DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
A presidenta Dilma não teve sequer um único despacho com 11 de seus 39 ministros, em 2014, e outros seis ministros foram recebidos uma única vez, cada. Ministros de áreas fundamentais, como Previdência e Trabalho, foram solenemente ignorados por Dilma, cuja agenda não esconde o preferido: Aloizio Mercadante teve três reuniões à frente da Educação e outras 15 já como ministro-chefe da Casa Civil.
Com mais prestígio que quase todos os ministros, Marcelo Odebrecht, dono da empreiteira favorita do PT, foi recebido duas vezes no Alvorada.
O presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (RN), articula com o vice Michel Temer e o líder do PMDB, Eduardo Cunha, para assumir o comando do Ministério da Integração. Alves, que perdeu a disputa pelo governo potiguar, é “dono” de feudo no Departamento de Obras contra Seca (DNOCS), onde indicou os três últimos diretores. Um deles, Elias Fernandes, foi acusado de desvios de R$ 192 milhões, em 2012.
Quando surgiram denúncias, Henrique Alves desafiou Dilma a “contrariar o maior partido do Brasil”. Resultado: ela demitiu Elias.
O Senado vai gastar R$272,7 mil em café de primeira, até novembro de 2015. A preço de boteco, R$3 cada, dá para quase cem mil cafezinhos.
Mais de 37% das doações à campanha da ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT) ao governo do Paraná foi de empreiteiras, incluindo enroladas na Lava Jato, UTC e Queiroz Galvão: foram R$ 7,8 milhões, no total.
No embalo da mudança de cargos, quatro ministros saíram em viagens oficiais: Pesca, Desenvolvimento, Trabalho, e Ciência e Tecnologia. Este vai à China para lançamento de satélite que costuma dar chabu.
Em meio à reforma ministerial, sumiram os interlocutores do governo Dilma para articular votações no Congresso. Cotado para Comunicação, o ministro articulador Ricardo Berzoini não dá as caras.
Nome especulado para ocupar o Ministério da Integração, o governador do Ceará, Cid Gomes, está mais empenhado em garantir boquinha, em dólar, no Banco Interamericano de Desenvolvimento em Nova York.
Se o plano plurianual da família Gomes der certo, Cid vai para o BID e Lúcio assume o ministério da Integração ano que vem, enquanto Ivo e Ciro se acertam para levar prefeituras de Sobral e Maracanaú em 2016.
A Petrobras é uma empresa de petróleo ou de limpeza de fossas?

NO DIÁRIO DO PODER
TRANSPETRO DEIXA O CARGO EM DEFINITIVO
SERGIO MACHADO NÃO VOLTARÁ À TRANSPETRO, COMO ANTECIPOU A COLUNA CH.
Publicado: 30 de novembro de 2014 às 10:37 - Atualizado às 10:58
Por: Redação
Graça disse que foi Machado quem pediu o afastamento temporário e que caberá a ele a decisão de retornar.
O presidente licenciado da Transpetro, Sergio Machado, vai mesmo deixar definitivamente nesta semana o comando da subsidiária da Petrobras. A informação foi revelada em primeira mão na coluna do jornalista Claudio Humberto, do Diário do Poder.
Sergio Machado foi envolvido pelo ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa em um esquema de corrupção na estatal petrolífera investigado pela Operação Lava Jato. A presidência da Transpetro, no entanto, deve continuar sob influência do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Machado se licenciou no dia 3, logo após a PriceWaterhouseCoopers, que audita o balanço da petroleira, ter se recusado a assinar o documento caso o presidente da Transpetro permanecesse no cargo. Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, no Paraná, Costa disse que recebeu R$ 500 mil em dinheiro das mãos de Machado, como parte do esquema de pagamento de propina envolvendo a Petrobrás. Até agora, ele é o único dirigente do atual comando da estatal e subsidiárias que teve o nome relacionado diretamente ao esquema de propinas.
