão reservadas para Japão e China.
Dilma atrapalha a articulação política de Michel Temer, que tem evitado temas polêmicos, ao criticar a redução da maioridade penal só para dar uma bajulada nos petistas. Ela deveria consultar as pesquisas, antes.
Em menos de um mês, Dilma foi alvo de uma coisa rara no mundo: duas manifestações com um total de 3,5 milhões de pessoas pedindo sua saída e chamando seu governo de corrupto. Um recorde.

NO DIÁRIO DO PODER
É CONVOCAÇÃO E NÃO CONVITE
HOMEM DA CAIXA PRETA DO BNDES DEPÕE NO SENADO SOB INTIMAÇÃO
COUTINHO É CONVOCADO PARA EXPLICAR OPERAÇÕES SECRETAS NO BNDES
Publicado: 13 de abril de 2015 às 23:51 - Atualizado às 23:57
Redação

LUCIANO COUTINHO TERÁ DE EXPLICAR OS GENEROSOS EMPRÉSTIMOS A EMPRESAS ENROLADAS NO PETROLÃO.
Convocado pela Comissão de Infraestrutura do Senado, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, é aguardado nesta terça-feira (14) para prestar esclarecimentos sobre a caixa preta dos empréstimos secretos da sua instituição, que beneficiam empreiteiras amigas do governo, quase todas enroladas na Operação Lava Jato.
A convocação de Luciano Coutinho foi proposta pelo senador Lasier Martins (PDT-RS), mas também o senador Delcídio Amaral (PT-MS) convidou o presidente do BNDES a comparecer à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), para dar a impressão de que a presença dele no Senado é por livre e espontânea vontade. 
Motivaram o requerimento do senador Lasier Martins (PDT-RS) as evidências de conexões entre empréstimos do BNDES e casos de corrupção na Petrobras, desmantelados pela Operação Lava Jato. Segundo Martins, os desembolsos do BNDES passaram de R$ 47,1 bilhões, em 2005, para R$ 190,4 bilhões, em 2013.
"A despeito desse montante, extremamente significativo, não temos informações a respeito dos resultados obtidos com essa política de concessão agressiva de financiamentos", avalia o senador.

LAVA JATO
STF RECEBE PEDIDO DA PF PARA PRORROGAR 15 INQUÉRITOS CONTRA POLÍTICOS
STF RECEBE PEDIDO PARA PRORROGAR PRAZOS DE INVESTIGAR 13 POLÍTICOS
Publicado: 13 de abril de 2015 às 22:47 - Atualizado às 22:48
Redação
RENAN CALHEIROS, ANÍBAL GOMES, HUMBERTO COSTA, JOÃO PIZZOLATTI E ANTONIO ANASTASIA ESTÃO ENTRE OS INVESTIGADOS.
O Supremo Tribunal Federal (STF) já recebeu pedidos da Polícia Federal para prorrogar o prazo de investigação em 15 inquéritos sobre a Operação Lava Jato envolvendo 13 políticos. No total, existem na Corte 26 inquéritos para investigar 50 políticos e operadores possivelmente envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras. Inicialmente, a Polícia Federal tinha prazo de 30 dias para realizar as diligências de investigação, que se esgotaria nesta semana.
Os investigadores querem estender o trabalho, por exemplo, nas duas investigações que apuram possível envolvimento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE). O pedido de extensão de prazo será analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. É considerada uma praxe no Tribunal atender as solicitações de mais tempo para finalizar as diligências.
A PF pediu também prorrogação de prazo para três inquéritos que investigam o deputado João Pizzolatti (PP-SC), além dos casos relativos aos deputados Simão Sessim (PP-RJ), José Mentor (PT-SP); aos senadores Valdir Raupp (PMDB-RO), Humberto Costa (PT-PE), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Antonio Anastasia (PSDB-MG); e ao ex-deputado Roberto Teixeira. Houve pedido para estender os trabalhos ainda nos dois inquéritos que investigam o deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Benedito de Lira (PP-AL) e em um dos inquéritos referentes ao deputado Eduardo da Fonte (PP-PE).
Além da lista de prorrogação de prazo que já chegou ao STF, também foi encaminhado ao Tribunal a autorização para realizar novas diligências no caso do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL).
No último mês, durante a realização das diligências, a Polícia Federal já colheu depoimentos de Humberto Costa e de Lindbergh Farias, além de ouvir os deputados do PP-RS Jerônimo Goergen, Renato Molling e Luiz Heinze.


