DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
2 DE FEVEREIRO DE 2015
A dezoito meses das Olimpíadas do Rio 2016, quando atletas e torcedores de dezenas de países estarão no País, o governo brasileiro não demonstra qualquer interesse em aprovar uma legislação de combate ao terrorismo. A proposta da Lei Antiterrorismo tramita no Congresso desde 2013. Na avaliação do governo dos Estados Unidos, o governo brasileiro teme contrariar movimentos sociais como o MST.
A falta de lei antiterrorismo no Brasil preocupa os EUA desde 2009, como mostram mensagens secretas reveladas pelo site WikiLeaks.
Além da falta de lei específica, o Brasil é considerado um dos países mais vulneráveis ao ingresso de terroristas e à realização de atentados.
Levantamento da Copasa, estatal de águas de Minas Gerais, mostra que os governos tucanos de Aécio Neves e Antonio Anastasia não apenas esconderam o iminente colapso no fornecimento d’água como, para fingir que tudo ia bem, aumentaram a captação dos reservatórios que abastecem a região metropolitana de Belo Horizonte, no período eleitoral de agosto a outubro, apesar da queda contínua do nível dos reservatórios. Passadas as eleições, a captação voltou a cair.
O período de fingimento de água abundante em Minas coincide com o final do primeiro turno e com o segundo turno da eleição.
Sucesso no último carnaval, novamente bombam em Brasília camisetas com a estampa #QuemTemBocaVaiaDilma.
Com a escassez de água, tem gente em São Paulo querendo impor restrições a sistemas de irrigação dos verdes gramados dos estádios.
O governo de Rodrigo Rollemberg (PSB) cancelou a F-Indy em março e, com isso, inscreveu Brasília na lista negra de cidades proscritas para sediar eventos internacionais. Logo Brasília, cuja esperança é o turismo de eventos. Governo de início decepcionante, prognóstico preocupante.
Depois de vir à tona o esquema de corrupção que assolou a Petrobras, a cúpula do PSDB está convencida de que outras duas instituições são dignas de investigação de igual porte: a Eletrobras e o BNDES.
O ex-deputado André Vargas deveria ter devolvido o passaporte diplomático sexta-feira (30). O Itamaraty faz corpo mole e, medroso, finge ignorar que o documento é uma propriedade da União.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
01/02/2015 às 22:02 \ Direto ao Ponto
O companheiro Arlindo Chinaglia, do PT paulista, acreditava ter 160 votos garantidos quando resolveu que só faltava o apoio militante do Palácio do Planalto para voltar à presidência da Câmara dos Deputados. Animada com a ideia de livrar-se do desafeto Eduardo Cunha, do PMDB fluminense, Dilma Rousseff determinou a imediata entrada em campo de seis atacantes do primeiro escalão.
Desde quarta-feira (28), movimentaram-se à luz do dia e agiram nas catacumbas os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) Pepe Vargas (Relações Institucionais), Gilberto Kassab (Cidades), Ricardo Berzoini (Comunicações), Antonio Carlos Rodrigues (Transportes) e George Hilton (Esporte). O resultado da ofensiva foi conhecido neste domingo: a disputa equilibrada virou goleada desmoralizante.
Com 130 votos, Chinaglia não chegou sequer à metade dos 267 obtidos pelo vitorioso Eduardo Cunha. Os 100 eleitores de Júlio Delgado, do PSB mineiro, comprovaram que a oposição seguiu a orientação do senador Aécio Neves. A bisonha performance do preferido do Planalto, portanto, deve ser inteiramente debitada na conta da base alugada.
Eduardo Cunha, convém ressalvar, nada tem a ver com o Brasil decente. Mas o horizonte fica menos perturbador a cada fiasco do bando de farsantes acampado 12 anos no coração do poder. Embora o senador Renan Calheiros continue na chefia da Casa do Espanto, o Congresso não está dominado. Na Câmara, a bancada dos ainda fieis a Dilma reúne 130 dos mais de 500 deputados. A supergerente de araque está ao relento. Deixou de ser inimputável.
Uma presidente reeleita há pouco mais de três meses deveria ter força de sobra para instalar qualquer um no comando da Mansão dos Horrores. O naufrágio de Chinaglia reafirma que o início do segundo mandato tem cara de fim de feira. Dilma logo entenderá que o principal objetivo a perseguir é permanecer no emprego. Não será fácil.

