DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
10 DE ABRIL DE 2015
Luiz Flávio D’Urso, advogado do tesoureiro do PT, João Vaccari, liderou o movimento “Cansei”, em 2007, contra o governo Lula. Seu escritório e mais 30 bancas não cansam de faturar defendendo petistas e bandidos do “petrolão”: R$ 70 milhões em honorários, segundo levantamento recente. O “Cansei” acabou após declaração ofensiva e preconceituosa do apoiante Paulo Zottolo, presidente da Philips Brasil.
Zottolo afirmou que, apoiava o “Cansei” porque o Brasil não é um País do tanto faz: “Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado”.
Deputados criticaram o “indulto de Pinóquio” do ministro Teori Zavascki (STF) a João Vaccari, mas esquecem que são eles quem aprovam a lei.
O ministro José Múcio levará ao plenário do Tribunal de Contas da União (TCU), quarta-feira (14), o processo que apura “pedaladas fiscais” do governo Dilma, que se arrasta há meses.
A bancada do PSB no Senado aderiu ao acordão de retirar apoio à CPI dos Fundos de Pensão. A alegação é engraçada: a CPI “enfraquece a investigação” e “desvia a atenção das grandes questões nacionais”.
A CPI da Petrobras fez bem a seu presidente, Hugo Motta (PMDB-PB), agora mais magro e mais respeitado. Considerado “novo demais” aos 25 anos, tem sido firme e mais equilibrado que os bodes velhos da CPI.
O projeto nem foi aprovado, mas Dilma fez questão de ser a primeira a aderir à nova proposta de terceirização. Terceirizou a economia para o ministro Joaquim Levy (Fazenda) e a política para o vice Michel Temer.
A oposição vai retomar a coleta de assinaturas para a CPI do BNDES, melada por Michel Temer. O líder tucano no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), garante que não sossega até instalar a comissão.
O governador Beto Richa (RS) correu para se encontrar com Fernando Henrique Cardoso no instituto do ex-presidente, em São Paulo. Na pauta, sua própria crise: Richa amarga rejeição recorde do eleitorado.

NO O ANTAGONISTA
Vem pra Caixa você também
Brasil 10.04.15 07:38
Foram presos na nova fase da Lava Jato, além de André Vargas, seu irmão Leoon Vargas, o deputado Luiz Argolo, Pedro Correia, que já cumpre prisão pelo mensalão, Ivan Mernon da Silva Torres, Élia Santos da Hora, secretária de Argolo e Ricardo Hoffmann.
Ricardo Hoffmann abre outra caixa de pandora da corrupção petista, conhecida desde os tempo do valerioduto: a publicidade.
Leia esta reportagem da Exame, publicada em 2009:
"A diretoria da Caixa Econômica Federal vive dias de tensão. Circula entre diretores do banco um dossiê atribuindo a um grupo conhecido internamente como "República do Paraná" o controle (e o mau uso) das verbas de publicidade da instituição. A tal república seria formada pelos petistas André Vargas, que é deputado federal, e Nedson Micheleti, ex-prefeito de Londrina e funcionário de carreira da Caixa. Ambos são ligados ao ministro Paulo Bernardo, que também é petista e paranaense. Vargas, inclusive, foi coordenador da campanha de Gleisi Hoffmann, mulher de Bernardo, ao governo do Paraná.
O documento afirma que o grupo tem uma ligação especial com o publicitário Ricardo Hoffmann, chefe do escritório brasiliense da BorghiErh/Lowe, uma das três agências que ganharam, no ano passado, a conta de publicidade da Caixa, um contrato de 260 milhões de reais. É a BorghiErh/Lowe que faz, por exemplo, as campanhas das loterias, que só neste ano já consumiram 40 milhões de reais.
Ricardo Hoffmann é gaúcho, mas atuou por muitos anos no Paraná, onde trabalhou na campanha de Roberto Requião a governador, em 1982".
O PT ganhou na loteria

Roubar faz mal para a Saúde
Brasil 10.04.15 07:53
O publicitário Ricardo Hoffmann, da agência Borghi/Lowe, preso hoje com o petista André Vargas, não tinha apenas a conta milionária da Caixa Econômica Federal. Ele tinha também a conta milionária do Ministério da Saúde, aquele para o qual Alberto Youssef, em sociedade com André Vargas, negociava a venda de remédios da Labogen.

