DA MÍDIA SEM MORDAÇA

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Trabalhadores que usaram o dinheiro do FGTS para comprar ações da Petrobras em 2000 injetaram R$ 1,61 bilhão na estatal, mas o que deveria ser grande investimento gerou perdas de 62,4% ao trabalhador. Ações que chegaram a valer R$ 103,00 em 2008 sucumbiram à avareza dos envolvidos no esquema do Petrolão e perderam 88,5% do valor, e chegaram a ser negociadas no pregão desta quinta (20) a míseros R$ 12,00.
Mais de 312 mil pessoas investiram até 50% do FGTS em ações da Petrobras. Tudo foi corroído e ainda saíram devendo: 144,3%.
Como nada é tão ruim que não possa piorar, as ações da Petrobras caíram 13,2% uma semana depois da prisão dos empreiteiros.
É antiga a rixa do Sindicato dos Petroleiros com Renato Duque, o ex-diretor da Petrobras preso na Operação Lava Jato: o Sindipetro-RJ atribuiu a ele prejuízo de US$1 bilhão no afundamento da plataforma P-36, que em 2001 matou 11 trabalhadores. Na denúncia ao Ministério Público Federal, o sindicato denunciou negócios do diretor, que chegou na Petrobras com José Dirceu, na era Lula. Ninguém foi punido.
A plataforma foi construída pela Marítima, do brasileiro-colombiano Germán Efromovich, que venceu 9 licitações na era Renato Duque.
Preso pela PF com o ex-diretor, o gerente Pedro Barusco, responsável pela construção da P-36, já aceitou devolver US$ 100 milhões.
A delação premiada de Pedro Barusco pode tirar seu chefe Renato Duque dos holofotes, mas pode significar até o fim da linha para o PT.
A Lava Jato derruba os executivos, mas não as obras bancadas no exterior pelo BNDES, poupado até agora: só um trecho do Corredor Ferroviário Interoceânico Sul (Peru-Bolívia-Brasil) rendeu US$ 890 milhões à Camargo Corrêa, Andrade Gutiérrez e Queiroz Galvão.
Bateu o pânico na Engevix em Florianópolis (SC), após a Lava Jato: um diretor negociou a concessão do aeroporto de Brasília, o outro foi alvo da Operação Ave de Rapina, da PF, de desvios em prefeituras.
Inocêncio Oliveira (PP-PE), o “guardanapo” (porque não sai da Mesa), oferecia a tribuna sem inscrição, ontem, para se manter na TV Câmara.
Em política, como no futebol, treino é treino, jogo é jogo: após “acusar” adversários de ligações aos bancos, desde a reeleição Dilma importuna banqueiros oferecendo-lhes o cargo de ministro da Fazenda.
Amigos e tietes de Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, cogitavam pedir em coro, na porta do banco, para ele não cometer o desatino de aceitar o cargo de ministro da Fazenda de Dilma. Não foi necessário. Ele não é do tipo que comete desatinos.
No Brasil, desmoraliza-se até a corrupção: no escândalo em Rondônia, o opositor Expedito Junior participava do suprapartidário “fundo da propina” mantido por fornecedores para o governador Confúcio Moura.
Citados na falcatrua de R$ 7 milhões do plano de saúde dos Correios no Rio, Daniel de Melo Nunes é quadro histórico do PT e presidiu o sindicato da Cedae, onde teria “bagunçado” o plano dos servidores. Arlando Arzua é ligado a ex-secretário, dono de estacionamentos.
Esta coluna divide com suas fontes e seus leitores a renovada alegria pelo Prêmio Engenho 2014 de “Melhor Coluna”, conferido nesta quarta (19), em Brasília. Também recebemos prêmio idêntico em 2013.
Amigo do ex-presidente e advogado de 9 de cada 10 bandidos da era Lula, Márcio Thomaz Bastos morreu no ocaso do seu PT, e no Dia da Consciência Negra. Místicos não diriam que foi coincidência.
Conclusão acertada no Twitter ontem: “Do jeito que a PF está prendendo, o PT vai acabar sem militância.”