NO BLOG DO CORONEL
TERÇA-FEIRA, 14 DE ABRIL DE 2015
 
Por trás nas grandes produções comerciais do governo, um mundo de oportunidades para os corruptos.
O que ficou restrito apenas à agência de Marcos Valério no escândalo do Mensalão, agora será aberto para cerca de vinte agências de publicidade que atendem contas de governo e estatais. E a força-tarefa da Lava Jato achou o ninho de ratos: o uso de empresas-laranja que faturam notas frias contra as produtoras de filmes que cobram verdadeiras fortunas, muito acima da média internacional, para produzir mensagens publicitárias. Alerta para o MPF! Estendam a investigação para as produtoras de eventos! A matéria a seguir é do Estadão.
"Os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato vão estender a todos os órgãos públicos federais as investigações sobre o pagamento de propinas para políticos e agentes públicos na área de publicidade. Para isso, produtoras de áudio e vídeo do País terceirizadas pelas agências de propaganda detentoras das contas governamentais serão incentivadas a fazer delação premiada.
Os procuradores da República acreditam que produtoras de conteúdo possam ser a peça-chave para desmontar a engrenagem de um sistêmico modelo de desvios em contratos milionários de propaganda do governo federal, via pagamentos de comissão para firmas de fachada ligadas a políticos.
Para isso, querem a colaboração espontânea das empresas, com a entrega de provas de pagamentos e nomes envolvidos, para possível negociação de redução de pena quanto as implicações criminais e cíveis dessas produtoras.
Pelo menos cinco produtoras são investigadas no esquema descoberto pelos investigadores da Lava Jato que levou o ex-deputado petista André Vargas (sem partido-PR), seu irmão Leon Vargas e o publicitário Ricardo Hoffmann, da agência Borghi Lowe, para a cadeia na sexta-feira (10) – alvos da Operação A Origem, 11ª fase das apurações.
As produtoras de áudio e vídeo Enoise Estúdios, Luiz Portella Produções, Conspiração Filmes, Sagaz Digital e Zulu Fillmes e a agência de publicidade Borghi Lowe – que mantém contratos com a Caixa Econômica Federal e com o Ministério da Saúde – foram alvo de quebra de sigilos bancário e fiscal decretada pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato.
As produtoras foram flagradas fazendo pagamentos de comissão para duas firmas de fachada controladas por Vargas e seu irmão (LSI Solução e Serviços Empresariais e Limiar Consultoria e Assessoria em Comunicação) por serviços prestados à Borghi e Lowe – nas campanhas publicitários da Caixa e da Saúde.
Por direito, essas comissões (chamadas de bônus de volume no mercado publicitário) deveriam ter como destino a própria Borghi Lowe, por fazer a subcontratação dessas produtoras – algo permitido legalmente".
POSTADO POR O EDITOR ÀS 07:04:00

O PSDB pediu que Miguel Reale Júnior, ministro da Justiça no governo FHC, elabore uma ação penal contra Dilma Rousseff pela "pedalada fiscal" que o governo realizou em 2014. Se for julgada pelo Senado por crime de responsabilidade, a presidente poderia sofrer impeachment. Os tucanos resolveram agir embalados pela pesquisa Datafolha que mostrou que 63% apoiam a abertura de processo contra Dilma. Reale ainda analisa o caso para ver se há viabilidade jurídica.
No papel 
O partido quer embasar a ação em pareceres de auditores e do Ministério Público junto ao TCU que apontam que o governo descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal ao adiar repasses a bancos públicos para melhorar as contas em 2014. 
Melhor não 
Diante da nova diretriz do PSDB, o encontro de Michel Temer e Fernando Henrique Cardoso, previsto para estar terça-feira, foi adiado "sine die". 
Sinais 
Aécio Neves convenceu FHC de que uma coisa seria conversar com o presidente do PMDB sobre reforma política. Outra, bem diferente, seria se encontrar com o articulador político de Dilma e passar a ideia de um "pacto" de governabilidade.
Informações publicadas pelo Painel da Folha.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 06:42:00