Anteontem, promotores do Ministério Público do Rio ouviram como testemunha o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que cumpre pena domiciliar na capital fluminense, em outro inquérito, de 2010, que investiga a “evolução patrimonial incompatível com a renda do presidente da Transpetro”.
Com a saída definitiva do executivo, o comando da Transpetro entrou na cota de negociação da presidente Dilma Rousseff para garantir apoio no Congresso no segundo mandato. Após negociações, o governo decidiu manter o cargo na cota do grupo de Renan, que era padrinho político de Machado.
Empresas contratadas pela Transpetro financiaram a campanha de Renan ao Senado em 2010. A SS Administração e Serviços e a Rio Maguari Serviços e Transporte Rodoviário, que vão construir 20 barcaças destinadas ao transporte de etanol em São Paulo, doaram R$ 400 mil ao PMDB de Alagoas três meses antes de vencerem a concorrência. Renan defendeu a legalidade das doações e a Transpetro, descartando a irregularidades na contratação feita pela subsidiária da Petrobrás.
Em uma ação de improbidade administrativa, o Ministério Público Federal acusa Machado de fraudar a licitação, no valor de US$ 239 milhões. Em outubro, o Ministério Público pediu à Justiça que decretasse seu afastamento do cargo e o bloqueio de seus bens.
Coronel
Filho de tradicional família cearense de Crateús, o administrador de empresas e economista Sergio Machado, de 68 anos, tinha fama de coronel entre seus funcionários. Isso porque os executivos de sua equipe eram obrigados a estar disponíveis aos seus chamados a qualquer hora do dia ou da noite.
Quando contrariado, revelou um ex-funcionário, ele gritava: “Isso é um absurdo”, e dava um tapa na mesa. Quem trabalhava no andar da presidência sofria com a longa jornada de trabalho do executivo. Deixar a Transpetro antes do chefe não era bem visto. Machado chegava às 9 horas e saía à meia-noite. Mas era comum varar a madrugada trabalhando. Além disso, segundo funcionários, exigia extrema fidelidade da equipe.
Machado não recebia políticos em seu escritório. Mas embarcava religiosamente uma vez por semana para Brasília para costurar articulações com parlamentares. Já representantes do setor naval eram comumente vistos na Transpetro.
Quem conhece Machado diz que ele também gosta de discursar a plateias, como nos tempos de deputado e senador. Um estilo que não agradava à presidente Dilma. Em público, a relação entre os dois era cordial, mas incomodava a tentativa do executivo de se apresentar como “pai” do Programa de Renovação e Expansão da Frota (Promef), projeto de contratação de navios e responsável pela retomada do setor naval.
Tamanho o apreço de Sergio Machado pelo Promef que, da sua sala, acompanhava as obras em tempo real, por uma tela instalada na parede.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Há coisas que são vergonhosas por sua própria natureza, que não dependem de circunstâncias. Na sexta-feira (28), a presidente Dilma Rousseff participou do encontro do Diretório Nacional do PT, em Fortaleza. Foi lá acender algumas velinhas ao capeta da esquerda, depois de indicar Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. E insistiu na tese falaciosa de que a origem da corrupção está no financiamento privado de campanha, que ela classificou de “semente de um processo incontrolável”, acrescentando: “Temos um compromisso com este país: a reforma política. Nada desse combate [à corrupção] se tornará efetivo se nós não fizermos uma verdadeira reforma política no nosso país”.
Então tá. Entendemos, assim, que ou o Brasil passa a ter financiamento público de campanha, ou continuará a ser assaltado por larápios. É espantoso que asnices desse naipe sejam ditas assim, com tanta sem-cerimônia.
Vamos ver. A VEJA desta semana traz uma reportagem informando que, em 29 de maio de 2007, o então advogado da Petrobras junto ao TCU, Claudismar Zupiroli, enviou um e-mail à então secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra. Ele relatava sua preocupação com o fato de o TCU estar no pé da Petrobras pelo uso abusivo de um decreto que permite gastos sem licitação na estatal. Zupiroli informava que havia um “voa barata” entre os gestores da Petrobras, que estavam “com medo do recrudescimento do tribunal em cima deles” por causa das contratações sem licitação.
