DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NO ESTADÃO
PF deflagra 10ª fase da Lava Jato e Renato Duque é preso
ANDREZA MATAIS DE ALMEIDA PINHEIRO, RICARDO BRANDT, ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA, E FAUSTO MACEDO - O ESTADO DE S. PAULO
16 Março 2015 | 07h 26
Ex-diretor de Serviços da Petrobrás, indicado ao cargo pelo PT, é considerado o elo do partido com o esquema de desvios na estatal
Atualizado às 8h10
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A Polícia Federal prendeu na manhã desta segunda-feira, 16, o ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobrás Renato Duque, em sua casa, no Rio. A prisão faz parte da décima fase da Operação Lava Jato, que investiga desvios na estatal.
É a segunda vez que Duque é preso e ele será encaminhado ainda nesta segunda para a sede da Polícia Federal em Curitiba (PR). Nesta manhã, policiais fazem buscas em sua residência. Para os investigadores, ele é o elo do PT com o esquema de desvios na petroleira. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), teriam sido captados na gestão de Duque cerca de R$ 650 milhões em propinas sobre contratos fechados de 2004 a 2012 com as seis empreiteiras que teriam integrado cartel para assumir negócios bilionários na estatal.
Renato Duque, ao deixar a sede da PF em Curitiba (PR), em novembro de 2014
Batizada de "Que país é esse", a décima fase da Lava Jato vai cumprir dois mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária e 12 de busca e apreensão. O nome da etapa faz referência a uma frase dita por Duque ao ser preso pela primeira vez, em novembro do passado. De acordo com a PF, mesmo após deflagrada a Lava Jato, em março do ano passado, o ex-diretor transferiu dinheiro da Suíça para Estados Unidos e Hong Kong.
Outro alvo desta fase é o doleiro Adir Assad, considerado um dos maiores do País, e já investigado em outras operações da PF. Foi preso ainda o filho de Mário Frederico de Mendonça Góes - acusado de ser um dos 11 operadores de propina na Diretoria de Serviços e carregador de malas de dinheiro para o ex-diretor. Mário Góes foi preso pela Lava Jato e na última sexta-feira (13), foi indiciado por corrupção ativa, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Os mandados serão cumpridos no Rio e em São Paulo. De acordo com informações da PF, os alvos desta etapa são investigados por seis crimes: associação criminosa, uso de documento falso, corrupção passiva e corrupção ativa, além de fraude em processo licitatório e lavagem de dinheiro.
Dirigentes da Petrobrás 
Além de Duque, outros dois ex-diretores e um ex-gerente da Petrobrás são investigados por suspeitas de envolvimento com o esquema. São eles Paulo Roberto Costa (Abastecimento), Nestor Cerveró (Internacional) e Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços e braço-direito de Duque na estatal. Costa e Cerveró estão presos. Barusco fez acordo de delação premiada e, para se livrar da prisão, aceitou devolver o equivalente a R$ 303 milhões que ganhou de propinas.
A Lava Jato, deflagrada há um ano, já resultou em 19 ações penais e 5 cíveis contra executivos, doleiros, empreiteiros e ex-dirigentes da Petrobrás por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Ao todo, 11 empreiteiros estão presos e 50 pessoas, entre elas 35 parlamentares, são investigadas no Supremo Tribunal Federal.
A partir da investigação, procuradores da República e delegados da PF afirmam que a Petrobrás era o alvo de um cartel formado por algumas das maiores empreiteiras do País que se infiltraram nas áreas estratégicas da estatal. Elas dividiam contratos da Petrobrás e superfaturavam obras. Parte do valor excedente era usado para o pagamento de propinas a dirigentes da companhia e agentes políticos responsáveis por suas indicações. À Lava Jato, delatores afirmaram que políticos do PP, PT, PMDB e de mais quatro partidos foram beneficiários do esquema./ Colaborou Lilian Venturini

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
16 DE MARÇO DE 2015
Investigado pela Polícia Federal e na CPI da Petrobras, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) terá trabalho para se livrar da encrenca do Petrolão. Mas não precisa se preocupar com a Corregedoria da Câmara. O titular do cargo foi nomeado por Cunha, o presidente que vai investigar. Assim como foi nomeado, o deputado-corregedor Carlos Manato (ES), do Solidariedade, pode ser demitido a qualquer momento.
Deputados federais consideram indesculpável a presença do ministro Cid Gomes (Educação) na próxima semana. Ele havia sido intimado a comparecer no plenário da Câmara na quarta-feira (11) e apontar os “deputados achacadores”, segundo ele “uns 300 ou 400”. Mas Cid Gomes amarelou e pediu clemência ao chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que teria sugerido sua internação no Sírio Libanês.
A palavra do ministro não vale muito na Câmara: deputados foram ao Sírio Libanês checar a história da suposta “sinusite” de Cid Gomes.
O ministro recebeu alta hospitalar, mas prosseguirá com tratamento de antibióticos em casa, por recomendação médica, informam os amigos.
Cid Gomes pediu socorro à pessoa errada: Mercadante é a melhor pessoa para fazer pedidos ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
A nova direção do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), do governo do DF, desprezou uma licitação em andamento para prorrogar por 18 meses os contratos das duas empresas que recolhem lixo. A Valor e a Sustentare vão embolsar quase R$ 400 milhões nesse período.
A diretora da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Magda Chambriard, tomou chá de sumiço desde que veio à tona o maior escândalo de roubalheira da História, na Petrobras, empresa que deveria fiscalizar.
O Ibama vai verificar os estragos de milicianos “sem-terra” na fazenda Santa Mônica, vandalizada em Goiás. Parceira do Ibama, a fazenda do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) recuperava animais feridos ou em extinção, como Arara Azul. Destruíram até uma reserva com nascente.
A Petrobras esconde o destino da ex-presidente Maria das Graças Foster, que renunciou em 4 de fevereiro. Ela prometeu se aposentar, mas a estatal não confirma se isso ocorreu. Apostam no esquecimento.
O PSDB duvida que ex-diretor da Petrobras Renato Duque abrirá o bico sobre o Petrolão, como seu ex-gerente ladrão Pedro Barusco. Mas a oposição celebra o crescimento do desgaste de Dilma e do PT.
