DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
28 DE MARÇO DE 2015
O descontrole nos gastos do governo Dilma fez o Brasil aplicar calote de R$ 455 milhões na Helibrás, subsidiária da francesa Eurocopter, na aquisição de 50 helicópteros, em 2008. Um desses helicópteros é utilizado para o transporte da presidente Dilma, em Brasília. O valor do calote equivale a 35% dos R$ 1,29 bilhão que deveriam ter sido pagos em 2014, e começa a complicar futuros acordos com outros países.
A dívida entrou em “restos a pagar”, mas, com o ajuste, a França pode esperar um novo calote da parcela de 2015 no valor de R$540 milhões.
Recentemente, o Brasil perdeu o direito a voto no Tribunal Penal Internacional devido às dívidas com a Organização das Nações Unidas.
Há relatórios da ONU que demonstram que o Brasil é conhecido mau pagador por lá. Está inadimplente desde 2009 com as missões de paz.
Foi difícil para Dilma aceitar a nomeação do ex-deputado Henrique Eduardo Alves para o Ministério do Turismo. Ela o detesta, e não é de hoje, mas teve de ceder à pressão do PMDB, conduzida pelo vice Michel Temer, como gesto de “boa vontade” em relação ao deputado Eduardo Cunha. O presidente da Câmara tratava a nomeação de Henrique Alves para o ministério como uma “questão de honra”.
A solução proposta por Lula para Dilma se livrar de Aloízio Mercadante (Casa Civil), fazendo dele embaixador no exterior, segue o modelo FHC: para se livrar do ex-presidente Itamar Franco, Fernando Henrique o despachou para longínquas (e confortáveis) embaixadas.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ganhou página no Facebook pedindo sua saída. “Eu exijo a renúncia de Eduardo Cunha” tem 24 mil seguidores. Organizadores o chamam de “Achacador da República”.
O ministro Helder Barbalho (Pesca) passou por saia justa no Senado ao apresentar as metas da pasta para 2015. Ouviu a conclusão dos senadores: sua pasta deveria ser um setor do ministério da Agricultura.
Ao ler que ministros entregaram o pacote anticorrupção a Renan, o jornalista Carlos Brickmann não perdeu a piada: “Agora só lhes falta entregar a Herodes o plano nacional de cuidados com a infância.”

NO O ANTAGONISTA
O jatinho de Lula
Brasil 28.03.15 07:27
Lula não viaja em avião de carreira.
José Seripieri Júnior, dono da Qualicorp, a maior corretora da planos de saúde do Brasil, colocou-lhe à disposição, segundo Lauro Jardim, seu jatinho.
Lula também costuma se hospedar em sua casa em Angra dos Reis.
Em 2009, o presidente da Qualicorp, funcionário de José Seripieri Júnior, foi nomeado por Lula para o cargo de presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar, a agência reguladora que trata justamente dos planos de saúde.
Quando encerrou seu mandato, ele voltou a presidir a Qualicorp, com a rapidez de um jatinho.
Pescaria no iate do dono da Qualicorp

Homens certos no partido certo
Brasil 28.03.15 06:55
Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, foi eleito deputado federal pelo PT.
Um de seus assessores na Câmara, informa Lauro Jardim, é Minduim, réu do assassinato de dois torcedores da Mancha Alviverde. Outro de seus assessores é André Oliveira, ex-anotador do jogo do bicho.
Homens certos no lugar certo. E no partido certo.
Andrés Sanchez, Lula e Odebrecht. Para completar a foto, só falta Minduim

O rastro da propina
Brasil 28.03.15 06:24
A Lava Jato está rastreando todas as entregas de propina feitas por Rafael Ângulo Lopes a mando de Alberto Youssef.
Segundo a Veja, ele já forneceu aos investigadores uma quantidade impressionante de provas. Além de ter documentado as entregas de dinheiro em planilhas e relatórios, ele tem uma memória capaz de reconstruir cada um de seus movimentos.
Ele deu todos os detalhes, por exemplo, de duas entregas de propina na sede do PT, em 2012, acompanhando José Alberto Piva Campana, da Toshiba Infraestrutura, uma das prestadoras da Petrobras. Da primeira vez, ele entregou uma mala com 200 mil reais em dinheiro vivo. Da segunda, 350 mil reais.

