DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Dilma Rousseff teve dois despachos privados com Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira mais beneficiada com contratos bilionários, nos governos Lula e Dilma, entre todas as empresas enroladas no roubalheira do Petrolão. Ambos os encontros foram realizados sob a discrição da residência oficial do Palácio da Alvorada, e não, como seria próprio, sob as luzes do Planalto, local de trabalho da presidenta.
Marcelo Odebrecht esteve no Alvorada em 26 de março deste ano, quando o País estava sob o choque da Lava Jato, e em 25 de julho.
Ao contrário de Marcelo Odebrecht, a ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann não teve com Dilma despacho privado no Alvorada, em 2014.
A Presidência da República não informou o tema dos despachos particulares entre Dilma e o dono da empreiteira preferida do governo.
Na sede da empreiteira baiana Odebrecht, o clima está pesado, com a expectativa de eventual prisão dos diretores e controladores.
O governo Dilma pagou, nos primeiros dez meses do ano, mais de R$ 831 milhões em diárias a funcionários públicos e comissionados. O campeão em diárias em todo o Brasil, Genésio Luiz Hubscher, levou mais de R$ 178 mil por 298 dias em viagem internacional à China, para oficialmente acompanhar de perto as atividades da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (CAST, sigla em inglês), empresa pública de lá.
As seis pessoas que mais receberam diárias do governo este ano são todos funcionários do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Militantes do PT vetam a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para Agricultura, e exigem Sérgio Leitão, do Greenpeace, no Meio Ambiente.
Para investigar negócios da Petrobras nos Estados Unidos, como a compra superfaturada da refinaria de Pasadena, o Departamento de Justiça trabalha com indícios envolvendo maracutaias desde 2006.
O Papa Francisco, que fala com Deus, condenou em visita à Turquia os massacres dos cristãos pelos terroristas do Estado Islâmico. Dilma, que fala com Lula, sugeriu na ONU o “diálogo” com os novos bárbaros.
O governo celebrou crescimento pífio de 0,1% do PIB que tiraria o país da recessão. É como escapar de um meteoro perdendo as pernas.

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
Sérgio Machado, presidente da Transpetro e que está de licença, vai deixar em definitivo a subsidiária da Petrobras nesta semana que entra. Paulo Roberto Costa, o ex-engenheiro da estatal que fez delação premiada, diz que Machado lhe pagou propina de R$ 500 mil, o que o dirigente nega. O mais espantoso é que a Presidência da Transpetro continuará na cota do PMDB — mais especificamente, de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado. Já chego ao ponto.
Machado bem que tentou se segurar no cargo. Anunciou a disposição de resistir. Mas a coisa fugiu ao controle do próprio governo brasileiro. A PriceWaterhouse Coopers, que audita o balanço da Petrobras, anunciou que se negava até mesmo a analisar os dados da estatal brasileira se o homem continuasse por lá. A empresa é alvo também de uma investigação conduzida pela SEC (Securities and Exchange Commission), órgão que regula o mercado de capitais nos EUA. A razão? Os escândalos de corrupção que vieram à tona com a Operação Lava Jato.
Por quê?
Pois é… Será que o governo brasileiro está mesmo disposto a mudar a governança da Petrobras, de modo que ela deixe de servir aos interesses menores do jogo político? A resposta é “não”! Vejam ali: o cargo de presidente da Transpetro continuará a “ser de Renan”, como é hoje. Machado é um aliado seu.
Como informou o Estadão no dia 11, “empresas contratadas pela Transpetro financiaram a campanha de Renan ao Senado em 2010. A SS Administração e Serviços e a Rio Maguari Serviços e Transporte Rodoviário, que vão construir 20 barcaças destinadas ao transporte de etanol em São Paulo, doaram R$ 400 mil ao PMDB de Alagoas três meses antes de vencerem a concorrência.”
O leitor talvez tenha uma resposta diferente daquela que imagino aqui. Se tiver, é claro que a exporá na área de comentários: por que diabos um senador da República é “dono” do cargo de presidente da Transpetro? Por que essa ala do PMDB faz tanta questão de pôr alguém naquela cadeira? Será por ideologia: “Ah, vamos fazer uma gestão tipicamente peemedebista, de acordo com a nossa convicção”? Será por patriotismo: “Só o grupo político de Renan pode conduzir a Petrobras à glória”? Será pela intimidade de Renan com a área?
O que faz a Transpetro? Eu lhes dou uma ideia, recorrendo à página da empresa na Internet. Prestem atenção: “A Transpetro é hoje a maior processadora brasileira de gás natural e, reconhecidamente, a melhor empresa de transporte e logística de combustível do Brasil. Atua ainda nas operações de importação e exportação de petróleo e derivados, gás e etanol. Com mais de 14 mil quilômetros de oleodutos e gasodutos, 49 terminais e 52 navios-petroleiros, a Transpetro tem o desafio de levar aos mais diferentes pontos do Brasil o combustível que move a economia do País. Suas operações também abastecem indústrias, termelétricas e refinarias, viabilizando a geração de milhões de empregos para os brasileiros. Como subsidiária integral da Petrobras, une as áreas de produção, refino e distribuição do Sistema Petrobras e presta serviço a diversas distribuidoras e à indústria petroquímica. Por isso, a Transpetro, tem atuação nacional, com instalações em 20 das 27 unidades federativas brasileiras.”
Deu para perceber a importância da gigante? Por que Renan Calheiros está especialmente talhado para indicar o substituto de Machado? Com que propósito um partido ou um grupo exige cargos nas estatais brasileiras?
Os tontos ou os de má-fé inferem que a sem-vergonhice que tomou conta a maior estatal brasileira é mero jogo envolvendo financiamento de campanha. É mesmo? Será que Renan tem o “direito” de indicar o presidente da Transpetro só para fazer caixa eleitoral? Assim fosse, diga-se, já seria um crime. Mas isso, obviamente, é conversa para boi dormir.
Encerro com a pergunta que não cala: por que o chefão de um partido político indica o presidente de uma subsidiária da Petrobras? Para fortalecer a doutrina partidária?