NO BLOG DO CORONEL
SEGUNDA-FEIRA, 2 DE FEVEREIRO DE 2015
Pouquíssimas nomeações foram feitas na Esplanada dos ministérios. As edições do Diário Oficial saíram magérrimas no primeiro mês do governo Dilma II. Agora vai deslanchar. Dilma vai ter que pagar a conta da derrota do PT para Eduardo Cunha na presidência da Câmara. O preço não será baixo. O país que se prepare, pois fisiologismo como veremos jamais existiu.
(Estadão) Depois de sofrer a primeira derrota política do segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff iniciou um movimento para reconstruir pontes com o PMDB e a base aliada do governo no Congresso. Antes mesmo do resultado da eleição que levou à presidência da Câmara o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ministros do PT entraram em campo para propor um "pacto de governabilidade" ao antigo desafeto. 
Dilma acompanhou a disputa do Palácio da Alvorada e almoçou com os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Jaques Wagner (Defesa), Pepe Vargas (Relações Institucionais) e Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência). A presidente deu carta branca para a aproximação com Cunha e o vice Michel Temer (PMDB) foi acionado para ajudar nesse movimento. 
"Não acredito que Eduardo Cunha vá agir como inimigo. Durante o processo eleitoral, ele rompeu alguns cercadinhos que eu não rompi, mas ninguém pode sentar na cadeira de presidente da Câmara e virar oposição", afirmou o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), que perdeu a eleição para Cunha. O petista admitiu, porém, que a partir de agora o governo fica "no limite da instabilidade" na Câmara. "Não se pode, depois da eleição, ser sangue para todo o lado. Vamos apostar no diálogo para garantir a governabilidade", emendou José Guimarães (PT-CE), um dos coordenadores da campanha de Chinaglia. 
Pauta 
A derrota do petista é preocupante para Dilma porque expôs a insatisfação dos deputados com o Planalto e com o PT, além de escancarar a fragilidade da articulação política com o Congresso. No Senado, o governo comemorou a recondução de Renan Calheiros (PMDB) à presidência da Casa e acredita que, apesar de dividido, o PMDB ali não dará dor de cabeça porque é mais fácil a "repactuação". 
O temor do Planalto e da cúpula do PT, agora, é com a inclusão de uma "pauta bomba" na Câmara, com projetos que aumentem as despesas do governo, em tempos de dificuldades na economia. Não é só: Cunha também já prometeu apoiar uma nova CPI sobre corrupção na Petrobrás. 
Na avaliação do Planalto, a eleição de ontem foi marcada por um jogo de traições da base aliada, no rastro da Operação Lava Jato, que escancarou um esquema de corrupção na Petrobrás. Em conversa reservada, um ministro disse ao Estado que Cunha se comportará como "embaixador dos grandes interesses econômicos". O governo, agora, vai usar as nomeações do segundo escalão para abrir o diálogo com o PMDB e outros partidos.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 08:15:00

(O Globo) A 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba começa a ouvir nesta segunda-feira (02) 13 testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público Federal em seis ações relativas ao escândalo da Petrobras. 
No grupo, o destaque é a geóloga e ex-diretora da estatal Venina Velosa, que acusa a presidente da empresa, Graça Foster, de ter sido avisada sobre os casos de corrupção. Sua audiência está marcada para amanhã (03). Além dela, a Justiça também ouvirá os empresários Augusto Mendonça Neto, do Grupo Toyo Setal, e Júlio Camargo, da Camargo Corrêa, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. 
Os demais depoentes são o doleiro Leonardo Meirelles, a contadora Meire Poza, Carlos Alberto Pereira da Costa, que foi sócio de Youssef, e Marcelino Guedes Ferreira Mosqueira Gomes, ex-presidente da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Mauro Grecco, funcionário do setor jurídico da Camargo Corrêa, declinou de ser testemunha pelo vínculo empregatício com a construtora, mas ainda não é certo que não comparecerá.
As outras três testemunhas trabalharam na investigação. São o delegado Márcio Adriano Anselmo e dois funcionários da Petrobras que trabalharam nas Comissões Internas de Apuração da estatal, Gerson Luiz Gonçalves e Pedro Aramis de Lima Arruda.
Ontem (1º), diante de entrevista concedida por Leonardo Meirelles à “Folha de S.Paulo”, o procurador Deltan Dallagnol disse que, se ficar provado que Youssef não listou todos seus bens na delação premiada, como sugere Meirelles, há risco de ser declarada quebra de acordo e serem reduzidos benefícios que ele obteve. As provas, porém, seguiriam válidas.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 07:50:00