O ex-ministro Guido Mantega não é de ferro para resistir a uma rica boquinha: continua ganhando R$ 10 mil no conselho de administração da Petrobras.

NO DIÁRIO DO PODER
POPULAÇÃO REAGE A BLABLABLÁ DE MINISTROS COM PANELAÇO
ENQUANTO OS MINISTROS ROLAVAM O LERO, A POPULAÇÃO FAZIA BARULHO
Publicado: 15 de março de 2015 às 21:37 - Atualizado às 21:49
A exemplo do que ocorreu há uma semana durante o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff no Dia da Mulher, o discurso dos ministros Miguel Rossetto e José Eduardo Cardozo foi recebido pela população com um "panelaço". A manifestação foi registrada em bairros de São Paulo e Rio, como Aclimação, Higienópolis, Copacabana e Leblon, e também em Belo Horizonte.
Bairros de Belo Horizonte, como Cidade Nova, Prado, Gutierrez, Cruzeiro, Anchieta, Buritis, registraram vaiaços, panelaços e luzes piscando durante pronunciamento dos ministros. No centro, também houve buzinas e apitos.
No Rio, pelo menos seis bairros da zona sul do Rio e em Niterói, na região metropolitana também tinham registro de panelaço. Em Ipanema, o barulho durou pelo menos 20 minutos. Uma moradora da Rua Bulhões de Carvalho, que preferiu não ter o nome identificado, relatou que "várias pessoas" foram às janelas batendo panelas. Também foram ouvidas manifestações com panelas em Copacabana, Lagoa, Humaitá, Gávea e Jardim Botânico, Flamengo, Barra da Tijuca, Botafogo e Tijuca.
Os panelaços foram ouvidos também em Niterói, na região metropolitana, e em muitas residências as luzes eram acesas e apagadas.
Em alguns bairros de Fortaleza, também são ouvidos vaiaços e panelaços no momento dos pronunciamentos.

NO BLOG DO CORONEL
SEGUNDA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 2015
"15 do Basta!": dois milhões vão às ruas e Dilma ainda ganha panelaço durante entrevista de ministros.
(O Globo) Mais de 2 milhões de pessoas, segundo estimativas da Polícia Militar (PM), participaram de protestos neste domingo (15) contra a administração da presidente Dilma Rousseff e pelo combate à corrupção. As manifestações acontecem em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. Ao todo, manifestantes foram às ruas em 147 cidades. 
Jornais e sites estrangeiros noticiaram as manifestações, que também aconteceram fora do país: em Nova York, cerca de 100 pessoas estiveram na Union Square e em Paris, 20 pessoas se encontraram na praça da Reine Astrid, a poucos metros da embaixada brasileira. 
Pouco antes das 19h, os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) foram designados pela presidente Dilma Rousseff a darem uma entrevista coletiva para fazer uma avaliação das manifestações e anunciaram um pacote anticorrupção "em breve". Durante pronunciamento de ministro, moradores de várias cidades brasileiras fizeram panelaços.
O verde e amarelo deu o tom dos protestos, com manifestantes vestindo camisetas da seleção e carregando a bandeira brasileira. Por todo o país, se viu faixas pedindo o fim da corrupção, o impeachment da presidente Dilma e até mesmo a intervenção das Forças Armadas, mas de maneira geral o público gritava palavras de ordem contra a situação política e econômica do país. Em vários momentos eles cantaram o Hino Nacional. 
Apenas em São Paulo, um milhão de manifestantes fecharam a Avenida Paulista, segundo números da Polícia Militar às 15h05m. Foi o maior do país. Muitos manifestantes seguraram bandeiras, vuvuzelas, cartazes e faixas de repúdio à corrupção com as palavras "Basta", "Vem pra Rua", "Fora Dilma", "Vamos dar um basta nisso". Alguns usavam nariz de palhaço. O ato seguiu pacífico, reunindo jovens, idosos e famílias com crianças. Uma manifestante chegou a fazer topless e chamou atenção no meio da multidão. A PM informou que ao menos 24 pessoas foram detidas durante o protesto na cidade.
No Rio, cerca de 25 mil pessoas, segundo a PM, e 100 mil, de acordo com os organizadores, tomaram a Praia de Copacabana, na Zona Sul, para protestar contra o governo, nesta manhã. Cerca de 800 policiais militares fizeram o policiamento da orla do bairro. Os integrantes do protesto levavam cartazes em apoio ao juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava-Jato.
O trânsito foi totalmente impedido na Avenida Atlântica. Algumas agências bancárias colocaram tapumes por precaução, alguns comerciantes também fecharam suas lojas. Em Niterói, um grupo de 300 manifestantes também participou de uma passeata na Praia de Icaraí. No interior do estado, a cidade de Volta Redonda também foi palco de um protesto.
O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que participou do ato no Rio, foi impedido de subir em um carro de som. O político havia sido convidado por um dos líderes do movimento a falar no microfone, mas foi vaiado pelos manifestantes. — Eu disse que não queria falar, mas eles insistiram. Não posso ser unanimidade — afirmou o deputado, que apesar da vaia, foi tietado e fez selfies com manifestantes. 
Durante o protesto, um homem de 56 anos, morador de Copacabana, afirmou ter sido agredido com socos por manifestantes. Sergio Moura, que é fiscal da Fazenda, passeava com seu cachorro quando disse aos participantes do ato que fossem fazer protesto em Miami. Moura, que é filiado ao PSOL, só conseguiu sair do local após ser escoltado pela Polícia Militar.
— Na verdade, o que estão tentando fazer é criar condições para um golpe militar. Não estão defendendo a democracia coisa nenhuma — disse Moura. Um petroleiro também precisou de escolta para sair do ato, após ser hostilizado por defender a Petrobras e o Governo Federal.