Por Robson Bonin e Hugo Marques, na VEJA:
Na semana passada, VEJA mostrou que mensagens eletrônicas encontradas pela Polícia Federal nos computadores do Palácio do Planalto revelavam que o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff tiveram, em 2009, a oportunidade de interromper a ação dos corruptos que atuavam no coração da Petrobras — e a desperdiçaram. Chefe da Casa Civil do governo Lula, Dilma recebeu do então diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa, um e-mail alertando para o risco de que obras sob sua responsabilidade fossem paralisadas por recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU).
Cérebro da quadrilha que desviou bilhões dos cofres da companhia, Paulo Roberto estava preocupado com a ação dos auditores que começaram a farejar pistas da existência do cartel de empreiteiras que superfaturava contratos na estatal. Para impedir que o dinheiro parasse de jorrar no bolso dos corruptos, o diretor sugeriu que o governo agisse politicamente para neutralizar as denúncias do tribunal. E assim foi feito. Logo depois de receber a mensagem, Dilma se pôs a criticar a iniciativa do TCU, e Lula vetou a decisão do Parlamento de interromper as obras suspeitas, entre elas a de construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Na esteira da apuração da reportagem, VEJA perguntou à presidente, que também comandava o Conselho de Administração da Petrobras na ocasião, se era comum um diretor desconsiderar a hierarquia, dirigir-se diretamente ao Palácio do Planalto e tomar a liberdade de oferecer sugestões políticas para um problema administrativo. Dilma não respondeu. A presidente também não explicou por que o governo, em vez de atuar para sanar as irregularidades apontadas pelo tribunal, fez exatamente o contrário. Depois da publicação da reportagem,
Dilma Rousseff preferiu, em nota oficial, atacar o mensageiro. Ela acusou VEJA de manipulação. A revista só relatou fatos produzidos pelos governos de Lula e Dilma. Não foi VEJA que colocou Paulo Roberto Costa na Petrobras com o objetivo de montar um esquema de corrupção para obter recursos a ser entregues a políticos e partidos aliados do governo. Não foi VEJA que colocou o doleiro Alberto Youssef a serviço do esquema de Costa na Petrobras. Quem disse que Lula e Dilma sabiam de tudo foi Youssef. VEJA apenas revelou a fala do doleiro. Portanto, não adianta esbravejar contra o mensageiro, quando é a mensagem que fere.
Em 29 de maio de 2007, o então advogado da estatal junto ao TCU, Claudismar Zupiroli, enviou um e-mail à então secretária ¬executiva da Casa Civil, Erenice Guerra. Ele relatou sua preocupação com o fato de o TCU estar no pé da Petrobras pelo uso abusivo de um decreto que permite gastos sem licitação na estatal. Zupiroli informa que há um “voa barata” entre os gestores da Petrobras, que estavam “com medo do recrudescimento do tribunal em cima deles”, por causa das contratações sem licitação.
Editada em 1998 no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, a norma foi idealizada com uma finalidade nobre: agilizar a contratação de serviços prioritários e urgentes a fim de evitar que a estatal perdesse competitividade no mercado. Nas mãos de Paulo Roberto Costa e de outros diretores corruptos da estatal, no entanto, o decreto passou a ser usado indiscriminadamente para dispensar a licitação em praticamente todas as obras, servindo de biombo para acobertar as maiores atrocidades patrocinadas com o dinheiro público.
É da natureza dos corruptos não se intimidar diante de leis e decretos que dificultam sua ação. Assim, não se pode ver na dispensa de licitação a única causa da transformação das obras da Refinaria Abreu e Lima no maior assalto aos cofres públicos já registrado na história do Brasil. De 2,5 bilhões de dólares, o custo da refinaria saltou para 20 bilhões. Uma parte considerável desse dinheiro foi desviada pelo esquema de corrupção liderado por Paulo Roberto na Petrobras. No relatório de 2009, o TCU alertava para a existência de superfaturamento. Informava que os negócios suspeitos eram planejados em uma sala secreta, localizada no 19º andar do edifício-sede da Petrobras. Era lá que Paulo Roberto dava expediente como diretor de Abastecimento. Dali ele redigiu a mensagem a Dilma Rousseff sugerindo a bem-sucedida intervenção do governo para que nada fosse investigado.
Zupiroli também achou por bem advertir Erenice: “Cresce a corrente dos que se recusam a assumir cargos de responsabilidade, como cresce a disposição daqueles que acham que devem ligar ‘o f.’ no sentido de aplicar a Lei de Licitações, independentemente das consequências. A água está chegando ao pescoço”. Não há registro de que a principal conselheira de Dilma tenha tomado alguma providência no sentido de ao menos averiguar se havia algo errado. O que se viu foi que as contratações sem licitação continuaram a todo o vapor.
O primeiro e-mail revelado por VEJA mostrou que o Planalto foi acionado por Paulo Roberto Costa para não deixar o TCU interromper as obras e, claro, a dinheirama sem licitação. A mensagem do advogado, bem mais explícita e eloquente, mandara o mesmo recado dois anos antes. Na semana passada, o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) apresentou requerimento pedindo a convocação de Dilma e Lula para prestar esclarecimentos na CPI mista da Petrobras. “A presidente disse que está disposta a aprofundar toda a investigação. Nada mais justo do que ela ir à CPI para esclarecer, em primeiro lugar, a acusação do doleiro e, agora, a ligação com esse diretor corrupto.”
O parlamentar também quer que o ex-presidente e sua sucessora expliquem como a quadrilha conseguiu se instalar na Petrobras sem que o governo percebesse. Quadrilha que, segundo os depoimentos colhidos pela polícia, também ajudou a financiar a própria campanha presidencial de Dilma em 2010 e alimentou o caixa do PT e de seus aliados.