CGU blindou Dilma contra acusações da SBM. "Todos esperaram cinicamente o fim das eleições", denuncia ex-diretor. PT recebeu U$ 225 milhões de propina.
Jorge Hage, da então da CGU: o engavetador geral do PT e da Dilma.
(Folha) O principal órgão de controle interno do governo federal recebeu durante a campanha eleitoral do ano passado provas de que a empresa holandesa SBM Offshore pagou propina para fazer negócios com a Petrobras, mas só abriu processo contra a empresa em novembro, após a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Em entrevista à Folha, o ex-diretor da SBM Jonathan David Taylor disse que prestou depoimento e entregou mil páginas de documentos internos da empresa à CGU (Controladoria-Geral da União) entre agosto e outubro de 2014. O órgão só anunciou a abertura de processo contra a SBM em 12 de novembro, 17 dias após o segundo turno da eleição presidencial. 
Taylor trabalhou durante oito anos e meio para a SBM na Europa e é apontado pela empresa como responsável pelo vazamento de documentos e informações sobre o caso publicadas na Wikipedia em outubro de 2013. O vazamento levou a investigações sobre a SBM no Brasil e na África. Os documentos indicam que ela pagou US$ 139 milhões ao lobista brasileiro Julio Faerman para obter contratos na Petrobras. Entre abril e junho do ano passado, Taylor depôs e entregou documentos ao Ministério Público da Holanda. Segundo a própria SBM, ele participara de um grupo que conduzira uma investigação interna sobre o caso em 2012. 
Na entrevista à Folha, a primeira a um veículo brasileiro, o delator disse que foi sua a iniciativa de procurar a CGU, que abrira uma sindicância para apurar o caso no Brasil. Em 27 de agosto, ele repassou ao órgão o relatório de uma auditoria interna da SBM, mensagens eletrônicas, contratos com o lobista, extratos de depósitos em paraísos fiscais, a gravação de uma reunião da empresa e uma lista com nomes da Petrobras. O material foi enviado por email ao diretor de Acordos e Cooperação Internacional da CGU, Hamilton Cruz, que no dia seguinte atestou o recebimento e informou que passaria as informações para o chefe da investigação. 
No dia 3 de outubro, dois dias antes do primeiro turno, Taylor recebeu no Reino Unido a visita de três funcionários da controladoria, entre eles Hamilton Cruz. "Contei tudo o que sabia", afirma o delator. A CGU nunca divulgou dados sobre a viagem e o depoimento. Para Taylor, a demora do órgão em anunciar o processo contra a empresa holandesa teve motivação política. "A única conclusão que posso tirar é que queriam proteger o Partido dos Trabalhadores e a presidente Dilma ao atrasar o anúncio dessas investigações para evitar impacto negativo nas eleições", diz. 
Os valores pagos ao lobista Julio Faerman, segundo Taylor, são bem maiores do que os divulgados até aqui: "Era muito mais. O comprometimento [da SBM] era de pelo menos US$ 225 milhões". Em 12 de novembro, a SBM fechou acordo com as autoridades holandesas e aceitou pagar US$ 240 milhões para se livrar de punições na Holanda. Na tarde do mesmo dia, a CGU anunciou a abertura de processo contra a empresa no Brasil. "Todas as partes esperaram cinicamente até o fim das eleições", afirma Taylor. 
No momento, a SBM negocia com a Controladoria um acordo de leniência, em que poderá colaborar com as investigações sobre corrupção na Petrobras para se livrar de punições e continuar fazendo negócios com o setor público. O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, um dos delatores da Operação Lava Jato, disse que a SBM doou US$ 300 mil à campanha de Dilma nas eleições de 2010 e apontou Faerman como o operador que fez o dinheiro chegar ao PT.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 06:36:00

