DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
A força-tarefa que desmantelou a roubalheira na Petrobras, no âmbito da Operação Lava Jato, considera inescapável o depoimento do ex-presidente Lula sobre fatos investigados, reforçados em depoimentos sob delação premiada. Discute-se a maneira mais adequada de ouvir o depoimento de Lula, que em princípio ainda não é um investigado. O esquema corrupto começou em 2005, durante seu primeiro governo.
Lula pode ser intimado a depor na Polícia Federal em São Paulo, onde mora, ou convidado a prestar esclarecimentos em local de sua escolha.
Oficialmente, a assessoria de imprensa da PF afirma desconhecer gestões no sentido de agendar o depoimento de Lula.
Em depoimento sob delação premiada, em outubro, o megadoleiro Alberto Youssef garantiu que Lula e Dilma Rousseff “sabiam de tudo”.
O ex-presidente Lula agia como se mandasse no dinheiro do Petrolão. O doleiro Alberto Youssef contou à Justiça que certa vez ele mandou o então presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, orientar a empreiteira Camargo Correa fazer pagamentos à agência de propaganda Muranno.
Continua sem freio a farra dos cartões corporativos no governo federal. Os gastos de Dilma e de ministros agora são secretos, mas escalões inferiores seguem o mau exemplo dos chefes. José Ademar Araújo, funcionário do IBGE, usou o cartão para pagar despesa de R$ 83,51 no motel Oasis, em Macaíba (RN), em abril deste ano. Há outros casos de gastos em motel realizados com a mesma forma de pagamento.
Nestor Santorum, da Presidência da República, pagou com cartão R$ 114 no motel Holliday, em Ananindeua (PA), em novembro de 2011.
No governo Lula, pagaram-se resorts de luxo, cabeleireira, bebidas, etc, e até tapioca (do ex-ministro do Esporte Orlando Silva) com cartão.
Lula alegou “segurança nacional” para tornar secretos os gastos com o cartão. Até auditores do TCU têm acesso dificultado às despesas.
Após o megadoleiro Alberto Youssef afirmar na Justiça Federal que “só se salvam dois no PP”, Paulo Maluf (SP), aplicou nova camada de Óleo de Peroba no rosto e foi logo dizendo: “E eu sou um deles!”.
…quem diria que a melhor arma da ex-guerrilheira Dilma para salvar seu governo seria o que ela chama de “neoliberal” Joaquim Levy.

NO DIÁRIO DO PODER
PETROLÃO
DE NOVO ATRASADA, CGU ANUNCIA AÇÃO CONTRA COMPRA DE PASADENA
SÓ AGORA, 9 MESES DEPOIS, CGU PROCESSA RESPONSÁVEIS POR PASADENA
Publicado: 15 de dezembro de 2014 às 8:12 - Atualizado às 8:13
Nove meses depois da deflagração da Operação Lava Jato e pelo menos um ano e meio após as primeiras denúncias da compra superfaturada da refinaria de Pasadena (Texas), nos Estados Unidos, o ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, afirmou que a Controladoria “vai processar os responsáveis” na Petrobras. O ministro revelou ao programa Fantástio que o relatório concluído pela CGU na semana passada confirmou o que todos já sabiam: houve prejuízo para a estatal e para o País na transação.
Criada para prevenir a corrupção, daí sua denominação, a Controladoria-Geral da União (CGU), comandada pelo velho militante petista Jorge Hage, somente toma providência a reboque de denúncias já tornadas públicas e objeto de investigações na Justiça, no Ministério Público Federal e na Polícia Federal. No caso da Lava Jato, a CGU permaneceu à margem durante meses, enquanto se seguiam as espantosas revelações sobre o maior escândalo de ladroagem da História.
“O relatório está concluído, foi concluído essa semana, a Petrobras já se manifestou sobre ele. Infelizmente não podemos aceitar a maioria das justificativas, estamos confirmando que houve prejuízo e estamos abrindo os processos contra os responsáveis”, afirmou Hage ao Fantástico.
A conclusão da Controladoria é diferente da revelada pela CPMI da Petrobras no Congresso, que em relatório final divulgado na semana passada, afirmou que mesmo que tenha ocorrido pagamento de propina na compra da refinaria de Pasadena, tal compra ocorreu dentro dos parâmetros do mercado.
O ministro afirmou que o Brasil pode baixar os níveis de corrupção e ressaltou que a impunidade no País “começou a acabar”. “A corrupção causa males em todos os níveis e em todos os tamanhos. Não importa que ela seja de bilhões ou que ela seja alguns milhares lá na ponta, em uma prefeitura onde nós costumamos fiscalizar”, disse Hage. O ministro pediu demissão da CGU e deve deixar o cargo no dia 31 de dezembro.

JUIZ DA LAVA JATO DIZ QUE É PRECISO PREVENIR E REPRIMIR CORRUPÇÃO
JUIZ DA LAVA JATO LEMBRA QUE A CORRUPÇÃO É FATAL ATÉ PARA DEMOCRACIA
Publicado: 15 de dezembro de 2014 às 7:48 - Atualizado às 8:14

sergio moro
“A investigação e a persecução não têm cores partidárias”, afirmou o juiz federal Sérgio Moro no despacho em que aceitou na sexta feira, 12, a primeira denúncia criminal da Operação Lava Jato contra o braço empresarial do esquema de corrupção e propina na Petrobras, comandado pelo PT, PMDB e PP.