NO BLOG DO CORONEL
Aécio Neves acusa: a presidente Dilma tem vergonha de olhar para a candidata Dilma.
Artigo intitulado "Trinta dias" publicado hoje (30), na Folha de São Paulo, por Aécio Neves, presidente do PSDB e ex-candidato presidencial que recebeu quase 52 milhões de votos nas urnas.

Completamos um mês do fim das eleições presidenciais. Tudo o que se viu neste período comprova, na prática, o que a oposição denunciou no processo eleitoral: a grave situação em que o país se encontra. Além dos prejuízos causados pela má gestão e pela corrupção endêmica, o PT prestou, recentemente, mais dois grandes desserviços ao Brasil. Um na campanha, outro nos dias que se seguiram. 
O primeiro, na ânsia de vencer a qualquer custo, o de legitimar a mentira e a difamação como armas do embate político. O segundo, o de contribuir para a perda da credibilidade da atividade política ao fazer, sem qualquer constrangimento, nos dias seguintes à eleição, tudo o que afirmou que não faria. 
Como a atividade política é instrumento fundamental da vida democrática, sua desmoralização só interessa aos autoritários, para quem o discurso político não é compromisso, mas encenação que desrespeita e agride a cidadania. 
Finda a eleição, a candidata eleita, rapidamente, pôs de lado as determinações do marketing e colocou em prática tudo o que acusou a oposição de pretender fazer. Fez isso sem dar satisfação à opinião pública. Sem dar explicação sequer a seus próprios eleitores. Os mesmos eleitores que observam, atônitos, a presidente implantar as "medidas impopulares", que usou como matéria-prima do terrorismo eleitoral contra seus adversários. 
Hoje a realidade demonstra que ela concordava com todos os alertas que fiz sobre os problemas enfrentados pelo país, mas entre o respeito à verdade e aos brasileiros, e a insinceridade ditada pela conveniência do marketing, a presidente escolheu o marketing, o que não contribui para engrandecer a sua vitória. 
Na campanha, o PT dizia que aumentar os juros tiraria comida da mesa do trabalhador. Três dias depois da eleição, foi justamente isso o que o governo Dilma fez. No discurso do PT, se eleita, a oposição iria reajustar a gasolina, governar com banqueiros e patrões. Vencida a eleição, o governo anunciou o aumento dos combustíveis e convidou um banqueiro para a Fazenda. Anunciou ainda dois novos ministros: para cuidar da agricultura e da indústria, a dirigente e o ex-dirigente das confederações patronais. 
Mesmo conhecendo a realidade, a candidata teve coragem de dizer que a inflação e as contas públicas estavam sob controle. Agora, deparamos com mais um rombo espetacular e manobras inimagináveis para maquiar as obrigações da Lei de Responsabilidade Fiscal. 
Surpresos, os brasileiros assistem àquilo que muitos estão chamando de estelionato eleitoral. Tudo isso explica a indignação de milhares de pessoas que vão às ruas e se mantêm mobilizadas nas redes sociais. São pessoas que se sentem lesadas, mas esse sentimento não tem relação com o resultado eleitoral em si. Processos eleitorais fortalecem a democracia, qualquer que seja o resultado da eleição. Vencer e perder são faces da mesma moeda. As pessoas estão se sentindo lesadas porque os valores que saíram vencedores na disputa envergonham o país. 
Além do grave descalabro econômico e administrativo agora revelado, é assustador o que ocorre com a nossa maior empresa. Nos debates, ofereci várias oportunidades para a candidata oficial pedir desculpas aos brasileiros por ter tirado a Petrobras das páginas econômicas e a levado para o noticiário policial. A situação, desde então, agravou-se de uma maneira jamais imaginada. A Petrobras hoje é um caso de polícia internacional. Não há mais como se desculpar. 
Por outro lado, não deixa de ser simbólico o fato de a presidente ter se negado a participar do anúncio dos novos ministros da área econômica. É possível que ela tenha se sentido constrangida por correr o risco de se encontrar com a candidata Dilma Rousseff. 
Os últimos 30 dias são uma amostra da situação real do Brasil e do que vem pela frente. E nos mostram por que não podemos nos dispersar.

PSDB precisa de uma carta aos brasileiros.
Joaquim Levy, banqueiro, defensor de uma política recessiva, inimigo número um do aumento real dos salários e defensor de uma drástica redução do consumo. O PSDB vai ficar de 'mimimi' em vez de voar no pescoço dele?