Erenice era o braço-direito — e o esquerdo também — de certa ministra chamada Dilma Rousseff. Vale dizer: a mensagem deixava claro que a Petrobras já estava fora do controle. Caixa de campanha apenas? Uma ova! Quem obrigava a Petrobras a jogar no lixo a Lei de Licitações? Em 2009, um simples diretor de área — Paulo Roberto Costa!!! — enviou e-mail à ministra Dilma incitando o governo a mandar o TCU às favas. Ou por outra: ele queria que o governo continuasse a abastecer o esquema de corrupção. E assim foi feito. O tribunal recomendou a suspensão de repasse para obras com evidências de corrupção, o Congresso aprovou essa suspensão, e Lula a vetou — com o endosso de Dilma, é claro!
O que isso tudo tem a ver com financiamento público ou privado de campanha? Nada! É indecoroso Dilma insistir nessa falácia.
Mais: levantamento feito pela Folha mostra que as eleições de 2014 custaram R$ 5 bilhões — e olhem que se está a falar das doações declaradas. Querem uma perspectiva realista? Podem multiplicar isso por dois. Quanto dinheiro o Tesouro terá de repassar para eleições? Aí, sim, teríamos uma explosão de caixa dois. O pior é que boa parte da imprensa comprou tal tese por ignorância.
Mais: Sérgio Machado, presidente licenciado da Transpetro, deve deixar o cargo definitivamente nesta semana. Mas o governo já disse a Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, que ele continuará dono do cargo. Por que um senador tem de ter o privilégio de indicar o presidente de uma subsidiária da Petrobras?
E Dilma vem falar que a mãe da corrupção é a doação de empresas privadas a campanhas? É piada!
E por que o PT insiste tanto no financiamento público? Ora, é simples: o dinheiro teria de ser distribuído segundo um critério: ou número de votos para a Câmara ou número de deputados eleitos. Hoje, a legenda receberia a maior fatia. Ou vocês acham que petistas apoiariam essa tese se formassem, sei lá, a quarta bancada?
Em segundo lugar, todas as doações privadas teriam de ser feitas por baixo do pano — tanto para o governo como para a oposição. É claro que o risco para as empresas aumentaria muito. Pergunta óbvia: vocês acham que elas prefeririam correr perigo financiando o caixa dois do oposicionismo ou do governismo? Em terceiro lugar, o PT domina boa parte dos sindicatos e de outros organismos corporativistas do país, que fazem campanha indireta para o partido. A lei proíbe, sim, mas quem dá bola?
Assim, o financiamento púbico é bom para o PT porque ele lucra três vezes:
a: seria o partido com mais recursos do Tesouro;
b: seria o partido que mais receberia do caixa dois;
c: seria o partido que continuaria a receber o financiamento privado dos sindicatos.
A tese é só um golpe vigarista.
Dilma afirmou ainda em Fortaleza que pretende fazer a reforma com a participação popular. Ela e seu partido insistem nos plebiscitos. É mesmo? Plebiscito sobre o quê? Se é para convocar o povo, isso tem de ser feito por meio de um referendo: a população diz se aceita ou não a mudança. Referendo à parte, ideias esdrúxulas como Constituinte exclusiva ou plebiscitos prévios, antes de o Parlamento votar uma proposta, são apenas investimentos no baguncismo.

No Globo:
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato à Presidência derrotado nas eleições de outubro, afirmou que não perdeu nas urnas para um partido político, mas para uma “organização criminosa” existente em empresas apoiadas pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT). A declaração foi dada em entrevista ao jornalista Roberto D’Ávila, da GloboNews, que foi ao ar na noite de sábado. “Na verdade, eu não perdi a eleição para um partido político. Eu perdi a eleição para uma organização criminosa que se instalou no seio de algumas empresas brasileiras patrocinadas por esse grupo político que aí está”, disse o tucano.
