DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
23 DE MARÇO DE 2015
O Tribunal de Contas da União decidiu multar o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, por tentar manter indevassável a “caixa preta” dos negócios do banco. Alegou “sigilo bancário” para não detalhar o aporte bilionário de dinheiro do Tesouro, via BNDES, no grupo JBS Friboi. O TCU não pediu detalhes da movimentação bancária da empresa, só valores e resultados do investimento, mas foi ignorado por Coutinho.
A recusa ao TCU valeu a Luciano Coutinho a multa de R$ 10 mil. O pedido foi reiterado, e com nova recusa a multa passará a R$ 30 mil.
Uma terceira desobediência poderá tornar o presidente do BNDES proibido de exercer função pública. E pode perder o emprego.
Luciano Coutinho tentou “explicar” a desobediência a ministros do TCU. Foi ignorado. Por sua assessoria, diz não ter sido notificado da multa.
Por inveja, preconceito e ignorância, o governo brasileiro coloca Cingapura na lista de “paraísos fiscais”, porque considera assim qualquer país de carga tributária inferior a 20%. Tributos em Cingapura somam 17%, mas, ao contrário do Brasil, é um país austero, sério, de gestão pública eficiente... e livre de corrupção. Cingapura mantém comércio anual superior a US$ 4 bilhões com o Brasil. Mas, de tanto ser hostilizado, vai acabar desistindo de investir no nosso país.
Dois requerimentos aguardam deliberação para intimar a mulher de Renato Duque, Maria Auxiliadora Duque, à CPI da Petrobras. Duque fechou o bico na CPI e irritou os deputados. Sobrou para a esposa.
O tucano Carlos Sampaio (SP), que é procurador, pediu a convocação para depor na CPI da Petrobras do ex-ministro José Dirceu e do tesoureiro do PT, João Vaccari, figuras centrais do petrolão.
A petição para o impeachment de Dilma, organizada pelo deputado Paulinho da Força (SD-SP) não tem prosperado na internet. Menos de 4 mil pessoas assinaram o documento até agora.
O tucano Aécio Neves (MG) ainda parece encantado com os 51 milhões de votos de 2014, e às vezes esquece de fazer oposição no Senado. Quem tem feito isso é José Serra (SP), seu rival no PSDB.
Se “passarinho na gaiola pia mais depressa”, como dizem policiais, quanto tempo de cadeia será suficiente para que o ex-diretor petista Renato Duque faça delação premiada?

NO DIÁRIO DO PODER
84% ACHAM QUE ELA SABIA
DATAFOLHA: MAIORIA DIZ QUE DILMA SABIA DE CORRUPÇÃO
PARA 84% DOS ENTREVISTADOS, A PRESIDENTE SABIA DO PETROLÃO
Publicado: 22 de março de 2015 às 12:33 - Atualizado às 13:02
Pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (22) pelo jornal Folha de S. Paulo mostra que para 84% dos entrevistados, a presidente Dilma Rousseff sabia de corrupção na Petrobras, tema da investigação da Operação Lava Jato.
O levantamento nacional, realizado nos dias 16 e 17 deste mês, portanto logo após as manifestações populares contra o governo, diz que desse total, 61% consideram que a presidente sabia da corrupção e "deixou que acontecesse", enquanto 23% acreditam que "ela não poderia fazer nada para evitá-la".
À outra pergunta feita sobre se a descoberta de corrupção na Petrobras prejudica a empresa, 88% dos entrevistados responderam que sim, dos quais 51% julgam que será por muito tempo e que coloca o futuro da empresa em risco. Outros 23% consideram que será por pouco tempo, sem riscos futuros.
A pesquisa foi realizada com 2842 pessoas em 172 municípios brasileiros, e a margem de erro é de dois pontos porcentuais. (AE)

NO O ANTAGONISTA
As celebridades no Swissleaks
Brasil 23.03.15 06:08
Jô Soares está na lista do Swissleaks. Assim como Maitê Proença e Hector Babenco.
Eu, Diogo, sou amigo dos três.