Em Brasília, logo no início da manhã, as pessoas já se concentravam em frente ao Museu da República. Antes de chegarem ao local, os manifestantes eram revistados pela Polícia Militar. Às 10h30m, iniciaram uma caminhada em direção ao Congresso Nacional. De acordo a PM, cerca de 45 mil pessoas participaram do ato. Para os organizadores, esse número chegou a 150 mil. Boa parte da manifestação ocorreu em frente ao Congresso. Um grupo entrou no espelho d’água e começou a balançar uma faixa verde e amarela. Outras pessoas carregavam cartazes com frases como “chega de tanto roubo” e “queremos o Brasil livre da corrupção”. A PM fez um cordão de isolamento no local e a manifestação seguiu pacífica.
Apesar de alguns dos presentes pedirem o impeachment da presidente, o coordenador do movimento “Limpa Brasil” e um dos principais organizadores da manifestação, Paulo Pagani, diz ser contra essa pauta: — Não somos a favor (do impeachment). Agora o momento é de eles reavaliem os valores que eles perderam, como ética, como respeito, e principalmente cuidar da coisa pública, que é pra isso que eles foram eleitos — afirmou. 
Uma jaula foi montada durante a concentração para colocar as fotos e os nomes dos investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento nas denúncias da Operação Lava-Jato. O juiz Sérgio Moro e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foram homenageados pelos manifestantes, que afirmaram que eles mereciam ser lembrados pela coragem que tiveram de denunciar os escândalos de corrupção na Petrobras. Alguns ministros do STF, porém, não foram poupados das críticas. Do alto de um dos trios elétricos, organizadores gritaram palavras de ordem contra Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli.
O trânsito na Esplanada dos Ministérios foi bloqueado, assim como as ruas laterais que dão acesso ao Palácio do Planalto. Por volta das 13h, os organizadores do evento distribuíram três mil rosas brancas, que foram deixadas no espelho d’água. Alguns manifestantes entregaram as flores para os policiais. A manifestação se dispersou e as pessoas começaram a voltar para a Rodoviária do Plano Piloto, onde cantaram mais uma vez o Hino Nacional e encerraram o protesto.
Em Belo Horizonte, a Praça da Liberdade, tradicional ponto na Zona Sul da cidade, foi tomada por milhares de manifestantes na manhã deste domingo. Segundo estimativas da PM, cerca de 24 mil pessoas estiveram no local para reivindicações, contra 40 mil segundo os organizadores. Em um movimento pacífico, com perfil familiar, o ato começou a ganhar grandes proporções a partir das 10h. Apoiados por um carro de som, além de pandeiros, apitos e buzinas, palavras de ordem foram entoadas diversas vezes, como "Fora, PT", "Fora, Dilma", e "1, 2, 3, 4, 5 mil, ou para a roubalheira, ou paramos o Brasil". Também foram tocadas canções, como "Que País é Esse", do Legião Urbana, e o Hino Nacional.
— O movimento está muito bacana, quando que essas pessoas sairíam de casa no domingo de manhã para protestar por um Brasil melhor? Lutamos pelo fim da corrupção e, consequentemente, da Dilma. Se for preciso, já temos argumentos para impeachment, baseado no dolo, na responsabilidade por esses escândalos. Mesmo assim, nenhum partido nos representa, precisaríamos de uma grande reforma política, mas não neste momento — afirmou um dos líderes do ato, o empresário Paulo De Mingo.
A Polícia Militar estima em 8 mil pessoas o número de manifestantes que estiveram presentes na praia de Boa Viagem, cartão postal do Recife. O grupo caminhou por pouco mais de um quilômetro. Na manifestação em defesa de Dilma e da Petrobras, ocorrida dois dias antes, no Centro da cidade, a PM informou que foram 1.500 presentes. Os manifestantes cantaram o Hino Nacional e de Pernambuco. Três trios elétricos foram colocados na avenida, que por mais de uma década foi palco do carnaval fora de época Recifolia. Diferentemente do axé daquela época, a trilha sonora tinha “Indignação”, do Skank e “Caminhando”, de Geraldo Vandré, considerada um hino das manifestações petistas de outrora.
Em São Luís, no Maranhão, aproximadamente 3 mil pessoas, segundo estimativa da PM, participaram dos protestos. Os organizadores calcularam 4 mil pessoas no ato. A concentração começou às 9h, na praia de São Marcos, na orla da avenida Litorânea. Às 10h30m, os manifestantes começaram a passeata de 6 quilômetros em direção à lagoa da Jansen, no bairro São Francisco, ocupando apenas uma das pistas da Litorânea até chegar à praia da Ponta d’Areia e à Lagoa, onde os manifestantes se dispersaram, pouco depois das 12h.
O "Fora Dilma", em Belém, reuniu mais de 10 mil pessoas. Servidores públicos, empresários, maçons e estudantes participaram do ato. Sindicatos também aproveitaram para cobrar melhores condições de trabalho, controle da inflação e dos impostos. Tudo isso motivou mais de três horas de manifestação pelas ruas do centro da capital paraense. Panelaços, apitaços, vaias e cartazes criticavam o governo e a corrupção. davam a diversidade de ideologias e interesses. Havia apoios isolados à volta do regime militar.
Centenas de pessoas protestaram no Farol da Barra, em Salvador. A concentração no local começou por volta das 9 horas, e os manifestantes seguiram em direção à estátua do Cristo, em Ondina. A PM estima que cerca de 4 mil pessoas estejam no evento. Já os organizadores acreditam que foram 5 mil. 
Em Vitória, no Espírito Santo, o protesto reuniu 100 mil pessoas, de acordo com a secretaria estadual.
de segurança pública do Estado. Já em Natal 5.500 pessoas segundo contagem da PM. Três mil e 800 pessoas, segundo os organizadores, e 3 mil, segundo a PM participaram da manifestação no Piauí. Os manifestantes fizeram o enterro de um boneco. de Dilma Rousseff.
No Rio Grande do Sul, a concentração começou no Parque Moinhos de Vento, um reduto de classe média alta da cidade, e percorreu várias ruas centrais até chegar ao Parque da Redenção. Segundo os organizadores, entre 50 mil e 60 mil pessoas marcharam contra o governo pelas ruas de Porto Alegre. O Centro de Comando Integrado (Ceic) estimou o público em 30 mil pessoas. A Brigada Militar (BM), entretanto, avaliou que o público envolvido na manifestação superou as 100 mil pessoas.