61% das casas prometidas por Dilma no Minha Casa, Minha Vida não saíram do papel ou do chão. Os prejuízos para os cofres públicos podem ser bilionários, adverte a CGU.
(O Globo) O conjunto azulado se destaca na paisagem pastoril. Ao fundo, um morro foi escavado para aterrar brejos, nascentes e córregos da reserva biológica Poço das Antas, que fluíam para o Rio São João, essencial ao abastecimento de água de meio milhão de pessoas no litoral fluminense. O projeto é do ano eleitoral de 2010. Previa 66 casas para famílias pobres, com renda até R$ 1,6 mil mensais. Existem apenas 23, em paredes de plástico pré-moldado. Não possuem teto, não há rua, rede de água, esgoto ou energia. Estão abandonadas no meio do matagal. 
Quatro anos e duas eleições presidenciais depois, mato e prejuízos emolduram o programa habitacional conhecido como Minha Casa Minha Vida em Silva Jardim, a 130 quilômetros do Rio. Não é caso isolado. Atrasos e deficiências caracterizam obras em cinco mil municípios com menos de 50 mil habitantes, informa a Controladoria-Geral da União (CGU), vinculada à Presidência da República, em auditoria concluída no mês passado. 
O governo federal financia 70% dos projetos. As prefeituras fazem uma contrapartida de 30%, fornecem terreno, isenções fiscais e serviços urbanos. Entre 2009 e 2010 foram assinados contratos para construção de um milhão de unidades habitacionais, segundo a propaganda oficial. Um de cada três desses imóveis não estava em pé até o mês passado, de acordo com a CGU. 
De 2012 até abril de 2014 foram contratadas mais 1,3 milhão de unidades, indica a publicidade governamental. Até dezembro 83% das obras não haviam sido iniciadas, diz a controladoria. Os problemas se repetem. Têm origem na excessiva fragmentação de responsabilidades entre governos, agentes financeiros, empresas subcontratadas para gerenciar projetos, e construtoras — em geral, pequenas e microempresas. Obras atrasam, e os imóveis, quando entregues, não têm documentação regular nem infraestrutura mínima, como rede de água e esgoto. 
“Há risco patrimonial grave para a União”, concluiu a Controladoria depois de 20 meses de auditoria, com visitas a 49 municípios de 19 estados. Um deles é a liberação antecipada de dinheiro pelo Ministério das Cidades a agentes escolhidos pelas prefeituras para gerenciar os projetos habitacionais.
Os repasses são feitos em volumes até 25 vezes maiores que o capital e o patrimônio líquido do agente intermediário — “sem qualquer forma de garantia”.
Além disso, as antecipações possibilitam ganhos extras com aplicações num mercado financeiro que possui os juros mais altos do planeta. A CGU calcula que sobre R$ 100 milhões antecipados seja possível lucro de até R$ 40 milhões.
Já ocorreram prejuízos aos cofres públicos. Caso exemplar é o do Banco Morada, que tinha sede no Rio e era controlado pelos empresários Odilio Figueiredo Neto, Luiz Octávio Barreto Drummond e Paulo Jayme de Figueiredo. O Morada foi contemplado com créditos de R$ 83,7 milhões, o triplo de seu capital e quase o dobro do patrimônio líquido. No ano eleitoral de 2010, recebeu R$ 32,8 milhões para construir 5,7 mil habitações em 13 estados — entre eles, o Rio. O fluxo só foi suspenso na quinta-feira 28 de abril de 2011, quando o Morada foi liquidado pelo Banco Central. 
Ao tentar reaver o dinheiro, o governo federal descobriu que não sabia exatamente quanto o banco tinha recebido, executado e pago às construtoras. “Os procedimentos adotados pelo Ministério das Cidades não foram suficientes para se apurar”, conta a CGU em relatório. A União entrou na fila judicial de credores do banco liquidado para receber R$ 21 milhões. Os R$ 11,8 milhões restantes são dados como perdidos. O Ministério das Cidades informou à Controladoria estar empenhado na retomada das obras. 
No legado do Morada, destacam-se as casas abandonadas no mato de Silva Jardim. Esse projeto nasceu na administração do prefeito Marcello Xavier, do Partido dos Trabalhadores (PT), e morreu de incertezas: o terreno não era da prefeitura, e o Ministério Público duvida até da existência da construtora. “Nunca conseguimos localizá-la”, diz o promotor Marcelo Arsênio. 
Criado na perspectiva da campanha eleitoral de 2010, o programa Minha Casa, Minha Vida ampliou o poder dos prefeitos. Eles escolhem as famílias beneficiárias, legitimados por normas do Ministério das Cidades. Sob Lula e Dilma Rousseff, esse ministério ficou com o Partido Progressista (PP). No início do mês, foi repassado ao Partido Social Democrático (PSD). 
As prefeituras escolhem, também, agentes financeiros para receber recursos federais, gerenciar e fiscalizar obras. Eles repassam as tarefas às subcontratadas. A RCA Assessoria, por exemplo, trabalhou para o Morada e, atualmente, presta serviços a nove bancos (Bonsucesso, BCV/Schain, Economisa, Luso Brasileiro, Paulista, Tricury, Bicbanco, Província e Hipotecária Cobansa). Recentemente descobriu-se que sócios da RCA contrataram empresas de familiares e “laranjas”. Alguns eram funcionários do Ministério das Cidades encarregados do Minha Casa, Minha Vida.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 09:48:00