Posso dizer que, procurados por O Globo, eles negaram ter cometido qualquer irregularidade. Jô Soares, por exemplo, disse que tinha uma conta declarada no HSBC de Nova York. Mas o Mario pode tratar do assunto com mais desprendimento - e rigor - do que eu.
Além deles, aparecem na lista do Swissleaks Cláudia Raia, Edson Celulari, Francisco Cuoco, Andrucha Waddington, Marília Pera, Tom Jobim e quatro herdeiros de Jorge Amado.
Eles não são ditadores venezuelanos nem traficantes de armas. Por isso mesmo, têm o dever de explicar por que seus nomes estão naquela lista. O que não vale nesses casos é o silêncio.

O Brasil tem futuro
Brasil 23.03.15 04:21
O Brasil ainda tem um futuro.
Foi o que disse o Financial Times, ontem.
Segundo o jornal, o futuro do Brasil depende, "em particular, do Judiciário", que foi capaz de desarticular os esquemas do mensalão, de Eike Batista e, agora, da Petrobras.
Enquanto a imprensa brasileira se dedica a contabilizar o prejuízo econômico da Lava Jato, portanto, o principal jornal econômico do mundo diz que só a Lava Jato pode nos salvar.
O Antagonista concorda.
Mas para impedir que o PT roube o futuro do Brasil, minando a autonomia do Judiciário, figuras populares como Sérgio Moro e Deltan Dallagnol têm de continuar a se expor publicamente. E os brasileiros têm de continuar a se mobilizar contra qualquer tentativa de acobertamento da Lava Jato.
O futuro do Brasil depende do Judiciário. O futuro do Judiciário depende dos protestos de rua.
O futuro do Brasil passa por aqui

Brasil 22.03.15 21:49
Só para não esquecermos: quem reformou (e administra) o Maracanã, hoje inundado durante o clássico Flamengo x Vasco, foi um consórcio liderado pela Odebrecht -- aquela.
O custo total ficou em 1,5 bilhão de reais.
A Odebrecht faz água por todos os lados. Depois do petrolão, o aguão.
Quem ganhou o clássico foi a Odebrecht...
...Discordo: não ganhei nada porque sou Bahia


NO BLOG DO CORONEL
SEGUNDA-FEIRA, 23 DE MARÇO DE 2015
(Estadão) Cada servidor dos Correios pagará 25,9%do salário para cobrir déficit de R$ 5,6 bi. Funcionários dos Correios tentam evitar por meio de uma batalha judicial e de greves que os participantes do Postalis, fundo de pensão da estatal, tenham redução de um quarto nos seus salários a partir de abril de 2015 pelo período de 15 anos e meio. 
A conta é resultado de um déficit atuarial de R$ 5,6 bilhões no Postalis, controlado pelo PT e PMDB, provocado por investimentos suspeitos, pouco rentáveis ou que não tiveram ainda rendimento repassado ao fundo. Também sob influência dos dois partidos políticos, o Funcef, dos empregados da Caixa Econômica Federal (CEF), e a Petros, da Petrobrás, contabilizam prejuízos bilionários. 
Partiu do conselho deliberativo do Postalis a decisão de impor aos funcionários a contribuição extra que terá forte impacto sobre os salários. No primeiro momento, ficou definido um corte de 25,98% nos contracheques. O déficit será reavaliado a cada ano a partir do retorno dos investimentos e da expectativa de vida dos participantes. Um funcionário que tem salário de R$ 10 mil, por exemplo, receberá R$ 2.598,00 a menos no final do mês apenas para cobrir o déficit, além o valor da contribuição definida. Vão pagar o porcentual extra os funcionários mais antigos, aqueles que entraram nos Correios até 2008. Isso equivale a 75% do pessoal da empresa.