Na entrevista, Aécio fez várias outras críticas a Dilma, sua adversária nas eleições de outubro. Ele afirmou que Dilma se mantém no poder às custas do que classificou como “sordidez” investida contra os oponentes, em especial durante a campanha eleitoral. “Essa campanha passará para a História. A sordidez, as calúnias, as ofensas, o aparelhamento da máquina pública, a chantagem para com os mais pobres, dizendo que nós terminaríamos com todos os programas sociais. Não só eu fui vítima disso. O Eduardo (Campos) foi vítima disso, a Marina (Silva) foi vítima disso e eu também. Essa sordidez para se manter no poder é uma marca perversa que essa eleição deixará”, disse Aécio a Roberto D’Ávila.
Para o tucano, um ataque em campanha eleitoral, com respeito a determinados limites, “faz parte do jogo”. Ele ressaltou que a disputa entre candidatos deve ser de ideias, não de caráter pessoal. O senador lembrou que os embates com a presidente durante a campanha foram duros: “Eu tinha que ser firme, mas sempre busquei ser respeitoso. Mas, nesses embates, eu representava o sentimento que eu colhia no dia anterior, ou no mesmo dia de manhã, de uma viagem que eu tinha feito por alguma região do Brasil. Eu passei a ser porta-voz de um sentimento de mudança e também de indignação com tudo isso que aconteceu no Brasil.”
A comparação do PT com uma organização criminosa feita por Aécio não caiu bem no partido da presidente. O secretário nacional de Comunicação do partido, José Américo, considerou a declaração irresponsável e típica de quem não sabe se conformar com a derrota na eleição. José Américo disse que não viu a entrevista toda, mas vai pedir ao departamento jurídico do PT para analisar se é o caso de buscar alguma ação na Justiça contra o tucano. “É desagradável. Aécio mostra que não sabe perder. Não é só um problema político, ele está abalado psicologicamente. A derrota em Minas abalou Aécio porque, ao perder no seu estado, perdeu também a corrida dentro do próprio PSDB. Está em desvantagem na sociedade e no PSDB. E aí faz uma acusação irresponsável desse tipo”.
Na mesma entrevista, Aécio alertou para o risco de o Judiciário brasileiro ser politizado pelas indicações que a presidente Dilma fará para tribunais superiores. Ao longo do novo mandato, a petista indicará pelo menos seis dos onze ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Isso porque cinco dos atuais ocupantes das cadeiras completarão 70 anos, limite para a aposentadoria compulsória, até 2018. A outra vaga foi aberta em julho deste ano, quando o ministro Joaquim Barbosa pediu aposentadoria.
A presidente Dilma também fará seis nomeações para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) nos próximos quatro anos. O STJ é composto de 33 ministros. Antes de tomar posse, o ministro escolhido precisa passar por sabatina no Senado. Aécio pediu atenção aos parlamentares. “É preciso que o Congresso esteja muito atento às novas indicações, seja para o STJ, seja para o STF. Não podemos permitir que haja qualquer tipo de alinhamento político do Judiciário brasileiro. A sociedade está mais atenta do que nunca para que as nossas instituições sejam preservadas”, disse.

NO BLOG DO CORONEL
PT articula volta da CPMF. É bom lembrar ao José Serra, ao Beto Richa e ao Antonio Anastasia que o PSDB é totalmente contra.
Hoje (1º), a Folha de São Paulo informa que os governadores petistas articulam a volta da CPMF, o imposto sobre transações financeiras. Na matéria, feita no Ceará, onde o PT esteve reunido, envolve lideranças do PSDB, inclusive com aspas, ou seja, com declarações dadas por tucanos à reportagem. Reproduzimos abaixo:

Outro defensor declarado é o tucano Beto Richa, reeleito governador do Paraná. "Preciso consultar o partido. Mas já me manifestei a favor da CPMF", afirma.
A ideia segundo a qual poderia haver um entendimento suprapartidário sobre o tema é baseada ainda na posição histórica de várias lideranças sobre o assunto. 