Paulo Roberto Costa ratificou ou retificou?
Brasil 10.04.15 06:05
A Folha de S. Paulo criou um certo alarme - e também um certo frisson em ambientes tucano-petistas - ao dizer que Paulo Roberto Costa, ontem, desmentiu seus depoimentos anteriores, negando a existência de um cartel de empreiteiras que superfaturava obras da Petrobras.
Não é bem assim.
Como mostrou o Estadão, Paulo Roberto Costa "reafirmou e ratificou todos os pontos de sua delação premiada". Em particular, ele repetiu que as empresas repassavam em média até 3% do valor dos contratos para os partidos - 1% para o PP e 2% para o PT.
Quando à formação de cartel, ele explicou que as obras eram licitadas normalmente e, em seguida, seguiam para a Diretoria de Serviços, feudo petista da Petrobras, responsável pela aprovação dos contratos e dos aditivos. Na prática, Paulo Roberto Costa atribuiu a Renato Duque e ao PT o comando das operações do Petrolão.
Os investigadores da Lava Jato, segundo Fausto Macedo, do Estadão, consideram que "a petição não significa retificação da delação". E se os investigadores da Lava Jato não estão preocupados com a petição de Paulo Roberto Costa, nós também não estamos.

Romário tem um recurso extra
Brasil 10.04.15 07:11
Nosso correspondente no Palácio do Planalto, que sabe tudo, contou que os senadores do PSB retiraram suas assinaturas da CPI dos Fundos de Pensão depois que Fernando Bezerra acertou com o governo a liberação de um recurso extra de emendas para cada um deles.
Acompanhe os episódios anteriores dessa campanha de compra e venda de apoio do PSB:
Coragem para mudar! (e retirar sua assinatura)

Manda o moço de volta para o xilindró, seu juiz
Brasil 09.04.15 22:32
Só faltava essa: Paulo Roberto Costa agora diz que as obras da Petrobras não eram superfaturadas. Que a propina para os partidos e demais corruptos era retirada do lucro das empreiteiras -- versão que se casa à perfeição com a tese de que as empresas eram "achacadas".
O Antagonista quer saber se Paulo Roberto Costa andou recebendo visitas especiais na prisão domiciliar.
Manda o moço de novo para o xilindró, juiz Sergio Moro.

O sigilo do BNDES como moeda de troca-troca
Brasil 09.04.15 22:02
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou a derrubada do sigilo nos financiamentos do BNDES. Para nós, trata-se apenas de um recado do PMDB ao governo e a Michel Temer, visto que os deputados do partido votaram em massa a favor da medida.
Afinal de contas, para ser efetivada, ela tem de passar pelo Senado e pode ser vetada por Dilma Rousseff. Uma CPI do BNDES, essa, sim, uma inciativa que poderia fazer tremer o governo, não tem chance de passar, como já se viu.
É o PMDB usando uma bandeira legítima para obter mais nacos de poder no limite da ilegitimidade. O jogo fica claro pela frase de Eduardo Cunha, que mandou o seu gado votar pela quebra do sigilo e, depois, afirmou tratar-se de uma medida inconstitucional. O único lado bom, no panorama geral, é causar mais desgaste na Bruxa do Alvorada
Só há uma chance de esse troca-troca terminar: é o povo na rua. Brasilienses, vocês são fundamentais para essa cambada sentir o bafo ainda mais quente no pescoço. Todo mundo na esplanada no dia 12.

O problema toxicológico do Uol
Brasil 09.04.15 19:45
Chega a ser divertido. A manchete do Uol neste momento, 19h45, é "Vaccari nega que o PT está envolvido no esquema de corrupção da Petrobras".
Bom, se o PT não está envolvido no esquema de corrupção da Petrobras é porque não há esquema de corrupção da Petrobras. Tudo seria uma ilusão coletiva.
O Uol já não enfrenta um problema ideológico, mas toxicológico.

