DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
04 DE MARÇO DE 2015
Renan Calheiros mostrou que política é para profissionais. Boicotou o jantar de Dilma e devolveu a MP que reduzia a desoneração da folha. Fez Dilma perceber que, antigo aliado, não pode ficar fora da interlocução com o PMDB, e ainda dividiu o noticiário sobre seu nome na Lava Jato.
Caciques do PMDB debocharam do jantar oferecido por Dilma no Alvorada. A anfitriã mal disfarçava o desconforto com os visitantes e ainda estava aborrecida com a ausência do senador Renan Calheiros.
Pela cara do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o Planalto se prepara para mais uma derrota na Câmara, na votação da PEC da Bengala, prevista para esta quarta-feira (04).
O Planalto enviou os ministros Pepe Vargas (Relações Institucionais), Manoel Dias (Trabalho) e Carlos Gabas (Previdência) para pedir ao PP aprovação das MPs 664 e 665. Vargas nem se empenhou. Ficou dez minutos na reunião com a bancada e se mandou.
Para políticos com rabo preso, que imaginavam o pesadelo no fim, a Operação Lava Jato foi prorrogada por mais seis meses. Suficientes para abrir a caixa preta (e ainda mais pútrida) do setor elétrico.
A Indonésia não indicará novo representante diplomático enquanto o governo Dilma não pedir desculpas pela grosseria de se recusar a receber credenciais do embaixador Toto Riyanto, em 20 de fevereiro. Nos dias seguintes à desfeita, Dilma mandou telefonar à embaixada indonésia para dizer que a cerimônia apenas foi “adiada”. Mas era tarde: humilhado, Riyanto já havia retornado a Jacarta com a família.
Além de criar clima de desconfiança nos demais embaixadores, a descortesia jogou no lixo 60 anos de relações Brasil-Indonésia.
A grosseria de Dilma pode custar R$435 milhões à Embraer: o governo da Indonésia reavalia sua encomenda de oito aviões Super Tucano.
Sergio Gabrielli, um dos mais lastimáveis presidentes da história da Petrobras, será demitido do conselho de administração da estatal portuguesa Galp Energia, caso não peça para sair. Em razão de parcerias entre as empresas, ele ganhou assento no conselho da Galp, do qual deveria ter saído ao ser demitido da Petrobras, no início de 2012. Mas ficou agarrado à boquinha, constrangendo os portugueses.
Sérgio Gabrielli, como todo petista, adora uma boquinha, e o conselho da Galp lhe garante remuneração fixa, não revelada, 14 vezes ao ano.
...Dilma e ministros que participaram da decisão de aumentar água, luz e combustível, têm algo em comum: quem paga essas contas para ele somos nós, contribuintes otários.

NO DIÁRIO DO PODER
LAVA JATO
JANOT PEDE 28 INQUÉRITOS PARA APURAR ENVOLVIMENTO DE 54 POLÍTICOS
JANOT ENTREGA 54 NOMES, MAS FAZ SETE PEDIDOS DE ARQUIVAMENTO
Publicado em 03 de março de 2015 às 21:31
São 54 os políticos citados nas investigados da Operação Lava Jato, na documentação entregue às 20h11 desta terça-feira (3) ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. No total, são 28 pedidos de abertura de inquérito para investigar políticos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras e sete pedidos de arquivamento.
A identidade dos envolvidos somente será oficialmente divulgada caso o ministro Teori Zavascki decida pelo fim do sigilo do processo, também requerido por Janot. Zavascki já havia sinalizado que derrubaria o sigilo tão logo fosse povocado pelo Ministério Público Federal.
Senadores, deputados e ministros de Estado têm foro privilegiado no STF. Por isso, o procurador-geral precisa pedir à Corte autorização para a abertura de inquérito. Governadores são julgados pelo Superior Tribunal de Justiça.

