DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
22 DE JANEIRO DE 2015
A própria assessoria de Dilma Rousseff já não aposta um tostão furado na permanência do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) no cargo de ministro de Minas e Energia. “Ele toma uma bronca dela a cada meia hora”, segredou um secretário com nível de ministro. Dilma, que já não gostava de Braga, perdeu completamente o respeito por ele em razão de sua ignorância nos temas da pasta, evidenciada na crise do apagão.
O azar de Eduardo Braga é que Dilma se acha grande especialista em energia, e não se conforma como ele ainda não estudou o assunto.
Irritada, Dilma agora prefere despachar com o secretário-executivo do Márcio Zimmermann, escalado como “babá” ou tutor do ministro.
Político experiente e expert em venda de carros usados, sua profissão original, Eduardo Braga chegou ao cargo indicado pelo PMDB.
Eduardo Braga virou ministro após desistir de se opor a Renan Calheiros, no PMDB, aliando-se a ele. Renan bancou sua indicação.
Diplomatas estão apreensivos: o ex-cônsul-geral do Brasil em Sidney (Austrália) Américo Fontenelle, punido por assédio moral, pode “dar a volta por cima” com o novo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. São amigos e o chanceler era o nº 2 do Itamaraty, na época do megalonanico Celso Amorim, quando Fontenelle virou apadrinhado do então todo-poderoso José Dirceu, ministro-chefe da Casa Civil.
Dilma nos faz passar a vergonha, pregando “diálogo” com terroristas, ou se associando a regimes autoritários, e põe a culpa das críticas na imprensa. Por isso ordenou a contratação, por R$ 30,6 milhões, de uma empresa para “melhorar relações com a imprensa internacional”.
Em vez de insistir na lorota de gravação telefônica de pessoas ligadas a ele, supostamente “forjada” pela Polícia Federal, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deveria explicar sua ligação com gente dessa laia.
Em São Paulo, crise hídrica é tão grave que, com freqüência, áreas da capital ficam até quatro dias sem água. É cada vez mais comum famílias usarem motéis por uma ou duas horas só para tomar banho.
Para se ter ideia do descalabro na saúde pública do DF, ocorreram nessa área 98,6% de todas as despesas sem cobertura contratual no governo de Agnelo Queiroz (PT), segundo o Tribunal de Contas.
A exploração das empresas aéreas continua em voo de brigadeiro, com a conivência da agência reguladora Anac: bilhete São Paulo-Maceió pela TAM custa tanto quanto um voo São Paulo-Paris pela Air France.
Quem vê a vigorosa última entrevista do procurador argentino Alberto Nisman (está no DiariodoPoder.com.br), antes de aparecer morto, simplesmente não acredita que ele fosse capaz da covardia do suicídio.
Em Davos, empresários revelaram a Joaquim Levy o desejo de “recuperar a confiança” no Brasil. Prova de que Guido Mantega não merecia mesmo a menor confiança.

NO DIÁRIO DO PODER
PETROLOÃO
ACORDO DE DELAÇÃO PREMIADA COLOCARÁ YOUSSEF EM LIBERDADE
ACORDO DE DELAÇÃO PREMIADA PREVÊ DEVOLUÇÃO DE BENS E REGIME ABERTO
Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 20:21 - Atualizado às 21:26
Com fim de depoimentos da delação premiada do doleiro, PGR deve
Enquanto estiver preso, Youssef terá direito a cela especial
O acordo de delação premiada de Alberto Youssef, divulgado nesta quarta-feira (21) pela Justiça Federal, prevê que o megadoleiro transfira para a União imóveis, veículos e participações em empresas que, segundo ele, foram adquiridos com recursos proveniente no bilionário desfalque na Petrobras, do qual é um dos principais personagens. O acordo é bom para Youssef, que ficará no máximo cinco anos preso, com direito a progressão para o regime aberto, sem o “purgatório” do semiaberto.
A delação premiada também é muito útil para o esclarecimento do escândalo, na medida em que suas informações podem levar à prisão dezenas de pessoas envolvidas nas investigações da Operação Lava Jato. O Ministério Público Federal aponta o doleiro como um dos principais chefes do esquema de pagamentos de propinas e lavagem de dinheiro.
