DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO
Já é dada como certa na cúpula do PT a prisão do seu tesoureiro João Vaccari Neto, apontado como o principal interlocutor do partido junto ao esquema bilionário de corrupção na Petrobras. A expectativa no PT é que haverá uma nova fase da Operação Lava Jato, da qual Vaccari não escapará da prisão, a exemplo de outros agentes políticos sem foro privilegiado, inclusive do PP e o PMDB, igualmente delatados.
O próprio Vaccari até já preveniu a família e os amigos mais próximos sobre sua provável prisão, conforme está coluna revelou há um mês.
Dilma ordenou e o PT afastou João Vaccari da campanha após as primeiras denúncias. Edinho Silva foi improvisado como seu tesoureiro.
Operação Lava Jato apurou que Vaccari criou empresa-fantasma para ocultar a grana suja recebida do esquema de ladroagem do Petrolão.
…como concluiu um atilado leitor, ser tesoureiro do PT é uma profissão de risco: sempre dá cadeia.
A investigação da Transpetro no escândalo do Petrolão pode envolver ao menos doze pessoas, desde seu presidente, Sérgio Machado (único a ser delatado, até agora), diretores e membros do conselho. Mas os Investigadores acham que nenhum esquema irregular aconteceria sem a conivência dos responsáveis por comissões de pré-qualificação para processos licitatórios, negociação, gestão de riscos e, claro, gerentes.
Indicado por Renan Calheiros e avalizado pelo PMDB, Sérgio Machado promete reassumir no dia 4, um mês após se afastar voluntariamente.
O contribuinte que escreve à Casa Civil do ministro Mercadante recebe sempre de volta a mensagem “Ocorreu um erro, tente mais tarde”.
Demitido há três meses, mas ainda agarrado ao cargo, o ministro Guido Mantega (Fazenda) espera ao menos uma compensação, digamos, pessoal: a nomeação do seu secretário-executivo, amigo e quase parente Paulo Caffarelli na vice-presidência do Banco do Brasil.
Nos primeiros meses de 2015 o Brasil terá 35 partidos mamando no Fundo Partidário, alimentado com recursos públicos. Rede e o Partido Novo estão quase lá. O PL do adesista por Gilberto Kassab, também.
O almirante Júlio Moura Neto, comandante da Marinha, agora é acusado de usar a base naval restrita de Aratu (BA) para casar o filho, civil, em dezembro de 2013. Só oficiais podem se casar no local.

NO DIÁRIO DO PODER
ASSALTO FINAL
DEPUTADOS E SENADORES ACHAM POUCO E ARTICULAM AUTO-AUMENTO
NO APAGAR DAS LUZES DA LEGISLATURA, DEPUTADOS E SENADORES ARTICULAM AUMENTO PARA ELES MESMOS. SAIBA A FORTUNA QUE NOS CUSTAM.
Publicado: 26 de novembro de 2014 às 1:55 - Atualizado às 2:00

sessao do congresso by gustavo lima
Sessão do Congresso Nacional nesta terça-feira, 25: eles só pensam naquilo

Deputados federais e senadores começaram a articular um reajuste salarial para 2015, pegando carona no projeto enviado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para reajustar os vencimentos dos seus ministros para R$ 35,9 mil mensais. Atualmente, os parlamentares recebem o mesmo que os ministros do STF, R$ 26,7 mil, valor máximo permitido pela Constituição para remunerar servidores públicos.
O quarto secretário da Câmara, deputado Antonio Carlos Biffi (PT-MS), é um dos mais afoitos articuladores do auto-aumento. Ele informou que a Mesa Diretora da Câmara tratará do assunto nas próximas semanas para que o aumento passe a valer já a partir de 2015.
O relator do orçamento 2015, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse não ter informações sobre a possibilidade de reajuste. Mas não é verdade, ele sabe, sim, mas decidiu manter-se calado para não ampliar o próprio desgaste, na semana em que deu a cara para defender o indefensável: a revogação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), um dos mais duros golpes no que resta de credibilidade ao Brasil no mercado internacional. (Clique aqui para ler o editorial do Diário do Poder sobre esse assunto).