Leia aqui a matéria de Veja, em 2007, que mostrou como o PT manobrou para salvar Renan Calheiros. Hoje, 8 anos depois, a história se repete.
Renan Calheiros (PMDB-AL) foi mencionado pelo ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, em sua delação premiada para a Operação Lava Jato. O senador peemedebista também foi citado por outros colaboradores da Justiça e por empreiteiros em seus depoimentos. Um dos negócios mencionados envolvem Renan em acerto com o doleiro Alberto Youssef para que o fundo de pensão dos Correios, o Postalis, comprasse R$ 50 milhões em debêntures (um título que confere a seu detentor um direito de crédito contra a companhia emissora) emitidos da Marsans Viagens e Turismo, que tinha Youssef como um dos investidores. 
O fundo de pensão dos Correios é controlado pelo PMDB e PT. Em julho, os quatro integrantes da cúpula do Postalis tiveram sua exoneração pedida por dois conselheiros. A acusação é que a interferência dos partidos políticos no Postalis levou a “operações suspeitas” que explicam o rombo de R$ 2,2 bilhões acumulado de 2013 a junho de 2014.
Se Renan for eleito presidente do Senado, pode ser derrubado do cargo pela segunda vez em função de denúncias de corrupção. Em 2007, o alagoano teve que renunciar ao posto em meio às investigações da Operação Navalha. Enfrentou processo de cassação e só foi absolvido pela proteção dada a ele por senadores petistas, especialmente Tião Viana (PT-AC), Ideli Salvatti (PT-SC) e Aloisio Mercadante (PT-SP). Mesmo que não tenha conseguido provar que vendia bois para pagar a pensão da amante Mônica Veloso, com quem tem um filho. Na verdade, quem pagava o mensalão da concubina era a construtora Mendes Junior, uma das envolvidas no escândalo do Petrolão. 
Resta saber se os senadores vão manter no poder um nome que envergonha a política brasileira. O outro candidato é o senador Luiz Henrique (PMDB-SC). Com Renan envolvido na roubalheira da Petrobras é bem provável que o Senado passe, novamente, a vergonha de ver o seu presidente enfrentar um novo processo de cassação. Mas, ao que tudo indica, o PT e seus aliados mensaleiros estarão lá, para protegê-lo e manter um dos mais poderosos arrecadadores da República. No entanto, se por acaso ele for cassado, o PT só tem a ganhar: a primeira vice-presidência está reservada ao partido.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 09:05:00