Neste primeiro processo nove são os acusados, entre eles executivos da Engevix Engenharia – uma das 16 empresas do cartel alvo dos investigadores. No esquema, por meio de diretores indicados pelos partidos políticos, cobrava-se propinas de 1% a 3% sobre o valor dos grandes contratos da estatal petrolífera.
“A reação institucional, observado o devido processo, incluindo os direitos do acusado, não é uma questão de política, mas de Justiça na forma da lei”, alertou Sérgio Moro, ao defender as apurações da Lava Jato.
Segundo o juiz federal, o caso trará benefícios maiores que o “ônus momentâneos” podem trazer para a imagem da Petrobrás. “O processo também não se dirige contra a Petrobrás. A empresa estatal é vítima dos crimes. A investigação e a revelação dos malfeitos, embora possam acarretar ônus momentâneos, trarão benefícios muito maiores no futuro a ela”, avalia o juiz federal.
“Não há alternativa além da prevenção e da repressão à cultura da corrupção, fatal a qualquer empresa, privada ou pública, e à própria democracia”, assinalou o juiz Sérgio Moro.
O juiz da Lava Jato mandou um recado direto aos que tentam enfraquecer as investigações. “Reitero que o processo seguirá independentemente de considerações de outra natureza, como há de ser.”
Ao tratar dos motivos que o levaram a liberar o acesso ao processo, Moro lembrou que os dois candidatos às eleições presidenciais em 2014, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) defenderam a importância da investigação sobre os escândalos que abalaram a Petrobrás.
“A investigação e a persecução na assim denominada Operação Lava Jato, como já apontei anteriormente, inclusive receberam apoios expressos de elevadas autoridades políticas de partidos opostos, como da Exma. Sra. Presidenta da República, Dilma Roussef, e do Exmo. Sr. senador da República Aécio Neves.”
Moro citou ainda o senador Pedro Simon. “Mais recentemente, (a Lava Jato) foi elogiada em discurso memorável do honrado Senador da República Pedro Simon, homem público respeitado por todas as agremiações políticas e por toda a sociedade civil.”
Segundo o juiz, “a prevenção e a repressão à corrupção, ao crime organizado e à lavagem de dinheiro são necessárias para o fortalecimento das instituições democráticas dentro de um governo de leis”. 
(Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, e Fausto Macedo)

NO BLOG DO JOSIAS
O dinheiro, como se sabe, não traz felicidade. Mas isso jamais chegou a ser tratado pelos milionários como uma questão financeira realmente relevante. A Operação Lava Jato subverteu a ordem natural das coisas. O poder econômico é um dos fatores que esticam a hospedagem compulsória dos executivos de grandes empreiteiras nas dependências da subsidiária curitibana do PF’s Inn.
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Operação Lava Jato da PF79 fotos

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11.dez.2014 - O procurador da República no Paraná, Deltan Martinazzo Dallagnol, explica esquema de lavagem de dinheiro durante coletiva de imprensa do Ministério Público no Paraná, nesta quinta-feira, em hotel no centro de Curitiba, sobre denúncias contra investigados na sétima fase da Operação Lava Jato. O MP denunciou 35 suspeitos de participação no esquema de corrupção na Petrobras. Eles foram denunciados pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilhaLeia mais Geraldo Bubniak/ Estadão Conteúdo
Alega-se que, soltos, os endinheirados —alguns com conta no estrangeiro— poderiam fugir. No caso de um dos presos, José Aldemário Pinheiro, vulgo Leo Pinheiro, até a mobilidade aérea foi mencionada como motivo para a permanência no xilindró. Presidente da OAS, Leo dispõe de um jatinho particular.
Na contabilidade da Polícia Federal, o mandachuva da OAS voou 11 vezes para o estrangeiro entre junho e outubro. Passou por cidades como Nova Iorque, Joanesburgo, Madri e Buenos Aires. A conta não inclui uma viagem para o Peru, que Leo fizera às vésperas de ser preso, em novembro.
Advogado de poderosos, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, foi um dos primeiros a notar que a grande jurisprudência não-escrita do país começa a ser invertida. “Antes, dizia-se que cadeia no Brasil era para pobre, preto e puta. Agora é o seguinte: fica preso quem tem dinheiro.”
No mensalão, os abastados do núcleo financeiro do Banco Rural também estão em cana. Mas só perderam a liberdade após a conclusão do julgamento. No Petrolão, o juiz Sérgio Moro como que antecipou o castigo. O pessoal das empreiteiras receia ser condenado preso, sem direito de recorrer em liberdade.
Espraiou-se pela hospedaria da PF em Curitiba uma nova moléstia: a ‘Morofobia’. Os mensaleiros sem mandato parlamentar guerrearam sem sucesso para que seus processos fossem julgados na primeira instância do Judiciário. Os petro-réus pegam em lanças para levar seus casos ao STF. Preferem enfrentar a bala de prata da última instância a esperar na cadeia por uma sentença passível de recurso.