Ao contrário dos ministros do STF, que apenas recebem seus vencimentos líquidos mensais, os deputados federais e senadores recebem uma verdadeira fortuna por meio de remunerações indiretas, privilégios e regalias.
AQUI, O QUE RECEBE CADA SENADOR
Subsídio mensal
R$ 26.512,09. Além dos 12 salários por ano e do 13º, cada senador recebe o mesmo valor no início e no final de cada sessão legislativa, ou seja, 14º e 15º salários.
Funcionários
Cada gabinete tem direito à contratação de 11 profissionais, sendo seis assessores parlamentares e cinco secretários parlamentares.
Um assessor parlamentar ganha R$ 8 mil brutos e um secretário, 85% desse valor.
Verba Indenizatória
R$ 15 mil. Recursos para uso em gastos nos estados, com aluguel, gasolina, alimentação.
Auxílio-moradia
R$ 3.800. Têm direito os senadores que não moram em apartamentos funcionais. o em Brasília.
Cota postal
A cota postal varia segundo o número de eleitores do estado. O senador do estado menos populoso (AP), em termos de número de eleitores, tem direito a uma cota de R$ 4 mil/mês. Um senador do estado mais populoso (SP) tem direito a usar até R$ 60 mil/mês. O pagamento da postagem é feito diretamente pelo Senado aos Correios, mediante comprovação da postagem, não havendo repasse de recursos.
Cota telefônica
Cada senador tem direito a R$ 500 mensais.
Passagens aéreas
Verba variável, dependendo do estado pelo qual o senador foi eleito. O valor mínimo é de R$ 4,3 mil (para os eleitos pelo Distrito Federal) e máximo de R$ 16 mil, para os do Acre.
Combustível
Todo senador tem direito a 25 litros de combustível por dia.
Gráfica
Cada senador tem direito a uma cota de serviços gráficos, na Gráfica do Senado, para material estritamente relativo à atividade parlamentar, de R$ 8.500 por ano.
Jornais e revistas
Nos dias úteis, cada senador recebe cinco publicações, entre jornais e revistas.
AQUI, O QUE RECEBE CADA DEPUTADO FEDERAL:
Subsídio mensal
R$ 26.500. Além dos 12 salários por ano e do 13º, cada deputado recebe o mesmo valor no início e no final de cada sessão legislativa, ou seja, 14º e 15º salários.
Verba de gabinete
R$ 60 mil, Verba destinada ao pagamento dos funcionários de gabinete. Cada deputado tem direito a empregar de 5 a 25 pessoas em seu gabinete, mas com salários que não ultrapassem o somatório da verba e que não sejam inferiores ao mínimo.
Verba indenizatória
R$ 15 mil. Recursos para uso em gastos nos estados, com aluguel, gasolina, alimentação.
Auxílio-moradia
R$ 3 mil. Têm direito os deputados que não moram em apartamentos funcionais.
Cota postal e telefônica
R$ 4.2687,55 para deputados, e R$ 5.513,09 para líderes e vice-líderes da Câmara, presidentes e vice-presidentes de comissões permanentes da Casa. A cota é mensal, mas, se não utilizada naquele mês, acumula para o seguinte.
Passagens aéreas
Verba variável, dependendo do estado pelo qual o deputado foi eleito. O valor mínimo é de R$ 4,3 mil (para os deputados eleitos pelo Distrito Federal) e máximo de R$ 16 mil, para os do Acre.
Gráfica
Cota de R$ 6 mil.
Jornais e revistas
Nos dias úteis, cada deputado recebe cinco publicações, entre jornais e revistas.

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
REYNALDO ROCHA
País de loucos. Seremos todos hóspedes do Sanatório Geral que o Augusto tenta manter com o número necessário de vagas? Aqui corruptor passa recibo – isso mesmo, aquele de papel! – do crime cometido. Só falta a exposição de motivos.