O INFERNO DE MADURO
COMISSÃO DA CÂMARA VAI VERIFICAR CRISE NA VENEZUELA
DEPUTADOS VERIFICARÃO A PRISÃO ARBITRÁRIA DO PREFEITO DE CARACAS
Publicado em 03 de março de 2015 às 23:55 - Atualizado às 01:19
O plenário da Câmara aprovou pedido do deputado Rubens Bueno (PPS-PR) e criou comissão externa de deputados para acompanhar como ocorreu a prisão do prefeito de Caracas (Venezuela), Antonio Ledezma, pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin).
Para o autor do requerimento, a Venezuela merece a presença do Brasil para, “em nome do Parlamento brasileiro, demonstrar que o País não está de olhos fechados para tudo o que acontece”. Ele cobrou mais democracia e justiça no país vizinho.
Mesmo sob protestos dos petistas, a proposta de criar a comissão externa sobre a Venezuela teve amplo apoio em Plenário, inclusive entre parlamentares da base governista. O líder do PR, deputado Maurício Quintella Lessa (AL), disse que os dois países são parceiros comerciais e, portanto, interessa ao Brasil o que se passa na Venezuela. “Temos interesses mútuos muito presentes, queremos saber o que está acontecendo naquele país”, disse.
Já o deputado Abel Mesquita Jr. (PDT-RR) explicou que o presidente venezuelano Nicolás Maduro tem de explicar o motivo da prisão do prefeito de Caracas, opositor ao regime.
O líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), defendeu a investigação parlamentar. “Cabe à Nação brasileira acompanhar os episódios que ocorreram na Venezuela: a morte de um garoto pelas forças policiais; a cassação sumária de uma deputada; e a prisão do prefeito de Caracas”, defendeu.
Moção de repúdio
Na semana passada, o Plenário da Câmara aprovou uma moção de repúdio à atuação do governo da Venezuela por “quebra do princípio democrático, com ofensa às liberdades individuais e ao devido processo legal”.
Proposta pelo deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), a moção cita a prisão de oposicionistas políticos, como Leopoldo López e o prefeito de Caracas, além do confisco de bens privados, perseguição a jornalistas e censura à imprensa. PT, PCdoB e PSol foram contrários à moção.

DEPORTAÇÃO
ADVOGADO DE TERRORISTA FAZ POUCO CASO DE DECISÃO E USA PROXIMIDADE A LULA
ASSASSINO CRUEL, BATTISTI GARGALHAVA COM AS VÍTIMAS AGONIZANDO
Publicado em 03 de março de 2015 às 18:50 - Atualizado às 22:18
BATTISTI, O TERRORISTA, FOI APONTADO POR TESTEMUNHAS COMO UM ASSASSINO FRIO E CRUEL
O advogado do terrorista italiano Cesare Battisti, Igor Tamasauskas, fez pouco caso da decisão da juíza Adverci Rates Mendes de Abreu, que determinou a deportação do seu cliente e disse, em entrevista à agência de notícias italiana Ansa, que só trabalha com a hipótese de Battisti deixar o Brasil se ele quiser. De acordo com o advogado, a titular da 20ª Vara do Distrito Federal está "equivocada".
Battisti foi apontado por testemunhas, em dois julgamentos, como o assassino frio e cruel, que gargalhava nervosamente diante das vítimas ensanguentadas, agonizando. Nos dois julgamentos, foi condenado à prisão perpétua. Bandido comum, preso por tentaviva de estupro, ele foi recrutado na cadeia por militantes de uma organização extremista, que o encarregou de executar pessoas. Quatro dessas execuções resultaram comprovadas na Justiça, inclusive com o depoimento do filho adolescente de um relojoeiro, que, por testemunhar a execução do pai, foi também baleado por Battisti. Aquele garoto, que sonhava ser jogador profissional de futebol, escapou com vida, mas ficou paraplégico. 
A decisão da juíza Adverci nada tem a ver com o pedido de extradição feito pela Itália, onde Battisti foi condenado à prisão perpétua por participar de quatro assassinatos. Segundo a juíza, é apenas um caso de estrangeiro em situação irregular no Brasil e que, "por ser criminoso condenado por crime doloso", não pode ficar no País. O advogado lembrou que Battisti é próximo ao ex-presidente Lula quando disse que a juíza estava se sobrepondo à "compreensão do Supremo Tribunal Federal (STF) e do presidente".
Battisti morava na França, fugiu para o México quando teve a extradição aprovada e depois para o Brasil onde foi preso em 2007. Em 30 de dezembro de 2010, como um dos últimos atos na Presidência da República, praticamente na calada da noite, Lula vetou a extradição que havia sido autorizada pelo STF e deu início a uma crise diplomática entre Itália e Brasil. Recentemente, o governo italiano negou a extradição do mensaleiro condenado Henrique Pizzolato que fugiu para o país europeu quando teve a prisão decretada.