Para desassossego dos presos, o ministro Teori Zavaski, do STF, indeferiu na semana passada 11 pedidos de liberdade. Significa dizer que os presos, habituados à vida faustosa, terão de passar o Natal nas celas coletivas de 6m² do PF’s Inn — sem tevê, dormindo em colchonetes rentes ao chão e com apenas uma hora de banho de sol por dia.
Mantido esse ritmo, haverá uma revolução no sistema prisional brasileiro. As próprias empreiteiras terão interesse em aperfeiçoar os projetos das cadeias. Logo, logo as instalações carcerárias incorporarão facilidades própria de condomínios fechados. Naturalmente, sem superfaturamento.

NO BLOG DO ALUIZIO AMORIM
Curitiba e São Paulo - O ex-gerente de Marketing da Diretoria de Abastecimento da Petrobrás Geovanne de Morais, citado pela geóloga Venina Velosa da Fonseca como responsável pelos pagamentos de serviços não prestados, foi um dos contatos da agência de propaganda e marketing Muranno Brasil, investigada pela Operação Lava Jato. Ela foi paga em 2010 com dinheiro do esquema de cartel, corrupção e propina movimentando por Alberto Youssef. Em sua delação premiada, o doleiro disse que a ordem de pagamento foi dada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao então presidente da estatal petrolífera, José Sérgio Gabrielli.
O ex-presidente da estatal, indicado politicamente por Lula, é do PT da Bahia e próximo do ex-gerente de marketing Geovanne de Morais, que foi acusado pela ex-gerente da área de Abastecimento Venina Fonseca. Ela afirmou ao jornal Valor Econômico ter alertado a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, das irregularidades nos contratos de marketing da estatal, acusando pagamentos de serviços não prestados e excessos de gastos.
A Muranno Brasil é alvo de um inquérito aberto pela Polícia Federal, após seu nome aparecer nos pagamentos feitos por Youssef com recursos desviados da Petrobras via contratos da Camargo Corrêa – construtora acusada de cartel. Foram feitos pagamentos que totalizaram R$ 1,7 milhão entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011 para a Muranno.
Segundo Youssef afirmou em sua delação premiada, a agência de propaganda era contratada pela Petrobras com dinheiro não contabilizado e tinha dívidas a receber. Seu dono, o empresário argentino Ricardo Marcelo Villani, estaria pressionando o governo Lula para obter os valores atrasados. Ele teria ameaçado denunciar os esquemas de corrupção e propina na estatal, que virou alvo da Operação Lava Jato e era controlado pelo PT, PMDB e PP – mas que abasteceu também o PSDB e o PSB.
Youssef revelou que Lula soube da ameaça, na época, e determinou a Gabrielli que usasse o dinheiro “das empreiteiras” para resolver o assunto. “Lula ligou para o Gabrielli e falou para ele resolver essa merda”, contou Youssef. Gabrielli teria sido orientando a procurar Costa na área de Abastecimento para quitar a dívida.
Costa acionou o operador do esquema de propina e pediu que fosse acertada a dívida. Youssef confirmou que providenciou o pagamentos de R$ 1,7 milhão. Villani também disse que em 2010 foi procurado pelo doleiro, após os pedidos para receber os valores da estatal feitos ao ex-diretor de Abastecimento.
Confissão
Villani nega ter ameaçado denunciar o esquema alvo da Lava Jato, mas confirmou que prestava serviços para a Petrobras, por meio do ex-gerente de Comércio de Álcool e Oxigenados Sillas Oliva Filho e pelo ex-gerente de Marketing da Diretoria de Abastecimento, sem ter contrato. O serviço seria a divulgação da marca da estatal em eventos da Fórmula Indy, nos Estados Unidos, entre 2004 e 2008.
“Silas sugeriu que ele bolasse uma estratégia de marketing de relacionamento”, diz Villani, sobre a criação da Muranno para os serviços na Indy. “Que o declarante ‘bolou’ um projeto e fez um orçamento para a gerência de comunicação de Abastecimento da Petrobrás, cujo gerente era Geovanne.” Do site Diário do Poder


NO BLOG DO CORONEL
Novos documentos comprovam denúncias de Venina e os motivos para que os corruptos da Petrobras determinassem seu exílio em Cingapura.
Documentos internos da Petrobras e mensagens encaminhadas por Venina Velosa da Fonseca, a geóloga que denunciou irregularidades, revelam que a diretoria atual não impediu um esquema de desvio de milhões de reais da companhia. Relatórios mostram que negociadores de óleo combustível de navio que atuam em Cingapura e em outros escritórios da estatal no Exterior cobram comissões extras elevando os preços à Petrobras. Apesar das denúncias, esses "traders" não foram descredenciados até hoje. No entanto, a estatal afastou Venina do cargo e cortou o seu salário em aproximadamente 40% de seus vencimentos. 