NO BLOG DO CORONEL
SEXTA-FEIRA, 10 DE ABRIL DE 2015
Segundo a Folha, a Polícia Federal cumpre na manhã desta sexta-feira (10) sete mandados de prisão, na 11ª fase da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras. Segundo Diego Escosteguy, da revista Época, "a PF prendeu há pouco os ex-deputados André Vargas (PT), Luiz Argôlo (PP) e Pedro Corrêa (PP)."
Intitulada "A origem", a nova etapa da Lava Jato tem ações em andamento nos Estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Ceará e no Distrito Federal. A fase tem como foco crimes relacionados a três grupos de ex-agentes políticos após o envio de inquéritos que estavam no STF (Supremo Tribunal Federal). Também são alvo da nova etapa outros órgãos federais além da Petrobras.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 07:26:00

(Valor) Menos de um mês depois de marcharem divididos país afora entre bandeiras do combate à corrupção, do "Fora PT" e da defesa da intervenção militar, grupos da sociedade civil prometem voltar às ruas no domingo unidos em torno do mesmo pedido: o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os organizadores da segunda manifestação contra o governo ampliaram o número de cidades em que farão atos, mas ainda têm dúvidas se conseguirão uma adesão popular igual ou maior à que tiveram em 15 de março.
O grupo "Vem Pra Rua", que planeja protestos contra o governo em quase 400 cidades, decidiu aderir à bandeira do impeachment da presidente. Na manifestação anterior, o movimento evitou defender a saída de Dilma do cargo e focou na defesa do combate à corrupção no governo federal. Clique aqui e confira os locais no blog do Augusto Nunes.
O líder do grupo, o empresário Rogério Chequer, reclama que o governo não apresentou mudanças concretas depois dos protestos do mês passado, que levaram uma multidão às ruas, e afirma que há bases jurídicas para levar adiante o processo de impeachment. Para Chequer, os parlamentares precisam agir diante das manifestações. "O impeachment não é um processo só jurídico, mas também político. O Congresso deveria ouvir o clamor das ruas, pela magnitude que tiveram os protestos", diz.
Temas em debate no Congresso, como a ampliação da terceirização, que deve atingir em cheio os direitos trabalhistas e que foi votada nesta semana pela Câmara, deverão passar ao largo dos discursos do grupo. "Isso não faz parte das prioridades nacionais", afirma o porta-voz do Vem Pra Rua. "O Brasil tem problemas de sobra e não temos tempo nem recursos para fazer tantos debates. Temos que priorizar a democracia e a estabilidade em nível federal", diz.
Chequer afirma que o grupo ampliou a participação de 241 para 392 cidades em relação ao protesto de março, mas aposta em um "público parecido" numericamente com o de março. O líder do Vem Pra Rua diz que mais importante do que o número de participantes é a "capilaridade" dos atos contra Dilma. "Teremos mais manifestações no Norte e no Nordeste". O grupo diz ter gastos da ordem de R$ 20 mil, bancados por "voluntários e simpatizantes". As camisetas vendidas pelo movimento passaram de R$ 25 para R$ 30.
O "Movimento Brasil Livre", que afirma ter confirmações de atos em cerca de 160 cidades, manterá a defesa do impeachment e diz ter recebido a adesão de outros grupos com a mesma bandeira. Para o advogado Rubens Alberto Nunes, representante do grupo, a saída de Dilma da Presidência é "o objetivo único" dos atos. "O governo está receoso e tem sentido temor das manifestações", afirma.
O movimento diz que dobrou o número de cidades em que fará manifestações e afirma que levará uma espécie de palco para a avenida Paulista, que deve concentrar o maior número de manifestantes no domingo, e também estima gastos da ordem de R$ 20 mil. A Polícia Militar de São Paulo fechará no fim da manhã a avenida inteira para o ato.
Em comum, os dois maiores grupos organizadores das manifestações de domingo tentam manter-se distantes dos movimentos que pregam a intervenção militar e a volta da ditadura, como o Revoltados Online e o SOS Forças Armadas, que chegaram a desfilar com torturador em cima de carro aberto na avenida Paulista, em São Paulo.
O Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre afirmam também que não deixarão políticos subirem nos carros de som, para evitar a partidarização dos atos. Na manifestação passada, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD) levou um carro de som à avenida Paulista mas foi vaiado. Lideranças do PSDB, como o presidente do partido, senador Aécio Neves (MG), ainda estudam se vão participar das manifestações.
Depois dos atos de 15 de março, a popularidade da presidente atingiu sua pior marca. Três dias depois do ato de março, Dilma tentou melhorar a imagem de seu governo, com o lançamento de pacote de medidas de combate à corrupção. No entanto, duas semanas depois dos protestos, apenas 12% afirmaram que o governo é "ótimo ou bom" e 64% avaliaram como "ruim ou péssimo", segundo pesquisa Ibope divulgada no dia 1º. Na pesquisa anterior, de dezembro, 40% aprovavam o governo e 27% desaprovavam. No levantamento do início deste mês, 74% disseram não confiar na presidente.
Dilma reuniu-se com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir os protestos e promoveu mudanças em seu ministério, para melhorar a comunicação e a articulação política, mas ainda teme perder o controle sobre a crise política que enfrenta. O governo federal acompanha com atenção a segunda rodada de protestos, mas aposta em uma mobilização menor do que em março. Nas redes sociais e na mídia, o ato de domingo não tem o apelo que teve em março.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 07:05:00