Pelo acordo, o doleiro Youssef pode pegar de três a cinco anos de prisão, em regime fechado, se condenado em todas as ações que responde no âmbito da Lava Jato. O tempo será contado a partir da prisão dele, em março de 2014. Atualmente, ele permanece detido na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. O acordo prevê ainda o direito a cela especial.
São os seguintes os bens que Alberto Youssef promete entregar à União:
- Bens em nome da GFD que estejam administrados pela Web Hotéis Empreendimentos LTDA.
- Propriedade de 74 unidades autônomas integrantes do Condomínio Hotel Aparecida, bem como do empreendimento Web Hotel Aparecida nele instalado, localizado em Aparecida do Norte (SP)
- 37,23% do imóvel em que se situa o empreendimento Web Hotel Salvador
- Empreendimento Web Hotel Príncipe da Enseada e do respectivo imóvel, localizado em Porto Seguro (BA)
- Seis unidades autônomas componentes do Hotel Bluee Tree Premium, localizado em Londrina (PR)
- 34,88% das ações da empresa Hotel Jahu S.A. e de parcela ideal do imóvel em que o empreendimento se encontra instalado.
- 50% do terreno formado pelos Lotes 08 e 09, da Quadra F, do Loteamento Granjas Reunidas Ipiranga, situado no município de Lauro de Freitas (BA), com área de 4.800 m², avaliado em R$ 5.300.000,00, bem como do empreendimento que está sendo construído sobre ele, chamado “Dual Medical & Business – Empresarial Odonto Médico”
- Veículo Volvo XC60, blindado, ano 2011
- Veículo Mercedes Benz CLS 500, anos 2006
- Veículo VW Tiguan 2.0 TSI. Blindado, ano 2013/2014
- Imóvel localizado em Camaçari, com área aproximada de 3000 m², cujo contrato se encontra apreendido no bojo da Operação Lava Jato.

NA VEJA ON LINE
Caso Nisman
Secretário argentino é denunciado por 'acobertar homicídio'
O secretário Sergio Berni esteve na residência de Nisman antes da chegada dos responsáveis pelo caso. Autor da denúncia foi um político oposicionista
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Promotor Alberto Nisman, morto horas antes de apresentar denúncia - Marcos Brindicci/Reuters
O secretário de Segurança da Argentina, Sergio Berni, foi denunciado na Justiça para que se investigue sua presença na residência onde o procurador-geral Alberto Nisman foi encontrado morto, antes da chegada da procuradora e do juiz responsável pelo caso. O político oposicionista Juan Ricardo Moussa acionou Berni na Justiça por ter cometido o crime de "descumprimento dos deveres de funcionário público" e "acobertamento de homicídio", segundo o texto da denúncia.
Nisman foi encontrado morto em sua casa, em circunstâncias estranhas, na noite de domingo para segunda-feira, com um tiro na têmpora, poucos dias depois de ter denunciado a presidente, Cristina Kirchner, e vários de seus colaboradores pela tentativa de acobertar terroristas iranianos, que teriam sido responsáveis pelo ataque contra a associação israelita Amia, em 1994. Moussa acusou Berni e os policiais encarregados da segurança de Nisman de "cumplicidade" para proteger a presidente, já que o promotor guardava parte das provas que fundamentam a denúncia contra Cristina em sua casa.
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"Há graves irregularidades por parte da Polícia Federal argentina no caso do Dr. Nisman. Quem é Berni para entrar na cena do crime e não denunciar à Justiça?", questionou Moussa na denúncia. Além disso, o oposicionista alertou que "a investigação pode ter de início uma gravíssima irregularidade" já que a cena do crime esteve "monopolizada" pelo secretário e pela polícia durante horas.
Em declarações ao canal de televisão ‘Todo Noticias’, Berni afirmou nesta quarta (21) que foram tomadas todas as precauções para preservar as provas na residência de Nisman e que não entrou, nem deixou "que ninguém entrasse", no banheiro onde o promotor foi encontrado morto até a chegada dos peritos. "Os primeiros a entrar no recinto foram a mãe junto com um membro da segurança particular de Nisman, da Polícia Federal. Quando viram que a porta do banheiro estava aberta e com a luz acesa, o policial tentou entrar, mas não conseguiu, pois o corpo estava na frente da porta", detalhou o secretário. Berni afirma que chegou à casa de Nisman "não mais que um minuto ou dois" antes do juiz, e que a procuradora chegou mais tarde.