Estamos vivendo uma situação estapafúrdia. O PT nomeou um banqueiro para cuidar da economia. E o pior dos banqueiros: o diretor da Bradesco Asset Management, o economista ortodoxo Joaquim Levy. Naquele "bancão", ele era o grande responsável pela atração de investimentos estrangeiros, ao mesmo tempo em que indicava, como produto top da sua empresa, o investimento de brasileiros em empresas de onde? Dos Estados Unidos da América! Aqui tem um vídeo onde ele prega isso.
Mas qual a situação estapafúrdia? O PT está atacando Joaquim Levy e o PSDB está cheio de 'mimimi' para fazer oposição à nomeação de um banqueiro para gerir a economia em tempos de crise. Não foi isso que levou quase 52 milhões de brasileiros a votarem em Aécio Neves. Foram propostas como o fechamento de ministérios, o combate à corrupção, a discussão de uma nova fórmula para o fator previdenciário, ganhos reais dos salários, corte de gastos públicos não em programas sociais, mas na estrutura de governo. E superavit primário de 2,5% e não de 1,2% como o Levy está propondo.
É urgente que o PSDB envie uma "carta aos brasileiros" atacando desde já qualquer política econômica recessiva como está propondo o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Queremos um maio verde-amarelo, com protestos em todo o país por melhores salários. Queremos a investigação total e completa das obras do PAC e da roubalheira nas estatais. Queremos uma luta sem trégua pelo superavit primário de 2,5%, pela inflação de 4,5% e por um PIB de no mínimo 2%. Que esta equipe econômica que assume escondida debaixo da saia da Miriam Belchior e da Dilma Rousseff seja cobrada desde já! Sem tréguas e sem papas na língua.
O PSDB tem que entender de uma vez por todas que é Oposição. E Oposição para defender o povo e não a Economia. Que governabilidade é um problema do governo e não da Oposição. O PSDB apresentou uma proposta para o país que não é a proposta desta equipe econômica. Chega de mimimi. Queremos uma carta compromisso da Oposição, reiterando as suas propostas de governo. E, principalmente, que a Oposição seja Oposição, acabando com esta situação estapafúrdia onde o PT é governo e ataca mais o governo do que a Oposição. Terça-feira próxima é um excelente dia para isso. Muito obrigado em nome de 52 milhões de brasileiros.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Siga o dinheiro e pegue os ladrões!