Documentos aos quais o Valor teve acesso mostram que foi constatada a existência de um esquema de desvios envolvendo negociadores de óleo combustível de navio que atuam em Cingapura e em outros escritórios da estatal no Exterior. Os "traders" detêm privilégios na estatal e, mesmo quando constatadas as irregularidades, não sofreram as penalidades aplicadas pelas demais empresas do mercado. Em vez de serem descredenciados para não mais negociarem com a empresa, eles receberam suspensões por curtos períodos e voltaram a trabalhar.
Venina deverá depor nos próximos dias, em Curitiba, a autoridades que conduzem a Operação Lava-Jato, quando deverá apresentar detalhes dessas denúncias.
Em nota à imprensa enviada na noite de sexta-feira (12), a companhia informou que "após resultado do grupo de trabalho constituído em 2012, a Petrobras aprimorou os procedimentos de compra e venda de bunker (combustível de navio), com a implementação de controles e registros adicionais". "Com base no relatório final", continua a nota, "a companhia adotou as providências administrativas e negociais cabíveis". "A Petrobras possui uma área corporativa responsável pelo controle de movimentações e auditoria de perdas de óleo combustível, que não constatou nenhuma não conformidade no período de 2012 a 2014", concluiu a estatal.
Mas relatórios internos concluídos recentemente mostram que a companhia sofre perdas nas negociações em preços de combustível de navio, na contratação de afretamentos e até no momento de descarregamento de petróleo. No segmento de produtos escuros - jargão do setor para bunkers e óleo combustível - foram verificados desde descontos anormais a apenas alguns clientes privilegiados até venda abaixo do preço de mercado e recompra a preço acima do mercado, no mesmo dia.
A apuração dessas práticas foi feita por Venina no período em que ela comandou a unidade de Cingapura, entre fevereiro e novembro deste ano. A geóloga determinou a contratação de um escritório de advocacia naquele país que obteve cópias de mensagens trocadas entre os "traders". O objetivo era romper com o esquema.
Numa dessas mensagens, um negociador de uma grande trading, sob o codinome de "Coco Prontissimo", diz a outro negociador credenciado da Petrobras que só ele poderia "proteger o negócio". Em outra mensagem, esse representante da trading internacional admite que terá que pagar comissão extra ao "trader" da Petrobras, identificado como Daniel Filho. Os diálogos foram considerados pelo escritório contratado por Venina como forte evidência ("strong evidence") de que a Petrobras estava sendo prejudicada pelos "traders".
A geóloga criou comissões de apuração do esquema, chamadas de grupos de trabalho, e encaminhou relatórios sobre o assunto a seus superiores. Mesmo assim, a Petrobras manteve a atuação dos "traders" suspeitos. Ela recorreu, então, ao novo gerente executivo da área, Abílio Paulo Pinheiro Ramos. Ele é subordinado imediato de José Carlos Cosenza, o diretor de Abastecimento que preside a comissão de apuração de irregularidades e que declarou na CPI mista da Petrobras, em outubro, que nunca ouviu falar de desvios na estatal.
Em 26 de abril de 2014, a geóloga encaminhou um longo e-mail a Abílio descrevendo as irregularidades com que se deparou na companhia, a começar pelas dificuldades durante a gestão de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, que foi preso na Operação Lava-Jato e resolveu delatar o esquema de desvio de dinheiro da estatal. Costa era o chefe imediato de Venina e as denúncias que ela fez de desvios na área de comunicação daquela diretoria e nos aditivos para a construção da Refinaria de Abreu e Lima fizeram com que fosse enviada para Cingapura, em fevereiro de 2010, onde pediram que não trabalhasse. 
Ao voltar, dois anos depois, a geóloga ficou cinco meses "numa sala sem nenhuma atribuição". Mandada novamente para Cingapura, Venina disse a Abílio que encontrou um "escritório inchado, totalmente desorganizado e sem controle".
No e-mail, a geóloga contou que havia problemas no segmento de "escuros". "Enviei parte do material em caráter confidencial e pedi uma reunião na primeira hora." Ao chegar para a reunião, Venina disse que havia mais gente do que o previsto, inclusive potenciais envolvidos nas práticas suspeitas. "Estavam presentes todos os gerentes, coordenadores e consultores da área. Um público grande para tratar do assunto", escreveu. Ela disse que o objetivo da reunião foi o de convencê-la que estava errada. "Em vão. As evidências eram inegáveis", afirmou Venina.
A primeira comissão de apuração, em Cingapura, ouviu empregados brasileiros e locais. A geóloga percebeu que o objetivo não era solucionar os problemas apontados por ela. "Fui procurada por um dos empregados locais que se dizia constrangido pelo seu depoimento não estar formalizado e que isso o exporia perante a legislação de Cingapura", disse. As leis daquele país equiparam a pessoa que sabe de um caso de corrupção à mesma situação do criminoso responsável pelo desvio de dinheiro.
Em seguida, foi feita uma auditoria e outra comissão de apuração, sem resultados práticos. Ela contou a Abílio: "Recebemos vários e-mails nos orientando a continuar negociando com as empresas envolvidas nas fraudes. Confesso que prontamente recusei a orientação. A partir daí passei a ser chamada de inflexível".