Hoje a Secretaria de Comunicação da Dilma abriu os envelopes com propostas de produtoras para a realização de cinco comerciais para a TV, para explicar ao povo como o seu governo vai reduzir direitos trabalhistas e meter a mão no bolso do cidadão para recuperar a farra do primeiro mandato. Isso mesmo. Cinco filmes! Imaginem o tamanho do custo, levando-se em conta o modelo adotado pelo Ministério da Saúde e pela Caixa, conforme noticiado pela Imprensa. Por que Dilma Rousseff não chama uma rede nacional e gratuita para explicar o tarifaço ao país? Está com medo do som das panelas? Leia mais aqui no Estadão.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 00:11:00

SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015
Mais um absurdo. O governo do PT pagou R$ 30 mil pelo logotipo utilizado pelo Pacto de Enfrentamento às Violações de Direitos Humanos que, na verdade, é um serviço de censura disfarçado, que monitora as redes sociais. Sua marca é@HumanizaRedes. Internautas denunciaram que o logotipo utilizado é uma cópia. O @HumanizaRedes defendeu-se dizendo que a imagem é de uso livre. O que é indefensável é os cofres públicos terem pago R$ 300 mil por algo que é de uso livre. Mas este é o governo do PT. Um governo onde o dinheiro público é tratado com descaso, quando não é desviado para propina e corrupção. Vejam a sequência abaixo:

Dilma lançando o programa: vejam o logotipo à esquerda.

Leiam acima a resposta oficial do @HumanizaRedes.

Acima, o custo cobrado pela agência de propaganda por uma imagem "royalties free": R$ 300 mil! Dilma pagou sem chiar.
Para mais detalhes, leiam o post da Reaçonaria, clicando aqui.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 17:31:00
Petrobras vai vender participação na Braskem que ela criou e entregou para a Odebrecht de forma obscura.
Dilma, a mãe da Braskem.
Não surpreende que a Petrobras esteja anunciando que vai vender a sua participação minoritária no gigante denominado Braskem, uma negociata até hoje mal explicada. E muito menos haverá surpresa se a própria empresa, do grupo Odebrecht, ficar com todo o negócio. Segundo o Estadão, caso a Petrobrás encontre interessado no ativo, missão essa que, de acordo com fontes de mercado, não será uma tarefa fácil, poderá obter cerca de R$ 2,8 bilhões, correspondentes à fatia de 36,1% que possui na petroquímica.
Em maio de 2009, publicamos post questionando a forma como a Petrobras criou a Braskem, o BNDES financiou e o Governo Federal ficou minoritário no negócio. Tudo sob o comando de Dilma Roussef. Clique aqui para ler.
Sobre este tema, você também pode ler estes posts de 2009:
POSTADO POR O EDITOR ÀS 14:17:00