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Especialistas em combate à lavagem de dinheiro têm uma diretriz básica para se obter sucesso na prevenção e repressão a este crime muito comum no mundo globalitário. A dica simples é: "Siga o dinheiro e pegue os ladrões". O complexo é perseguir os caminhos da grana, geralmente obtida em negociações corruptas entre grandes empresas e o poder público. Atualmente, os mesmos experts no assunto indicam o lugar onde tal investigação fica mais complicada: as Ilhas Seychelles. Follow the Money...
Trata-se de uma república presidencialista cuja capital é Victória, um paraíso fiscal situado no continente africano, mais precisamente no Oceano Índico Ocidental. Lá estaria o mapa da mina da Lava Jato, do Mensalão e de outros megaescândalos ainda nem revelados. Uma grande dica de investigação é saber que jatinhos, que passageiros ilustres ou seus laranjas passaram pelo moderno aeroporto internacional de Mahé.
No começo de junho deste ano, o Alerta Total revelou que pelo menos 170 milhões de Euros pertencentes à família de um próspero político brasileiro foram movimentados de bancos na Europa para contas no duplo paraíso fiscal e estético das Ilhas Seychelles. Apelidada de “Filho de Peixe”, a operação confidenciada pela “turma do dólar cabo” foi alvo da lupa de investigadores dos EUA. A corrupta família brasileira centraliza seus depósitos bancários no Panamá. No entanto, faz a grana circular entre a França, a Itália, Seychelles e o Brasil.
A enorme transferência de euros que foi feita em favor do esquema brasileiro, na semana passada, foi interpretada como uma manobra defensiva. O grupo político que faz a movimentação atípica de moeda estrangeira tem a certeza de que será alvo, em breve, de ações da Polícia Federal, sofrendo denúncias posteriores do Ministério Público e da Justiça Federal. A blindagem está quase no fim. Falta um tantinho para a casa cair...
A família do fenômeno empresarial e seus parceiros de negócios vêm chamando a atenção não só de investigadores tributários e policiais, mas também dos grupos que atuam no mercado paralelo de dólar – alvo da Lava Jato. O grupo faz bruscas operações de mudança do controle de ações de empresas dos setores de alimentação e telecomunicações. Também faz muitos negócios na compra de diamantes africanos. Por aqui, investe em imóveis - uma burrada, facilmente identificável - e em construção civil.
No mercado acionário, existem evidências de que “laranjas” são escalados para substituir os reais detentores das ações. O objetivo da manobra é preservar a fortuna e não comprometer o santo nome da família do empresário, caso estoure alguma bronca policial ou judicial - há muito tempo esperada, porém nunca efetivada. Especialistas na área de dólar cabo avaliam que a ação defensiva dessa máfia não conseguiu enganar os investigadores da Operação Lava Jato. Já foi desvendado onde se encontra o elo mais frágil da corrente que movimenta o sistema que lavou mais de R$ 10 bilhões em dinheiro público ilegalmente desviado.
O grupo mafioso tupiniquim caiu na malha fina de monitoramento da Drug Enforcement Administration – a agência anti-drogas do Departamento de Justiça dos EUA. No cruzamento de informações, ficou clara que uma das práticas comuns da super lavanderia de dinheiro é o financiamento ao tráfico de drogas – dando um destino supostamente de investimentos em moeda estrangeira ou ações da grana disponibilizada pelas máfias colombianas e mexicanas.