NA COLUNA DO AUGUSTO NUNES
Por PEDRO COSTA
A “Kombi-Reaça” de Idacildo, pichada por petistas em Natal
Dezessete dias depois da eleição presidencial mais acirrada da história do Brasil, o comerciante potiguar Idacildo Cortez, 53 anos, teve a sensação de que, em Natal, estava em curso o terceiro turno da disputa. Ao sair para o trabalho, ele topou com duas frases pichadas na sua Kombi–Lanche estacionada a 200 metros da sua casa. “Não compre aqui ele é anti-PT e fala mal de petista”, recomendava a primeira. “Peça a Aécio que ele apaga”, aconselhava a segunda.
A reação inicial misturou medo e surpresa. Idacildo critica frequentemente o governo Dilma Rousseff nas redes sociais, mas nunca imaginou que pudesse sofrer uma retaliação do gênero. “Eu apenas tento mostrar notícias que provam que esse governo está acabando com o Brasil, mas eles parecem não querer enxergar”, disse ao site de VEJA, nesta quinta-feira, a vítima do ataque clandestino.”É que nem corno apaixonado”, compara. “A gente esfrega na cara, mostra foto da mulher traindo, mas não adianta”.
Ele confirma que, depois de ter votado em Marina Silva no primeiro turno, optou pelo candidato tucano na etapa decisiva. Mas não precisou da ajuda de Aécio Neves para remover uma das frases: bastou-lhe a aplicação de um solvente. A fórmula não funcionou no lado da Kombi que ficou exposto ao sol depois da pichação. Como a tinta secou, a limpeza ficou bem mais complicada.
O abatimento inicial foi neutralizado em poucos dias por efeitos contrários aos desejados pelos vândalos. A história se espalhou e os fregueses traduziram seu apoio a Idacildo com manifestações de bom humor. O veículo ganhou o apelido de “Kombi-Reaça”. O produto mais consumido pela clientela foi rebatizado de “Coxinha Opressora”.
“O pessoal gosta de chamar quem é contra o PT de ‘Coxinha e Reacionário’”, explica o comerciante. “Levei na esportiva e aceitei a sugestão, que está fazendo o maior sucesso. Até turistas de Curitiba, São Paulo e outras cidades já vieram me cumprimentar”. Idacildo não detalha os números, mas confirma que o faturamento cresceu.
A “Coxinha Opressora”, lanche preferido entre os clientes
No Rio Grande do Norte, onde o lulopetismo é hegemônico, Dilma Rousseff obteve 69,96% dos votos no segundo turno. No Nordeste, segundo Idacildo, é muito difícil assumir de peito aberto uma postura oposicionista. ”Nordestino que não vota no PT sofre preconceito, sim”, garante o alvo da investida anônima, que sobe o tom de voz ao mencionar um caso exemplar: “Já tentei várias vezes um financiamento com o BNDES e nunca consegui. Um amigo petista que tem uma empresa parecida com a minha conseguiu. Parece perseguição”.

NO BLOG DO CORONEL
País não vai parar se as empreiteiras do Clube da Corrupção forem proibidas de contratar, afirmam especialistas.
Ponte de 42 km construída na China em menos de 4 anos, com um custo de R$ 1,5 bilhão. Quanto demoraria e quanto custaria no Brasil?