Integrantes do fundo argumentam que o déficit bilionário é resultado da má administração dos investimentos dos últimos anos. Também acusam os Correios de não terem pago a dívida que têm com o Postalis. Por isso, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) entrará nesta segunda-feira (23) com duas ações na Justiça Federal. A primeira contra a ECT para que a empresa reconheça que deve R$ 1.150 bilhão ao fundo e abata esse valor do cálculo do déficit que precisa ser equacionado. No outro processo, a federação quer que a estatal assuma o pagamento do déficit integralmente por entender que a responsabilidade pela má gestão dos ativos do fundo é da patrocinadora. 
"Esse novo reajuste repassa para nós a culpa da má administração do fundo", afirmou José Rodrigues dos Santos Neto, presidente da Fentect. Ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), a federação diz reunir 30 sindicatos, que representam 74 mil trabalhadores dos 120 mil dos Correios.
Na semana passada, carteiros de ao menos dez Estados brasileiros fizeram paralisação para protestar contra a contribuição extra definida pelo conselho deliberativo do Postalis. 
A Adcap (Associação Nacional dos Profissionais dos Correios) também irá ingressar com medida judicial. "Entendemos que os Correios deixaram de pagar essa dívida com o Postalis para maquiar o balanço e apresentar resultado positivo no ano passado", afirmou Luiz Alberto Menezes Barreto, presidente da entidade, que representa os profissionais de nível médio, técnico e superior. 
Extras 
Os funcionários dos Correios e a empresa já fazem contribuições extras ao plano desde 2013 para cobrir o déficit de R$ 1 bilhão dos dois anos anteriores. Nesse período, foi descontado mensalmente do contracheque 3,94% do valor da aposentadoria, da pensão ou do valor previsto para o benefício - no caso dos servidores da ativa.
As contribuições extras, que subiram de 3,94% para 25,98%, são para equacionar o plano de benefício definido do Postalis, sob o risco de o banco e os dirigentes do fundo serem punidos pelo órgão regulador. Na conta foi incluída uma dívida dos Correios com o Postalis de 2008, da época em que o plano de benefício definido foi saldado. 
Os Correios fizeram o pagamento dessa dívida, em parcelas, de 2001 até março de 2014, mas interrompeu o pagamento por determinação do Ministério do Planejamento e do Tesouro Nacional. Os órgãos de controle concluíram que a estatal saldou integralmente sua parte com o término do plano definido. O R$ 1,150 bilhão restante, segundo o governo, constitui déficit atuarial e deve ser dividido a patrocinadora (Correios) e os funcionários. 
Ação 
O Postalis tem um entendimento diferente. O fundo entrou com ação com pedido de tutela antecipada (liminar) contra os Correios para cobrança desse montante relativo às obrigações sobre o tempo de trabalho dos participantes antes da criação do plano. Os Correios informaram, por meio de nota, que contrataram consultoria especializada para avaliar se o Postalis ou o governo tem razão.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 06:59:00


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
22/03/2015 às 22:27 \ Opinião
REYNALDO ROCHA
A leitura dos jornais e revistas deste domingo (22) tem que ser acompanhado de um ansiolítico e um remédio para azia. Num dos grupos de que faço parte nas redes sociais, depois de ter postado uns dez tópicos sobre a tragédia mais que anunciada, recebi o seguinte post: “E aí, Reynaldo? Feliz?”
Não. Só estaria quem apostou no “quanto pior, melhor”, como fizeram os milicianos do PT, 24 horas por dia, enquanto estiveram na oposição. Além de não ter participado da montagem do desastre, tentei em vão desarmar a bomba que agora explode em nossos colos.
Sucessivas reportagens vêm mostrando que quem votou em Dilma hoje se sente enganado. Os casos exemplares são incontáveis. Na Bahia, o número de funcionários do Estaleiro Paraguaçu despencou de 7.000 para 576. Um empresário que acrescentou 100 apartamentos ao hotel de 30 quartos fechou o estabelecimento por falta de hóspedes. Outro que transformou a padaria em restaurante não chega a servir nem mesmo 10 refeições por dia. E tem a receber R$ 60.000,00 de empreiteiras que abandonaram a cidade.