Hoje a Petrobras informa que as perdas a serem lançadas no seu balanço são de R$ 6 bilhões, correspondendo aos 3% de propina que foram pagas em todos os contratos e aditivos firmados com as empresas citadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
O cálculo baseia-se em depoimento à Justiça Federal de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, que afirmou que o PT chegava a ficar com 3% sobre o valor dos contratos da estatal, dependendo das diretorias envolvidas. 
No entanto, ontem (09), Costa corrigiu a sua delação. Os 3% , segundo ele, estariam embutidos numa margem de 15% colocada a maior pelas empreiteiras em todos os orçamentos.“Se uma empresa oferecia uma proposta de 15% acima do orçamento básico e repassava os 3% ela ficava com lucro de 12%”, explicou Costa, por meio de petição subscrita por seu advogado João Mestieri e entregue à Justiça Federal no Paraná, base da Operação Lava Jato.
Com isso, em vez de R$ 6 bilhões, o prejuízo da Petrobras salta para no mínimo R$ 30 bilhões. As empresas tiravam a propina de um lucro três vezes maior, colocado no orçamento das obras. Não existe propina grátis e ela custou muito caro ao País. Muito mais caro do que a Petrobras petista quer admitir.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 06:45:00

(Folha) Com a dispensa acelerada de trabalhadores e a maior procura por emprego, a taxa média de desemprego do país subiu para 7,4% no trimestre encerrado em fevereiro. Entre setembro e novembro --trimestre mais indicado para a comparação --, a taxa havia sido menor: 6,5%. O resultado divulgado nesta quinta (9) pelo IBGE é o maior desde o trimestre de março a maio de 2013, de 7,6%. Os dados são da Pnad Contínua, pesquisa nacional sobre mercado de trabalho em âmbito nacional, do IBGE. 
Os cálculos seguem nova metodologia com resultados trimestrais apresentados mensalmente. Ou seja, a cada mês, é divulgada uma média do mês de referência junto com os dois meses imediatamente anteriores. Para uma leitura mais precisa, o IBGE recomenda a comparação do trimestre com o mesmo período de ano anterior ou com o encerrado antes do início desse período de três meses -- no caso, novembro. 
Desde meados do ano passado, a tendência era ou de estabilidade ou recuo da taxa de desemprego. Esse movimento foi interrompido em janeiro, diante do cenário econômico menos favorável, com juros mais altos, crédito restrito, consumo em desaceleração e, sobretudo, menor confiança de empresários. "Os dados mostram uma deterioração preocupante do mercado de trabalho, que tende a se agravar nos próximos meses", diz Gilberto Braga, economista do Ibmec. 
A Rosenberg & Associados espera uma aceleração da taxa nos próximos meses, chegando a 7,8% em dezembro. O número de pessoas desempregadas subiu em 950 mil no trimestre terminado em fevereiro, com alta de 14,7% em relação aos três meses findos em novembro. 
MAIOR OFERTA
A maior procura por trabalho, sem criação de novos postos, ajudou a elevar a taxa, segundo o IBGE.
O emprego caiu 0,4% em fevereiro na comparação com o trimestre encerrado em novembro, num momento de redução dos investimentos, do consumo e dos gastos do governo. "A taxa de desemprego vem em um crescente. De um lado, há mais gente à procura de trabalho. De outro, não foram criados empregos", disse Cimar Azeredo Pereira, coordenador do IBGE. 
Um sinal da maior busca por uma colocação é o ingresso de 550 mil pessoas na força de trabalho, grupo que soma os empregados e os desocupados à procura de trabalho. O indicador subiu 0,6% ante o período de três meses encerrado em novembro. 
Pereira afirmou, porém, que parte da alta da taxa de desemprego é explicada por um fator sazonal: a dispensa de trabalhadores temporários em janeiro e fevereiro. O rendimento médio dos trabalhadores subiu 1,3% em relação ao período encerrado em novembro. Na comparação com o trimestre terminado em fevereiro de 2014, houve alta de 1,9%.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 06:28:00