NO BLOG DO NOBLAT
Se mudar acaba
02/02/2015 - 08h04
Por Cristovam Buarque, professor emérito da UnB e senador pelo PDT-DF
O Senado perdeu mais uma chance de ficar sintonizado com os gritos de mudança que vêm das ruas. A continuidade do mesmo grupo que há anos, talvez décadas, comanda o Senado, substituindo Renan por Sarney e vice-versa, agora sem ao menos mudar o presidente, representa a perda de uma boa chance de mudança.
A impressão é de que o grupo no poder, PT e PMDB, está amarrado ao continuísmo. Não consegue mudar sem acabar.
A senadora Marta Suplicy disse um dia desses que "ou o PT muda ou acaba". Eu concordei, mas a frase certa é: "se o PT mudar, acaba", porque está viciado na maneira como ele é.
Por mais que desejassem mudar a direção do Senado, como diziam diversos petistas, no último momento os senadores do PT, inclusive os que falam em mudanças, tiveram de barrar a mudança.
Há um imenso peso que não deixa PT e PMDB mudarem sem perder as característica básicas atuais deles. Ambos partidos surgiram de luta por mudanças.
O poder os viciou e amarrou. Não têm forma de mudar nem apoiam mudanças, porque eles acabariam.
O pior é que por estarem amarrados às suas características atuais, que nada têm a ver com aquelas que lhes levaram ao poder, amarram as instituições, desmoralizando a política, corrompendo o Estado.

Petrolão: 10 depoimentos para ‘estarrecer’ Lula e Dilma
02/02/2015 03:22
Felipe Moura Brasil, VEJA Online
Vamos organizar o noticiário com uma listinha promissora:
1.
“O custo alto das campanhas eleitorais levou, também, à arrecadação desenfreada de dinheiro para as tesourarias dos partidos políticos. Não por coincidência, a antes lucrativa sociedade por ações, Petrobras, foi escolhida para geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias.”
(Gerson de Mello Almada, vice-presidente da construtora Engevix, preso na sétima fase da Lava Jato, rompendo o então pacto de silêncio das empreiteiras sobre a participação dos políticos).
2.
a) “O esquema foi comandado por agentes políticos para a manutenção de grupos e partidos no poder. O esquema alterou os resultados das eleições de 2006, 2010 e possivelmente de 2014. Houve desequilíbrio no pleito.”
b) “É um projeto de poder para sustentação do PT. Não há dúvida disso. PT e a base aliada como PMDB, PP. É a corrupção sustentando um esquema de poder.”
c) “Não é preciso grandes malabarismos intelectuais para reconhecer que o domínio da organização criminosa estava nas mãos de agentes políticos que não se contentavam em obter riqueza material, ambicionavam poder ilimitado com total desprezo pela ordem legal e democrática, ao ponto do dinheiro subtraído dos cofres da Petrobras ter sido usado para financiar campanhas políticas no Legislativo e Executivo.”
(Antonio Figueiredo Basto, advogado do doleiro Alberto Youssef).

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
02/02/2015 às 4:41
É preciso desconhecer profundamente a história do Brasil, e do PT em particular, para que se tenha alguma dúvida sobre o que está em curso no petrolão. Não estamos diante de uma questão hamletiana; afastem dessa conversa o “ser ou não ser”; tirem do embate as incertezas, porque tolas, sobre a origem da roubalheira. A resposta é tão simples, a resposta é tão óbvia, a resposta é tão evidente: se o governo, como braço operativo do estado, legitimado pelas urnas, atua como um ente neutro, contrata os serviços que precisa contratar junto à iniciativa privada, toma as devidas cautelas para que o dinheiro público seja bem aplicado e fará a melhor escolha: aquela que alia a qualidade ao melhor preço. Havendo a suspeita de cartelização, punem-se os responsáveis. E pronto!
As empresas não têm como chantagear o governo porque não fazem leis. Mas o governo tem como chantagear as empresas porque ele ou seus prepostos fazem leis. As empresas não têm como impor a sua vontade ao governo porque não redigem os editais de licitação. Mas o governo tem como impor a sua vontade às empresas porque redige editais de licitação — quando há licitação. As empresas não têm como conduzir as escolhas do governo porque não podem instrumentalizar órgãos de Estado para puni-lo. Mas o governo tem como conduzir as escolhas das empresas porque pode instrumentalizar órgãos de estado para puni-las.
Não! Eu não estou aqui a afirmar que as empreiteiras formam uma conspiração de anjos. Segundo o que se viu até agora, não mesmo! Mas foram elas que apareceram, como o demônio do “Fausto”, de Goethe, tentando a alma incorruptível dos políticos? Quer dizer que estes tinham, até ali, uma história de retidão e ascetismo, mas eis que chegaram aqueles homens maus do concreto armado, com um monte de dólares nas mãos, para seduzir aqueles pobres senhores? Tenham paciência!
O Ministério Público Federal criou uma página com esclarecimentos sobre a Lava-Jato. Acho a iniciativa louvável, sim, embora haja ali um tantinho de proselitismo, de que a página deveria ser escoimada. A ilustração-síntese sugere que tudo começa com um grupo de empresários que decide praticar fraudes. Para tanto, corrompem agentes públicos, com a ajuda de doleiros.