Após ser convocada para depor nas comissões de apuração de irregularidades de Abreu e Lima, a geóloga descobriu que pessoas informadas por ela de irregularidades, no passado, faziam parte dessas comissões. Em 19 de novembro, ela foi comunicada por Abílio que seria destituída de sua função no comando da unidade de Cingapura. Venina telefonou a Cosenza e enviou um e-mail para Graça Foster, a presidente da Petrobras. 
Graça respondeu que o caso dela seria tratado por Cosenza e Nilton Maia, chefe do Departamento Jurídico. A geóloga não recebeu o relatório sobre as causas de sua destituição e encaminhou uma notificação para a direção da estatal.
A Petrobras disse, em nota enviada na sexta-feira (12), que Venina "foi destituída da função de diretora presidente da empresa Petrobras Singapore Private Limited em 19 de novembro de 2014, após o que ameaçou seus superiores de divulgar supostas irregularidades caso não fosse mantida na função gerencial".
Na verdade, o que Venina fez, segundo demonstram documentos, foi pedir para voltar ao Brasil, pois estava em licença médica e precisava fazer exames no INSS para receber salário. Um DIP - Documento Interno da Petrobras - assinado por Abílio, em 3 de novembro de 2014, diz que a geóloga encontra-se "em missão de longa duração na Petrobras Singapore", onde exercia a função de gerente-geral. "Recentemente, a empregada manifestou interesse em antecipar o término de sua missão", continua o DIP, sublinhando que a missão estava prevista para terminar apenas em 30 de junho de 2015.
Após verificar que os problemas que apontou não seriam resolvidos, a geóloga foi diagnosticada com "transtorno de ansiedade" por uma clínica médica, em Cingapura. "Estou com meus ganhos reduzidos, meu retorno ao país impossibilitado e sofrendo claro assédio comprovado pelos atos e comunicados a mim enviados", disse a geóloga, num e-mail enviado, em 9 de dezembro de 2014, a Cosenza e a diretores da Petrobras Cingapura.
"O descumprimento dos procedimentos de meu retorno demonstram que estou sendo mantida doente no exterior por negativa dos meios de retorno ao Brasil. Se mantida essa posição, não só informarei o fato ao Ministério Público do Trabalho, ao sindicato e ao Judiciário, mas também à mídia", alertou a geóloga, que teve um corte de 40% em seu salário.(Valor Econômico)

Bruno Chabas resolveu atualizar a correspondência quando viu um recado de Zoe Taylor-Jones, advogado da SBM, empresa holandesa que possui US$ 27,6 bilhões em contratos de navios e plataformas marítimas com a Petrobras. Eles lideravam a equipe que há meses revolvia os arquivos da diretoria recém-demitida. Rastreavam pagamentos de US$ 102,2 milhões em propinas a dirigentes da Petrobras, intermediados pelo agente da companhia no Brasil Julio Faerman.
“Cavalheiros, sinto muito, mas esta é a última cereja do bolo”, ele escreveu a Chabas, presidente da SBM, e a mais quatro diretores, acrescentando: “Nós pagamos também a conta de telefone e de internet de Faerman”. Anexou uma fatura pendente de R$ 1.207,00 da operadora Sky. Era 1h35m da madrugada de terça-feira, 17 de abril de 2012. Com a agenda da manhã seguinte sobrecarregada pela auditoria, Chabas mandou uma resposta irônica antes de dormir: “Essa relação nunca pára de me surpreender”. 
Mais surpreendidos ficaram, dias atrás, os auditores e advogados do Tribunal de Contas da União, da Receita Federal e do Banco Central que analisaram para o Congresso a documentação dos negócios da Petrobras com a SBM. Comprovaram, por exemplo, que a diretoria da estatal subscreveu um contrato em branco para a construção do navio-plataforma P-57. Isso aconteceu na sexta-feira 1º de janeiro de 2008. 
O contrato de construção da P-57 (nº 0801.0000032.07.2), que chegou à CPMI, não contém “informação expressa sobre seu valor”, relataram os técnicos, por escrito, à Comissão Parlamentar de Inquérito. Na cláusula específica (“Quinta — Preço e Valor”), os campos simplesmente não foram preenchidos. Ficaram assim: 
“5.1 O valor total estimado do presente CONTRATO é de R$ xxxxx (xxxx), compreendendo as seguintes parcelas:
5.1.1 R$ xxxxx (xxxx), correspondente aos serviços objeto do presente CONTRATO, sendo R$ _____ ( ) referente a serviços com mão-de-obra nacional e R$ _____ ( ), referente a serviços com mão de obra não residente;
5.1.2 R$ xxxxx (xxxx), correspondente aos reembolsos contratualmente previstos”.
QUASE UM ANO DEPOIS
Somente 207 dias depois — ou seja, passados sete meses — é que “esses valores foram ‘preenchidos’”, registraram os assessores da CPMI. O “Aditivo nº 1” foi assinado na terça-feira, 26 de agosto de 2008, mas ainda sem especificar os valores completos dos serviços nacionais e estrangeiros. 