Em várias cidades do interior do Rio Grande do Sul também houve manifestações. 
Em Novo Hamburgo, na região metropolitana, cerca de 10 mil pessoas segundo os organizadores e 2 mil de acordo com a BM interromperam o trânsito da BR 116 por quase uma hora no final da tarde. O congestionamento chegou a 3 quilômetros. Em Caxias do Sul, o protesto reuniu cerca de 60 mil pessoas. Em Santa Maria, 5 mil manifestantes marcharam pelas principais ruas da cidade para protestar contra o governo e pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff. 
O protesto em Campo Grande (MS) reuniu 10 mil pessoas e em foram 12 mil, segundo dados da PM.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 05:55:00
As manifestações de ontem (15), que reuniram mais de dois milhões de pessoas nas ruas de todo o Brasil, atacaram Lula, Dilma e o PT. O tema corrupção, abordado de forma ampla, não foi dirigido diretamente aos políticos, nem quando os manifestantes lotaram o gramado em frente ao Congresso Nacional. Citaram Renan Calheiros ou Eduardo Cunha? Não. Mas citaram Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, ministros do STF que, segundo os manifestantes, tem uma ligação além do desejável com o governo petista. Os políticos foram poupados pelo povo.
À noite, ao contrário, Dilma Rousseff, sitiada e assustada, mandou os seus ministros jogar a culpa de todas as mazelas para cima dos políticos. Atirou para cima de deputados e senadores a responsabilidade pela corrupção, tendo em vista o financiamento privado de campanhas. Ficou muito nítido no discurso de José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Miguel Rossetto, da Secretaria da Presidência. A culpa é dos políticos e por isso o caminho para acabar com a corrupção começa pela reforma política. Para eles, a corrupção não está dentro do Governo, mas sim no Congresso Nacional. Como se o PT não fosse o partido que instalou uma verdadeira quadrilha que extorque empresas privadas e empresas públicas há 12 anos, para sustentar os mensalões e petrolões.
A partir de hoje, o Congresso Nacional tem a obrigação de retribuir esta espécie de trégua que o povo concedeu aos políticos no dia de ontem não aceitando as artimanhas do PT, que só tem um objetivo: salvar a própria pele, dando sustentação a um governo desesperado e falido. Que as investigações na CPI da Petrobras sejam sérias. Que as reformas de qualquer natureza sejam conduzidas pelo Legislativo. Que o Congresso Nacional assuma o comando deste país desgovernado. Façam isso ou o próximo protesto, que terá proporções ainda maiores, será contra deputados e senadores, sem exceção.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 06:20:00

DOMINGO, 15 DE MARÇO DE 2015
O Datafolha, vergonhosamente, estimou em 210 mil pessoas o mar humano que se concentrou no centro de São Paulo, sem metodologia alguma. A PM calculou 1 milhão de pessoas e reafirmou o número. Vejam a nota da corporação
"A Polícia Militar, a respeito da grande manifestação popular realizada nesta data (15/03), na região da Avenida Paulista, ratifica suas estimativas de público em aproximadamente 1 milhão de pessoas, de acordo com a aplicação de sua ferramenta tecnológica “COPOM ON-LINE”, que utiliza recursos de mapas e georreferenciamento, baseadas nas imagens aéreas colhidas por um dos helicópteros Águias, determinando a extensão principal da manifestação, bem como, a ocupação das ruas adjacentes adotando como parâmetro de cálculo, naquele momento, de 5 pessoas por metro quadrado.
A estimativa, apurada por volta de 15h40min, considerou a extensão da Avenida Paulista, da Praça Oswaldo Cruz até a Rua da Consolação, considerando ainda, a ocupação das ruas adjacentes e paralelas, além do Vão Livre do MASP. No decurso da manifestação, a Polícia Militar destaca o atendimento às seguintes ocorrências:
- 20 indivíduos de um grupo identificado como “carecas do subúrbio”, foram conduzidos ao 2°DP, em razão de estarem portando dezenas de morteiros, gás pimenta, lanternas com dispositivo de choque elétrico e “soco inglês”.
- 4 pessoas detidas e encaminhadas ao 78° DP, sendo 1 mulher por furto de celular, outra por ato obsceno, um adulto por soltura de fogos de artifício no meio da multidão e, por último, um detido por prática de roubo".
POSTADO POR O EDITOR ÀS 23:10:00


NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
15/03/2015 às 19:06 \ Direto ao Ponto
Na sexta-feira (13), a Polícia Militar constatou que 12 mil pessoas participaram da manifestação organizada por centrais sindicais e pelo MST para defender o emprego de Dilma Rousseff e a impunidade dos companheiros bandidos do Petrolão. O Datafolha, amparado em alguma metodologia revolucionária, enxergou um rebanho com 41 mil cabeças.
Neste domingo (15), a PM constatou que 1 milhão de brasileiros participaram da manifestação contra o governo lulopetista promovida em São Paulo. O cálculo foi endossado por vídeos, fotografias e olhares capazes de ver as coisas como as coisas são. Ninguém discordou ─ à exceção do Datafolha. Onde até um bebê de colo viu 1 milhão de seres humanos os alquimistas do instituto contabilizaram 210 mil.
Imediatamente, uma jornalista da Globonews fez a advertência: algum sherloque do Planalto logo estaria insinuando que os cálculos da PM são ditados pelo governador tucano Geraldo Alckmin. Muito bem lembrado. No começo da noite, a Polícia Militar divulgou o seguinte ESCLARECIMENTO:
“A Polícia Militar, a respeito da grande manifestação popular realizada nesta data (15/03), na região da Avenida Paulista, ratifica suas estimativas de público em aproximadamente 1 milhão de pessoas, de acordo com a aplicação de sua ferramenta tecnológica “COPOM ON-LINE”, que utiliza recursos de mapas e georreferenciamento, baseadas nas imagens aéreas colhidas por um dos helicópteros Águias, determinando a extensão principal da manifestação, bem como, a ocupação das ruas adjacentes adotando como parâmetro de cálculo, naquele momento, de 5 pessoas por metro quadrado. A estimativa, apurada por volta de 15h40min, considerou a extensão da Avenida Paulista, da Praça Oswaldo Cruz até a Rua da Consolação, considerando ainda a ocupação das ruas adjacentes e paralelas, além do Vão Livre do MASP”.