Quem manda no prostíbulo? Lula, depois de uma reunião de dez horas com a mulher que se julga presidente, deve ter anotado as ordens em algum papel de padaria. Isso vale mais – neste governo – que um decreto. Bastam as digitais (ou meia dúzia de garranchos) do copresidente. Dilma jamais ousará contrariar uma determinação de Lula. Aceitou Joaquim Levy como regra-três de Luiz Carlos Trabuco e Henrique Meireles, os preferidos do padrinho.


NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
O Congresso viveu uma balbúrdia dos diabos nesta terça-feira (25), que se arrastou até a madrugada desta quarta para tentar limpar a pauta — 38 vetos presidenciais que estavam pendentes — e abrir caminho para votar o projeto de lei do governo que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias e simplesmente elimina a meta fiscal. Se aprovado, o governo faz o que bem quiser com as contas, produza déficit ou superávit. Pior ainda: pode até chamar déficit de superávit, e tudo bem. A proposta inicial era votar o texto ontem. Não deu. Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado e do Congresso, tentará passar o rolo compressor hoje.
Os românticos entenderam agora por que o governo precisa muito de um partido como o PMDB — ou, para ser mais exato, precisa de certo PMDB? O projeto de lei não podia ser votado enquanto os vetos presidenciais não fossem apreciados. No comando da sessão, Renan manobrou para apreciar tudo de cambulhada, atropelando o Regimento em vários aspectos. E tudo para quê? Para viabilizar um estupro à Constituição.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias, conforme estabelece o Artigo 165 da Constituição, compreenderá “as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento”. É coisa importante. Deveria ser ao menos.
Será que o governo pode simplesmente mandar a LDO às favas, prometer superávits que não cumpre, ignorar prioridades aprovadas pelo Poder Legislativo, manobrar os números como lhe der na telha? Se a lei serve para alguma coisa, a resposta é não! A Lei 1.079 é explícita na Alínea 4 do Artigo 10. É crime de responsabilidade “Infringir, patentemente, e de qualquer modo, dispositivo da lei orçamentária”. E é precisamente isto o que está a fazer o governo Dilma, nos estertores do seu primeiro mandato. Sim, estamos falando de um governo fora da lei. Só para lembrar: se a Câmara aceita uma denúncia de crime de responsabilidade contra o chefe do Executivo, ele é obrigado a se afastar do poder.
Justamente porque a LDO tem prescrição constitucional, o PSDB já recorreu ao Supremo para tentar suspender a tramitação do projeto de lei. Também pretende pedir ao tribunal a nulidade da sessão desta terça.
“Mas e aí, Reinaldo? O país pode ficar sem a aprovação da LDO?” A resposta é “não”. Mas ela não pode ser uma peça de ficção, que o governo manipula como quer.
(Texto publicado originalmente às 4h19 de 26-11-2014)

Essa Dilma Rousseff… Nesta terça (25), ficamos sabendo que a “represidenta” pretende dar uma freada nas generosidades do BNDES, diminuindo, na prática, o seu peso no financiamento da economia. Já não era sem tempo, não é? Afinal, o governo pega dinheiro do mercado a 11,25%, transfere parte da bufunfa para o banco, que o empresta a 5% a alguns escolhidos. Mas todos pagam a conta. Uma lindeza! Nesta quarta, mais uma notícia a revelar um governo nas cordas. Dilma vai, na prática, elevar o preço dos combustíveis, mas, desta feita, não para diminuir o rombo da Petrobras, mas para diminuir o rombo do… governo. E como será feito? Com a volta de um imposto, chamado eufemisticamente de “contribuição”.
A Folha informa que, no pacote de medidas para minorar os descalabros das contas públicas, Guido Mantega incluiu a volta da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). A cobrança, estima o governo, pode arrecadar até R$ 14 bilhões. O Planalto também está de olho, informa o jornal, no seguro-desemprego, abono salarial e pensão pós-morte; as dois primeiros itens atingem cerca de R$ 45 bilhões por ano.