Com a devida vênia, isso frauda é a história. Cadê o projeto de poder dali? Não se trata de uma questão de gosto, de leitura, de ideologia, de viés, mas de fato. Em sua página, infelizmente, o MP omite a essência do que estava em curso: havia um partido no comando da operação. Aliás, isso está no depoimento do próprio Paulo Roberto Costa, segundo quem o PT ficava com parte considerável mesmo da propina que era paga ao PP.
Os empreiteiros, parceiros da companheirada na lambança, estão indignados — e isso lá entre eles faz sentido — porque perceberam que, se deixarem tudo como está, vão, sim, virar bois de piranha. Eles pagarão a maior parte do preço pela sem-vergonhice que reinou por mais de dez anos na Petrobras — será que foi só lá? —, enquanto há o risco de os principais beneficiários das falcatruas (E NÃO FORAM AS EMPRESAS) saírem por aí livres, leves e soltos. Isso já aconteceu no mensalão. Katia Rabello, a banqueira, não precisava daquela safadeza para ficar rica — ela já era. Deu-se mal quando pôs a sua empresa a serviço de uma estrutura criminosa que, esta sim, ganhou muito: ganhou o poder — que pretendia fosse eterno.
No esforço de manter parte da investigação na 13ª Vara Federal, em Curitiba, para que não migre toda para o Supremo Tribunal Federal, o juiz Sergio Moro tem impedido que empreiteiros e ex-diretores da Petrobras citem nomes de políticos com mandato. Vamos ser claros: não deixa de ser uma forma incômoda de condução do processo, que leva, ademais, a uma suposição errada — a de que o esquema tinha um braço de funcionamento que independia da política. Isso é simplesmente mentira.
A síntese é a seguinte: é preciso que o dito rigor de Sérgio Moro não acabe contribuindo para aliviar o peso sobre as costas do PT, que é, afinal, desde sempre, o maestro da ópera, não é mesmo? Se os verdadeiros responsáveis restarem impunes — ou receberem uma pena branda —, tudo seguirá igual no estado brasileiro.
Façamos um corte puramente sincrônico e vamos constatar uma óbvia desigualdade: há uma penca de empreiteiros presos, e todos os verdadeiros beneficiários dos crimes de que são acusados estão soltos. Há algo de errado nisso aí.
(Texto publicado originalmente às 2h07)

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Segunda-feira, fevereiro 02, 2015

Em entrevista ao programa A Tarde, do canal colombiano de televisão NTN24, o ex-assessor de segurança do defunto caudilho Hugo Chávez, Anthony Daquin, há alguns anos refugiado nos Estados Unidos, afirmou que "efetivamente existe um cartel” integrado por oficiais superiores na Venezuela que autoriza a passagem de drogas para outros países. 
Esta entrevista acrescenta novas informações e detalhes que reforçam a denúncia do capitão Leamsy Salazar, que se encontra nos Estados Unidos, sob custódia da Justiça norte-americana, prestando depoimento à DEA, organismo de combate às drogas do governo norte-americano, conforme noticiei aqui no blog. Salazar denunciou diretamente Diosdado Cabello, como capo do cartel das drogas. Cabello é o presidente da Assembléia Nacional venezuelana e, por sua vez, era também homem de confiança de Chávez, vinculado ao núcleo duro do sistema ditatorial bolivariano.
Anthony Daquin, nesta entrevista, salienta que o capitão Leamsy Salazar é cidadão de honorabilidade inquestionável e foi “testemunha chave primordial” das decisões que foram tomadas ao longo do governo de Hugo Chávez.
Daquin também lembra que a reação do governo do tiranete Nicolás Maduro desqualificando a denúncia do capitão Leamsy Salazar é repete o meus estratagema chavista quando a imprensa internacional revelou que Hugo Chávez estava com câncer. A primeira reação dos chavistas foi negar e acusar a imprensa de estar mentindo, lembra Daquin, afirmando que dentro de pouco tempo ficará comprovada a veracidade absoluta sobre o famigerado "Cartel de los Soles" que levará à queda da ditadura de Nicolás Maduro e de seus asseclas.
Infelizmente o vídeo não possui legendas. Mas mesmo quem não compreende bem o espanhol vale a pena ver com atenção que dá para entender a gravidade de mais esta denúncia que crava um golpe de morte no coração do Foro de São Paulo, a organização comunista fundada por Lula e Fidel Castro em 1990, destinada a cubanizar o continente sul americano. Cabe salientar que as FARC, o grupo comunista que comanda o narcoterrorismo é parte integrante do Foro de São Paulo. Aliás, na entrevista Anthony Daquin se reporta aos documentos apreendidos com os narcotraficantes das FARC quando as forças colombianas mataram o chefão da guerrilha, Raúl Reys.