O Brasil anda implorando pela criação de um instituto especializado na contagem de imbecis, sabujos e trapaceiros. É uma espécie em expansão. Talvez já não caiba na Avenida Paulista.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
16/03/2015 às 6:25
Quem mesmo estava nas ruas? Eram as pessoas direitas, o que parece insuportável aos “companheiros”
Dois milhões de pessoas foram às ruas nos 26 Estados do Brasil e no Distrito Federal — um milhão só em São Paulo. O número decorre da soma de estimativas feitas pelas PMs locais. O Datafolha, que vive sendo malhado pelos blogs sujos, agora mereceu testemunho de fé da companheirada porque assegura que 210 mil passaram pela Avenida Paulista. Considerada só a área dessa via, talvez. Fui ao topo de um prédio muito alto. Todas as perpendiculares estavam tomadas por uma massa compacta. A Rua da Consolação também. A PM diz ter levado em conta essas áreas adjacentes, considerando cinco pessoas por metro quadrado, mesmo critério empregado para chegar aos 12 mil petistas que se concentraram na região no dia 13.
Quantos estiveram nas ruas na cidade de São Paulo, afinal, neste domingo? Participei ativamente dos comícios das Diretas e estive presente a algumas manifestações pelo impeachment de Collor. É experiência pessoal e memória, sei disto, mas nunca vi nada igual a este 15 de março. Se, no lendário comício das Diretas do dia 17 de abril de 1984, no Anhangabaú, havia 400 mil pessoas, parece-me difícil supor que, neste domingo, o contingente se resumisse à metade daquele.
Mas digamos, para efeito de pensamento, que o instituto esteja certo. Ainda assim, quase um milhão de pessoas teriam marchado em protesto contra o governo Dilma. Seja um número ou outro, já é a maior manifestação política da história. Até porque os comícios das Diretas ocorriam em uma determinada capital e pronto. Desta feita, houve protesto em todas elas e em 185 outras cidades.
A massa verde-amarela na Paulista. Um protesto sem vermelho (Foto: Hélvio Romero/Estadão)

Uma imensidão verde e amarela
Este 15 de março marca ainda outro fato inédito. Nas campanhas das Diretas e em favor do impeachment de Collor, as esquerdas davam o tom do discurso — aliás, assim tem sido desde a redemocratização do Brasil. Nas ruas, os petistas passavam a impressão de ser a força hegemônica. O vermelho disputava o espaço com o verde e amarelo. Neste domingo, não! O PT não estava presente. Ainda que Dilma tenha mobilizado boa parte das palavras de ordem, a maioria delas, no tempo em que acompanhei a manifestação — e foi bastante — tinha o PT como alvo principal. Horas depois, ficaria claro, uma vez mais, por quê.
Enquanto governistas falavam em ódio, violência e golpe, manifestantes levavam seus filhos para a rua (Foto: Beto Ribeiro)

Ódio? Qual? Violência? Onde?
Desde que começou a ficar claro que o país poderia assistir à maior manifestação de sua história, o PT, ministros de Estado e a própria presidente evocaram a palavra “golpe”, como se o vocabulário terrorista fosse afastar as pessoas das ruas. Não funcionou. Perdidos, mudaram, então, a estratégia e passaram a fazer estranhas advertências sobre o risco de violência e a política do ódio.
Nem uma coisa nem outra. Hostilidade ao petismo? Ah, havia, sim. Ou os petistas trataram com afeto, em suas pequenas manifestações do dia 13, os que hoje se opõem ao governo Dilma? Violência? Exceção feita a algumas escaramuças aqui e ali — especialmente no Distrito Federal e depois de encerrado o protesto —, nunca se viu povo tão ordeiro. Em São Paulo, a Polícia Militar, em trabalho exemplar, prendeu um grupo de autointitulados “Carecas do Subúrbio”. Carregavam bombas caseiras e soco- inglês. Um deles conseguiu escapar e se escondeu no meio da multidão. Acompanhei o momento em que foi identificado. As pessoas se agacharam, colocaram-no em evidência e chamaram a Polícia. Funcionou.
Uma cartolina com uma verdade clara e simples: país mudo não muda

Sem black blocs
As manifestações deste domingo provaram uma tese antiga deste blog. Os “black blocs” nunca foram um fenômeno urbano, uma estética, uma ética — ou seja lá que outro lixo subintelectual se tenha tentado inventar. Eram e são bandidos tolerados e protegidos por movimentos de ultraesquerda. Onde estavam no dia de ontem? Sabiam que não seriam nem abrigados nem protegidos. Sabiam que seriam expulsos da rua pela massa de, estes sim, trabalhadores!
Como esquecer que Gilberto Carvalho, em entrevista histórica concedida à Folha, confessou ter se reunido várias vezes com lideranças da canalha mascarada?
Eram poucas as faixas porque praticamente não havia movimento organizado. Também não se permitiu que o protesto fosse aparelhado por partidos políticos — e, com isso, não estou rejeitando a política, não! Ao contrário! Vi nas ruas um momento de tomada de consciência de pessoas que já não aguentam mais a conversa mole e vigarista, segundo a qual, na prática, uma suposta justiça social serve de compensação à roubalheira descarada.
O Brasil está mudando. Os reacionários do PT e suas franjas fascistoides na subimprensa optam, agora, por atacar a população de trabalhadores que vai às ruas. Perderam o eixo e a noção de tudo. Com satisfação, vi uma frase de umtexto deste blog estendida na Paulista: “Não somos de direita. Somos brasileiros direitos”.
Atenção! A democracia nos reserva, sim, o direito de ser de direita. Mas, neste domingo, as pessoas direitas é que estavam nas ruas, de direita ou não.
Texto publicado originalmente às 3h12
Por Reinaldo Azevedo

16/03/2015 às 6:23
Vejam esta foto, que me foi enviada por um amigo. Desconheço o autor. Se quiser se identificar, é só mandar uma mensagem para o blog.