No Senado, por exemplo, também há adeptos no próprio PSDB, a principal sigla de oposição. É o caso dos recém-eleitos José Serra, ex-governador de São Paulo, e Antonio Anastasia, ex-governador de Minas Gerais. 
A plataforma de governo defendida pelo PSDB nas ultimas eleições foi muito clara: reforma tributária, mas sem o aumento da carga de impostos que já está em 36% do PIB. O que os tucanos defenderam na voz de Aécio Neves e por isso tiveram quase 52 milhões de votos é que haja uma melhor destinação dos recursos e não a criação de novos impostos.
Para a Saúde, especificamente, o PSDB manifestou seu apoio à Emenda 29, que destina 10% da receita corrente bruta da União para o setor. Também frisou que os recursos viriam basicamente de duas fontes: o crescimento do financiamento público e a melhoria na gestão das políticas do setor.
Assim sendo, em vez de consultar o PSDB, o governador Beto Richa deveria consultar a si mesmo e ao que declarou em novembro de 2010: 
- Não vou endossar a volta da CPMF. O que o País precisa é racionalizar e simplificar o sistema de arrecadação, disse o futuro governador. Até porque é contra “qualquer tipo de imposto novo”, Beto disse que, como governador, vai apoiar a discussão sobre a reforma tributária, “que é necessária e inadiável”. Segundo Beto Richa, nem todo dinheiro arrecadado com a CPMF era destinado à saúde. Apenas 42%. - O resto era usado para cobrir outras despesas e fazer superávit de caixa, disse, afirmando que o que a saúde precisa – em todos os níveis de governo (federal, estadual e municipal) – é de “boa gestão, planejamento e gasto com qualidade dos recursos públicos”.
Da mesma forma, só pode ser piada da Folha que José Serra seja a favor da volta da CPMF, depois deste artigo que escreveu em 2011, de onde destacamos:
Diga-se que, a partir da EC 29, a CPMF e a Saúde divorciaram-se. A obrigação do governo federal passou a ser a de cobrir o financiamento mínimo do setor, independentemente das origens dos recursos. Por isso, o sumiço da CPMF em 2008 não retirou recursos da Saúde. No final de 2007, a fim de vencer a oposição do Senado à renovação do tributo, o governo Lula acenou, na undécima hora, com a possibilidade de destinar a receita da CPMF à Saúde. Não deu certo. 
Se fosse verdadeira a intenção de reforçar o setor, em vez tentar renovar a CPMF, o governo Lula poderia ter aprovado rapidamente o projeto de lei complementar já citado, contendo um tributo só da Saúde. Ou poderia ter destinado a ela parte do Imposto sobre Operações Financeiras, cujas alíquotas foram aumentadas, a fim de compensar a perda da CPMF. A receita do IOF subiu quatro vezes de 2007 até 2011, quando será de R$ 30 bilhões. Um terço disso teria elevado bastante os recursos federais para a Saúde. Mas essa não foi a prioridade de Lula e do PT, nem antes nem depois. Desde 2002, as despesas federais na área cresceram abaixo das receitas correntes. 
A posição de Antônio Anastasia, que escreveu o programa de governo, também é frontalmente contra o aumento de impostos e isso inclui a CPMF ou estamos tratando com um fanfarrão. Mesmo assim, é bom lembrar o que ele declarou em fevereiro de 2011:
"A criação isolada de um só tributo neste momento evidentemente representa uma situação que não agrada a sociedade e eu tenho certeza que esse tema não será apresentado isoladamente. O que reitero é a necessidade de termos um financiamento da saúde, mas dentro de uma reforma tributária." 
As tentativas de minar o discurso que obteve quase 52 milhões de votos ocorrerá a cada instante, tanto por parte do PT quanto pelo fogo amigo. Por isso, insistimos na importância do PSDB reiterar o que prometeu ao país, numa espécie de "carta aos brasileiros".
Quem pagou propina para o PT, o PMDB e base alugada não foi a Petrobras: foram os acionistas. Ou seja, todos os brasileiros.