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, confirmou neste domingo (1º) que o governo vai colocar em prática um plano emergencial para garantir o abastecimento de energia no país nos horários de maior demanda, entre 14 e 17 horas. O foco é incentivar o uso de geradores próprios pelo comércio, shoppings centers e hotéis durante a tarde e a produção de energia por indústrias e produtores independentes.
"Vamos tomar ações junto a produtores independentes, áreas comerciais, shoppings centers e à indústria que tem sua própria energia para que possamos acionar esses equipamentos no período da ponta de carga", afirmou, ao chegar à cerimônia de posse dos novos senadores, no Congresso. "Essas medidas serão tomadas para que possamos passar por esse momento crítico com maior tranquilidade."
Senador licenciado pelo PMDB-AM, Braga disse que as medidas do plano foram decididas após reuniões com o setor privado, Agência Nacional de Energia Elétrica e Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A presidente Dilma Rousseff, disse ele, aprovou essas ações de curtíssimo prazo. "O plano já está sendo construído e ao mesmo tempo entrando em execução. Teremos nova reunião da questão climática no dia 12 e novas medidas poderão surgir a partir daí", disse.
Braga admitiu que é preciso reforçar a geração de energia no horário de ponta, das 14 às 17 horas. No passado, o período de maior demanda era entre as 18 e as 21 horas. "Temos que mudar a forma de manejar e administrar a energia de reserva que o Brasil tem para atender as pontas de carga. Esse é o trabalho que estamos fazendo." Como medidas de médio prazo, o ministrou mencionou que autorizou um novo leilão A-5. Além disso, haverá troca nos equipamentos das linhas de transmissão para que seja possível transferir mais energia do Norte para o Sudeste. Do site da revista Veja


NO O ANTAGONISTA
Os déficits gêmeos agradecem
Economia 02.02.2015
A manchete mais espantosa do dia é do Valor Econômico: "Déficits gêmeos chegam a R$ 550 bilhões". 
De fato, o Brasil encerrou 2014 com déficits gêmeos - a soma do déficit fiscal com o resultado em conta corrente - equivalentes a 10,9% do PIB.
O Antagonista também encerrou seu primeiro mês de atividade com déficits gêmeos: o déficit do Diogo e o déficit do Mario. Nem Guido Mantega, em seus dias de glória, seria capaz de maquiar nossas contas. Ao mesmo tempo, reunimos uma quantidade exorbitante de leitores, infinitamente maior - e melhor - do que imaginávamos.
Comovidos, os déficit gêmeos agradecem. 
O déficit do Diogo e o déficit do Mario

O descabido Eduardo Cunha
Brasil 02.02.2015
Eduardo Cunha, depois de ser eleito presidente da Câmara dos Deputados, disse que é "descabido" falar em impeachment de Dilma Rousseff. 
De certa maneira, ele está certo. A Lava Jato ainda está em andamento. Não conhecemos todos os desdobramentos políticos das investigações. Algumas empreiteiras estão negociando acordos de delação premiada com o Ministério Público. Extratos de contas bancárias no exterior estão sendo esquadrinhados pelos procuradores. O pedido de impeachment só aparecerá mais tarde. 
O que virá antes dele, porém, é a denúncia contra dois comparsas de Eduardo Cunha: Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão. Se eles caírem, Dilma Rousseff também cairá. É descabido pensar que Eduardo Cunha possa trabalhar em defesa da moralidade. Mas não é descabido pensar que, num jogo de retaliações, o impeachment possa prosperar.
Eduardo Cunha e o massacre dos inocentes


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