A plataforma P-57 foi vendida por US$ 1,2 bilhão à Petrobras. Por esse negócio, a SBM pagou US$ 36,3 milhões em propinas — o maior valor entre seus casos de corrupção no Brasil, como admitiu, em acordo de leniência com a promotoria da Holanda e o Departamento de Justiça dos EUA.
A empresa holandesa confessou ter distribuído US$ 102,2 milhões em subornos a dirigentes da Petrobras, entre 2005 e 2011. Assim, obteve 13 contratos de fornecimento de sistemas e serviços à estatal. Foram suas operações mais relevantes no país, durante os últimos cinco anos da administração Lula e no primeiro ano do governo Dilma Rousseff.
As propinas foram “para funcionários do governo brasileiro”, constataram a Receita e o Ministério Público da Holanda. Os pagamentos, segundo eles, fluíram a partir de empresas criadas pelo agente da SBM no Rio, Julio Faerman, no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas. Faerman controlava três (Jandell Investiments Ltd., Journey Advisors Co. Ltd. e Bien Faire Inc.) e partilhava outra (Hades Production Inc.) com o sócio carioca Luis Eduardo Barbosa da Silva.
Quem assinou o contrato da P-57 foi Pedro José Barusco Filho, que, na época, era gerente executivo da Diretoria de Engenharia e Serviços, comandada por Renato de Souza Duque. No mês passado, Barusco se apresentou à Procuradoria Federal. Entregou arquivos, contas bancárias e se comprometeu a fazer uma confissão completa em troca da atenuação de penalidades. Informou possuir US$ 97 milhões guardados no exterior, dos quais US$ 20 milhões na Suíça já estão bloqueados. Duque foi preso e depois liberado. Agora, enfrenta acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência com políticos do Partido dos Trabalhadores. Ele nega tudo. 
A Comissão Parlamentar de Inquérito identificou outros sete funcionários da Petrobras envolvidos no processo de compra da P-57. Eles são: Márcio Félix Carvalho de Bezerra; Luiz Robério Silva Ramos; Cornelius Franciscus Jozef Looman; Samir Passos Awad; Roberto Moro; José Luiz Marcusso e Osvaldo Kawakami.
Um ano depois da assinatura do contrato, a P-57 entrou no projeto de propaganda eleitoral do governo. Foi em outubro de 2009, quando Lula preparava Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, para disputar a eleição presidencial de 2010. O então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que é filiado ao PT, formatou um calendário de eventos. Escolheu o período entre o primeiro e o segundo turnos, em outubro de 2010, para o “batismo” da plataforma, sob a justificativa do 57º aniversário da estatal.
Era preciso, no entanto, garantir a entrega antecipada do equipamento. O diretor Duque e seu gerente Barusco recorreram ao agente da SBM no Rio. Faerman informou ser possível, mas a custos extras. Seguiu-se uma negociação com os funcionários Mario Nigri Klein, Ricardo Amador Serro, Antonio Francisco Fernandes Filho e Carlos José do Nascimento Travassos.
Em abril de 2010, Duque aprovou a despesa extraordinária pela antecipação da entrega da plataforma, apoiado por Barusco e outro gerente, José Antônio de Figueiredo. Lula comandou o “batismo” da plataforma em comício em Angra dos Reis (RJ), na quinta-feira 7 de outubro. A antecipação da entrega para o evento, em meio à disputa presidencial, custou à Petrobras um extra de US$ 25 milhões. A SBM enviou US$ 750 mil líquidos para empresas de Faerman nas Ilhas Virgens Britânicas. 
Tendo trabalhado por seis anos na estatal, nos anos 60, o agente da SBM no Rio conhecia como poucos os chefes, suas carreiras e as áreas de decisão na sede da Avenida Chile, no Centro. Mantinha encontros semanais com alguns. Havia um padrão de abordagem, relata um engenheiro da Petrobras, evitando citar nomes. Iniciante na estatal, nos anos 90, passou a receber sucessivos elogios de um executivo da SBM no Rio, por seu desempenho nas avaliações dos projetos de afretamento de sondas e plataformas, etapa decisiva na rotina pré-contratual. 
— Fiquei empolgado. Afinal, era um simples funcionário, estava começando e já recebia elogios de executivo de empresa de porte — contou. Um dia foi convidado para um jantar na Zona Sul. A conversa suave, regada a vinho, derivou para seu trabalho na seção de custos de afretamentos. Depois de escolher o prato, o funcionário da Petrobras escutou uma proposta do representante, conhecido como o “homem forte” da SBM. — Quero compartilhar com você parte da minha comissão — disse-lhe, apontando o dedo indicador para o alto, em alusão a eventuais lucros. O incômodo à mesa é inesquecível: — Não dormi naquela noite. Depois me convidaram várias vezes para trabalhar, até que desistiram. 
No início de 2012, quando rastreava propinas pagas no Brasil, o advogado da empresa holandesa Zoe Taylor-Jones perguntou a Faerman sobre sua rotina de contatos, presentes e propinas a funcionários da Petrobras. Ele negou, dizendo que se limitava a “enviar cartões de Natal”.