Novas dúvidas – Novas revelações e descobertas lançam mais dúvidas sobre as circunstâncias da morte do procurador-geral. Nesta quarta, o chaveiro chamado para abrir a porta do apartamento de Nisman revelou que a entrada de serviço estava aberta. A declaração foi feita em um depoimento à Viviana Fein, promotora que investiga o caso, e contraria a versão oficial dada pela polícia. Sergio Berni tinha dito que a porta de serviço e principal foram trancadas por dentro, de modo que ninguém poderia ter entrado ou saído do apartamento.
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Também nesta quarta, foi encontrada uma terceira entrada para o apartamento, um corredor estreito onde ficam os aparelhos de ar condicionado, ligando à residência de Nisman a um vizinho. Em cada extremidade do corredor há uma porta de metal para cada apartamento. Nesta passagem, usada para a manutenção dos aparelhos de ar condicionado, foi encontrada uma pegada recente e uma impressão digital. A investigação também ainda não esclareceu porque os paramédicos que foram chamados ao local, um prédio residencial em Porto Madero, região nobre da capital argentina, não puderam entrar. O serviço de emergência Same confirmou que recebeu duas chamadas no domingo, mas não foram autorizados a subir ao 13º andar, no apartamento de Nisman. O primeiro médico a ver o corpo foi de uma equipe da Swiss Medical, que foi chamada pela mãe do procurador-geral.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
22/01/2015 às 1:36 \ Direto ao Ponto
https://www.youtube.com/watch?v=oHLgLLAUMX4
No vídeo divulgado nas redes sociais (link acima), Aécio Neves foi direto ao ponto: “Dilma mentiu”, constatou. Em 73 segundos enfileirou algumas das incontáveis provas de que a Doutora em Nada caçou a reeleição disparando vigarices, fantasias fraudulentas, tapeações estatísticas e invencionices de grosso calibre. Fora o resto.
Ao qualificar a adversária de “leviana” num debate na TV, o candidato tucano provocou na seita lulopetista um cômico surto de cavalheirismo. Caprichando na pose de última virgem do bordel, marafonas profissionais fingiram indignar-se com a gravíssima ofensa a uma senhora tão ética, tão frágil, tão doce. Pois leviana é quase um elogio para uma figura com insanáveis defeitos de fabricação.
Dilma trata a verdade a pontapés desde o dia do parto e, no convívio com Lula, perdeu a vergonha de vez. Fez o diabo para manter o emprego. Para não perdê-lo antes da hora, fará coisas de que até Deus duvida. Mas estará condenada a um final infeliz se a oposição intensificar a ofensiva, aprender a opor-se o tempo todo e, sobretudo, escancarar aos olhos do país, e fustigá-las incessantemente, todas as faces escuras da presidente.
A que exibe a mentirosa compulsiva é só uma delas. Outras mostram (ou camuflam) fustigar a supergerente de araque, a carrancuda insegura, a desastrada política aprendiz, a usina de frases sem pé nem cabeça, a campeã da inépcia, a arrogante Doutora em Nada, a protetora de quadrilheiros e a madrinha dos corruptos de estimação, fora o resto. Há dinamite para todas. Com os desdobramentos do Petrolão, que vai sobrar munição.
Dilma e seu governo são um caso sem cura, e como tal deve ser tratado. Sem clemência.

NO BLOG DO CORONEL   
QUINTA-FEIRA, 22 DE JANEIRO DE 2015
(Valor) Preocupados com o impacto do ajuste fiscal nas eleições municipais de 2016 e na imagem do PT, integrantes da corrente majoritária do partido Construindo um Novo Brasil (CNB) fizeram uma avaliação do cenário eleitoral em reunião na segunda-feira e tentaram afinar um discurso que passe a mensagem ao eleitorado de que não haverá prejuízo aos trabalhadores em meio a crescentes críticas internas contra a nova política econômica.