NO BLOG DO CORONEL
TERÇA-FEIRA, 3 DE MARÇO DE 2015
São 54 nomes, ainda em sigilo. São 28 inquéritos. Por enquanto, somente Teori Zavascki, ministro do STF, além de Rodrigo Janot, procurador geral da República, que encaminhou a lista, sabem quem está na lista. O que choca um país é que cerca de 10% do Congresso está envolvido na roubalheira da Petrobras. Não há como não passar este país a limpo acabando, dentro da lei, com este ciclo perverso, desonesto e corrupto do PT.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 21:13:00

QUARTA-FEIRA, 4 DE MARÇO DE 2015
O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,agu-vai-recorrer-de-decisao-que-mandou-deportar-battisti,1643809O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,agu-vai-recorrer-de-decisao-que-mandou-deportar-battisti,1643809O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,agu-vai-recorrer-de-decisao-que-mandou-deportar-battisti,1643809
(Valor) O presidente da Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini, disse a investigadores da Operação Lava-Jato que os serviços de consultoria prestados por empresa do ex-ministro José Dirceu à empreiteira não existiram de fato. Segundo Avancini, que fechou acordo de colaboração premiada, os pagamentos feitos à empresa JD Assessoria e Consultoria tiveram origem em recursos desviados da Petrobras. Avancini assinou contratos de prestação de serviços da Camargo Corrêa com a empresa do ex- chefe da Casa Civil no governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Réu por crimes de corrupção, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro, o presidente da Camargo Corrêa deverá formalizar termo de declarações específico sobre os pagamentos recebidos por José Dirceu por meio de suas empresas. Os depoimentos de Avancini no âmbito de sua delação premiada terão início entre o final desta semana e o início da próxima, apurou o Valor PRO, serviço em tempo real do Valor.
Dirceu recebeu R$ 886 mil da Camargo Corrêa entre 2010 e 2011. A Polícia Federal apreendeu na sede da empreiteira em novembro de 2014 contrato de prestação de serviços datado de 22 de abril de 2010, firmado pela construtora com a JD Assessoria e Consultoria. Os investigadores constataram que na mesma época em que Dirceu foi contratado pela Camargo Corrêa, a Petrobras fechou dois contratos com a empreiteira no valor de R$ 4,5 bilhões.
Em decisão de 8 de janeiro em que determinou a quebra do sigilo bancário da empresa de Dirceu, a juíza federal de Curitiba, Gabriela Hardt ressaltou que a JD Assessoria recebeu R$ 3,7 milhões "a título de consultoria" da OAS, UTC Engenharia e Galvão Engenharia, "as quais estão sendo investigadas justamente pelo pagamento de serviços de consultoria fictícios a empresas diversas para viabilizar distribuição de recursos espoliados do Poder Público". Além de Avancini, também fechou acordo de delação premiada o vice-presidente comercial da empreiteira, Eduardo Leite.
De acordo com os advogados dos executivos, a colaboração se restringirá a fatos ocorridos dentro da construtora, e não do grupo todo. É improvável que acionistas da Camargo Corrêa sejam comprometidos pelos depoimentos, segundo Marlus Arns de Oliveira, defensor de Eduardo Leite. No sábado (28), a Camargo Corrêa informou que não participou dos acordos de delação de seus executivos, mas disse que "permanecerá à disposição das autoridades".
Em nota, a assessoria de Dirceu disse que o contrato com a Camargo Corrêa, assinado em 22 de abril de 2010, teve como objetivo a "prestação de serviços no exterior, com foco em Portugal". A assessoria afirmou que já foi informado à Justiça do Paraná que Dirceu viajou cinco vezes a trabalho a Portugal, entre 2010 e início de 2011 e que na Camargo Corrêa "o ex-ministro se reportava ao presidente do Conselho, Vitor Hallack, com quem se reuniu algumas vezes durante a vigência do contrato".
O vice-presidente da Engevix Engenharia, Gerson de Mello Almada, acenou com a possibilidade de fazer delação premiada ou, ao menos, contribuir com a Justiça buscando diminuir sua eventual pena. Também preso por corrupção ativa, Almada disse ter "contribuição relevante" a fazer e pediu para ser interrogado pelo juiz Sergio Moro.
Em janeiro a defesa de Almada afirmou à Justiça que a Petrobras foi usada para financiar o "custo elevado das campanhas eleitorais". Os advogados alegam que a estatal "foi escolhida para a geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias".
POSTADO POR O EDITOR ÀS 06:18:00