A presidente Dilma esteve nesta terça com Joaquim Levy e Nelson Barbosa, futuros ministros da Fazenda e do Planejamento, respectivamente. A intenção é fechar um conjunto de medidas que seriam divulgadas junto com a oficialização da nova equipe. Mantega deve passar o bastão na segunda, mas se despede já na sexta. Ufa! Já não era sem tempo.
Voltar a cobrar a Cide corresponde a tentar reequilibrar as contas aumentando imposto, em vez de cortar gastos. Dilma certamente sabe que não é uma medida simpática, o que evidencia o desespero do governo. Mas aguardemos o conjunto de medidas para saber se a lógica abraçada será mesmo a de bater um pouco mais a carteira da sociedade em vez de o governo passar a gastar de forma mais responsável.

Porque ninguém prova, com tanta eloquência, a existência de um esquema criminoso na Petrobras. Mais do que isso: ele também é um emblema da dimensão do assalto. Vamos lembrar: Pedro Barusco (foto) era um mero gerente de Serviços da Petrobras, um auxiliar de Renato Duque, o diretor da área, que era da cota petista. Mais do que isso: pertence, vamos dizer, ao “universo José Dirceu”. Segundo Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, Duque era o homem que cuidava do propinoduto para o PT. Mas voltemos a Barusco.
O subordinado de Duque se dispôs a devolver, prestem atenção!, US$ 97 milhões aos cofres públicos. Esse é o dinheiro que ele admite ter sido, na prática, roubado da Petrobras. Estamos falando, leitores, de algo em torno de R$ 252 milhões. Como é que um quadro de segundo escalão é capaz de amealhar tal fortuna?
Muito bem! Parece que a sua disposição de devolver o dinheiro é para valer. Uma conta já foi aberta na Caixa Econômica Federal, e, em breve, cumprida a sua parte no acordo, Barusco transfere o dinheiro para o banco brasileiro.
Qual é o temor especial que seu nome desperta? Barusco está, consta, muito doente e muito pessimista sobre suas possibilidades de cura. Aqueles que fizeram negócios com ele ao longo dos anos temem que resolva ter um surto de sinceridade num momento difícil da sua vida. Essa gente está com medo da rapidez com que o engenheiro trocou uma iminente prisão pela confissão de que, sim!, era tudo verdade.
Há pânico com a possibilidade de que ele resolva, vamos dizer, fazer uma faxina na sua biografia dizendo tudo o que sabe. E ninguém que rouba essa quantidade sabe pouco. Já escrevi e reitero: acho que é preciso que se apure a possibilidade de que ele seja um laranja de uma estrutura bem maior.
“Ah, em situações extremas, as pessoas podem mentir…”, dirá alguém. Até podem. Mas me parece que se trata de uma daquelas circunstâncias em que a pessoa busca, ao menos, um alívio para a própria consciência. Todos aqueles que concorreram para que Barusco conseguisse ter US$ 97 milhões no exterior estão certamente preocupados.

No dia 3 de novembro, escrevi aqui um post intitulado “O PT e advogados de corruptos se organizam agora para tentar destruir o juiz Sérgio Moro”, com base em reportagem publicada na revista VEJA.
Dois advogados de empreiteiras o acusam de manobrar à margem da lei para impedir que o caso migre todo para o Supremo. Ele também estaria usando a decretação de prisões para forçar delações premiadas e cerceando o direito de defesa ao não permitir o acesso de acusados ao conteúdo das delações. A acusações foram feitas pelos advogados Alberto Toron, em entrevista concedida à Folha, e Fabio Tofic Simantob, em reclamação ao Supremo. Eles defendem, respectivamente, as empreiteiras UTC e Engevix. Advogados têm o dever de defender os seus clientes. Mas nem por isso a gente precisa ser sensível à livre interpretação que possam fazer da lei. Moro classificou as acusações de “fantasiosas” — e me parece que ele está certo.