É certo que o agente da SBM no Rio mantinha uma rede de informantes no centro de decisões da estatal. Em junho de 2009, enviou a um dos chefes da companhia holandesa o projeto da Petrobras para criação de estações de liquefação de gás em alto-mar. “É informação muito confidencial nesse estágio e tem implicações muito sérias se alguma coisa vazar”, advertiu.
A cúpula em Amsterdã recebeu, também, uma cópia do “Plano Diretor do Pré-Sal”, classificado como “confidencial”, um mês antes de sua aprovação pela diretoria-executiva da Petrobras. O documento foi copiado com a senha “SG9W”, pertencente a Jorge Zelada, diretor Internacional. Ele admitiu, em audiência no Congresso, a propriedade, mas negou o repasse do plano do pré-sal. — A senha é como uma assinatura digital — lembrou o gerente de segurança da estatal, Pedro Aramis, em outra audiência. 
Neste domingo (14), a Petrobras divulgou nota lembrando que, há dez meses, “tem se empenhado em apurar todas as relações entre representantes da empresa e representantes da SBM Offshore, buscando evidenciar eventuais desvios de conduta”. Acrescentou que, nesse período, “uma Comissão Interna investigou todos os empregados que tiveram participação direta ou indireta nos processos de contratação com a SBM, independente da posição gerencial ou técnica, passada ou presente, na companhia”.
“Mesmo sem encontrar evidências de suborno” — prossegue — recomendou-se a continuidade da apuração “de indícios de atos impróprios”. As informações obtidas “foram encaminhadas às autoridades”, conclui a Petrobras. ( O Globo )

NO BLOG ALERTA TOTAL
Dilma: jogue Xadrez ou acabará no xadrez

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Dilma Rousseff, que ontem comemorou suas 67 primaveras com a família em Porto Alegre e voltou de tarde ao estresse de Brasília, precisa tomar decisões urgentes para assumir o segundo mandato sem o alto risco de ser derrubada. Para se tornar Presidente de verdade (e não presidenta ou 'presidanta') terá de resolver o dilema: ou comprova competência para governar conforme sua própria vontade ou admite que é incompetente por sua ignorância acerca de tanta corrupção próxima dela.
Dilma decretará a própria morte política, se não proclamar sua independência em relação ao criador Lula e ao PT. Dilma será diplomada para seu segundo mandato no próximo dia 18 pelo Tribunal Superior Eleitoral. Dali em diante, passado o Natal, terá de divulgar logo a escalação do novo-velho ministério. É vergonhosa a situação de indefinição sobre quem vai ser ou não indiciado pela Lava Jato. Ou Dilma passa a enxergar o jogo vários lances adiante, como em um jogo de Xadrez, ou corre risco de terminar, conivente com a corrupção que a cerca, candidata ao xadrez...
Na situação atual, Dilma está com a governabilidade em frangalhos. Até agora, apesar dos arroubos de velha guerrilheira, se comporta como refém do regime petista. A cúpula do PT faz questão de tratá-la falsamente. Para o público externo, Dilma é maravilhosa. Nos intestinos partidários, Dilma é alguém a ser expelida na hora que for conveniente. A nazocomunopetralhada faz a contagem regressiva para o milagroso retorno triunfal de Lula da Silva no distantíssimo 2018... Neste cenário de clausura, só Dilma pode se libertar, se sua coragem for real e o apelido de "Coração Valente" não tiver sido uma mera marketagem reeleitoreira.

O tempo ruge contra ela. A primeira decisão urgentíssima de Dilma (para anteontem) é sobre a Petrobras. Mesmo a contragosto, terá de sacrificar a diretoria, incluindo a amiga Maria das Graças Foster. O tsunami Venina envenenou a cúpula da empresa. Documentos comprovam que todos sabiam de tudo errado que acontecia por lá. Inclusive, a Presidenta da República. Sua característica centralizadora impede que não tenha pleno conhecimento do que acontece na estatal de economia mista da qual foi "presidente" do Conselho de Administração, e na qual a União é a acionista controladora.
Dilma precisa agir correndo. Se perder o timming, e não usar sua canetinha de condão do Diário Oficial, perderá o encanto. Fatalmente, tem tudo para acabar processada nos Estados Unidos. Destino trágico igual ao da amiga Graça, em situação muito além da desgraça. Em Nova York, já processam a empresa sete escritórios: Bronstein, Gewirtz & Grossman, Wolf Popper, Rosen Law Firm, Pomerantz Law Firm, Brower Piven, Khan Swick & Foti (KSF) e Glancy Binkow & Goldberg. Todos alegam que a Petrobras enganou os investidores ao emitir material falso e não revelar o “esquema interno multibilionário de corrupção e lavagem de dinheiro” que afeta a companhia desde 2006.
Dilma se vê forçada a substituir o comando da petrolífera, antes que o mercado cumpra a ameaça de fazer as ações ON e PN da Petrobras despencarem dos horríveis R$ 10 para apavorantes R$ 5 na BM&FBovespa. Pela cotação de sexta-feira passada (12), o valor de mercado da Petrobras era de R$ 127,04 bilhões. O pessimismo indica que pode se desvalorizar mais que os 45% acumulados desde setembro, quando valia R$ 229,72 bilhões. A primeira opção de Dilma é que Luciano Coutinho (que já é conselheiro de administração da Petrobras) troque o BNDES pela cadeira de Graça. Outro nome especulado é o de Henrique Meirelles, mas ele dificilmente deixará a holding da JBS-Friboi par entrar nesta desgastante furada.