(Folha) Para tentar conter a inflação e controlar os gastos do setor elétrico em 2015, o governo decidiu fazer um pente-fino no cadastro do programa Tarifa Social e vai excluir 5 milhões de famílias até o final deste ano. Elas representam 38% das 13,1 milhões de famílias que, em dezembro, eram beneficiadas com descontos na tarifa de luz. Para ter direito ao benefício, é necessário estar abaixo de determinado nível de renda e de consumo.
De acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), trata-se de casos que não se enquadravam nas regras do programa, seja por erro de cadastro, seja por mudança no perfil econômico ou de consumo da família. O corte representará uma redução de aproximadamente R$ 600 milhões neste ano no custo do programa, que é repassado às tarifas de todos os consumidores.
Com o enxugamento do benefício, a estimativa é que o gasto para manter o programa fique em R$ 2,16 bilhões em 2015. Em 2014, o gasto foi de R$ 2,2 bilhões, mas, com os aumentos na tarifa de energia, a estimativa é que neste ano a despesa chegasse a R$ 2,78 bilhões. 
TARIFAÇO
A exclusão de beneficiados deve evitar mais aumentos no preço da luz. "Não houve impacto direto no orçamento do setor elétrico, pois a revisão do cadastramento deve compensar os aumentos tarifários deste ano", afirmou o diretor da Aneel Tiago Correia. 
Como a Tarifa Social é, na realidade, um desconto sobre a tarifa praticada pela distribuidora, as despesas com o programa subiriam muito caso não fosse reduzida a lista de beneficiados. Até o ano passado, a tarifa social era bancada com ajuda do Tesouro, que neste ano desistiu de fazer o repasse de R$ 9 bilhões ao setor e anunciou que o custo terá de ser bancado exclusivamente pelo consumidor. Apenas com o reajuste extraordinário e a aplicação da bandeira tarifária vermelha, o consumidor já pagará neste mês uma conta 32% mais cara, em média. 
Nos próximos meses, segundo previsões da agência reguladora, esse aumento médio deve chegar a 42%, com a aprovação do reajuste ordinário das tarifas. Para chegar ao patamar de redução alcançado, a Aneel e as distribuidoras de energia vêm fazendo, desde o ano passado, fiscalizações e novos cruzamentos dos dados das famílias inscritas. 
CRITÉRIOS
Segundo as regras do programa, têm direito ao benefício as famílias listadas no Cadastro Único e que, portanto, tenham renda mensal de até meio salário mínimo per capita. Também entra na lista quem está no Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social, que é um cadastro para idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. Quanto menor o consumo de luz da família, maior o desconto. 
Quem não for localizado pelos cadastros sociais, tiver informações desatualizadas há mais de dois anos, não atender critérios de renda ou não renovar relatórios médicos (no caso de idosos e deficientes) perderá o benefício. 
Ao longo de 2014, foram identificados 5,8 milhões de famílias que precisam atualizar o cadastro. De acordo com a Aneel, as distribuidoras de energia já encaminharam cartas para a residência dessas pessoas informando procedimentos e prazos para a atualização. A previsão da agência, usada para aprovar o orçamento do setor elétrico neste ano, é que 5 milhões não possam se recadastrar.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 06:11:00