Em dois meses, 36.000 trabalhadores da construção civil perderam o emprego. A indústria naval, festejada na campanha eleitoral de Dilma como “prova” da valorização da mão de obra nacional e do “Brasil que avança” demitiu 28.000 operários entre janeiro e fevereiro. A alta das contas de energia aumentou de 3% para 20% a imensidão de consumidores inadimplentes.
Se estou no mesmo barco, como poderia estar feliz? Cada dia traz uma nova agonia. E aumenta a sensação de que falhei. Melhor: falhamos. Desta vez, todos nos esforçamos. Mas não conseguimos demonstrar o que era óbvio.
O PT entendeu que ultrapassou a linha do ridículo e desistiu de culpar FHC. Mas continua procurando culpados para o desastre que provocou. Crise internacional? Qual? A que não para de elevar os níveis de emprego e renda dos Estados Unidos? A Irlanda, Portugal e até mesmo a Grécia deixaram a zona de risco. A China vai crescer de 7% a 8%. O Brasil caminha para uma recessão de 1%.
Profissionais liberais, servidores públicos, empresários, operários — todos estão inquietos com o impacto da crise. Só se sentem confortáveis os mais de 30.000 comissionados, sem concurso, pendurados no gigantesco cabide de empregos federais. Não podem reclamar de nada. Sabem que recebem muito mais do que merecem.
A conselho do fabricante, o poste falou. Nenhum pedido de desculpas. Nenhuma admissão de erro. Nenhuma justificativa para as promessas descumpridas. E nenhum projeto para o país.
Os dois milhões de brasileiros demoraram para chegar às ruas. Mas ainda é tempo. Não estou feliz, mas nunca perderei a esperança.
Neste domingo (22), li no Globo a seguinte notícia:
Vendedor de doces no calçadão de Belford Roxo, Alberto da Silva, de 61 anos, ajudou a eleger Dilma, mas diz que seria “estúpido” não reconhecer que os preços aumentaram e que a presidente “errou na parte administrativa” e ao falar, durante a campanha, que não ia ter inflação:
— O país se desenvolveu nos últimos anos, mas era melhor Dilma ter sido sincera. Ela não podia prometer o que não ia cumprir. Do jeito que está, dá desânimo, o povo fica angustiado e já é difícil ver tanta desonestidade, tanto roubo… Se eu a encontrasse, falaria para assumir os erros e consertar as coisas.
O vendedor de doces Alberto da Silva não é um coxinha.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
23/03/2015 às 5:45
Algumas revoltas se tornaram famosas no Brasil. Há, por exemplo, a Guerra dos Mascates, que opôs, em 1710 e 1711, senhores de engenho de Olinda e comerciantes portugueses de Recife, chamados, pelos adversários, de “mascates”. Houve a “Revolta dos Alfaiates”, ou Conjuração Baiana, de 1798, um movimento de caráter emancipatório e republicano, influenciado pela Revolução Francesa. O país assistiu, em 1835, até a uma revolta que misturava a luta contra a escravidão com questão religiosa: a Revolta dos Malês, em Salvador, liderada por escravos muçulmanos. Cito apenas três movimentos entre muitos ocorridos no Brasil colonial ou já independente. Em 2015, nem mascates, nem alfaiates, nem malês! Assistimos, nestes dias, à inédita “Revolução dos Coxinhas”.
Não há por que fugir do rótulo. Ao contrário: que seja este um traço a unir os manifestantes. “Eu sou co-xi-nha/com mui-to or-gu-lho/com mui-to a-mo-or.”
O coxinha trabalha? Viva o coxinha!
O coxinha estuda? Viva o coxinha!
O coxinha gera os impostos que viram caridade pública? Viva o coxinha!
O coxinha não gosta que lhe batam a carteira? Viva o coxinha!
O coxinha quer pagar menos imposto? Viva o coxinha!
O coxinha é contra a violência? Viva o coxinha!
O coxinha é contra a depredação de patrimônio público? Viva o coxinha!
O coxinha é contra o ataque à propriedade privada? Viva o coxinha!