Vamos ver. O juiz tem impedido que os investigados citem nomes de políticos em seus depoimentos por uma razão simples: eles têm foro especial por prerrogativa de função, e caberá ao STF ou ao STJ, a depender do cargo, a condução do processo. Assim quer a Constituição, não o juiz. Ele tem ciência — e parece que não pode ser censurado por conhecer os códigos de seu país — de que poderia provocar a nulidade do processo por um mero erro formal. O juiz negou que esteja investigando políticos: “O objeto desse processo não envolve o crime de corrupção de agentes políticos, mas sim crimes licitatórios, de lavagem e, quanto à corrupção, apenas de agentes da Petrobras.”
Do que os advogados o acusam? De reconhecer a existência do chamado foro privilegiado? É a lei. De resto, acho que não fica bem toda essa ânsia dos doutores para que o caso migre para o Supremo. Acaba passando a impressão de que, na Corte maior do país, eventuais corruptos teriam melhor sorte. Acho bom o STF refletir sobre tal ilação.
Quanto ao acesso à delação premiada, dizer o quê? Seu caráter é necessariamente sigiloso. E só há consequências se as revelações feitas estiverem ancoradas em provas. Toron fala como se não soubesse do que seu cliente está sendo acusado. E ele sabe. Ter acesso às delações implica imiscuir-se no trabalho de investigação do Ministério Público e da Polícia Federal. Não consta que essa seja uma prerrogativa de um advogado de defesa. Fosse assim, nenhuma investigação avançaria, não é? É como se Toron quisesse que seu cliente soubesse antes tudo o que os investigadores já sabem para, então, responder a uma pergunta.
Não vamos confundir alhos com bugalhos. Todos os advogados sabem do que são acusados seus respectivos clientes. O que não sabem — nem devem saber — e de quais provas já dispõem as autoridades que investigam e que dizem respeito, atenção!, a toda a teia criminosa. E os crimes, como a gente sabe, aconteceram, ou um grupo de delatores não se disporia a entregar alguns milhões de dólares que foram roubados da Petrobras.
O ministro Teori Zavascki, relator do caso no Supremo, encaminhou alguns questionamentos a Moro. Não está claro se foi mera ação burocrática ou se, de fato, se mostra simpático à tese dos advogados. De resto, não custa lembrar: é o Ministério Público Federal quem detém a guarda do conteúdo da delação premiada, não o juiz Sérgio Moro.

NO BLOG DO CORONEL
O presidente das duas CPIs da Petrobrás do Congresso, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), foi indicado no início da noite desta terça-feira, 25, para ocupar uma cadeira de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), na vaga aberta com a aposentadoria de José Jorge. A indicação foi apresentada pelo líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), à Secretaria-Geral da Mesa do Senado e contou com o apoio de 40 senadores, por meio dos líderes de partidos e de blocos partidários.
Vital do Rêgo (foto) é considerado um fiel aliado da presidente Dilma Rousseff (PT), chegando até a concorrer ao governo da Paraíba para garantir um palanque para a petista no Estado na eleição deste ano (terminou a disputa em terceiro lugar). O peemedebista está em seu primeiro mandato no Senado e, além de comandar atualmente as duas CPIs sobre a Petrobrás, preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a mais importante comissão da Casa. Ele também presidiu a CPI do Cachoeira em 2012, que terminou com um relatório sem ter sugerido o indiciamento de qualquer pessoa.
O projeto de decreto legislativo com a indicação de Vital, protocolada às 19h22, seguiu para análise da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Nesse colegiado, ela terá de ser aprovado e, posteriormente, também pelo plenário do Senado. Se passar, posteriormente, seguirá para apreciação da Câmara dos Deputados. Todas as votações, como prevê o regimento interno para casos de indicações de autoridades, ocorrem em votações secretas.