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
04/03/2015 às 5:52
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), devolveu a MP da “reoneração” da folha de pagamentos. Alegou vício legal. Disse que a elevação de tributo não podia ser feita por Medida Provisória e que ela desrespeitava o Congresso. E ainda aproveitou para discursar, lamentando não ter devolvido também as outras MPs do ajuste fiscal. Sabem por que isso acontece? Porque temos um governo chavista.
Não, caros! Não estou me referindo àquele tirano mixuruca que governou a Venezuela — mixuruca, mas cujo cadáver adiado mata pessoas. Não! Eu me refiro mesmo é ao amigo do Quico e da Chiquinha, aquela que tem um bordão muito eloquente: “O que você tem de burro, você tem de… burro!” Eu me refiro é à personagem de Roberto Bolaños! É o que me ocorre quando penso nas lambanças protagonizadas por José Eduardo Martins Cardozo, ministro da Justiça. Eu fico com vontade de dizer, como o Chávez no vídeo abaixo:
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“Ai que burro! Dá zero pra ele!” Com a devida vênia, é tolice essa história de que Renan devolveu a MP por causa desse ou daquele cargos, desse ou daquele interesses contrariados. Isso tudo, como estamos carecas de saber, já estava no preço. No mês passado, não faz tanto tempo assim, Renan atropelou a oposição e a deixou fora da Mesa do Senado, o que rendeu um bate-boca com Aécio Neves (MG), presidente do PSDB — que ontem elogiou o presidente da Casa. Renan já tinha, àquela altura, agasalhado a perda dos cargos.
Se você notar, leitor, encontrará uma coisa estranha nos jornais e nas análises. Os jornalistas sustentam que a razão principal de Renan ter se insurgido contra o governo foi a inclusão de seu nome na lista dos “54 de Rodrigo Janot”. Sim, o procurador-geral da República incluiu os respectivos nomes do presidente do Senado e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), entre aqueles que devem ser alvos de inquérito.
Aí o sujeito de bom senso logo se pergunta: “Mas o que a Dilma tem com isso? A lista não é de Janot?” Pois é… Eis aí boas perguntas, que seguiram sem resposta até aqui, mas não mais.
Quando Cardozo se mobiliza para, como direi?, manter conversas informais com Janot, o que Brasília inteira leu, embora muitos não queiram vocalizar, é que a dita-cuja obedece, digamos, a uma orientação também política. Nos bastidores, o governismo sabia que alguns nomes do petismo fatalmente estariam lá. A questão era saber quais outros.
Cardozo passou a impressão — que até pode estar errada, né? — de que ele tinha poder sobre a lista. Olhem aqui: pior do que não exercer um poder que se tem é dar a impressão de ter um poder que não se tem. O fato é que Cardozo jamais poderia ter se metido nessa operação — o que inclui a conversa com advogados sobre a conveniência de delações premiadas. Ao fazê-lo, o sistema político sentiu o cheiro da armação. Verdade? Mentira? Pois é… O fato é que Cardozo faz cara de sabido, não é? E essa é outra coisa que também não convém fingir.
Como é que Dilma restabelece as pontes com o PMDB? Não tenho ideia. O discurso de Renan ao devolver a MP era quase o de líder da oposição. Ele sabe que, a partir desta quarta (04), a sua autoridade está arranhada. Agora, ele é um dos 54, não importa o tamanho do erro, da falha ou da falcatrua que tenha cometido. Ele até pode ser chefão de muita coisa na República, em Alagoas ou em Murici, mas, na Petrobras, nunca chegou a ser um peixão. Enquanto durar os inquéritos, como explicar as eventuais diferenças?
Verdade ou mentira, o fato é que Cardozo passou a impressão de que a lista era feita a quatro mãos, com o concurso do Palácio do Planalto. O resultado é o que se vê. Essa é mais uma crise que a incompetência política do governo Dilma levou para dentro do Palácio.
Por Reinaldo Azevedo