No encontro de mais de seis horas na sede do partido em Brasília, integrantes da corrente fizeram uma extensa avaliação do cenário eleitoral e demonstraram preocupação com o resultado nas grandes cidades diante de um quadro de recessão que pode aumentar o desemprego e reduzir a renda das famílias.
"Temos que dar atenção especial para os governos municipais. Em 2014 o resultado eleitoral foi ruim para nós. Ganhamos a eleição perdendo. Vencemos a disputa presidencial, mas tivemos regressão no desempenho do PT, com redução das bancadas federal e estaduais e desempenho abaixo do nosso histórico nos grandes centros", afirma o ex-deputado Paulo Ferreira, um dos coordenadores nacionais da CNB.
O cenário tende a se agravar, avaliam petistas, se o ajuste executado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, levar à recessão em 2015, com impacto no emprego e perdas para os trabalhadores. As primeiras ações da nova equipe econômica foram mudanças no seguro-desemprego, abono salarial e pensões por medida provisória (MP), seguidas por aumento de impostos sobre gasolina, movimentações financeiras, importações e cosméticos.
A nova política econômica será um dos principais temas do próximo encontro da direção nacional do PT, no início de fevereiro, em Belo Horizonte. A cúpula da corrente majoritária do partido, a CNB, da qual fazem parte a presidente Dilma e o ex-presidente Lula, tenta minimizar o descontentamento de parte do partido e pondera que o sucesso eleitoral de 2018 depende da defesa política inequívoca do ajuste de agora. O respaldo a Levy tem partido da Executiva do partido.
Mensagens dissidentes já aparecem dentro da sigla. Integrante do Diretório Nacional do PT, o deputado estadual Raul Pont (RS) diz que as medidas poderão prejudicar o desempenho do PT em 2016. "Essa visão de política econômica do ministro não combina com o que pensamos e defendemos no PT. É uma negação do discurso da presidente", afirma.
Pont, da corrente Democracia Socialista, a mesma do ex-secretário do Tesouro Nacional Arno Augustin e dos ministros Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) e Pepe Vargas (Relações Institucionais), compara este início de mandato com os dois primeiros anos do governo Lula, quando Antonio Palocci (Fazenda) e Henrique Meirelles (Banco Central) promoveram uma política de austeridade. "Pagamos um preço enorme por isso nas eleições seguintes, quando o PT teve desempenho ruim nos municípios", diz.
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP), um dos líderes da tendência Mensagem ao Partido, diz que o PT ainda debaterá as medidas internamente e com Dilma. "O que for efetivamente combate à fraude [na Previdência] terá nosso apoio, mas vamos sugerir mudanças quando se tratar de revogação de direitos", afirma. "Me parece que a formulação inicial da MP precisa ser revista quando passar pelo Congresso", diz, ao negar impacto eleitoral.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT e que fez campanha por Dilma, prepara uma marcha no dia 28, junto com as outras centrais, e um protesto no Congresso em 2 de fevereiro contra as mudanças. "É um governo em disputa. O arco de alianças contém progressistas e conversadores, e nosso papel é cobrar que seja colocado em prática o projeto defendido na campanha", diz o presidente da central, Vagner Freitas (PT). "O governo tem que dizer qual a claramente o que quer. Estamos preocupados com essa política recessiva junto com mudanças no seguro-desemprego."
O ex-ministro José Dirceu, que presidiu a sigla entre 1995 e 2002 e foi cassado no escândalo do mensalão em 2005, retomou reuniões políticas e publicou em ontem seu blog, pelo segundo dia seguido, que o país caminha para uma forte recessão. Citou a redução de 1,4% para 0,3% na previsão de crescimento da economia brasileira neste ano feita pelo FMI e afirmou torcer "para que uma projeção drástica do FMI - de que teremos algum crescimento este ano - se confirme, porque tudo indica que o que vamos ter é uma recessão, e das bravas no Brasil este ano".
A Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT e presidida pelo ex-presidente do IPEA Marcio Pochmann, também destacou ontem, em texto do economista Guilherme Mello, que as medidas "podem afetar a defesa dos ganhos sociais e de empregos dos anos recentes, dado o impacto recessivo". O texto diz que o governo Dilma "parece ver-se obrigado a coadunar parcialmente com os argumentos mercadistas (em particular na esfera fiscal), apesar de manter a orientação de buscar sempre a preservação dos empregos e da renda".
Responsável pela estratégia do PT para as eleições, o secretário de Organização, Florisvaldo de Souza, defende que ainda é cedo para discutir os efeitos das ações do ministro da Fazenda. "É precipitado achar que vai ter impacto nas eleições", diz. " O mais importante é que Dilma não está mexendo nas áreas sociais, que são muito caras ao PT. E não vejo redução dos direitos dos trabalhadores", afirma. "Na verdade o governo está fazendo um ajuste para manter o emprego".
Um Levantamento do Valor nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o segundo turno mostra como é justificada a preocupação do PT com o que pode acontecere ao partido nos grandes centros. Nas cidades com mais de 200 mil eleitores, importantes como polos formadores de opinião e de criação de novas lideranças e por terem os maiores orçamentos, o partido registrou queda com relação à 2010.
Há cinco anos, a presidente Dilma Rousseff (PT) bateu José Serra (PSDB) por 20 milhões de votos a 17 milhões nas médias e grandes cidades. Agora, perdeu para Aécio Neves (PSDB) por 22 milhões a 19 milhões. Ou seja, teve um milhão de votos a menos, mesmo com o eleitorado destes locais crescendo cinco milhões.
O que a salvou a campanha à reeleição de Dilma foram as pequenas cidades, com menos de 200 mil eleitores, em que ela abriu 7 milhões de votos de vantagem em relação ao tucano no ano passado. A perda de influência nas grandes cidades já era sentida em 2012, quando o PT só não reduziu o eleitorado governado por vencer a disputa pela Prefeitura de São Paulo.
Defesa de Cerveró vai acusar Dilma.
(Valor) A defesa do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró vai seguir a mesma estratégia apresentada pelo ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli e responsabilizar o conselho de administração da companhia à época da compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, em 2006 - incluindo a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), que presidia o grupo na ocasião. Os advogados de Cerveró vão defender a aquisição, em parecer de 194 páginas preparado por um escritório de advocacia e que será citado por Cerveró em depoimento que deve ser dado hoje. A defesa irá argumentar que, diferentemente do apontado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a refinaria não dá prejuízo.
O parecer afirma que o conselho da Petrobras, na época composto por oito integrantes, além de Dilma, "reuniu-se na presença da maioria de seus membros" e aprovou por unanimidade "sem nenhum pedido de vistas ou adiamento" a aquisição da refinaria de Pasadena, e que esta registrou lucro líquido de US$ 63,8 milhões no primeiro trimestre de 2014. Segundo o TCU, as perdas somam US$ 792 milhões.
"Tudo isso começou quando a presidente Dilma declarou que adquiriu Pasadena em razão de um resumo executivo técnica e juridicamente falho por desconhecer as cláusulas put option [de saída] e Marlim [que garantia à Astra Oil, sócia da Petrobras, rentabilidade mínima de 6,9% ao ano mesmo com condições adversas de mercado]. Isso não é apenas uma declaração. As pessoas não notaram que isso era a confissão da presidente do conselho de administração da Petrobras na época de que o conselho descumpre o estatuto social da Petrobras", disse Ribeiro ao Valor ontem em Curitiba.
Segundo ele, o TCU foi induzido a erro em razão da declaração de Dilma. Ribeiro diz que a responsabilidade pela aquisição de Pasadena é exclusiva do conselho e, portanto, os integrantes do grupo - e não os diretores da empresa - deveriam ter os bens congelados porque falharam ao não examinar o contrato. "O estatuto social da Petrobras obriga o conselho, em caso de aquisição de ativos, a examinar o parecer técnico, o jurídico e a decisão da diretoria. São documentos obrigatórios para o conselho."