O adiamento do balanço financeiro da Petrobras — após a empresa ser pressionada pela auditoria PricewaterhouseCoopers (PwC) a reconhecer nos números o impacto dos desvios denunciados nas delações premiadas da operação Lava Jato — trará prejuízo a seus acionistas, inclusive a União. Não bastasse o valor das ações ter despencado 48% nos últimos meses — a preferencial (PN) caiu de R$ 24,56 em 2 de setembro para R$ 12,80 na última sexta-feira —, a empresa também deverá reduzir o pagamento de dividendos, ou seja, a parcela de lucro distribuída aos acionistas, após o ajuste no seu balanço, preveem analistas. E isso depois de a empresa ter distribuído um valor recorde de dividendos no primeiro semestre: R$ 8,731 bilhões, mais que o triplo dos R$ 2,87 bilhões destinados em igual período de 2013 e o maior montante desde o segundo semestre de 2009. 
Ao todo, a petrolífera tem mais de 290 mil investidores, sendo que 279 mil são pessoas físicas. Ao reconhecer na contabilidade o impacto da corrupção, a empresa terá que rever seu fôlego para novos investimentos e a folga de caixa que terá para distribuir dividendos será menor. Segundo projeções do Itaú BBA, se a perda estimada pela empresa com os desvios chegar a R$ 10 bilhões, os acionistas que têm ações ON (com direito a voto, porém sem preferência na distribuição de dividendos) receberão apenas R$ 0,17 por ação em 2015. É um valor de menos da metade do R$ 0,37 anteriormente previsto pelo banco, já considerando o impacto, para a empresa, do dólar mais alto e da queda no preço do petróleo. 
A estimativa do Itaú BBA calcula o impacto da baixa contábil. No caso da Petrobras, é preciso ajustar parte do valor de investimentos feitos e que estão inflados pelas obras superfaturadas. No caso dos investidores de papéis preferenciais (que, como o próprio nome diz, têm preferência nos dividendos), a legislação brasileira estabelece que a distribuição do lucro aos acionistas seja de no mínimo 25%, o que, na visão dos analisas do Itaú BBA, fará com que o impacto da baixa contábil seja mínimo para os donos desses papéis. 
UNIÃO E BNDES TÊM 60% DAS AÇÕES ON
E os acionistas já vêm sofrendo com a queda no valor das ações. Só em novembro, o valor de mercado da empresa caiu 15,8%, ou R$ 32,5 bilhões, para R$ 162,1 bilhões. É o mesmo que dizer que a Petrobras em um mês perdeu quase uma JBS, que está sendo negociada a R$ 35,3 bilhões e mais que uma TIM Participações (R$ 30,1 bilhões). Atualmente, a estatal é a quarta maior empresa em valor de mercado na Bovespa. Já foi a primeira, mas perdeu o posto para a Ambev (R$ 264,6 bilhões) e, depois, a segunda colocação, para o Itaú Unibanco (R$ 201,3 bilhões) e o terceiro lugar para o Bradesco (R$ 163,4 bilhões).
A maior detentora de ações ONs da Petrobras é a União que, junto com o BNDES, possui pouco mais de 60% desses papéis. A outra parcela está pulverizada entre investidores locais e estrangeiros. No caso das preferenciais, 70% das ações estão divididas entre investidores pessoas físicas, instituições financeiras e empresas, estrangeiros ou não. “A baixa contábil poderia ter um impacto relevante sobre os dividendos das ações ordinárias da Petrobras”, afirmam, em relatório, os analistas Paula Kovarsky, Diego Mendes e Pablo Castelo, reforçando que sacrificar esses dividendos pode ser uma forma de se antecipar a restrições de caixa. 
A preocupação com o caixa não é exagerada. Com as denúncias de desvios e a investigação da Polícia Federal, a Petrobras não conseguiu publicar o balanço do terceiro trimestre até a data limite, 14 de novembro, uma vez que a auditoria se recusou a assinar as demonstrações financeiras. Sem isso, o mercado internacional de capitais fica praticamente fechado, ou seja, a estatal não consegue emitir dívidas para financiar o plano de expansão. 