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
14/04/2015 às 4:49
Atenção! Surgiu aquela que é, entendo, a denúncia mais grave desde que o escândalo do petrolão começou a vir à luz. E, desta vez, pega em cheio a Controladoria-Geral da União (CGU), órgão subordinado à Presidência da República. Mais uma vez, o descalabro se aproxima perigosamente da presidente Dilma Rousseff. Mas, suponho, Rodrigo Janot, procurador-geral da República, não vai pedir ao Supremo Tribunal Federal nem mesmo a abertura de um inquérito. A que me refiro?
Em entrevista a Leandro Colon, da Folha, Jonathan David Taylor, ex-diretor da SBM Offshore, afirmou que entregou à CGU, durante a campanha eleitoral do ano passado, provas de que a empresa holandesa havia pagado propina a agentes da Petrobras. O órgão, no entanto, só abriu sindicância em novembro, depois da eleição. Segundo Taylor, ele entregou à CGU mil páginas de documentos entre agosto e outubro de 2014.
O ex-diretor diz que foi ele quem teve a iniciativa de procurar a CGU. No dia 27 de agosto, afirma, entregou ao órgão o relatório de uma auditoria interna da SBM, mensagens eletrônicas, contratos com o lobista Júlio Faerman — a quem ele pagou US$ 139 milhões para obter contratos com a Petrobras —, extratos de depósitos em paraísos fiscais, a gravação de uma reunião da empresa e uma lista com nomes da Petrobras…
Mesmo assim, a CGU foi abrir sindicância só em novembro, 17 dias depois de realizado o segundo turno. Para lembrar. A VEJA publicou reportagem em fevereiro do ano passado informando que auditoria interna da SBM havia encontrado indícios de pagamento de propina a funcionários da Petrobras. Lá já se podia ler:
“O esquema de corrupção no Brasil, de acordo com a investigação interna, era comandado pelo empresário Julio Faerman, um dos mais influentes lobistas do setor e dono das empresas Faercom e Oildrive. Ele assinava contratos de consultoria com a SBM que serviam para repassar o dinheiro de propina para diretores da Petrobras. Essas consultorias previam o pagamento de uma ‘comissão’ de 3% do valor dos contratos celebrados entre a SBM e a Petrobras – 1% era destinado a Faerman e 2% a diretores da petrolífera brasileira.”
Em março do ano passado, um mês depois da reportagem, a então presidente da Petrobras Graça Foster anunciou que uma auditoria interna não encontrara nada de errado. Nesse mês, foi deflagrada a Operação Lava Jato. No começo de novembro, o Ministério Público da Holanda anunciou que a SBM havia sido multada naquele país em US$ 240 milhões em razão de propinas pagas mundo afora, INCLUSIVE NA PETROBRAS.
Só no dia 17 de novembro Graça Foster veio a público para admitir que, de fato, havia indícios de corrupção. Segundo ela, estava com essa informação desde meados do ano… E não falou pra ninguém. Agora se descobre que a CGU também amoitou a informação. A mesma CGU que negocia com a SBM um acordo de leniência…
Prestem atenção a este trecho da entrevista (em azul).
O sr. esteve com Faerman?
Várias vezes. Julio Faerman não era um agente independente. Ninguém da Petrobras falava com a SBM sem ele. Era altamente íntimo do esquema no Brasil, e atuava com seu filho Marcello e o sócio Luiz Eduardo Barbosa.
CGU, SBM e Petrobras admitiram irregularidades somente em 12 de novembro.
A única conclusão que posso tirar disso é que essas partes queriam proteger o Partido dos Trabalhadores e a presidente Dilma ao atrasar o anúncio dessas investigações para evitar um impacto negativo nas eleições. Para a SBM, era importante ter uma sobrevida com os contratos no Brasil. É minha opinião.
O sr. aceitaria colaborar com a CPI no Congresso?
Claro. Provavelmente, se tudo isso tivesse sido descoberto mais cedo, Dilma Roussef não seria presidente.
Que tipo de documentos o sr. tem e entregou?
Tenho, por exemplo, uma gravação de Hanny Tagher (ex-dretor da SBM) de uma reunião de 27 de março de 2012. Quando perguntado por Bruno Chabas (CEO) sobre Julio Faerman, Tagher explica quem é e o que fazia. Disse que, dos pagamentos feitos pela SBM para comissões, 1% ficava com o Faerman, e a outra parte, 2%, iria para a Petrobras. E eu perguntei então para ele, na gravação: “Petrobras?”. Ele responde “Sim”.
Volto
Para encerrar: segundo Pedro Barusco, a SBM doou US$ 300 mil para a campanha de Dilma, em 2010, de forma irregular. Faerman teria sido o intermediário. O mais impressionante é que a CGU confirma a versão de Taylor, inclusive a data da entrega dos documentos. Para ela, no entanto, aqueles ainda não constituíam os “indícios mínimos”. Reitero: a Controladoria-Geral da União é um órgão subordinado à Presidência da República. Dilma tenta se afastar da crise, mas a crise não se afasta dela porque é perseguida pelos métodos a que seu partido recorreu, inclusive para elegê-la e reelegê-la.
Por Reinaldo Azevedo