Caso seu nome seja aprovado pelo Congresso, Vital do Rêgo, que tem 51 anos, poderá ficar no tribunal até os 70 anos, prazo limite para que uma pessoa permaneça no serviço público federal pelas regras atuais. Ou seja, poderia atuar na Corte, se não quiser sair antes, até setembro de 2033. Na justificativa que apresentou para a indicação, Eunício Oliveira disse que Vital possui "reputação ilibada", da mesma forma que exerceu "todos os cargos que lhe foram atribuídos". "Entendemos que os senhores senadores integrantes desta comissão (CAE) dispõem de suficientes elementos para deliberar sobre a presente indicação", afirmou Eunício.
Apoiaram a indicação, como líderes, Eunício Oliveira pelo bloco da maioria, que abrange os 26 senadores do PMDB, do PP, do PSD e do PV; Gim Argello (PTB-DF) pelo bloco União e Força, representando os 10 senadores do PTB e do PR; e o líder e presidente do DEM, Agripino Maia (RN), que abrange os quatro senadores da bancada. Regimentalmente, a assinatura de um líder contabiliza os votos de todos os parlamentares de uma determinada bancada ou bloco partidário. Mesmo sendo do bloco do PMDB, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez questão de assinar ele próprio o apoio à indicação de Vital, seu aliado.
O nome de Vital para o TCU tem sido costurado pelo PMDB há, pelo menos, um mês nos bastidores. O partido preferiu marcar posição na disputa que trava pela cadeira no tribunal com o PT, que tenta emplacar a atual ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti. A petista chegou a fazer um périplo pelo Senado pedindo o apoio de parlamentares para sua indicação. Outros nomes podem ser indicados para a vaga. (Estadão)

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Newton Trisotto, relator do julgamento que manteve preso homem apontado pela Polícia Federal (PF) como operador de Youssef no exterior nesta terça-feira, disse que a corrupção brasileira é "uma das maiores vergonhas da humanidade". Já o ministro Felix Fischer cogitou que nenhum outro país viveu "tamanha roubalheira". A 5ª Turma da Corte decidiu por unanimidade manter a prisão de João Procópio de Almeida Prado.
- A corrupção no Brasil é uma das maiores vergonhas da humanidade - afirmou o relator Newton Trisotto, em uma sessão de discursos fortes. O ministro também ressaltou a extensão que está tomando a Operação Lava-Jato, ao revelar cifras bilionárias.
A defesa de João Procópio - apontado como homem de confiança de Youssef fora do Brasil, e preso em julho - alegou que a prisão havia sido cumprida sem requisitos legais. Ou seja, diziam que a prisão havia sido fora da lei, e que deveria ser revogada. - Pelo valor das evoluções, algo gravíssimo aconteceu - disse Trisotto. 
Trisotto, acompanhado pelos outros ministros, negou essa tese, e qualificou o papel de João Procópio no esquema como "fundamental". - Prado assumia papel relevante no esquema, controlava contas de Youssef no exterior. Foi fundamental para controlar dinheiro de origem ilícita - afirmou o relator.Com essa decisão unânime, o STJ reforçou a posição do juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava-Jato e vem sofrendo duros ataques de advogados. 
O ministro Felix Fischer, ex-presidente do STJ, classificou a corrupção no Brasil entre as maiores do planeta: - Acho que nenhum outro país viveu tamanha roubalheira - afirmou Fischer. O relator Newton Trisotto pediu ainda "coragem" para o juiz Sérgio Moro. Trisotto citou o jurista Ruy Barbosa ao dizer que um juiz não pode ser "covarde". - Não há salvação para o juiz covarde. O juiz precisa ter coragem para condenar ou absolver os políticos e os economicamente poderosos - declarou o relator. (O Globo)

NO BLOG DO JOSIAS
Dilma Rousseff acha que preside 39 ministérios. Durante a campanha, tachou de míopes os adversários que prometiam lipoaspirar a Esplanada. No entanto, há um mês e quatro dias do encerramento do ano, pelo menos dez ministros atravessaram 2014 sem um despacho individual com a chefe. Para cinco deles, o jejum de audiências já se prolonga por mais de um ano.