Os argumentos seguem a mesma linha da defesa de Gabrielli. O jornal "O Estado de S. Paulo" informou nesta semana que a defesa de Gabrielli sustenta junto ao TCU que os integrantes do conselho à época também sejam responsabilizados. Ribeiro diz que Gabrielli falha ao dizer que a responsabilidade da diretoria é "solidária" à do conselho: "A diretoria não tem responsabilidade, seguiu as diretrizes técnicas. E Pasadena não teve prejuízo. O relatório do TCU parte de premissas falsas". 
O parecer jurídico preparado pela banca fluminense Saddy Advogados foi juntado ao processo da Lava-Jato, em que Cerveró é réu em ação por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele está preso há uma semana na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, acusado de participar de esquema de propina em compra de sondas pela Petrobras. Seu advogado nega que Cerveró tenha cometido irregularidades.
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POSTADO POR O EDITOR ÀS 07:58:00

(Estadão) O juro básico sobe pela terceira vez seguida. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira, 21, a elevação da taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto porcentual. A decisão foi unânime.
Com a alta, a meta Selic chega a 12,25% ao ano - maior patamar desde julho de 2011, quando estava em 12,50% ao ano. O comunicado do Banco Central sobre a decisão foi curto e não contém mais a palavra "parcimônia", presente em comunicado anterior e que havia deixar o mercado confuso sobre os próximos passos do Copom.
A maior parte do mercado financeiro esperava a elevação de 0,5 ponto porcentual, de acordo com pesquisa Agência Estado. Uma fatia menor - 6 de 82 economistas consultados esperava uma elevação menor, de 0,25 ponto porcentual.
Essa é a terceira alta seguida da Selic, que ficou estacionada em 11% entre abril e outubro do ano passado, quando o BC surpreendeu o mercado e elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual apenas três dias após a reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Em 2014, a inflação oficial, medida pela Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 6,41%, abaixo do teto da meta de 6,5%.
POSTADO POR O EDITOR ÀS 19:49:00

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
22/01/2015 às 4:37
Pois é… Na terça-feira de madrugada, dia 20, escrevi um post cujo título era este:
No corpo do texto, repeti parte do título e avancei.
É claro que, para não variar, andei tomando algumas traulitadas, acusado de pessimismo e outras bobagens. Nesta quarta (21), Joaquim Levy, ministro da Fazenda, participou de um almoço com investidores em Davos, patrocinado pelo Banco Itaú. Disse prever um “crescimento flat” neste 2015. Ou por outra: a economia do país deve ter se expandido coisa de 0,3% no ano passado. Logo, este repetiria aquele, com a mesma melancolia.
Depois Levy concedeu uma entrevista. E aí falou aquela palavrinha que eu havia escrito na terça, para desaire dos puxa-sacos oficiais. Referindo-se a seu pacotaço fiscal, afirmou: “A gente pode ter um trimestre de recessão, e isso não quer dizer nada em relação ao crescimento. Tivemos trimestres de recessão recentemente. A gente teve recessão, deu uma melhorada, e é muito provável que a gente vá continuar subindo”.
Levy é, sim, um homem inteligente, embora eu não o considere um formulador de política econômica. Mas tem pouco traquejo para falar em público. Levada a sua fala ao pé da letra, a coisa não faz sentido. É claro que recessão “quer dizer alguma coisa em relação a crescimento”. Como ele mesmo disse, tivemos trimestres de recessão, e o resultado de 2014 é pífio. E, como se sabe, ainda não deu uma melhorada.
E isso tudo, note-se, antes do pacote recessivo. Assim, eu nada mais fiz do que antecipar o óbvio. Se o crescimento tendia a ser “flat” pré-pacote, é muito provável que haja uma recessão pós-pacote.
Levy deu a declaração porque, concorde-se ou não com ele, tem honestidade intelectual. Mas depois a marquetagem planaltina certamente entrou em ação. Horas mais tarde, ele procurou a imprensa para dizer que havia se expressado mal e que havia empregado de forma inadequada a palavra “recessão”. O certo, disse, seria “contração”.
Há uma querela técnica. Para que se tenha uma recessão, dizem alguns, é preciso que haja dois trimestres seguidos com resultado negativo, e Levy estaria se referindo apenas ao primeiro. Sei. Não sou economista — originalmente, nem Levy é. Lido apenas com lógica. Olho o conjunto de medidas do governo em 2014, com crescimento de 03%, e o conjunto de medidas de 2015 e mantenho o meu diagnóstico: haverá recessão neste ano. Tudo indica que Levy concorda.