No meio dos negócios que parecem lícitos ou "investimento direto estrangeiro", a verba dos traficantes se mistura com o dinheiro público roubado no Brasil. Os cambistas que fazem isto estão manjados. O que ficou como uma evidência no escândalo do Mensalão se materializou na Operação Lava Jato – que ainda tem muitos fatos graves a investigar e, se possível, divulgar, até a prisão dos verdadeiros peixes grandes. O grosso da picaretagem está mapeada. Só falta fisgar os tubarões ou outros grandes moluscos menos votados.
O Petrolão é mais em cima...

  
A turma de investigadores da Lava Jato ainda tem uma missão muito dura que poderia ser facilitada pela CPI da Petrobras, se os parlamentares quisessem, realmente, fazer um trabalho sério. Quem deveria ser chamado a dar explicações sobre tudo que acontece por lá é o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que é o atual responsável pelo Comitê de Auditoria da Petrobras. Também seria bom questionar possíveis deficiências da chamada Auditoria SOX feita pela KPMG, entre os anos de 2005 a 2011.
Investidores da Petrobras também sugerem que a CPI convoque o diretor de Finanças da companhia, que também responde pela área de relação com os investidores. O ultrablindado Almir Guilherme Barbassa tem mais poder que o presidente executivo da empresa. Está no cargo desde 2005. Ele poderia detalhar as atividades da PFICo (Petrobras Finance International Company), entre 2005 e 16 de dezembro de 2013, quando a empresa foi incorporada apressadamente pela Petrobras, junto com a RNEST (Refinaria Abreu e Lima) e o Comperj (Complexo Petroquímico de Itaboraí) - todas citadas nos escândalos da Lava Jato.
A CPI deveria observar um detalhe que passou despercebido de muita gente no mercado. Tais incorporadas foram avaliadas pelo seu valor contábil. Investidores denunciam a evidência de que isso inclua propinas, superfaturamentos e outras irregularidades menos votadas. Tais operações contaram com a anuência da PwC (PriceWaterhouseCoopers) - empresa que responde pela auditoria externa da Petrobras. Tudo comandado pelo Barbassa, que pessoalmente presidiu a Assembleia Geral Extraordinária de 16 de dezembro de 2013. Na reunião, foram registrados os protestos contrários do investidor Romano Allegro, e dos representantes dos acionistas minoritários Mauro Cunha e, dos empregados da empresa, Sílvio Sinedino.
A CPI também deveria pedir explicações aos diretores da Petrobras sobre os negócios da Petrobras Global Finance B. V. – uma caixa preta sediada em Rotterdam, na Holanda, e da pouco conhecida coligada da Petrobras, situada em um paraíso fiscal: a Cayman Cabiúnas Investment Co. Uma questão que precisa ser indagada ao Almir Barbassa, pelos parlamentares, é: como acontece a rolagem diária das dívidas da Petrobras com grandes bancos internacionais? Quem leva comissões (de praxe, e legais) sobre tais operações milionárias? Onde, como e a quem tal pagamento é feito?
Quem tiver coragem e capacidade de seguir o dinheiro vai pescar muito mais que supostos ladrões...
CVM na berlinda