Os coxinhas, ao longo da História, fizeram a riqueza das nações. Geraram os excedentes que permitiram à Humanidade ir além do reino da necessidade. Já os utopistas deram à luz todas as ideias que matam muitos milhões — de direita ou de esquerda. E antes ainda que essa terminologia pudesse ser empregada.
Atenção, meus caros! A Revolução dos Coxinhas — uma revolução sem armas — é hoje majoritária porque expressa a vontade da esmagadora maioria dos brasileiros. Mas ela também é contramajoritária porque é alvo da fúria dos aparelhos ideológicos e de pensamento dominados pelas esquerdas.
Onde é que os manifestantes, os “coxinhas”, mais apanham hoje em dia? Na academia, especialmente nas universidades públicas, que concentram a suposta elite intelectual do país. Também é grande o rancor contra os manifestantes em setores importantes da imprensa. Hoje, até jornalistas se dedicam a uma espécie de “caça às bruxas da direita”, que estariam estimulando os protestos.
E, no entanto, pergunto: que grande ofensa à Democracia está nas ruas? Grupelhos sem nenhuma importância, que defendem um governo militar, são vaiados pelos coxinhas em cena aberta. O que as esquerdas não suportam é que muitos milhares, milhões talvez, possam ocupar o espaço público e pedir democracia e moralidade vestindo as cores nacionais, sem portar as tradicionais bandeiras vermelhas das esquerdas, que democráticas nunca foram porque a esquerda, a esquerda de verdade, nunca quis democracia — a menos que alguém me exiba um texto teórico em que um esquerdista autêntico defenda o regime democrático.
É a direta que está na rua? Aqui já se disse: são as pessoas direitas, inclusive as de direita — e com todo o direito de sê-lo, a menos que alguém me cite um fundamento da Constituição e das leis que evidenciem que as ruas são um monopólio das esquerdas.
Os que trabalham cansaram de ser governados por aqueles que só pensam em distribuir o fruto do esforço alheio. Uma distribuição que não busca fazer justiça social, mas alimentar um aparelho partidário que tenta se impor na base do grito e da trapaça — inclusive a eleitoral.
Os coxinhas vão hoje às ruas contra a pregação de intelectuais, contra a pregação dos aparelhos universitários, contra a pregação esquerdista de boa parte da imprensa — que o petismo ainda tem o topete de chamar de “golpista” para justificar o financiamento da pistolagem dos blogs sujos, confessado por um documento da Secom.
Esses tais coxinhas, em suma, formam hoje a maioria do povo brasileiro, mas são tratados como seres desprezíveis, crias do reacionarismo, ignorantes rematados que estariam preocupados apenas em proteger seus privilégios — como se a defesa do mérito e do esforço significasse uma agressão aos direitos humanos.
O dia 12 de abril vem por aí. Outro domingo! É que os coxinhas trabalham e estudam nos demais dias da semana. Não recebem pensão de partido. Não estão no comando de nenhuma ONG ligada à legenda. Não ocupam cargo público por indicação política. Não compõem a diretoria de aparelhos sindicais. Não vivem do leite de pata que alimenta os ditos movimentos sociais.
Dilma pode dar um murro na mesa e ordenar que os petistas façam seus milicianos enfiar a viola no saco, deixando a Democracia correr livre, leve e solta, sem hostilidades desnecessárias. Ou pode deixar que os companheiros, mais uma vez, tenham a ideia asnal de promover seu “antiato” antes do ato. Nesse caso, quem sabe estimulem a reunião não de dois milhões de coxinhas, mas de quatro milhões…
O petista André Singer vê na rua a “nova direita” e diz tratar-se de uma “reação” ao lulismo. Entendo: ele não consegue pensar fora da camisa de força da dialética, a dama de honra de todo esquerdista errado. Singer ainda não aprendeu que, para que assim fosse, os que agora se manifestam precisariam ter construído uma “contrautopia” para se opor à do petismo. Ocorre que pessoas saudavelmente conservadoras — e os coxinhas são saudavelmente conservadores — não têm utopia nenhuma que não seja um governo eficiente, honesto e que não encha o seu saco.