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
09/04/2015 às 21:42 \ Feira Livre
Confira os locais e os horários das manifestações:


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
10/04/2015 às 6:05
Xiii… E agora, hein? Reportagem na Folha desta sexta (10) informa que Paulo Roberto Costa mudou a versão que apresentou em seu acordo de delação premiada e agora nega que as obras da Petrobras tenham sido superfaturadas. A novidade está na petição apresentada à Justiça nesta quinta (09) pelo advogado João Mestieri, segundo quem se está apenas corrigindo um equívoco.
Calma lá! Em depoimento do dia 2 de setembro, Costa foi taxativo: acusou as empresas de impor um sobrepreço às obras da ordem de 3% para convertê-los em propina. Costa nega também que ele e o doleiro Alberto Youssef recebessem uma lista com as obras e as empresas que as tocariam. “Isso nunca aconteceu”, afirma Mestieri.
O advogado tenta jogar tudo nas costas de um mal-entendido. Segundo ele, seu cliente sempre quis dizer que, se uma empreiteira cobrava por uma obra 15% acima do preço básico, ela podia repassar ao esquema 3%, baixando, então, seu lucro para 12%. Como é que a coisa vai ficar? Vamos ver. A delação de Costa já foi homologada pelo STF.
Vejam só: essa versão, se verdadeira, desmonta a tese do cartel de empreiteiras, na qual se assenta a apuração do Ministério Público. Eu não sei se ele está mentindo antes ou agora. Se a coisa se deu como ele diz, ganha força a versão de que havia um esquema mais parecido com achaque.
O que acontece com um acordo de delação premiada caso se constate que o beneficiário mentiu? Ele perde o tal benefício. Depois de tanto crime admitido, Costa deve ficar uns dois ou três anos em regime semiaberto e pronto! Será um homem livre.
O que teria levado o ex-diretor de Abastecimento a mudar a versão? Está aberta a temporada de hipóteses e suposições conspiratórias. Como a nova narrativa é obviamente mais favorável às empreiteiras, não faltará quem veja aí o dedo das ditas-cujas. Bem, meus caros, vocês sabem muito bem que sempre contestei a tese do cartel por uma razão técnica: quando se tem uma única fonte contratadora e pagadora, falar em cartelização é forçar demais o terreno dos conceitos, não é? E ISSO NÃO QUER DIZER — NEM NUNCA QUIS DIZER — QUE AS EMPREITEIRAS NÃO POSSAM TER COMETIDO OUTROS CRIMES. E os cometeram. Afinal, a dinheirama devolvida por Costa e Pedro Barusco, por exemplo, saiu de algum lugar: e a gente sabe de onde.
De novo: não sei qual Paulo Roberto está mentindo, se o de agora ou o de antes. Considerando a sua trajetória e a sua desenvoltura no mundo do crime, é possível que nenhum dos dois diga a verdade inteira. Essa nova versão, no entanto, me parece mais compatível com a ordem dos fatos.
“Ah, mas então as empreiteiras não embutiam o custo-propina na obra?” É muito provável que sim, mas não, creio, numa espécie de grande concertação. O mais provável é que, na estrutura que unia achaque, compadrio e colaboração mutuamente criminosa, cada uma delas fizesse com os operadores seus próprios e respectivos negócios.
A tese central do Ministério Público tem como seu principal pilar a formação de cartel, o que está sendo negado por um dos dois principais delatores. O outro, Alberto Youssef, já o havia feito na prática. Na defesa que apresentou de seu cliente no dia 28 de janeiro, o advogado Antonio Figueiredo Basto escreveu que “agentes políticos das mais variadas cataduras racionalizaram os delitos para permanecer no poder, pois sabiam que, enquanto triunfassem, podiam permitir e realizar qualquer ilicitude, na certeza de que a opinião pública os absolveria nas urnas”. Em suma: Youssef foi um serviçal de um projeto de poder. Não era o líder de nada. O texto prossegue: “Não é preciso grandes malabarismos intelectuais para reconhecer que o domínio da organização criminosa estava nas mãos de agentes políticos que não se contentavam em obter riqueza material, ambicionavam poder ilimitado com total desprezo pela ordem legal e democrática, ao ponto de o dinheiro subtraído dos cofres da Petrobras ter sido usado para financiar campanhas políticas no Legislativo e Executivo”.
Para quem ainda não entendeu: quando Costa, na prática, nega a formação de cartel, sai reforçada a tese de que a ladroagem que operou na Petrobras tinha como epicentro a questão política, que era a fonte de onde emanava, então, a demanda pela esbórnia. Assim, agora, as versões de Costa e de Youssef são mais compatíveis.
Estamos diante de um caso interessante: ou o MP renuncia à tese do cartel e mantém a delação premiada de Costa, ou conserva a sua versão da cartelização, mas suspende o benefício concedido ao ex-diretor da Petrobras. Ele não pode ser beneficiado negando aquela que o MP considera ser a essência do crime: o cartel. Ou estaria mentindo.
Texto publicado originalmente às 4h42
Por Reinaldo Azevedo