A Comissão de Valores Mobiliários também pode ser questionada pela CPI da Petrobras.
A CVM deveria explicar, oficialmente, por que não agiu, de forma diligente e rápida, em relação aos vários pedidos de investigação feitos pelo investidor minoritário Romano Alegro, desde 2005, questionando várias operações supostamente lesivas aos acionistas da petrolífera.
O Ministério Público Federal, no desdobramento dos processos da Lava Jato, tem tudo para incluir a CVM como co-ré por não cumprido efetivamente seu papel de fiscal do mercado de capitais no Brasil.
A CVM corre o risco de ser questionada pela SEC (Securities and Exchange Commission) dos EUA no processo que investiga falhas de governança da Petrobras que causaram grandes prejuízos aos investidores.
Ildo Sauer na CPMI da Petrobras (II)
  
As entrevistas de Ildo Sauer disponíveis no site “Maracutaias na Petrobras” envolvem categoricamente a presidente Dilma em atos lesivos à Petrobras, que, segundo ele, são merecedores de uma investigação da Polícia Federal ou do Ministério Público.
Além disso, o site permite uma constatação de alto interesse da CPMI: bem antes do caso Pasadena, cláusulas contratuais lesivas à Petrobras já faziam parte de sociedades por ela constituídas. Tal constatação fica incontestavelmente comprovada na Gemini – sociedade cujo objetivo é produzir e comercializar Gás Natural Liquefeito.
Para tornar ainda mais explosiva a situação, uma grande coincidência: as cláusulas contratuais lesivas acima referidas constam do Acordo de Quotistas da Gemini firmado em janeiro de 2004 – época em que Dilma acumulava os cargos de Ministra de Minas e Energia e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, e Sauer era o diretor de Gás e Energia da Petrobras, a área responsável pela Gemini.
Tendo sido o Acordo firmado em janeiro de 2004 – mais de nove meses antes da aprovação da participação da Petrobras na sociedade (que ocorreu em outubro de 2004) – é de todo indispensável que se esclareça se o órgão colegiado que aprovou a participação da Petrobras na Gemini tinha, ou não, conhecimento da existência do prematuro Acordo.
Ninguém pode ter qualquer dúvida sobre a gravidade da situação: como a presidente Dilma afirmou que só autorizou a compra da refinaria de Pasadena porque foi enganada por um tendencioso relatório que omitia duas cláusulas contratuais, o que dizer se tiverem omitido o fraudulento Acordo de Quotistas do órgão colegiado que aprovou a participação da Petrobras na Gemini?

O triste de tudo é: O País está parado. Não cresce. Não se desenvolve. A corrupção sistêmica avança, apesar do grande esforço de alguns que ousam combatê-la. Os políticos ficam cada vez mais ricos. Os cidadãos honestos, cada vez mais com cara de idiotas, diante da evolução e progresso dos canalhas.
O Brasil precisa ser reinventado. Enxugar o gelo, como agora, nada resolverá. A picaretagem é camaleônica. Adapta-se aos ataques. A metástase do crime não consegue ser contida. A sacanagem se reproduz. Uma chance de mudança seria atingir, em cheio, a célula cancerosa que comanda a safadeza. O problema é que tal alvo é aparente. Ele obedece a forças que controlam o Brasil de fora para dentro.
Ou o Brasil muda seu modelo, e declara sua independência de verdade, ou tudo continuará do mesmo jeito ou até pior.
Brincando sério

E como ficam os direitos humanos dos corruptos?

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