04/03/2015 às 5:33
Nunca, mas nunca mesmo!, incluindo o governo Collor, se viu tamanha incompetência na coordenação política do governo. Acreditem ou não, o Palácio do Planalto foi surpreendido com a decisão de Renan Calheiros de devolver a MP da reoneação da folha de pagamentos, embora ele próprio já tivesse dito há alguns dias que a parceria com o PT era capenga e já houvesse faltado, na segunda (02), a um jantar oferecido por Dilma a peemedebistas. O clima de barata-voa se instalou, e chegou à presidente o recado de Joaquim Levy: sem o ajuste fiscal, ele está fora do cargo. Vocês entenderam direito: na prática, o ministro da Fazenda se demitiu.
Dilma, então, imediatamente enviou um projeto de lei, com pedido de urgência, repetindo parte do conteúdo da MP, concentrando-se apenas no que chamo de reoneração. Vai passar pelo Congresso? O mar não anda para peixe. Como justificar a oneração da Folha com desemprego crescente e com uma recessão que já não é mais uma possibilidade, mas um fato? Eis o busílis. Será que os senhores parlamentares estão dispostos a assumir esse ônus?
O governo faz um voo cego. Por incrível que pareça, no jantar do dia 23, no Palácio do Jaburu, da equipe econômica com líderes peemedebistas, o vice-presidente da República e sete ministros do partido, ninguém tocou no assunto. O petista Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil, estava presente. Cabe a pergunta: que diabo de coordenação política é essa?
Eis o ponto: não existe! Um país com crescimento de 5%, inflação de 2,5%, os juros de 4% e Petrobras como exemplo de eficiência não poderia ter no comando político o seguinte Quarteto Fantástico: Mercadante, Pepe Vargas, Jaques Wagner e Miguel Rossetto. Dilma brinca com o perigo. Até eu acho que se encontra coisa melhor no próprio petismo.
Mas a presidente não tem uma virtude que, admito, Lula tem: ele costuma se cercar de pessoas mais capazes do que ele próprio. Podemos não gostar, mas isso é fato. Dilma, ao contrário, faz questão de exercer também a liderança intelectual. E, nesse caso, amigos, a coisa pode ser mesmo explosiva.
O governo não via a hora que Janot entregasse a sua lista. Contava com ela para amenizar o peso sobre os ombros da presidente. Em vez disso, ela está com uma crise nova nas mãos.
Por Reinaldo Azevedo

04/03/2015 às 5:07
Eu antecipei aqui, como sabem, às 6h21 do dia 25, a estratégia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de optar pelas simples aberturas de inquérito. Só estava mesmo muito encantando com a disposição do Janot os que não conhecem o funcionamento do Ministério Público e da Justiça e que não sabem a diferença entre pedir um inquérito e oferecer uma denúncia.
Olhem aqui: se há coisa que quero nessa história toda, juro!, é queimar a língua. Mas a minha está intacta, não é? Em 28 pedidos, Janot quer que 54 pessoas sejam investigadas, certo? Certo! Assim, para todos os efeitos, estão em pé de igualdade.
Depois de um ano da Operação Lava-Jato, depois de muitas dezenas de depoimentos, depois de várias delações premiadas, o procurador-geral não conseguiu enxergar uma hierarquia nas atuações? O Estado é uno, ainda que a Justiça Federal e o Ministério Público atuem independentemente. O fato é que a pretensão punitiva do ente estatal, hoje, tem a convicção de que os crimes aconteceram, tem a convicção de que os corruptores foram seus protagonistas, mas ainda não está certo de que a outra ponta tenha existido.
E EU SEMPRE ALERTEI AQUI PARA ESSE RISCO, MESMO SOB PENA DE SOFRER A DESQUALIFICAÇÃO DE QUEM NÃO TEM A MENOR IDEIA DO QUE ESTÁ FALANDO. Dado o estágio a que chegaram os já réus do petrolão sem foro por prerrogativa de função, somos levados a crer que poderia ter existido um crime monumental como aquele sem políticos.
“Calma, Reinaldo! Vamos esperar!” Sim, eu espero! Até porque, que remédio há? Mas é evidente que Janot optou, vamos dizer, pela horizontalização das atuações ao se negar a ver, em alguns casos ao menos, algo mais do que possibilidades e plausibilidades — hipóteses em que se pede, então, uma abertura de inquérito. De resto, que diabo de delações premiadas são essas que não serviram nem para formar a convicção do procurador?
Infelizmente, meus caros, vai demorar muito tempo para que vocês possam cobrar o meu eventual erro. Cinco, sete, nove anos, como no mensalão? Mais do que isso? Nem sei se, até lá, já não aderi ao meu projeto de pregar aos peixes, como Padre Vieira. Uma coisa é certa: a primeira etapa começa mal. “Mas nem o fato de haver 54 nomes o anima, Reinaldo?” E daí? Se é pedido de inquérito para todo mundo, a multiplicação de nomes só dilui a natureza do crime.
Por Reinaldo Azevedo

NO O ANTAGONISTA
Fernando Haddad na Lava Jato
Brasil 04.03.2015
A campanha de Fernando Haddad foi paga com dinheiro roubado da Petrobras.
A denúncia foi feita por Alberto Youssef, que confessou ter desembolsado 2,5 milhões de reais, a mando de Ricardo Pessoa, da UTC, para quitar uma dívida da campanha eleitoral de 2012.
Segundo o jornal Valor, trata-se da campanha do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