Ele só não pode ser plenamente sincero em sua função, embora, nesse quesito, ele vença Guido Mantega por 10 a 1, não é mesmo?
Sim, há um forte cheiro de recessão no ar. E Dilma continua sumida.

21/01/2015 às 20:35
É… Às 16h55 desta quarta (21), um leitor do blog mandou esta mensagem para o blog.
Como se vê, ele informa que, segundo a página do Operador Nacional do Sistema, no dia seguinte ao apagão que atingiu 11 Estados e o Distrito Federal, o Brasil recorreu à importação de energia da… Argentina: 165 megawatts médios. É o relatório do ONS de terça, dia 20. Vejam os dados no quadro.

O relatório detalha o fornecimento:
Como se pode notar pelo relatório, entre 10h23 e 12h e 13h e 17h02, o fornecimento que veio da Argentina não foi pequeno: variou de 500 megawatts a 1.000 megawatts. Os 165, que constituem a média, consideram as 24 horas do dia. Houve momentos em que foi menor e até em que não houve transferência nenhuma.
A íntegra do relatório está aqui. Leiam lá. Verifiquem que, em quase todas as estações, a “geração hidráulica” de energia foi inferior ao programado, e a transferência de energia das subestações Sul, Nordeste e Norte para o Sudeste, superior ao programado.
A energia argentina veio por intermédio da estação de conversão Garabi II, que fica no Rio Grande do Sul. Brasil e Argentina mantêm um acordo, e um fornece energia ao outro em caso de crise. Pois é… Em tempos de águas gordas, os brasileiros é que costumavam socorrer os argentinos…
Chama a atenção o período de maior fornecimento da Argentina para o Brasil: verifiquem que estão fora do que era antes o período de pico de consumo.
Segundo Eduardo Braga, não houve problema no fornecimento de energia no apagão de segunda-feira (19). Tudo teria derivado de uma falha técnica. Sei… Vai ver o Brasil está pedindo socorro à Argentina porque, sei lá, uma pipa enroscou em alguma linha de transmissão ou, como disse a então ministra Dilma, em 2009, fomos colhidos por um inesperado raio.
O ministro Braga pediu ajuda a Deus e acabou mesmo aceitando favor de argentino… O mais curioso é que ele concedeu uma entrevista explicando as medidas adotadas para enfrentar o problema e, ora vejam, omitiu essa informação.

21/01/2015 às 16:42
Por Laryssa Borges, na VEJA.com:
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o ministro do STF, Luiz Fux, são homenageados pelo Ministério Público Estadual do Paraná, através de seu procurador-geral, Gilberto Giacoia. Janot não quis comentar a apresentação das denúncias da operação Lava Jato. Fux, ao contrário, comentou sobre a operação que investiga o escândalo dos contratos da Petrobras – Juca Varella/Folhapress
Diante do risco real de serem declaradas inidôneas e acabarem impedidas de firmar contratos com a administração pública, as construtoras Camargo Correa, Engevix, Galvão Engenharia, OAS, Mendes Junior, Iesa, Queiroz Galvão e UTC-Constran, citadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, já procuraram a Controladoria-geral da União (CGU) para começar a negociar possíveis acordos de leniência. Esses acordos funcionam como uma espécie de delação premiada para as empresas e as obrigam a fornecer todos os detalhes da trama criminosa que lesou os cofres da Petrobras.
Ao firmar a leniência, as empresas se dispõem a repor todo o prejuízo causado, devolver parcelas de sobrepreço que receberam, repactuar o contrato para colocá-lo nos níveis legítimos de preço, além de revelar o nome de quem recebeu as propinas e o modus operandi do esquema. Em troca, podem ficar livres de serem declaradas inidôneas nos processos administrativos já abertos contra cada uma delas na CGU e, com isso, seguem autorizadas a disputar futuros contratos com o governo.