O diabo é que o governo do PT não é eficiente, não é honesto e enche o saco! No mundo lulocêntrico de Singer, Lula cria até a sua própria contradição. Que coisa triste!
Não sei quantas pessoas haverá nas ruas no dia 12. Não fiz previsões antes e não farei agora. Uma coisa eu sei: os coxinhas vieram para ficar. Contra a vontade da academia. Contra a vontade da imprensa esquerdizada. Contra a vontade dos que achavam que o assalto ao estado brasileiro coincidia com o fim da História e que nada mais de novo iria acontecer.
Vai acontecer. Já está acontecendo! Pra cima com a viga, coxinhas!
Texto publicado originalmente às 4h43
Por Reinaldo Azevedo

23/03/2015 às 5:41
O PT já convocou seus estafetas na imprensa e seus esbirros na subimprensa para satanizar jornalistas e veículos de comunicação que consideram “responsáveis” pelas manifestações de protesto contra o governo Dilma e contra o petismo. Atribuem a esses “adversários” o que chamam de estímulo à “direita raivosa”. Trata-se de uma raiva estranha:
– não tem armas;
– não agride ninguém;
– veste as cores nacionais;
– não depreda patrimônio público;
– não ataca o patrimônio privado;
– valoriza o trabalho;
– dedica-se ao estudo;
– aposta no mérito;
– opõe-se, por óbvio, à roubalheira:
- defende a Constituição e as leis.
Ainda que houvesse mesmo, o que é falso, dois ou três responsáveis por essas manifestações em defesa da Democracia e do estado de direito, seria o caso, então, de perguntar se os valores que estariam sendo estimulados são ruins. Se o que vai acima é coisa da direita raivosa, cumpre indagar: qual é, então, a esquerda amorosa? A que se arma? A que agride? A que veste vermelho? A que depreda o patrimônio público? A que ataca o patrimônio privado? A que despreza o trabalho? A que faz pouco caso do estudo? A que repudia o mérito? A que defende o roubo social?
Em junho do ano passado, por ocasião das manifestações de protesto no período da Copa do Mundo, Alberto Cantalice, vice-presidente do PT, incluiu meu nome numa lista negra de nove pessoas que, segundo ele, estimulavam o ódio. No link, vocês encontram os demais, se é que ainda não sabem.
Muito bem! A Copa passou. Boa parte dos brasileiros que estão nas ruas em março de 2015 — e que devem voltar no dia 12 de abril — não se manifestou em junho de 2013 (movimento majoritariamente liderado pelas esquerdas) e em junho do ano passado: com perfil mais heterogêneo, mas, ainda assim, com sotaque esquerdista. Desta vez, de fato, o público é outro. Conversei com muita gente na Paulista no dia 15 de março. Boa parte estava no seu evento inaugural. Protestos e manifestações, como sabemos, costumam ser coisas de profissionais da militância ou de mercenários pagos por esses profissionais. Gente que trabalha e estuda não têm tempo para isso — infelizmente!
Mas houve, tudo indica, o despertar da indignação. O Reinaldo, a Maria ou o J. Pinto Fernandes do poema de Drummond não respondem pelos milhões nas ruas. Reinaldo e outros tantos jornalistas que estão na mira do PT não levam 100 para a praça. Mas Dilma, Lula e José Dirceu podem levar milhões. E daí? O partido convocou seus aliados para a guerra suja. E ela já está em curso. OS MALUCOS NÃO ESTÃO ENXERGANDO DIREITO A REALIDADE. NÃO PERCEBEM QUE JÁ NÃO DITAM A PAUTA E QUE O ESFORÇO PARA DESQUALIFICAR OS “ADVERSÁRIOS” SÓ FORTALECE AQUELES CUJO TRABALHO QUEREM MACULAR.
Vamos à luta. Guerra suja se vence com informação. E a ela, então, vamos nos dedicar para botar os devidos pingos nos “is”. Mas o trabalho de intimidação será inútil. Servirá, ao contrário do que pretendem, para marcar posições. Eu acho que é mesmo chegada a hora de definir com mais clareza o papel de cada um e o lado que ocupa no polígono das ideias.