Podre de cima a baixo
Brasil 28.03.15 05:32
A Época publicou as imagens do dono de um posto de gasolina no Rio Grande do Sul pagando propina a um assessor da BR Distribuidora.
É um episódio minúsculo perto daquele investigado pela Lava Jato, mas mostra como a Petrobras está podre de cima a baixo.

Antonio Palocci: o homem dos R$ 100 milhões
Brasil 28.03.15 05:20
Antonio Palocci foi acusado de desviar 2 milhões de reais para a campanha de Dilma Rousseff.
A Istoé desta semana corrige o número.
Segundo a Lava Jato, as consultorias feitas por Antonio Palocci, coordenador da campanha de Dilma Rousseff em 2010, foram usadas para desviar 100 milhões de reais. Repetindo: 100 milhões de reais.
Disse um procurador:
“Vamos demonstrar que, assim como José Dirceu, Antonio Palocci trabalhou para favorecer grupos privados em contratos feitos com a Petrobras e canalizou ao partido propinas obtidas a partir de recursos desviados da estatal”.
A Lava Jato investiga, em particular, os negócios de Antonio Palocci com a corretora imobiliária WTorre.
Em 2006, contando com a intermediação de Antonio Palocci, a WTorre comprou o Estaleiro Rio Grande. Até aquele momento, a corretora não tinha nenhuma relação com o setor naval. Alguns meses mais tarde, porém, a Petrobras arrendou o estaleiro comprado pela WTorre para a construção de oito plataformas marítimas. As plataformas não foram entregues, mesmo assim a WTorre embolsou 100 milhões de reais da Petrobras.
Antonio Palocci voltou a operar em favor do estaleiro em 2010. De acordo com os procuradores da Lava Jato, ele trabalhou ativamente na venda do Estaleiro Rio Grande da WTorre para a Engevix, em parceria com o Funcef, o fundo de pensão dos servidores da Caixa Econômica Federal.
Depois de comprar o estaleiro, a Engevix obteve da Petrobras um contrato de 2,3 bilhões de dólares para a construção de três navios sonda. Pedro Barusco afirmou que esse negócio envolveu o pagamento de 60 milhões de reais em propinas, dos quais 40 milhões de reais teriam abastecido os cofres do PT.
A Istoé citou um dos procuradores da Lava Jato:
“Temos indícios de que durante anos o Estaleiro Rio Grande serviu como um poderoso braço para canalizar propinas do Petrolão e que essa parte do esquema seria comandada pelo ex-ministro Palocci”.
Quanto? Cem milhões.