Na avaliação do operador sênior da Guide Investimentos Fabio Galdino, é difícil calcular o valor das perdas da Petrobras, mas a única saída para a empresa é fazer o ajuste (baixa contábil) no ativo. Em contrapartida, será preciso ajustar o lado do passivo, com redução do patrimônio líquido ou do capital social. — Isso vai aparecer na demonstração de resultados e terá impacto no lucro, afetando os investidores. Se tiver corte de dividendo, fatalmente será maior nas ações ordinárias — considerou, acrescentando que, no limite, caso o ajuste gere prejuízo no balanço anual, os preferencialistas também serão afetados. 
Estimativa do Morgan Stanley aponta para perdas com os desvios que podem variar de quase R$ 5 bilhões a R$ 21 bilhões. A simulação considera o investimento realizado nos últimos cinco anos pela empresa (R$ 416 bilhões) e perdas que variam de 1% a 5% desse total — as investigações em curso apontam que as construtoras pagavam propina a diretores da Petrobras em troca de contratos superfaturados e, em um dos depoimentos, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa afirmou que 3% do valor das contratações era desviado para partidos políticos. 
DIFICULDADE PARA CAPTAÇÕES EXTERNAS
Nas contas do Morgan Stanley, independentemente do cenário, os portadores de ações preferenciais receberiam R$ 0,93 por ação, mas aqueles que possuem ordinárias receberiam algo entre R$ 0,38, no cenário mais benigno, e apenas R$ 0,02 por ação, na pior previsão.
O analista responsável pelo cálculo, Bruno Montonari, também mostrou preocupação com os efeitos que as investigações sobre corrupção terão no acesso a recursos do mercado de capitais por parte da empresa. A estimativa é que a Petrobras precise de US$ 15 bilhões para arcar com o projeto de investimentos para 2015. Tradicionalmente, a empresa levanta recursos no exterior no início do ano. “Entretanto, com a falta de um balanço auditado e o aumento da percepção de risco, o ambiente pode não ser propício para uma grande oferta de dívida. Além disso, pensamos que o custo do financiamento pode aumentar”, afirmou, em relatório. 
O executivo de um banco de investimento afirmou que a Petrobras deve conseguir em breve publicar seu balanço, mesmo que com ressalvas, voltando a ter acesso ao mercado internacional. No entanto, o custo vai subir. A estatal é considerada grau de investimento pelas agências de classificação de risco e em geral costumava ter as melhores condições de acesso ao mercado, com baixo custo e prazos longos. — Isso com certeza vai mudar. Ela vai ter que pagar um prêmio de risco por essa situação — afirmou o executivo, sob a condição de anonimato. 
QUEDA DO PETRÓLEO AFETA ESTATAL
Não bastasse o escândalo de corrupção em que está envolvida, o estado atual do mercado de petróleo também joga contra a Petrobras. Com a economia global crescendo a ritmo mais lento e o aumento na produção global da commodity, a cotação internacional do barril do tipo Brent acumula queda de 36% em um ano, fechando na última sexta-feira (28) em US$ 70,15. O barateamento do produto prejudica o ambicioso plano de investimento da companhia, sobretudo para o pré-sal. 
A Petrobras se comprometeu a investir US$ 221 bilhões entre este ano e 2018 para acelerar a produção em águas ultraprofundas. O plano foi traçado com base na previsão de que o Brent custará em média US$ 100 entre 2015 e 2017 e US$ 95 entre 2018 e 2030. Para analistas do mercado, segundo estimativas levantadas pela Bloomberg, ele fechará o ano que vem cotado a US$ 96. 