A situação da Petrobras é melodramática. O que o mercado pode pensar de uma companhia, vendida em prosa e verso como orgulho do povo brasileiro, que tem nada menos que 8.298 funcionários de saco cheio, aderindo a um Plano de Incentivo à Demissão Voluntária? A coisa é tão feia que um dos demissionários é um dos homens de confiança da Graça Foster, responsável pelo coração da empresa, a diretoria de Exploração & Produção. O gerente executivo do E&P Pré-sal, engenheiro Carlos Tadeu Fraga, pediu para sair...
Aliás, além dos escândalos bilionários de corrupção envolvendo a estatal e as maiores empreiteiras do Brasil, a conjuntura mundial também joga contra a Petrobras. A queda no preço do barril de petróleo - que pode ser boa para e economia brasileira - torna inviável a exploração econômica do pré-sal - que Lula da Silva marketou, irresponsavelmente, como a "arábia saudita brasileira". Este negócio não é economicamente lucrativo com a cotação do ouro negro abaixo de US$ 70. Suhail al-Mazrouei, ministro de Energia dos Emirados Árabes Unidos, falando em nome da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), já adverte que os preços da commodity podem cair para até US$ 40 o barril.
Para piorar o caos, a não divulgação do balanço trimestral da Petrobras alimenta a desconfiança do mercado. Se a diretoria da Petrobras não for trocada rapidamente, numa prova de que o governo pretende dar uma guinada na gestão da empresa, a tendência é desvalorização. Neste cenário, quem corre risco é a União. Os mega investidores estão prontos para adquirir ações ON da estatal na bacia das almas, a preço de banana. O golpe seguinte é comprar a dívida da empresa para forçar o governo a abrir mão do controle acionário. Se uma mudança radical não ocorrer, Dilma entrará para a História como a 'Presidanta' que privatizou a Petrobrás...

Dilma tem muitos problemas e só uma solução. Romper com seu passado de equívocos. Precisa mudar, viver o momento presente e vislumbrar o futuro. Infelizmente, a mudança é complicada e complexa. Além de ser refém do esquema PT-PMDB, Dilma é prisioneira de suas próprias convicções ideológicas. Seu DNA é autoritário, com foco centralista. Sua visão é Capimunista, focada no Estatismo supostamente desenvolvimentista. Pratica as ideias fora do lugar do Foro de São Paulo por pragmatismo. Dilma é essencialmente uma brizolista. 
Como boa caudilha, Dilma foi formada para guerrear. Na luta armada, aprendeu a ser estrategista de guerra - e não uma negociadora pacífica. Tem nervos de aço e sangue frio para agir e obter o que deseja. Ela prefere conseguir tudo na base do grito. Comporta-se como um general sem farda, mas sem tropa. Prefere se movimentar em cúpulas e grupos muito fechados, quase panelinhas. Com estes pouquíssimos "amigos" consegue ser amável. Com os outros joga pesado. Impõe sua vontade, sem se importar em desagradar.
Fora do restrito círculo íntimo, Dilma age como uma doberman. Além de agressiva é revanchista e reacionária. Desconfia de quase todos. Como tem poucos amigos - aos quais parece ser fiel - tende ao isolamento político. Tem compromisso consigo mesma e com o projeto esquerdista no qual acredita. Dilma é daquelas mulheres que ama ter poder. Dinheiro para ela é secundário. Só um homem faz a cabeça dela: o ex-marido Carlos Araújo. Ele a aconselha em decisões cruciais. Deve ter cumprido o papel neste final de semana de aniversário, quando até as mais duronas almas ficam sensíveis.
Só Dilma tem a chance de se libertar. A tendência é não seguir tal conselho. Mas tem poder para isto. A canetinha mágica do Diário Oficial tem poderes inimagináveis em uma republiqueta imperial. A vontade da rainha depende muito dela mesma. Se jogar direitinho o Xadrez do poder, vira o jogo. Se não virar, rompendo agora com o Cartel Tupiniquim, vai acabar no xadrez, afundando junto com o PTitanic.
Dilma tem um problemaço. Embora seja comandanta em chefa das forças armadas, os militares a odeiam. Se houver um movimento para derrubá-la, os milicos podem não aderir ao golpe. No entanto, farão um mínimo esforço para salvá-la. Sem o poder fardado, Dilma fica fadada a ser derrubada, se persistir na rota equivocada de fazer mais um mandado apenas para devolver a varinha de condão do DO para Luiz Inácio Lula da Silva - aquele que cultiva a ilusão de ter sido seu criador e suposto adestrador.
A Criatura tem poucos dias, até o final do ano e a posse no novo mandato para se mexer e blindar na casa certa. Se errar no Xadrez, terminará no xadrez - mais conhecido como xilindrô de Palácios como o da Papuda... O tempo ruge contra Dilma... Se não trair o PT, pode terminar "justiçada" por ele...
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