Quanto pior, melhor
Brasil 04.03.2015
Cid Gomes disse que Eduardo Cunha comanda 300 ou 400 deputados que só querem “achacar" o governo, “tomar mais, tirar mais".
A frase, como informa Josias de Souza, foi pronunciada na sexta-feira (27), durante um encontro do ministro com professores e reitores das universidades federais paraenses.
Cid Gomes disse também que Eduardo Cunha “será um problema grave para o Brasil".
O problema mais grave do Brasil, no momento, é o governo do qual Cid Gomes faz parte. Por isso mesmo, devemos ser gratos a ele. Ao atacar frontalmente Eduardo Cunha, ele afasta o PMDB, perde o Legislativo e atrapalha ainda mais Dilma Rousseff.
E, nesse caso, como acrescentou o próprio Cid Gomes, “quanto pior, melhor".

Mais foco, Adams
Brasil 03.03.2015
A Advocacia-Geral da União vai recorrer da sentença que determina a deportação de Cesare Battisti.
Mais foco, Luís Inácio Adams, mais foco: a sua missão agora não é salvar um ex-terrorista italiano. É salvar Lula e Dilma da vingança das empreiteiras do Petrolão.
Pô, parece que você não entende, Adams...

PAC, PAC
Brasil 03.03.2015
Cesare Battisti, ex-terrorista do PAC (Proletari Armati per il Comunismo); Dilma Rousseff, ex-terrorista do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
No meio do caminho, havia um PAC; havia um PAC no meio do caminho.

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 04/03/2015 06:16
A caminho de se tornar uma presidente minoritária nas duas Casas do Congresso, Dilma Rousseff já sofre oposição até do seu próprio partido. Relatório reservado da assessoria técnica da liderança do PT na Câmara recomenda a derrubada de um veto da presidente ao projeto que fixava a jornada de trabalho dos psicólogos em 30 horas semanais.
Eis o que está anotado no documento do PT: “…Em que pese os argumentos dos ministérios do Planejamento, da Fazenda e da Saúde — sugerimos que a liderança do partido avalie a conveniência e a oportunidade de encaminhar favoravelmente à derrubada do veto.”
Foram ignorados pelo petismo os argumentos de Dilma para justificar o veto. Ela alegara que a redução da jornada dos psicólogos golpearia o orçamento de estabelecimentos que atendem pelo SUS. Elevaria também os custos do setor privado.
O parecer técnico da liderança do PT deu de ombros: “Durante a tramitação da proposição na Câmara dos Deputados, defendemos a tese de que a redução da carga horária de trabalho favorece a saúde dos trabalhadores e tende a contribuir para a melhoria na qualidade da assistência aos sistemas de saúde e de assistêncoa social. Não houve mudança no texto do projeto que justifique o distanciamento desse ponto de vista.”
O veto à redução da jornada dos psicólogos constava da pauta do Congresso na sessão da noite de terça-feira (3). Só não foi votado porque o presidente da Casa, Renan Calheiros, manobrou para derrubar a reunião. Dilma lamuriou-se em privado, já que desejava a votação do Orçamento da União para 2015, outro item da pauta.
Seja como for, a presidente petista ganhou tempo para dirigir ao PT uma súplica à moda de Fernando Collor: “Não me deixem só”.

Josias de Souza - 04/03/2015 05:20
Não é que o Planalto não veja a solução. O que Dilma e seus operadores não enxergam é o problema. Aturdida com a decisão de Renan Calheiros de devolver ao Poder Executivo a medida provisória que eleva a tributação da folha de pagamento, Dilma Rousseff pediu ao ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) que telefonasse para o vice-presidente Michel Temer atrás de informações que decifrassem o presidente do Senado. Antes, Mercadante ligara para o próprio Renan, que não o atendeu.
Temer não foi de grande valia. Primeiro porque Renan não compartilhara com a direção do PMDB a decisão de alvejar Dilma depois de ter esnobado um convite dela para jantar no Alvorada. Segundo porque o vice-presidente da República já não parece confortável no papel de algodão entre os “cristais” do governo e do seu PMDB.
Consolidou-se no Planalto a conclusão segundo a qual Renan decidiu flertar com a oposição por considerar que o governo não moveu uma unha para livrá-lo das complicações da Operação Lava Jato. A leitura dos correligionários do PMDB é outra: ao sentir o cheiro de queimado, Renan decidiu protagonizar dois gestos.
Num, o morubixaba do PMDB alagoano acena para o pedaço da Opinião Pública que já não suporta Dilma e o PT. Noutro, ele faz média com os partidos de oposição no Senado. Tenta evitar a formação de uma maioria que, em futuro próximo, possa ameaçar-lhe o mandato.
Quanto a Dilma, que já não socorre nem a si mesma, Renan já não enxerga nela o proveito de outrora. Hoje, já não é possível extrair impunemente dividendos de “espaços'' como a Transpetro, uma jazida onde Renan manteve por 12 anos o afilhado Sérgio Machado.