Não poderia haver retrato maior da perdição em que se meteu o petismo. Desde que o partido foi criado, nunca o vi cometer tantos erros em série. Com essa tropa de trapalhões, Dilma está lascada. Mas como ignorar que é ela a chefe? Como vocês veem acima, um grupo de negros — tudo indica se tratar de uma família — faz troça da máxima veiculada nas redes sociais pelo PT e por seus asseclas no subjornalismo: só a elite branca teria disposição para ir às ruas. Bem, como eles são obviamente negros e como estão protestando contra Dilma, então passam a ser, segundo critérios petistas, elite branca.
O PT e o governo demonstraram, mais uma vez, na noite de ontem, que não estão entendendo nada. Isso, sim, é perigoso, não a população pacífica nas ruas. Mal os protestos haviam terminado, os ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, concederam uma entrevista coletiva. Não foi veiculada em rede nacional. Mesmo assim, ouviu-se um várias cidades do país um panelaço semelhante àquele do dia 8 de março, quando Dilma foi a TV sob o pretexto de homenagear as mulheres.
Apresento a Miguel Rossetto três perigosas golpistas da elite branca, de olho azul… Governo está perdido! (Foto: Beto Ribeiro)
Com ar deprimido, visivelmente perdido, Cardozo anunciou que o governo pensa num pacote de medidas contra a corrupção. Dilma prometeu o mesmo em 2013. Mas não ficou por aí: apontou a reforma política como a cura dos males. Segundo os ministros, é preciso acabar com a doação de empresas privadas a campanhas políticas — talvez a ideia mais estúpida e malandra do petismo.
O tom de Cardozo em relação às manifestações mudou. Segundo disse, não viu golpismo, não. Aí foi a vez de Miguel Rossetto barbarizar. Para o ministro, “os protestos ocorridos hoje são de setores críticos ao governo, e seguramente essa participação parece ser de eleitores que não votaram na presidente Dilma”. É a tese cretina do terceiro turno. Rossetto, que certamente não estava nas ruas, chamou de golpista, sim, a defesa do impeachment de Dilma. Membro de uma corrente de esquerda do PT chamada “Democracia Socialista”, o ministro certamente nunca viu o povo de verdade, sem o pedigree ideológico da sua turma.
Dia desses, Renan Calheiros disse que o governo tinha envelhecido precocemente. Pode ser. Mas velho mesmo, de verdade, é o PT. Nas ruas, havia pobres, ricos, gente de classe média. Lá estavam negros, brancos, mestiços. Protestavam mulheres e homens, homo e heterossexuais, adultos, jovens e muitas crianças acompanhando os país. O repúdio ao governo petista os unia a todos.
A entrevista, que deveria servir como uma bandeira branca, uma tentativa de aproximação, teve efeito contrário: panelaço, buzinaço, gritos de “Foraaa!”. Ou por outra: Dilma ajudou a convocar a manifestação deste domingo com o seu desastrado pronunciamento do dia 8. Os dois ministros praticamente marcaram um novo protesto.
Pior: a tese da reforma que os dois abraçaram na entrevista não conta com o apoio do PMDB, seu maior aliado. Eu me pergunto que espírito soprou aos ouvidos de Dilma e de seus homens fortes que a entrevista coletiva era uma boa ideia. O bom senso estaria a indicar que o governo deveria, no máximo, ter lido uma nota curta, parabenizando os brasileiros pela manifestação ordeira e pacífica, reiterando que está empenhado em combater a corrupção e reconhecendo que existem motivos para descontentamento. E pronto.
Rossetto, com cara e discurso de descontrolado, e Cardozo, o deprimido: a entrevista serviu para piorar um pouco as relações com a população e também com o PMDB. Obra de gênios. Não é fácil fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
Seria um sinal de humildade no dia em que dois milhões tomaram as ruas, segundo dados das Polícias Militares. Mas não! O que se viu foi um atestado de prepotência e de hostilidade com os manifestantes — refiro-me a Rossetto nesse particular. Pior: o governo, que também é do PMDB, oferece como resposta uma saída que não conta — e ainda bem que não! — com o apoio do… PMDB!
A Folha informa que Dilma desabafou com um assessor: “Eu não contribuí para isso tudo e levo a culpa”. Pois é… Digamos que assim fosse. Quem, então, contribuiu, presidente? De quem é a culpa?
Está tudo errado! Mas é evidente que a presidente não tem motivos para seguir os meus conselhos, não é mesmo? Para piorar, a rede petralha, incluindo os blogs sujos, faz uma pregação abjeta e odienta na Internet, como se isso fosse resolver alguma coisa. Piora tudo.
O PT não entendeu nada. Perdeu o discurso. Perdeu as ruas. Perdeu a hegemonia nas redes sociais. Perdeu o rumo. Isso, sim, é um tanto perigoso. Nessas condições, tende a fazer ainda mais bobagens. A entrevista da dupla serviu para piorar um pouco mais a relação do governo com a população e com o PMDB. É obra de gênios. Não é fácil fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
Texto publicado originalmente às 4h35
Por Reinaldo Azevedo

NO O ANTAGONISTA
Que país é esse?
Brasil 16.03.2015
O Antagonista adora o pessoal da Lava Jato.
A 10ª fase da operação foi batizada de “Que país é esse?”. É uma referência à frase pronunciada por Renato Duque no dia em que foi preso pela primeira vez, em novembro do ano passado.
Que país é esse?
A Lava Jato responde da melhor maneira que existe. O STF pode soltar o petista corrupto, mas a Lava Jato prende de novo.

NO BLOG DO JOSIAS
Josias de Souza - 15/03/2015 20:47
O asfalto ferveu neste domingo. A ebulição fez lembrar junho de 2013. Com uma diferença: o inconformismo não é mais difuso. Dessa vez, quem está na alça de mira é Dilma Rousseff. Se tivesse sobrado algum bom-senso à presidente, ela se armaria rapidamente de humildade. Mas a ficha de Dilma — pasmem (!), surpresa (!!), estupefação (!!!) — ainda não caiu.
Coube aos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) expressar as opiniões de Dilma. Em essência, os ministros informaram que a presidente não cogita alterar o rumo de sua gestão. Ela tampouco considera a hipótese de entregar à plateia uma autocrítica.