14/04/2015 às 3:38
Coitado do leitor brasileiro, seja ele de jornal, revista, internauta, pouco importa! Não é fácil acompanhar a pauleira, né? Imaginem como deve ser na Suécia ou na Dinamarca. Os caras acordam, tomam ciência do noticiário — alguma questiúncula envolvendo um benefício do estado de bem-estar social, ou, sei lá, ações humanitárias em lugares remotos do planeta — e vão cuidar de suas vidas. Uma boa ocupação é reclamar da qualidade do arenque. Sobrando um tempinho, leiam “A Morte de um Apicultor”, do sueco Lars Gustafsson. Alguns podem ser tentados a ver na obra certo mal-estar da abastança. Ainda acho que é melhor morrer de tédio do que de susto, de bala ou vício. Adiante. Por que eu me compadecia do leitor? A quantidade de escândalos que é obrigado a acompanhar chega a ser cruel. Pior: as autoridades já não temem mais o cinismo.
O ex-deputado André Vargas foi preso. O motivo desta feita foi a descoberta de que empresas ligadas a ele recebiam uma parcela dos contratos que a agência de publicidade Borghi/Lowe mantinha com a Caixa Econômica Federal e com o Ministério da Saúde. Os descontos oferecidos pelos órgãos de comunicação para veicular as propagandas — bonificação por volume — não eram revertidos nem em benefício dos entes estatais (uma possibilidade) nem da própria agência — que é a prática corriqueira no mercado. Iam parar, segundo a Polícia Federal, nas tais empresas ligadas a André Vargas e a seu irmão, Leon.
A CEF anunciou que suspendeu os contratos e disse ter aberto uma sindicância interna. Já o Ministério da Saúde… Bem, o ministro Arthur Chioro, o petista que sucedeu Alexandre Padilha no cargo, limitou-se a dizer que a Borghi/Lowe foi contratada segundo procedimento regular, porque ofereceu o menor preço. Entre 2011 e 2014, a agência recebeu do ministério R$ 123,7 milhões. Parte desse dinheiro — R$ 2,6 milhões — foi parar em quatro empresas (Zulu, Sagaz, Luiz Portela e E-noise) e, de lá, migrou para os irmãos Vargas.
Sabem o que disse o ministro? Que a sua pasta não tem nada com isso. “Se houve irregularidades, ele disse, foi de privado para privado.” Entenderam? Para o titular da Saúde, o contrato com a sua pasta é regular, e os serviços foram prestados. Mas por que diabos, afinal, uma agência como a Borghi/Lowe subcontrataria produtoras que repassariam grana a Vargas, que publicitário não é? Chioro dá de ombros, como se o pulo do gato não estivesse justamente em mascarar o pagamento de propina por meio de um serviço aparentemente legal.
O ministro estava num dia realmente inspirado. Segundo o doleiro Alberto Youssef, ele próprio manteve um encontro com Alexandre Padilha e André Vargas para tratar da contratação do laboratório Labogen pelo Ministério da Saúde. O Labogen, vocês devem se lembrar, era uma das lavanderias a que recorria Youssef. Quem intermediou o negócio com a empresa de fachada foi Vargas, o mesmo que recebia uma porcentagem dos contratos de publicidade da pasta, durante a gestão… Padilha!
O que tem Chioro com isso? Segundo ele, nada também. Limitou-se a dizer que não há registro do encontro no ministério e decretou que o Labogen é uma página virada. Disse ainda que não há o que investigar no âmbito de sua pasta. Entenderam?
Pois é… Como são infelizes os suecos e dinamarqueses, que não contam com a criatividade, o desassombro e o cinismo de homens públicos como André Vargas, Alexandre Padilha e Arthur Chioro. Houvesse por lá políticos dessa qualidade, nunca mais reclamariam do preço do arenque. Nem escreveriam um livro como “A Morte de um Apicultor”.
Por Reinaldo Azevedo

