DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
16 DE FEVEREIRO DE 2015
A direção do partido Solidariedade vai aproveitar a CPI da Petrobras para requerer a convocação do presidente da estatal, Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, e de sua amiga Val Marchilori, que obteve no banco empréstimo de R$ 2,7 milhões, de lastro duvidoso. O partido acha útil expor o relacionamento de Bendine com Marchiori, que estaria na origem de outro negócio milionário com recursos do BB.
O BB, na gestão de Bendine, teria emprestado R$ 150 milhões ao frigorífico Big Frango, de Evaldo Ulinski, atual marido de Val Marchiori.
Para a cúpula do partido, a filha de Guido Mantega, Marina, e Paulo Cafarelli, ex-secretário-executivo, podem explicar o caso Big Frango.
Val Marchiori ofereceu a editoras um livro-bomba sobre suas relações com Bendine, políticos e Ulinski, com quem depois se casaria. Desistiu.
Explicações de Bendine sobre as relações com Val Marchiori, inclusive de negócios, reiteradas no Jornal Nacional, não convenceram o partido.
A cúpula do PMDB acha que Ademir Bendine é uma solução apenas temporária, na presidência da Petrobras. Aqueles que só dormem após uma overdose de calmantes esperam que Bendine apague rastros.
Nunca se gastou tanto com o programa Bolsa Família quanto no ano em que a presidente Dilma Rousseff foi eleita pela segunda vez. Em 2014, quando o governo gastou R$ 21 bilhões a mais do que permitia a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), foram destinados ao Bolsa Família quase R$ 27,2 bilhões, quase o dobro dos gatos do programa no último ano do governo Lula, que totalizaram R$14,3 bilhões.
Tucanos já começam a voar mais alto em relação ao impeachment de Dilma. Líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima lembra que no caso do ex-presidente Fernando Collor, o PT não falava em “golpe”.
A estatal EBC, da “TV do Lula”, traço de audiência, é zero também no respeito à legislação: foi condenada pelo TRT a indenização de R$ 100 mil por manter radialistas em acúmulo de funções, sem pagar por isso.

NO DIÁRIO DO PODER
ODEBRECHT PAGOU PROPINA DE R$ 10 MILHÕES A JANENE
EMPRETEIRA APARECE EM MAIS UMA DENÚNCIA DE PAGAMENTO DE SUBORNO
Publicado em15 de fevereiro de 2015 às 17:55 - Atualizado às 8:36
O doleiro Alberto Youssef afirmou em sua delação premiada que a Construtora Norberto Odebrecht – novo alvo da Operação Lava Jato – pagou R$ 10 milhões em propina para o ex-deputado federal José Janene (PP-PR), morto em 2010. O valor teria sido depositado no exterior como parte do pagamento total de R$ 20 milhões pelo “acerto” feito em contrato de obra na Refinaria Getúlio Vargas (Repar), no Paraná entre 2005 e 2006.
“Metade da comissão foi paga pela UTC e metade pela empresa Odebrecht”, afirmou Youssef. “A parte da Odebrecht, também de cerca de R$ 10 milhões, foi paga em dólares mediante depósito em uma conta de José Janene em um paraíso fiscal”, afirmou Youssef, ouvido no dia 20 de novembro de 2014.
A UTC Engenharia é outra das 16 empresas acusadas de cartel, nas obras da Petrobrás. Ela era sócia da Odebrecht nesse contrato de cerca de R$ 2 bilhões para obras na Repar, na cidade de Araucária (PR).
A propina de R$ 20 milhões era a cota de 1% que cabia ao PP, via ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, no esquema denunciado pela Lava Jato de arrecadação de até 3% em contratos da Petrobrás, comandado pelo PT, PMDB e PP.
Youssef disse em sua delação que “por volta do ano de 2005/2006 foi solicitado por José Janene que buscasse a verba de um comissionamento da empresa UTC, relativa a uma obra ‘acertada’ na Repar, a qual estava sendo executava em consórcio formado pela UTC e pela Odebrecht”.
Caminho do dinheiro 
O doleiro argumentou em sua delação não poder precisar onde a conta foi aberta. Mas estava registrada em nome de Rafael Ângulo Lopez – um dos homens que trabalhavam na lavanderia criada pelo doleiro para lavar dinheiro do PP. Lopez é um dos réus dos processos da Lava Jato.
Youssef afirmou que apesar de estar em outro nome, a conta era “movimentada por José Janene”. Na época, o doleiro era braço direito do ex-deputado – origem das investigações da Lava Jato.
Delator e um dos alvos centrais da Lava Jato, o doleiro disse ter ouvido do próprio Janane, antes de morrer, que ele “estaria respondendo a um processo criminal por conta desse comissionamento pago pela Odebrecht”. O dinheiro, segundo ele, “retornou ao Brasil por contas de doleiros”.
Dinheiro vivo 
No caso da UTC, Youssef afirmou que foi o responsável pela movimentação dos valores em espécie. “A parte da comissão devida pela UTC, acertada em R$ 10 milhões foi paga em dez parcelas de R$ 1 milhão em espécie”, afirmou o doleiro.
Os pagamentos teriam sido retirados por ele na sede da empresa, em São Paulo. Outras vezes, “o dinheiro foi entregue pelo funcionário Ednaldo da UTC” no escritório de Youssef, também na capital paulista.
A PF tem os registros desse funcionário, de nome Ednaldo Alves da Silva. Antes da deflagração da Operação Lava Jato, em março de 2014, os investigadores fizeram o monitoramento dos contatos que visitavam o escritório de Youssef, onde eram realizados pagamentos de propina e acertos.
Sete executivos e funcionários da UTC/Constran – entre eles dois de seus donos, Ricardo Pessoa e João de Teive Argolo – visitaram o prédio entre 2011 e 2012. Ednaldo, apontado como funcionário, foi o mais assíduo dos visitantes, esteve mais de 12 vezes nesse período. Ele não encontrado para falar sobre o assunto.
Youssef disse “não ter participado da negociação do pagamento dessa comissão”. “Tratada por Ricardo Pessoa, Paulo Roberto Costa e por José Janene.” Ao doleiro, coube “apenas recolher o dinheiro e repassar a parte de Paulo Roberto Costa, do Partido Progressista e de João Genu (ex-assessor do partido)”.
O doleiro afirmou ainda ter recebido 5% da propina – de 1% do total do contrato, referente a cota do PP.
COM A PALAVRA, A DEFESA
UTC/CONSTRAN
A UTC/Constran nega pagamentos de propina e qualquer irregularidade nos contratos da Petrobrás. Pessoa é um dos executivos presos desde o dia 14 de novembro de 2014, na sede da PF em Curitiba.
ODEBRECHT
A Odebrecht “nega as alegações caluniosas feitas pelo doleiro”. “Réu confesso em investigação em curso na Justiça Federal do Estado do Paraná.”
“A Odebrecht nega em especial ter feito qualquer pagamento ou depósito em suposta conta de qualquer político, executivo ou ex-executivo da estatal.” (AE)