10/04/2015 às 5:48
É claro que parece piada, mas é verdade. A primeira tarefa do vice-presidente da República, Michel Temer, na coordenação política do governo foi falar com o maior coronel do Brasil: Luiz Inácio Lula da Silva. Sabem o que ele foi fazer? Discutir com o decadente chefão petista a distribuição de cargos de segundo escalão. Que Temer debatesse o assunto com Rui Falcão, presidente do PT, vá lá… Mas com Lula? Por quê?
Ora vejam, senhores! Se o Babalorixá de Banânia cuida até disso, como aceitar aquelas versões fantasiosas de que nunca sabe de nada quando o partido é flagrado operando pesadas ilegalidades? Sim, eu sei, quase ninguém acredita nessa patacoada. Apenas apresento mais um elemento para que não se acredite mesmo.
É bom que não se perca de vista um dado importante nessa história. A presidente Dilma já anda a precisar de um intermediário para conversar com seu antecessor e, até outro dia, mentor político. O mesmo se diga na relação com o PT, que não vive o seu melhor momento. Não deixa de ser uma discreta boa notícia. Sempre que petistas se desentendem, aumenta a chance de se produzir algum esclarecimento.
Por Reinaldo Azevedo

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 10/04/2015 05:40
Líderes do DEM, PSDB e PPS celebram na Câmara os “Sem Dias de Dilma 2″
No dialeto dos economistas, a palavra meltdown é usada para descrever a situação terminal de economias que fogem ao controle e derretem. O termo foi adaptado. Na versão original, serve para designar usinas nucleares que se autodestroem quando seus reatores entram em combustão. Na noite passada, um ministro readaptou a expressão para traduzir o estágio atual do segundo governo de Dilma Rousseff. A presidente chega à marca dos cem dias em meio a um processo de meltdown. Impotente, ela assiste ao derretimento do seu poder.
Na economia, Dilma já havia acomodado o futuro de sua gestão nas mãos de tesoura de Joaquim Levy, que se dedica na Fazenda a desfazer a ilusão de estabilidade vendida pelo petismo na campanha presidencial do ano passado. Na política, a semana terminou com Dilma jogando tudo para o alto e se entregando a Michel Temer. A articulação com o Congresso migrou da Casa Civil de Aloisio Mercadante para o gabinete do vice-presidente da República. A plateia ficou com a impressão de que caberá ao PMDB decidir se Dilma vai derreter ou não.
Ao empossar-se no segundo mandato, em janeiro, a presidente reeleita ainda alimentava a ilusão de que presidiria. Na economia, demorou a expressar em público o apoio às medidas amargas do ajuste fiscal de Joaquim Levy. Na política, cercou-se de conselheiros petistas, desprezou Temer e adotou um plano para minar o poderio dos peemedebistas. Terminou sitiada pelo PMDB, que acomodou Renan Calheiros e Eduardo Cunha nas presidências do Senado e da Câmara. Encrencada na Operação Lava Jato, essa dupla se dedica a emboscar o governo e a empinar projetos com algum apelo popular.
Cavalgando a insatisfação dos partidos governistas com a autossuficiência de Dilma, Renan e Cunha tornaram, por assim dizer, irrelevantes os partidos de oposição. Que se desdobram para retomar o protagonismo. Nesta quinta-feira, os líderes oposicionistas na Câmara recorreram à ironia para demarcar a ultrapassagem da data mágica dos cem dias. Os deputados Mendonça Filho (DEM), Carlos Sampaio (PSDB) e Rubens Bueno (PPS) divertiram-se ao redor de um bolo preto com inscrições cáusticas em vermelho: “Sem Dias de Dilma 2”.
Responsável pela encomenda do bolo, Mendonça Filho elevara o tom desde a véspera. “A presidente abriu mão de governar”, dissera o líder do DEM, no calor do anúncio de que Dilma terceirizara a articulação política do Planalto a Temer. “É preciso que alguém avise que, constitucionalmente, ela ainda está na chefia do governo. Dilma terceirizou tudo, a economia e a política.”