NO O ANTAGONISTA
A propaganda é a alma do PT
Brasil 14.04.15 07:05
Se os procuradores da Lava Jato querem pegar os corruptos na área de publicidade estatal, O Antagonista recomenda que eles comecem pelos blogs governistas.
O 'Brasil 247' tem, desde a semana passada, um anúncio da BR Distribuidora.
A agência que destinou verbas públicas àquele blog não foi a Borghi/Lowe, de Ricardo Hoffmann, e sim a NBS.
A NBS - de No Bullshit - é um perfeito exemplo do modelo petista. Além da BR Distribuidora, a agência tem as contas do Ministério dos Esportes, da Eletrobras e da própria Petrobras.
Criada em 2002, a NBS progrediu rapidamente e, hoje, é uma das maiores agências brasileiras. Dois anos atrás, juntou-se a outra agência do mesmo grupo, a Quê, comandada por Dudu Godoy.
Em 2006, em pleno escândalo dos aloprados, eu, Diogo, escrevi o seguinte sobre ele:
"Quando a IstoÉ publicou a entrevista com o chefe dos sanguessugas, sugeri que ela poderia ser recompensada com anúncios da Petrobras. Ninguém deu bola para o assunto. Na ocasião, indiquei o nome dos intermediários: Hamilton Lacerda, assessor de Aloizio Mercadante, e Wilson Santarosa, diretor de marketing da Petrobras. Agora a CPI dos Sanguessugas revelou que os dois trocaram dezenas de telefonemas no período de negociação do dossiê contra os tucanos. Na última quarta-feira, encontrei mais um dado comprometedor para a Petrobras. Analisando os telefonemas de Hamilton Lacerda, em poder da CPI, descobri que ele recebeu chamadas do celular de Dudu Godoy. Dudu Godoy é um dos sócios da Quê, a agência de propaganda que atende a Petrobras. Dudu Godoy fez carreira em Campinas, assim como Wilson Santarosa, que presidiu o sindicato dos petroleiros local. Em 1998, ele foi um dos marqueteiros da campanha de Lula. De maio a setembro de 2006, a IstoÉ veiculou 58 páginas de anúncios da Petrobras. Pelos dados do Ibope Monitor, foram 2,6 milhões de reais investidos pela estatal na revista. Carta Capital lucrou ainda mais, proporcionalmente à sua tiragem. Foram 789.000 reais".
Bullshit 247

Mega-Sena do PT
Brasil 14.04.15 06:54
A Conspiração Filmes, de Andrucha Waddington, uma das maiores produtoras do Brasil, entregou à Lava Jato os documentos relativos aos pagamentos de propina a André Vargas.
O esquema era comandado diretamente por Ricardo Hoffmann, da agência Borghi/Lowe.
Em seus e-mails, ele manda a Conspiração Filmes repassar sua comissão à empresa de fachada de André Vargas. Dessa maneira, o dinheiro desviado da Caixa Econômica Federal chegava limpinho ao deputado petista.
O Estadão disse que a Lava Jato vai estender a todos os órgãos públicos federais as investigações sobre o pagamento de propinas a políticos e agentes públicos na área de publicidade.
Para isso, produtoras de áudio e vídeo, como a Conspiração Filmes, fornecedoras das agências de propaganda que contam com contas governamentais, como a Borghi/Lowe, serão incentivadas a fazer delação premiada.
Comercial da Caixa da Borghi/Lowe, produzido pela Conspiração