Alertado para o fenômeno por um dos ministros sem-audiência, o blog resolveu fazer uma pesquisa na agenda eletrônica de Dilma, disponível no site do Planalto. Varejaram-se os compromissos agendados pela presidente no período 1º de outubro de 2013 até esta quarta-feira, 26 de novembro de 2014. Vão abaixo algumas das constatações:
1. Nesse período de quase treze meses, ministros de setores estratégicos como Garibaldi Alves (Previdência), Maurício Dias (Trabalho) e Jorge Hage (Controladoria-Geral da União) não tiveram seus nomes gravados na agenda de Dilma nenhuma vez. Se foram recebidos, foi em compromisso extra-agenda. Ou em conversas coletivas. Deu-se o mesmo com a titular da periférica pasta de Políticas de Igualdade Racial, a ministra Luiza Helena Barros, e com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, José Elito Carvalho Siqueira.
2. Nomeados nos primeiros meses do ano, cinco substitutos de ministros que trocaram de pasta ou deixaram Brasília para tentar a sorte nas urnas ainda não viveram a experiência de enxergar seus nomes gravados na agenda da presidente depois da cerimônia de posse. De novo: tomando-se como precisos os registros eletrônicos do Planalto, se estiveram com Dilma foi extra-agenda ou em evento coletivo. São eles: Mauro Borges Lemos (Desenvolvimento), Clelio Campolina Diniz (Ciência e Tecnologia), Vinicius Nobre Lages (Turismo), Laudemir André (Desenvolvimento Agrário), e Eduardo Benedito Lopes (Pesca).
3. Outros ministros aparecem na agenda de Dilma, ao longo do período pesquisado, uma quantidade mixuruca de vezes. Por exemplo: Marcelo Neri (Assuntos Estratégicos), Gilberto Magalhães Occhi (Cidades), Francisco José Coelho Teixeira (Integração Nacional) e Neri Geller (Agricultura), uma vez cada. Izabela Teixeira (Meio Ambiente), Paulo Bernardo (Comunicações) e Eleonora Menicucci (Políticas para Mulheres) colecionam duas menções na agenda de Dilma. Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), três. Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) e Guilherme Afif Domingos (Micro e Pequena Empresa), quatro cada. César Borges (ex-Transportes, hoje Portos) e Moreira Franco (Aviação Civil), foram à agenda cinco vezes cada.
4. No topo do ranking das audiências formais com Dilma aparecem, desde outubro de 2013: Guido Mantega (Fazenda), 26 vezes; Aloizio Mercadante (ex-Educação, hoje Casa Civil), 19 vezes; Thomas Traumann (Comunicação Social), 17 vezes; Miriam Belchior (Planejamento), 15; José Eduardo Cardoso (Justiça), 14; Aldo Rebelo (Esportes) e Edison Lobão (Minas e Energia), sete vezes cada.
De volta às articulações para a composição de mais um ministério, Dilma vive o dilema entre a racionalidade e a necessidade de saciar o apetite de seus apoiadores. Seria sensato que cada ministro tivesse algo como uma hora semanal de despacho com a chefe. Mas, com 39 auxiliares, sobrariam para Dilma 60 minutos numa jornada de 40 horas por semana. Resta à presidente conviver com a ilusão de que governa seu ministério, ainda que à distância.

NO BLOG ALERTA TOTAL
Com apoio dos EUA, árabes querem comprar dívidas da Petrobras antes que os chineses o façam

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Os investidores árabes querem comprar a imensa dívida da Petrobras, rolada quase que diariamente, para sanear a empresa e investir pesado no pré-sal, antes que os abundantes capitais capimunistas chineses o façam. Eis o motivo pelo qual deixaram vazar, na mídia internacional, a informação de que o Emir de Abu-Dhabi, o Khalifa bin Zayid Al Nahya, seria um dos "patrocinadores" políticos dos processos movidos pelo Departamento de Justiça e pela Securities and Exchange Commission dos EUA contra dirigentes da estatal de economia mista "brasileira".