NO BLOG DO CORONEL
SEGUNDA-FEIRA, 16 DE FEVEREIRO DE 2015
José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, não é nenhum jurista brilhante. Como ministro é uma sucessão de erros e justificativas imbecis. Bem o definiu a sua agora coleguinha de ministério Kátia Abreu quando o chamou de José Eduardo Omisso Cardoso. A sua última omissão é de compromissos na agenda. Ele os escondeu por não serem republicanos? Por serem golpistas e conspiratórios? O certo é que Cardozo não teve problema algum de TI que não pudesse ter sido solucionado em 30 minutos. O seu problema é de QI por achar que o povo brasileiro é imbecil ao ponto de não entender os motivos pelos quais esconde as suas agendas. A matéria abaixo é da Folha de São Paulo.
A agenda divulgada pelo Ministério da Justiça em seu portal na internet omite boa parte dos compromissos oficiais do ministro José Eduardo Cardozo, de acordo com levantamento feito pela Folha. 
Nos últimos dias, após virar alvo de críticas com a revelação de que se encontrou com advogados de empreiteiras sob investigação da Operação Lava Jato, Cardozo disse que não agiu errado e que todos os seus compromissos são divulgados na internet. Mas o levantamento da Folha mostra que sua agenda não informa quais foram suas atividades em 80 dos 217 dias de trabalho que ele teve desde a deflagração da Operação Lava Jato pela Polícia Federal, em 17 de março de 2014. Nesses 80 dias, não é possível saber onde o ministro esteve, nem se houve reuniões durante o expediente. 
Na sexta-feira (13), quando os encontros de Cardozo com advogados das empreiteiras provocaram questionamentos, sua assessoria informou que audiências desse tipo são registradas na agenda oficial. O levantamento da Folha mostra que apenas três encontros com advogados foram registrados desde março do ano passado. O mais recente ocorreu no dia 5 deste mês, quando Cardozo recebeu em seu gabinete três advogados que defendem a Odebrecht, segundo o jornal "O Globo". 
Além deles, a agenda mostra que foram ao gabinete de Cardozo duas advogadas, em dias diferentes do mês de julho. Nenhuma delas, porém, defende personagens ou empresas envolvidas no esquema de corrupção descoberto na Petrobras pela Lava Jato. O ministro, a quem a Polícia Federal é subordinada, diz que a lei garante a advogados o direito de ser recebido por autoridades públicas. 
A Folha informou que Cardozo teve neste ano pelo menos três conversas com advogados de empreiteiras sob investigação, entre elas a UTC e a Camargo Corrêa. Elas não constam da agenda oficial. 
Com relação aos 80 dias em que não existe registro das atividades de Cardozo, sua assessoria disse que houve "problemas no sistema de TI (Tecnologia da Informação)". A assessoria afirmou que na maior parte desses dias Cardozo estava em despachos no gabinete ou em reuniões internas que sofreram alterações de horários. Segundo a assessoria, o encontro com advogados da Odebrecht foi o único em que o ministro tratou da Operação Lava Jato.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 06:00:00

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 10/12/2023 - DOMINGO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 1ª EDIÇÃO DE 05/8/2023 - SÁBADO

NOTÍCIAS EM DESTAQUE - 2ª EDIÇÃO DE 08/4/2024 - SEGUNDA-FEIRA