Na quinta-feira (27), a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiu não reduzir a produção da commodity, mantendo-a em 30 milhões de barris diários. Com isso, a perspectiva é que a cotação do petróleo permaneça baixa. A decisão representou uma vitória para o grupo liderado pela Arábia Saudita e uma derrota para os países mais pobres da organização — como Venezuela e Irã — que desejavam interromper o derretimento dos preços. (O Globo)

NO BLOG ALERTA TOTAL
Juízo Final? Lava Jato só aguarda Procurador-Geral denunciar 77 deputados e 14 senadores ao STF

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Os "colaboradores premiados" nos processos da Operação Lava Jato forneceram denúncias e provas concretas para incriminar 77 deputados federais e 14 senadores. Outros 112 parlamentares foram citados como beneficiários de esquemas de corrupção, mas apenas com fortes indícios, e também correm risco de denúncia, se forem delatados por colegas ou parceiros de negociatas interessados em deletá-los. O escândalo, que evoluiu do Mensalão para o Petrolão, tem tudo para ficar maior e mais chocante se chegar ao Eletrolão, incriminando, além de grandes empreiteiras, os gigantescos fundos de pensão.
O envolvimento de tantos políticos - incluindo grandes líderes sem mandato e desprotegidos pelo absurdo foro privilegiado para casos criminais - é a razão de o relator do caso no Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, preservar o silêncio até, pelo menos, até a posse do segundo mandato da Presidenta Dilma Rousseff, no início de janeiro, ou até o começo do novo ano Legislativo, em fevereiro, quando o Judiciário também volta das férias forenses. O grande cagaço em Brasília (onde todos sabem quem são os envolvidos cujos nomes ficam estrategicamente preservados até agora) é que o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, resolva tornar pública, antes do recesso de fim de ano, a denúncia que fará contra a cúpula política da corrupta República Capimunista do Brasil.
O escândalo está perto de atingir a fraca blindagem da Presidência da República. Basta que a Lava Jato pegue mais pesado contra a maior transnacional brasileira: o grupo Odebrecht. O terror se materializou porque Cláudio Humberto, em seu Diário do Poder, informou que Dilma Rousseff teve dois despachos privados com Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira mais beneficiada com contratos bilionários, nos governos Lula e Dilma, entre todas as empresas enroladas no roubalheira do Petrolão.
Só os dois sabem do que conversaram privadamente. Segundo o jornalista, os encontros entre Marcelo e Dilma foram realizados sob a discrição da residência oficial do Palácio da Alvorada, e não, como seria próprio, sob as luzes do Planalto, local de trabalho da Presidenta. Marcelo Odebrecht esteve na "casa de Dilma" em 26 de março deste ano, quando o País estava sob o choque da Lava Jato, e em 25 de julho. Nem a ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann teve despacho privado com Dilma na residência oficial, em 2014. Marcelo Odebrecht tem muito prestígio e poder.
A sensação entre a cúpula do governo, os políticos e os lobistas que os assessoram nas relações legais ou ilegais com grandes empresas públicas e privadas é que o tal do Juízo Final para os integrantes do Governo do Crime Organizado já é uma certeza com data marcada para acontecer a qualquer momento. Se a coisa ficar politicamente preta para Dilma, pode ficar nigérrima para seu antecessor e mentor, Luiz Inácio Lula da Silva. Publicamente, ele e seu Instituto Lula são patrocinados pelas maiores empreiteiras - principalmente nas viagens constantes para a Europa, África e adjacências, em jatinhos particulares, e não em voos comerciais.
Como o fim parece cada vez mais próximo, o vice-presidente da República, Michel Temer, já está no aquecimento... Dilma até pode nem sofrer um impeachment, para alegria da bela Marcela, mulher do Maçom Inglês Temer, que adoraria ser primeira-dama do Brasil. No entanto, seu segundo mandato já começa politicamente morto. Dilma não tem condições morais de governar. Tudo ficará pior quando os Estados Unidos formalizarem as denúncias que correm por lá sobre o Petrolão. A cada segundo que passa, mesmo que um milagre não se repita, Dilma se torna a Presidenta Porcina: a que é sem nunca ter sido...
Releia o artigo de domingo: Siga o Dinheiro e Pegue os Ladrões!
(...)

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