Embora também possam negociar acordos com o Ministério Público Federal ou com o Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade), as tratativas com a Controladoria são consideradas cruciais para as companhias porque a inidoneidade se reflete no caixa das empresas, que passam a minguar com a possibilidade de proibição de firmar novos contratos. É o que ocorre com as construtoras Gautama e Delta, impedidas de contratar com a administração pública após terem participado de esquemas de corrupção em obras públicas. Os acordos de leniência com as empreiteiras citadas na Lava Jato, se confirmados, serão feitos individualmente – cada companhia colocará na mesa de negociações os dados que pretende compartilhar com o poder público. 
Independentemente das negociações administrativas em tramitação na CGU, o processo judicial contra a cúpula das construtoras continua normalmente na Justiça Federal do Paraná. Com isso, é possível que judicialmente empreiteiros sejam condenados pelo juiz Sergio Moro e que as empresas continuem a celebrar contratos com o governo.
De acordo com a Lei Anticorrupção, os acordos de leniência também devem exigir a adoção, pelas empresas, de políticas de governança e prevenção a fraudes. Caso as empreiteiras não concordem em revelar todos os detalhes do esquema do petrolão ao governo, a mesma lei prevê como punição, ao final do processo, além da declaração de inidoneidade, a aplicação de multas sobre o faturamento das empresas e até o fechamento da companhia.
STJ
A ministra Laurita Vaz, vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou nesta quarta-feira (21) liberdade ao diretor-presidente da construtora Camargo Corrêa, Dalton Avancini, ao presidente do Conselho de Administração da companhia, João Ricardo Auler, e ao diretor vice-presidente da empreiteira, Eduardo Leite. Os três estão presos preventivamente desde novembro na carceragem da Polícia Federal em Curitiba por envolvimento com fraudes e lavagem de dinheiro envolvendo contratos com a Petrobras. Em dezembro, o juiz Sergio Moro, responsável pelos processos decorrentes da operação Lava Jato na primeira instância, aceitou denúncia contra os três por participação no escândalo do petrolão.
De acordo com as investigações feitas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, o cartel de empreiteiras incluía a OAS, Odebrecht, UTC, Camargo Corrêa, Techint, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Promon, MPE, Skanska, Queiroz Galvão, IESA, Engevix, SETAL, GDK e Galvão Engenharia e teria atuado de 2006 a 2014 nas maiores obras do país, como a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). “As empreiteiras, reunidas em algo que denominavam de ‘Clube’, ajustavam previamente entre si qual delas iria sagrar-se vencedora das licitações da Petrobras, manipulando os preços apresentados no certame, com o que tinham condições de, sem concorrência real, serem contratadas pelo maior preço possível admitido pela Petrobras”, relatou o juiz em sua decisão.

NO O ANTAGONISTA
Os vilões do Petrolão
Brasil 22.01.2015
A Folha de S. Paulo, hoje, diz que as empreiteiras querem culpar a Petrobras pelo esquema de corrupção revelado durante a Operação Lava Jato.
A estratégia de defesa foi explicitada pelos advogados da UTC, segundo os quais "a prova de que a Petrobras detinha o total controle das regras é o comunicado em que a estatal proibiu, no fim de 2014, 23 construtoras de participarem de licitações".
Na verdade, os maiores responsáveis pelo Petrolão não são nem as empreiteiras, nem a Petrobras. O esquema foi montado para enriquecer os partidos políticos. E quem o orquestrou foi o governo. Ou melhor: os dois governos, o de Lula e o de Dilma Rousseff. São eles os vilões.
As empreiteiras sabem perfeitamente disso, mas até agora, como acrescenta a Folha de S. Paulo, "nenhum dos executivos quis apontar nessa direção, porque as empresas ainda tentam manter sua capacidade de contratar com o setor público, por meio de acordos de leniência".
Resumindo: se Dilma Rousseff salvar as empreiteiras, as empreiteiras salvam Dilma Roussef.
Os trapaceiros escondem suas cartas

Brasil 22.01.2015 
Evo Morales, em seu discurso de posse, prometeu acabar com o capitalismo e retornar ao mundo pré-colombiano, quando ainda se acreditava que a Terra fosse plana. Dilma Rousseff antecipou-se a ele e criou o Brasil flat.
A flat earth do PT

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