As ações podem render multas de até US$ 5 bilhões, caso ocorra uma condenação com base no Foreign Corrupt Practices Act - Lei contra Atos de Corrupção no Exterior (FCPA, na sigla em inglês). Liderados pelos árabes, investidores "minoritários" promoverão enxurradas automáticas de ações judiciais pedindo ressarcimento de prejuízos. Os norte-americanos são parceiros dos petrodólares na complicada guerra comercial para impedir que chineses avancem sobre o próspero mercado brasileiro de petróleo e gás. As broncas da Lava Jato são providenciais para as manobras árabes, na hora em que o crédito da Petrobras for cortado ou dificultado, pelo rebaixamento das agências de risco.
O governo Dilma Rousseff se aliaria aos chineses - o que pode complicar ainda mais a confusão para a os políticos corruptos e seu cartel de empreiteiras. Por isso, a confederação das monarquias árabes, junto com o aparato legal e de inteligência norte-americano, vem com tudo para cima dos "adversários" ou "inimigos". Já se pressente um bombardeio sobre negócios em que os chineses têm brasileiros e portugueses (inclusive laranjas da terrinha) como parceiros em Angola, Moçambique e adjacências.
As empreiteiras pegas na Lava Jato estão no meio da guerra. Imagina o que pode acontecer quando as investigações chegaram aos negócios com diamantes e hotelaria, além das grandes obras, onde existem indícios de lavagem de dinheiro, pagamento de propinas e draw-back (grana roubada aqui, "investida" lá fora, que volta na forma de pretensos investimentos diretos estrangeiros)... No meio das maracutaias, bilionários fundos de pensão controlados politicamente... Escândalos podem vir à tona em profusão. Por aqui, mais de 70 políticos estão apertadinhos com os deles na reta... Até quem nunca poderia se imaginar preso - e se considera totalmente blindado, por ser "poderoso" politicamente - acaba na cadeia...
Vide a prisão de um grande aliado e parceiro da dupla brasileira Lula da Silva e José Dirceu é um sinal de tempos turbulentos. O ex-premiê de Portugal (2005-2011), José Sócrates Monteiro, foi detido, sexta-feira passada, e teve a prisão preventiva decretada na segunda-feira em meio a denúncias de fraude fiscal, corrupção e lavagem de dinheiro. Foram registradas várias transferências na Caixa Geral de Depósitos para a conta de Sócrates, incompatíveis com suas declarações de renda. Um apartamento em Paris, avaliado em € 3 milhões de euros, chamou a atenção do fisco lusitano. Ultimamente, desde 2013, Sócrates trabalhava como "consultor para a América Latina" da empresa Octapharma.
A guerra de inteligência comercial contra os parceiros dos chineses também pode atingir a mulher mais rica de Angola. Filha do presidente angolano, a bilionária Isabel dos Santos pode ter dificuldades em concretizar a ousada oferta pública de aquisição feita pela empresa que preside. A companhia privada angolana de telecomunicações Unitel quer comprar indiretamente 25,6% da brasileira Oi. Dona também da empresa portuguesa Terra Peregrin, Isabel ofereceu € 1,35 por ação da Portugal Telecom SGPS na Oi. Isabel firmou, recentemente, uma parceria com o Google para lançar um cabo submarino de fibra ótica ligando os EUA, Brasil e África.
Grandes interesses sempre se confundem. O perigo maior para o Brasil é nunca saber qual o seu próprio interesse. O eterno comportamento comodista de colônia (de quem quer que seja) é a tragicomédia brasileira. Agora, o País se vê na situação de depender de uma força judicial externa para resolver um problema interno de canalhice e incompetência sem precedentes. Eis a exposição de nossa falta de vergonha nacional...
(...)

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