Durante a entrevista, o ministro Cardozo chegou mesmo a tropeçar no óbvio. Disse discordar da tese de que o ronco das praças revela a debilidade do governo. “Não considero que nosso governo esteja fragilizado”, ele enfatizou. Transmitido ao vivo, o lero-lero dos ministros foi recepcionado com um novo e constrangedor panelaço.
A grande novidade anunciada pelo governo é uma inutilidade prometida por Dilma na campanha presidencial: um pacote de projetos de lei anticorrupção. De resto, os ministros reafirmaram o teor do último pronunciamento de Dilma — aquele discurso aguado que despertara a ira das panelas no domingo passado.
O governo continua se achando ótimo. A crise econômica vem de fora. O arrocho fiscal é necessário e trará o crescimento de volta já no segundo semestre de 2015. Dilma não tolera a corrupção. E a Petrobras só está sendo varejada porque Lula e Dilma viraram a página daquele Brasil tucano que engavetava investigações. De resto, a solução definitiva só virá depois que for aprovada uma reforma política que acabe com o financiamento privado das campanhas.
Munidos de todas as informações, os ministros que Dilma enviou à boca do palco tiraram suas próprias confusões. Cardozo declarou que Dilma governa para “200 milhões de brasileiros” e deseja dialogar com todos.
Para Rossetto, os brasileiros que foram às ruas neste domingo são os eleitores de Aécio Neves. E o governo deve “ampliar o diálogo” sobre as medidas de ajuste fiscal especialmente com os manifestantes que foram às ruas na sexta-feira (13), sob o comando de entidades como CUT, MST e UNE.
Nesse diapasão, Dilma corre o risco de se tornar uma presidente irrisória, condenada a passar os próximos quatro anos aturando uma trilha sonora que mistura o som gutural das vaias e o ruído estridente das panelas. A presidente talvez devesse escutar seu instinto de sobrevivência.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Segunda-feira, março 16, 2015
Manifestante usa uma máscara do ex-presidente Lula com nariz de Pinóquio durante ato na avenida Paulista - 15/03/2015 (Foto de Bruno Santos/VEJA.com)
Transcrevo do site da revista Veja, artigo do diretor de redação da revista, jornalista Eurípedes Alcântara, que está excelente e resume tudo: "Fora PT!" Perfeição é coisa impossível no reino humano. Entretanto, a revista Veja e seu site na web continuam produzindo, de longe, o melhor do jornalismo brasileiro. Bom, a prova disso é que o prédio da Editora Abril, que edita Veja, foi alvo de um ataque do PT na véspera da eleição presidencial do ano passado justamente porque a reportagem de capa da revista afirmava que Lula e Dilma sabiam de tudo do petrolão.
Basta que se compare o que está no site de Veja neste início de madrugada (16) com os demais grandes veículos de mídia brasileiros. Não há termo de comparação. 
O artigo de Eurípedes Alcântara, que é o chefe de redação de Veja, além de estar super correto, indica que Veja continua e continuará sendo o veículo da grande imprensa brasileira mais confiável. O seu sucesso há quase meio século (foi fundada em 1968) se deve a um detalhe fundamental do jornalismo: Veja não costuma misturar os fatos com delírios ideológicos.
Eis o texto de Eurípides Alcântara que assino embaixo. Leiam:
FORA PT!
"Quanto a mim, fico com São Paulo, pois para lá se transportou a alma cívica da Nação". Com essa frase e sua atuação na Revolução de 32 o mineiro Arthur Bernardes, que presidiu o Brasil entre 1922 e 1926, se redimiu perante muitos de seus desafetos da justa fama de repressor e reacionário. Neste domingo, dia 15 de março de 2015, a alma cívica da Nação se transportou para São Paulo, onde se encarnou nos mais de 1 milhão de pessoas que, juntas na Avenida Paulista, fizeram a maior manifestação política da história da cidade e do Brasil.
Há trinta anos, nesta mesma data, acabava oficialmente o regime militar de 21 anos de duração. Ao protesto na Avenida Paulista se somaram outros em todos os Estados brasileiros. No final do dia, mais de 1,4 milhão de brasileiros tinham saído às ruas para protestar contra o PT, o partido que há doze anos detém o poder em Brasília. "Fora PT" foi o grito que uniu a maioria absoluta dos manifestantes. E o "Fora Dilma"? Foi a palavra de ordem circunstancial. Dilma é a presidente e sobre ela recaíram as culpas imediatas da falência moral, ética e, agora, política do "lulopetismo".
A alma cívica vista nas caras-pintadas e nas roupas verde-amarelas do domingo, dia 15, foi a evidência que faltava - se é que faltava - de que venceu o prazo de validade do PT. O "lulopetismo" será lembrado na História apenas como mais uma das inúmeras e dolorosas ilusões populistas que acabam quando acaba a riqueza dos outros. Essas experiências ignoram que em comparação com o desafio de produzir riqueza, distribuir a riqueza já produzida é um piquenique no parque. Produzir riqueza é complexo. Não se faz com conversa fiada, com marqueteiro talentoso. Não se faz no palanque.
A escassez é um dado da vida humana desde a bíblica expulsão do paraíso. Todos os simulacros de socialismo, como é o caso do lulopetismo, acabaram pela incapacidade crônica de vencer a escassez. A presidente Dilma disse há dias que a situação de penúria atual do Brasil se deve ao fato de que "nós esgotamos todos os nossos recursos de combater a crise que começou lá em 2009". Nós quem, cara-pálida? A administração ruinosa do PT esgotou os recursos. Dito de outra maneira, a presidente afirmou o que o mundo inteiro já descobriu sobre ela e seu partido: suas políticas se esgotam quando esgotam os recursos criados por outros. Quem são os outros? São os brasileiros que foram às ruas neste domingo, dia 15. São os brasileiros que trabalham e entregam na forma de impostos, taxas e contribuições tudo que ganham nos primeiros cinco meses do ano ao governo e só depois trabalham para si próprios e suas famílias e, assim, conseguir pagar por todos os serviços que o governo não entrega: segurança, saúde, educação.