Neguei, e continuo a negar, que a manifestação do dia 15 tenha sido de direita. Não porque a designação me incomode. Basta ler o que escrevi a respeito ao longo de mais de oito anos. É que sou um democrata da direita realista, não um otimista. O “ser de direita” supõe que as pessoas já plasmaram também um universo conceitual e um conjunto de prefigurações e até de utopias que gostariam de ver realizadas — no caso, identificadas com as liberdades individuais, o livre mercado, a democracia política e a redução drástica do poder do estado.
A pauta da rua é parente desses valores, mas não é ideológica — ideológicas são, isto sim, as invectivas hidrófobas de parte considerável da esquerda contra a população que trabalha, que arrecada impostos e que faz o país funcionar.
Aguardem a nova lista negra. Afinal, como sabemos, a Secom — Secretaria de Comunicação da Presidência — admite que os companheiros fornecem “munição” ao subjornalismo para ser “disparada” pelos “soldados de fora”.
Texto publicado originalmente às 23h46 deste domingo
Por Reinaldo Azevedo

23/03/2015 às 5:15
Na Folha:
A empresa alemã de engenharia e serviços Bilfinger está investigando denúncias internas de pagamento de propinas a funcionários públicos e de estatais no Brasil. De acordo com o jornal alemão “Bild”, a empresa, através da sua subsidiária Mauell, pagou € 20 milhões (R$ 70 milhões) em propinas para obter contratos da Copa do Mundo. A publicação também acusa a Fifa de ter recebido parte desse dinheiro. Entre vários contratos da Bilfinger no Brasil está o fornecimento de monitores para o Centro Integrado de Comando e Controle da Copa. O órgão é subordinado à Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça e foi responsável por centralizar a vigilância e o monitoramento da segurança das 12 sedes da Copa do Mundo.
Segundo dados do Portal da Transparência, Bilfinger recebeu R$ 21,2 milhões em contratos do governo federal no ano passado, dos quais R$ 13,1 milhões da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos. O comunicado publicado pela Bilfinger após a divulgação da reportagem informa que as primeiras investigações apontam que realmente houve o pagamento das propinas. No entanto, ainda não é possível determinar os nomes envolvidos no caso, segundo a empresa, que prometeu tomar ações legais contra quem participou do esquema caso fique comprovada sua existência. Um porta-voz da Bilfinger disse à Reuters que a Mauell não fez negócios com a Fifa, que organiza a Copa.
(…)
Por Reinaldo Azevedo

23/03/2015 às 5:09
Por Felipe Bächtold, na Folha:
A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai fazer uma varredura em ao menos R$ 62,6 milhões de doações eleitorais declaradas à Justiça para verificar se dinheiro desviado da Petrobras foi destinado por empreiteiras para abastecer campanhas. A suspeita é que parte da propina de empresas a políticos e a partidos tenha sido paga por meio de doações registradas para campanha. Os recursos, na verdade, viriam de contratos superfaturados de obras da Petrobras.
A apuração será realizada nas prestações de contas de 2010 de siglas e de políticos que tiveram pedido de investigação autorizado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Nos pedidos, a PGR questionou R$ 32,8 milhões de contribuições de empreiteiras para o PMDB, R$ 9,8 milhões ao PT e R$ 9 milhões ao PSDB. Também suspeita das doações oficiais recebidas diretamente por ao menos 15 políticos, em valores que somam cerca de R$ 11 milhões.
(…)
Nas petições ao STF, a PGR usa termos contundentes para insinuar a ligação de políticos com doações suspeitas. Nos casos dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os pedidos dizem que os diretórios do partido receberam “vultosos valores” de empresas envolvidas em “corrupção de parlamentares”.
Num trecho sobre a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), pede-se para que a “autoridade policial” pesquise doações de empreiteiras recebidas por ela e pela sigla.
(…)
Por Reinaldo Azevedo


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