Josias de Souza - 04/03/2015 03:21
O ministro Cid Gomes (Educação) afirmou que, sob o deputado Eduardo Cunha, “a direção da Câmara será um problema grave para o Brasil.” Disse que todas forças políticas que têm “compromissos sociais” se opuseram à eleição dele para a presidência da Casa. E Lamentou: “Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que quanto pior melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas.” 
Cid Gomes fez essas declarações há seis dias, na última sexta-feira (27), na cidade de Belém. Deu-se durante uma visita do ministro à Universidade Federal do Pará. Ele se reuniu com professores e reitores de universidades federais paraenses. Encontrou-se também com servidores e alunos que o recepcionaram com um protesto contra o corte de verbas destinadas às instituições federais de ensino.
Num dos encontros, a pretexto de defender a gestão de Dilma Rousseff, Cid Gomes atacou o Legislativo. “A presidenta Dilma, ela é só presidente da República. Não ache que um presidente da República tem o poder de tudo, não. Tu acha que essa eleição para a presidência da Câmara aconteceu segundo a vontade dela?”, indagou o ministro a certa altura.
O próprio Cid Gomes respondeu. Antes, disse que falava em caráter pessoal, não como auxiliar da presidente —como se fosse possível distinguir um personagem do outro. “Não é o ministro que está falando”, disse. Cid suspeitava que estivesse sendo gravado. “Tem gente gravando aí. Eu sei que sempre tem gente gravando.” Mas não deteve a língua. “Eu acho que a direção da Câmara atualmente será um problema grave para o Brasil.”
Um dos presentes insinuou que Eduardo Cunha elegera-se com o aval do governo. E Cid Gomes: “Não foi não, querido, não foi não. Tudo o que é força política mais realmente comprometida, mais identificada com esse esforço que ampliou a oferta de ensino superior no Brasil e que tem compromissos sociais, que reduziu a miséria ou extinguiu a miséria, todas essas pessoas estiveram contra a eleição de quem foi eleito lá.”
O ministro prosseguiu: “Agora, as coisas são assim, tá certo? As coisas são assim. Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que quanto pior melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais, aprovarem as emendas impositivas, para quem possa… Com todo respeito também, porque às vezes os caras querem mandar dinheiro para algum lugar, mas é uma guerra, é uma guerra…”
As declarações de Cid Gomes ecoam uma frase pronunciada por Lula em setembro de 1993. Nessa época, ele era pré-candidato à eleição presidencial de 1994. Percorria os Estados da Amazônia em campanha. Declarou o seguinte: “Há no Congresso uma minoria que se preocupa e trabalha pelo país, mas há uma maioria de uns trezentos picaretas que defendem apenas seus próprios interesses”. Eleito presidente duas eleições depois, Lula aliou-se aos que chamava de “picaretas”.
Trazidas à luz num instante em que Dilma enfrenta uma crise de relacionamento com seus aliados no Congresso, as declarações de Cid Gomes terão o efeito de um galão de gasolina derramado sobre labaredas. Primeiro porque o PMDB de Eduardo Cunha já vinha acusando o ministro da Educação de conspirar contra o PMDB em cobinação com Dilma.
Segundo porque, ao incluir entre os achacadores os adeptos das emendas orçamentárias “impositivas”, Cid Gomes atacou praticamente todo o Congresso. Inclusive os parlamentares do seu partido, o Pros, que votaram a favor da emenda constitucional que obriga o governo a executar as despesas enfiadas pelos congressistas no Orçamento da União.











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