As formas de produção de riqueza com que o Brasil conta hoje já existiam antes da chegada do lulopetismo ao poder. Doze anos depois, todas essas fontes de riqueza ou estão quebradas ou fortemente abaladas pelo abuso sofrido pela gestão ruinosa e a corrupção endêmica do período. A corrupção institucionalizada na Petrobras no governo Lula custou 6 bilhões de dólares. Pois a Petrobras foi sangrada em 60 bilhões de dólares por ter sido obrigada por Dilma a subsidiar os combustíveis e, assim, não pressionar a inflação. Subsidiar combustíveis é distribuir riqueza? Sim. Mas os governos que sabem produzir riqueza controlam a inflação de outra maneira e, assim, evitam tirar riqueza que distribuem de uma empresa com milhões de acionistas privados - entre eles milhões de brasileiros que foram levados pelo governo a comprar ações da estatal do petróleo.
Governos que não sabem produzir riqueza colocam a culpa de sua própria incompetência em crises externas - e quando o ambiente externo é favorável, como foi nos oito anos de Lula, fingem que as coisas estão dando certo por que são sábios. Embromação. Com Lula ou sem Lula teriam entrado no Brasil os mesmos 100 bilhões de dólares a mais pelo mesmo volume de ferro e soja exportados, o que se verificou pelo aumento do preço internacional dessas mercadorias. Lula, Chávez, Dilma, Cristina Kirchner sofrem da mesma incapacidade de gestão. Não sabem como criar um ambiente de negócios que incentive a produção de riquezas. São ignorantes nesse tema. Portanto, enquanto as pessoas não puderem se alimentar de vento e luz, sempre que o dinheiro dos outros acabar, acabam os lulopetismos. Dá para entender por que a alma cívica da nação gritou a todos pulmões, com mais força ainda na avenida Paulista: "Fora PT!

NO BLOG ALERTA TOTAL
Segunda-feira, 16 de março de 2015
A lendária Marianne ontem virou brasileira da gema 
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
O Brasil é do Povo Brasileiro. Ontem (15), por coincidência, exatamente no dia do aniversário de nascimento do ídolo Ayrton Senna, milhões de pessoas foram às ruas para o renascimento de um sentimento pátrio (a consciência objetiva do amor do Brasil). O verde e amarelo tomou conta do cenário. A internet democratizou a Democracia no Brasil, mobilizando as pessoas para tomarem atitudes boas, justas, corretas e éticas
Foi evidente a vontade das pessoas em ter um País com Democracia de Verdade - e não o arremedo que temos hoje e que parte da mídia comemorou ontem, em cadernos especiais, sobre os 30 anos da "Nova República", com a posse de José Sarney, após o governo dos Presidentes Generais. O principal recado de pleno exercício da cidadania, através de um ordeiro e progressista exercício da razão pública, foi dado à desqualificada classe política que nos desgoverna.
Basta! O povo quer menos corrupção, impunidade, impostos, juros, carestia e inflação. Exige um governo minimamente competente que deixe as pessoas viverem, estudarem, trabalharem, produzirem e ganharem dinheiro, livremente. Ontem, milhões mostraram ativismo para lutar por mudanças, para melhor, no Brasil. A verdadeira Força do Povo assustou a Farsa do Povo encenada pelo Governo do Crime Institucionalizado - que promove a Forca do Povo e a destruição do País.
Há fortes sinais simbólicos de que o dia 15 de março de 2015 inaugurou uma nova fase de valores éticos, justos, corretos e verdadeiros na História do Brasil. Pedidos de Impeachment, intervenção militar, panelaços e outros xingamentos que apavoraram, ainda mais, o atual desgoverno foram apenas detalhes menores. O destaque foi a capacidade ordeira da população em sair à rua para gritar por mudança real e objetiva.
O saco encheu! O modelo estatal em vigor não tem mais cabimento na cabeça das pessoas. O ativismo demonstrado ontem pelos brasileiros pode ser o princípio de uma revolução. Atitudes sempre fizeram fundamental diferença na História da humanidade. Quem não se lembra daquela Marianne, imortalizada em pinturas da Revolução Francesa, que ousou desafiar o Exército do Rei naquela romântica luta por "liberdade, igualdade e fraternidade"?
Brasileiros e brasileiras imitaram ontem a Marianne. Certamente não estamos em uma revolução. Mas a atitude patriótica, séria, honesta, não partidária, porém fortemente política de cidadãos-eleitores-contribuintes comuns fez a diferença. Em meio a um impasse institucional no qual estamos mergulhados - e que tende a se agravar -, parcela expressiva do povo definiu que não joga do lado dos criminosos, corruptos e desqualificados encenadores da politicagem tupiniquim.
Os segmentos esclarecidos e indignados da sociedade promoveram neste 15 de março de 2015 uma manifestação histórica. A boa e pura intenção consagrou os atos! O povo cobrou que os ladrões do dinheiro público sejam julgados, condenados e presos, devolvendo o que roubaram. Também exigiu um Brasil com menos corrupção, impostos, juros e inflação, com mais produção, emprego, trabalho e distribuição de renda. Tudo em atos públicos sem lanche subsidiado pelo dinheiro público roubado pela politicagem. Na base da pura honestidade de propósitos, o povão engoliu ontem a nazicomunopetralhadabolivariana.
Infelizmente, pelas declarações públicas dadas depois das mega manifestações pelos ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Miguel Rosseto, da Secretaria Geral da Presidência da República, o governo manteve a postura cínica e não aprendeu nada com os protestos. Cardozo quase matou todo mundo de rir ao prometer que, nos próximos dias, Dilma iria cumprir uma promessa de campanha e anunciar um amplo pacote contra a corrupção. Também riu da cara da maioria indignada ao avisar que o governo vai propor uma reforma política que acabe com o financiamento empresarial das campanhas eleitorais. O plano soviético da petralhada é estatizar o custeio das campanhas. Se isto ocorrer, eles sairão do poder apenas no Dia de São Nunca, graças ao aparelhamento que fizeram da máquina pública, nos três ou cinco poderes (se forem incluídos o Ministério Público e os Militares).
(...)

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