NO BLOG DO CORONEL
SÁBADO, 28 DE MARÇO DE 2015
(O Globo) Entre os países do G-20, grupo que engloba as economias mais industrializadas do planeta, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve um dos piores desempenhos em 2014. Só ficou à frente de Itália, cuja economia retraiu 0,4% em 2014, e do Japão, que teve crescimento zero.
Entre os integrantes do Brics, grupo de economias consideradas emergentes, o Brasil também decepcionou. A China cresceu 7,4%; a Índia, 7,2% e o crescimento projetado para a Rússia, mesmo com a queda do preço do petróleo e a tensão com a Ucrânia, é de 0,3%. Já na comparação com a América Latina, o desempenho da economia brasileira também ficou aquém de outras na região. O Brasil foi superado pelas economias da Argentina, que apresentou crescimento de 0,5%, e do México, que registrou expansão de 2,1%.
Na Europa, os países da zona do euro retomaram o crescimento depois da crise de 2008. A Alemanha cresceu 1,6%, enquanto o Reino Unido expandiu-se 2,6%. Na média, entre os países da zona do euro, o crescimento foi de 0,9%.
O professor de economia internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Reinaldo Gonçalves, compilou o crescimento do PIB de 187 países, entre 2011 e 2014, com base em dados publicados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Na média dos quatro anos, o Brasil ficou na 126ª posição, com um crescimento médio de 2,1%. - Isso demonstra que o argumento do governo, de que o cenário internacional prejudica o crescimento do Brasil, não é verdadeiro - diz Gonçalves. 
Ranking elaborado pela agência de classificação de risco Austin Rating mostra que mesmo com a estagnação da economia brasileira em 2014, o país se mantém como a sétima maior economia do mundo, com PIB de US$ 2,3 trilhões, à frente de economias como Índia (8ª), Itália (9ª) e Rússia (10ª). Os Estados Unidos continuam sendo a maior economia do planeta, com PIB de US$ 17,4 trilhões, seguidos pela China, com US$ 10,4 trilhões.
— No campo doméstico, a instabilidade econômica no país, em 2014, trouxe impactos negativos sobre o crescimento. No plano externo, o fim dos estímulos à economia americana e a expectativa de uma alta de juros no segundo semestre vem alterando a paridade das principais moedas do mundo, entre elas o real, em relação ao dólar — explica Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, que elaborou o ranking.
Além disso, a China, principal parceiro comercial do Brasil, vem crescendo a um ritmo mais lento e há o problema da Grécia, na zona do euro, o que também traz instabilidade econômica, observa Agostini.
Em 2015, com a expectativa de uma retração do PIB brasileiro entre 0,8% e 1,4%, a Austin estima que o Brasil se manterá entre as dez maiores economias do mundo, mas será ultrapassado pela Índia, caindo da sétima para a oitava posição, ficando à frente de Canadá (9ª) e Itália (10ª).
O economista Alex Agostini lembra que somente no primeiro bimestre de 2015 já houve corte de mais de 200 mil empregos com carteira assinada, segundo dados do Ministério do Trabalho, além da elevação da taxa de desemprego para 5,9% em fevereiro após encerrar 2014 com taxa de 4,3%, segundo o IBGE.
- Os investimentos no setor produtivo seguem em compasso de espera aguardando não apenas as definições das medidas de política econômica do governo, mas também pelo desfecho nas investigações da Petrobras, o que ainda traz incerteza se o Brasil terá mantida a sua classificação de grau de investimento – diz Agostini.
Veja o ranking das dez maiores economias do mundo em 2014
Crescimento em 2014
China 7,4% (US$ 10,4 trilhões)
Índia 7,2% (US$ 2,1 trilhões)
Estados Unidos 2,4% (US$ 17,4 trilhões)
Reino Unido 2,6% (US$ 2,7 trilhões)
Alemanha 1,6% (US$ 3,7 trilhões)
França 0,4% (US$ 2,8 trilhões)
Rússia 0,3% (US$ 1,8 trilhão)
BRASIL 0,1% (US$ 2,3 trilhões)
Japão zero (US$ 4,5 trilhões)
Itália -0,4% (US$ 2 trilhões)
As projeções para o PIB de 2015 (em trilhões de dólares)
Estados Unidos 18,3
China 11,3
Japão 4,21
Alemanha 3,2
Reino Unido 2,6
França 2,4
Índia 2,3
BRASIL 1,7
Canadá 1,6
Itália 1,4 (0,4%)
Elaboração Austin Asis
Fonte: Austin Rating
POSTADO POR O EDITOR ÀS 07:22:00

NO BLOG DO NOBLAT
Valei-me São Mangabeira, o protetor dos que dizem hoje uma coisa e fazem outra amanhã
28/03/2015 - 03h00
Ricardo Noblat
Renato Janine Ribeiro, o novo ministro da Educação, há 20 dias, em entrevista ao O Globo, falou mal da presidente Dilma Rousseff e do seu governo.
Sem perder a elegância, disse coisas acertadas do tipo:
- Me sinto enganado no sentido em que houve um compromisso implícito de que ela mudaria o estilo de governo, ia parar de governar pela braveza e ia começar a dialogar mais e a delegar mais.
- A maior parte do ministério é fraca, com honrosas exceções. Ela tem uma imagem de quem dialoga e delega pouco e isso não é uma boa imagem para um presidente na democracia.
E daí? Por causa disso não deveria ter aceito o convite para ser ministro? Que nada.
O sociólogo Roberto Mangabeira Unger, atual ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, virou ministro de Lula no primeiro governo dele depois de ter escrito coisas como:
- Afirmo que o governo Lula é o mais corrupto de nossa história nacional. Corrupção tanto mais nefasta por servir à compra de congressistas, à politização da Polícia Federal e das agências reguladoras, ao achincalhamento dos partidos políticos e à tentativa de dobrar qualquer instituição do Estado capaz de se contrapor a seus desmandos.
- Afirmo ser obrigação do Congresso Nacional declarar prontamente o impedimento do presidente. As provas acumuladas de seu envolvimento em crimes de responsabilidade podem ainda não bastar para assegurar sua condenação em juízo. Já são, porém, mais do que suficientes para atender ao critério constitucional do impedimento.
Mangabeira Unger é o melhor álibi para quem diga uma coisa hoje e, aparentemente, faça outra amanhã. 






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