O Porto de Mariel e a matemática da Odebrecht
Brasil 13.04.15 22:45
Se é para banalizar o adjetivo, como fizeram em relação ao encontro entre Obama e o tiranete cubano, histórico será o dia em que tivermos todas as informações sobre o financiamento do BNDES, no valor de 682 milhões de dólares, para a construção do Porto de Mariel, em Cuba -- de onde os cubanos poderão importar e exportar para o seu futuro maior e praticamente exclusivo parceiro comercial, os Estados Unidos, deixando os brasileiros literalmente a ver navios.
Desde o ano passado, o Ministério Público Federal investiga o caso, e o BNDES recorre aos tribunais para esconder o jogo, assim como faz com a JBS/Friboi. Hoje, os procuradores tomaram um outro caminho: recomendaram formalmente ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, instância pela qual passou a aprovação do empréstimo ao projeto em Cuba, que abra os dados sobre a transação. Se o ministério não o fizer, o MPF irá acioná-lo na Justiça.
Quem recebeu a grana do BNDES foi a Odebrecht, que construiu o tal porto -- e não empresta, mas dá a Lula. Em fevereiro do ano passado, quando foi aberta a investigação do Ministério Público, Marcelo Odebrecht assinou um artigo na Folha de S. Paulo, para dizer que não havia nada de escuso no fato de o BNDES manter sigilo sobre as condições do empréstimo.
A última frase do artigo foi: "Esse episódio me lembra aqueles que criticam a boa nota que o filho tirou em matemática, porque o garoto está indo mal em português. Pensando como brasileiro, proponho a identificação e o debate de nossos reais desafios e a escolha das batalhas certas para colocar nossas energias."
O Antagonista sabe que, na matemática de Marcelo Odebrecht, o Tesouro Nacional fica sempre no vermelho para que a sua empreiteira fique no azul. Em bom Português, isso é apropriação indébita de recursos públicos. Também propomos a identificação -- digital e fotográfica -- dos nossos reais desafios. Sem debate, só processo.

Brasil 13.04.15 19:16 
O site Fato Online fez as contas e concluiu que, desde que Dilma Rousseff assumiu a Presidência, em 2011, o Ministério da Saúde e a Caixa Econômica Federal repassaram quase 700 milhões de reais à agência de publicidade Borghi/Lowe, do lavador de dinheiro Ricardo Hoffmann, preso na semana passada pela Operação Lava Jato.
A Caixa Econômica presenteou a agência com 580 milhões de reais; o Ministério da Saúde, com 113 milhões.
Cadê o leito que estava aqui? Perguntem ao Hoffmann

Brasil 13.04.15 18:52 
O vice-presidente Michel Temer, que ontem disse que "era preciso ouvir a voz das ruas", manobra para derrotar Eduardo Cunha na Comissão de Constituição e Justiça e evitar a redução obrigatória do número de ministérios.
O Antagonista jamais confiou em Michel Temer, embora deseje que ele suceda imediatamente Dilma Rousseff e, em seguida, seja votado o fim da reeleição. Paradoxalmente, essa seria a maior vingança de Eduardo Cunha contra o vice-presidente. House of Cards.
Você vai deixar barato, Frank Underwood?

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 13/04/2015 18:56
Num instante em que as ruas rosnam para o governo e 63% dos brasileiros defendem o seu impeachment, Dilma Russeff tenta mudar de assunto. Tendo esgotado o seu arsenal de truques para simular respostas ao asfalto, a presidente decidiu se insurgir contra um tema duro de roer: a proposta de emenda constitucional que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. “Sou contra”, anotou Dilma nas redes sociais, o habitat natural da rapaziada.
A posição da presidente é corajosa. As estatísticas mostram que a grossa maioria dos brasileiros deseja o encarceramento de menores. A despeito disso, do alto de sua impopularidade, Dilma anotou: “Reduzir a maioridade penal não vai resolver o problema da delinquência juvenil.'' Ou: “Lugar de meninos e meninas é na escola.” Dilma tem razão. Mas isso deixou de ser relevante.
Enfraquecida, Dilma foi desligada da tomada por parte dos seus aliados. Empinada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a emenda da redução da maioridade tem chances de ser aprovada. Como se trata de um ajuste na Constituição, não estará submetido ao poder de veto da presidente. Caberá ao presidente do Congresso, Renan Calheiros, promulgá-la.
Alvejados por inquéritos no STF, Eduardo Cunha e Renan Calheiros ditam a pauta nacional. Escolhem temas de grande repercussão. No caso da maioridade penal, a posição da sociedade é ditada pelo medo, não pela racionalidade. E o medo, como se sabe, é capaz de juntar as pessoas em assembleias, em comícios, em maiorias, em unanimidades. Cunha e Renan buscam o aplauso fácil dessa multidão. Do seu ponto de vista deles, o ideal é que Dilma continue frequentando a cena política como uma presidente monotemática, restrita à crise.

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