O senador Aécio Neves, presidente do PSDB, adotou o mesmo tom: “A presidente fez uma renúncia branca. Ela não renunciou ao cargo, mas renunciou ao governo. Esse é o fato concreto. Nós vamos ter que viver a partir de agora essa nova experiência do presidencialismo sem presidente.”
Sob denúncias de corrupção e com a gestão tisnada pelo envelhecimento precoce, Dilma não usufruiu da trégua que costuma ser concedida a todo governante em início de mandato. Foi bombardeada até por Lula que, em privado, desanca sua administração e se queixa de não ser ouvido. As críticas aumentaram na proporção direta da queda da popularidade de Dilma, hoje uma presidente minoritária, aprovada por apenas 13% dos brasileiros, segundo o Datafolha.
Nunca um governo começara assim, tão por baixo. No alto mesmo, apenas os juros, a inflação e a temperatura do asfalto. A exemplo do que sucedera às vésperas dos protestos de 15 de março, Dilma atravessa uma fase de TPM —tensão pré-manifestação. As redes sociais convocam um novo ronco para este domingo (12). Mãos postas, a presidente e seus auxiliares rezam para que menos gente desça ao meio-fio. Sob pena de apressar o meltdown.
Convertida pelas circunstâncias numa presidente sem marca, Dilma atenua suas resistências ideológicas e aprende a engolir sapos. Hoje, está 110% comprometida com o arrocho fiscal de Joaquim Levy, que lhe capturou a aura na economia. Na política, torna-se cada vez mais concessiva. Acaba de autorizar Temer a reabrir o balcão de cargos e verbas, onde costumam se formar os escândalos. Espera-se que a operação renda ao governo a aprovação no Congresso do ajuste fiscal de Levy, ainda neste mês de abril. Essa votação é tida como vital para que o governo tome um pouco de ar.
Dilma agora só dispõe de três anos e 265 dias para esboçar uma reação e evitar o derretimento.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Sexta-feira, abril 10, 2015
O ex-deputado André Vargas quando era expoente do PT ao lado da ex-presidente da Petrobras e da presidente Dilma Rousseff
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (10) a 11ª fase da Operação Lava Jato, batizada de "A Origem". Os ex-deputados federais André Vargas (ex-PT-PR) e Luiz Argôlo (SD-BA) estão entre os presos, de acordo com a TV Globo. Assessores dos dois políticos também foram detidos.
Vargas e Argôlo foram os primeiros parlamentares flagrados pela Polícia Federal em conversas nebulosas com o doleiro Alberto Youssef, um dos delatores do petrolão, a partir de interceptações telefônicas autorizadas pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba.
Cerca de oitenta policiais federais foram mobilizados para cumprir 32 mandados da Justiça Federal no Paraná: sete de prisão, nove de condução coercitiva e dezesseis de busca e apreensão no Paraná, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
A pedido da PF, Moro decretou o sequestro de um imóvel de alto padrão em Londrina.
A nova fase da Lava Jato foi deflagrada após o Supremo Tribunal Federal remeter à primeira instância inquéritos que tramitavam na corte por envolver suspeitos com foro privilegiado. As investigações apuram os crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva, fraude a procedimento licitatório, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e tráfico de influência que teriam sido praticados por três grupos de ex-agentes políticos.
Além das fraudes na Petrobras, houve desvios em outros órgãos públicos federais, segundo a PF. Do site da revista Veja


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