Executivos e advogados discutem e já até organizam seminários para tentar prever como o cenário de infraestrutura será afetado pela Operação Lava-Jato. Apesar das incertezas, ao menos um ponto é consenso: é considerada exagerada a tese de que o país "pararia" caso as grandes empreiteiras recebam um selo de inidoneidade (algo alarmado nesta semana pelo presidente do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes). Caso os grandes grupos tenham que ficar de fora das novas licitações, o país pode facilitar a atuação de outras empresas no mercado de engenharia e construção para continuar a contratar grandes obras.
O entendimento dos especialistas é que, no caso de uma declaração de inidoneidade, governo e empresas não precisam interromper obras. Segundo Bruno Werneck, do escritório de advocacia Mattos Filho, os contratos suspeitos podem ser suspendidos de forma isolada pelo poder público. Ou, ainda, terem preços repactuados. Mas o efeito da inidoneidade, na verdade, é o impedimento de as companhias disputarem futuras licitações. Ou seja, a barreira diz respeito a novas obras.
A inidoneidade é interpretada como medida extrema, e só seria tomada após ser concedido espaço ao contraditório e à ampla defesa - o que levaria ao menos um ano e ainda poderia ser alvo de discussões na Justiça. No caso das empreiteiras investigadas, as justificativas mais prováveis para essa penalização são as práticas de cartel e superfaturamento.
Em um cenário extremo - caso todas as envolvidas nas investigações da Lava-Jato (Odebrecht, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, UTC, OAS, Engevix e Galvão Engenharia) sejam realmente declaradas inidôneas - o país ainda teria alternativas. "As grandes empresas hoje são integradoras, muitas apenas gerenciam outras empreiteiras. São gestoras de obras. Que elas têm expertise, não há duvidas. Mas há várias outras empresas que executam obras e que podem fazer interface com outras empresas e com o setor público", diz Cláudio Frischtak, da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios.
Há mais de dez empresas de engenharia e construção que atualmente não constam como alvo das investigações e que têm receita líquida superior a R$ 1 bilhão no Brasil. Entre elas, estão Andrade Gutierrez, Carioca Christiani-Nielsen Engenharia, Construcap, Contern, Somague e MPE. O que causa dúvida é quantas dessa empresas têm expertise e capacidade financeira para tocar grandes obras. A empreiteira deve ter disponibilidade de caixa - pois, no caso de contratos públicos (por meio da Valec, por exemplo), o governo federal costuma fazer os desembolsos às construtoras à medida que a obra é feita, e não antecipadamente. Ainda assim, a exigência de recursos próprios não são considerados tão expressivos em grande parte das vezes.
Mario Engler, professor de direito da infraestrutura da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é otimista. Ele acredita que o impedimento das grandes empreiteiras vai fomentar a ascensão de outras companhias. "O mercado vai se acomodar e vão surgir outros players", diz. "Não acho que o Brasil está tão dependente dessas empresas [grandes empreiteiras] como pode parecer. Elas têm muito poder, mas o país não deve se comportar como refém delas. Acho precipitado dizer que o Brasil vai parar".
Outra medida apontada pelos especialistas é facilitar a abertura do mercado de engenharia e construção a grupos estrangeiros. Há ao menos 11 empreiteiras maiores do que a Construtora Norberto Odebrecht (maior do país) ao redor do mundo em termos de receita. Entre elas, segundo a revista especializada Engineering News-Record (ENR), estão a espanhola ACS, a alemã Hochtief, as americanas Bechtel e Fluor, as francesas Vinci e Technip e a sueca Skanska. Outros grandes que, inclusive, já atuam no Brasil são Ferrovial, Acciona e Isolux Corsán.
Apesar de um bom cenário macroeconômico no país ser mencionado como condição para atração de estrangeiras, um exemplo recente mostra que há interesse das companhias de fora por obras no país. Neste ano, foi iniciada uma licitação internacional em São Paulo para a construção do túnel submerso Santos-Guarujá - que custará R$ 3 bilhões, segundo o governo paulista. A disputa atraiu nove empresas estrangeiras, em consórcios com brasileiras, sendo três da Espanha (Ferrovial Agroman, FCC e Acciona), três da Itália (Salini Impregilo, Grandi Lavori Fincosit e Ing. E. Mantovani), uma da Holanda (Strukton), uma da Coreia do Sul (Daewoo) e uma da Turquia (Nurol Insaat VE Ticaret).
As empresas estrangeiras também têm um atrativo "extra", que é o maior cuidado com regras de compliance - principalmente no caso das americanas, onde a legislação anticorrupção é mais rígida. No Brasil, essa prática entre as empreiteiras ainda é muito superficial, quando existente. Shin Jae Kim, sócia da área de compliance e investigação do escritório de advocacia Tozzini Freire, diz que hoje não há impedimentos legais para empreiteiras de fora atuarem no país. Outros especialistas, no entanto, apontam que há empecilhos burocráticos para elas.
Entre as dificuldades apontadas, estão o cumprimento de exigências de editais como a requisição de experiência em grandes obras dentro do país (algo impossível para estreantes de fora) e a obtenção de documentos de homologação nos conselhos regionais de engenharia (os CREAs).
"Esses escândalos mostram que há algo profundamente errado no setor, tanto se as empresas são achacadas ou se elas estimulam isso. Temos que abrir esse mercado. É possível que o sistema de licitações possibilite uma abertura", diz Frischtak, da Inter.B. "A hipótese de todas essas empresas serem declaradas inidôneas e o governo romper unilateralmente é um fato [ainda a ser verificado]. Mas o país não pararia", diz o economista. (Valor Econômico)

Em um país com grandes casos legais que muitas vezes se arrastam por mais de uma década e abruptamente se desmoronam em tecnicidades, o homem que lidera um inquérito da operação Lava Jato, que envolve a Petrobras, é descrito por aliados e até mesmo rivais como a pessoa certa para a tarefa. Meticuloso, formal e reservado, o juiz federal Sérgio Moro tem atuado com sucesso em notórios casos de lavagem de dinheiro por 11 anos, e escreveu um livro sobre o assunto após estudar nos Estados Unidos. 
Moro, de 42 anos, está agora avançando com um caso que já resultou em dezenas de prisões de executivos de grandes empresas de construção pesada e de petróleo, que ameaça abalar a economia e tornou-se a maior crise até agora enfrentada pela presidente Dilma Rousseff, que presidiu o Conselho de Administração da Petrobras de 2003 a 2010. 
A investigação vai se aprofundar ainda mais nos próximos meses, disseram à Reuters promotores que trabalham no caso, e pode ainda envolver alguns bancos nacionais, outras companhias e políticos, inclusive do PT. A investigação apontou sobrepreço nos contratos da Petrobras. Promotores dizem que os recursos, que alguns calculam pode chegar a 8 bilhões de dólares, foram direcionados em parte para para partidos políticos, de acordo com as denúncias. A Petrobras não nega nem confirma as alegações, mas afirmou que iniciou uma investigação interna.
Em um caso que envolve a estatal com 68 bilhões de dólares em ativos e importantes políticos e executivos, dezenas de advogados estão esperando que Moro cometa um deslize. Mas Moro, um leitor voraz que às vezes vai de bicicleta ao trabalho, fez cursos na escola de direito de Harvard e ensina legislação criminal às sextas-feiras, não deu muitos sinais de que pode escorregar. “Ele torna difícil o trabalho dos advogados aqui”, admitiu Antonio Figueiredo Basto, que representa um dos principais réus no caso. Ele chamou Moro de “correto, rigoroso e firme” após um depoimento esta semana em Curitiba. 
OPERAÇÃO LAVA JATO
No escândalo da Petrobras, a Polícia Federal e promotores do Ministério Público juntam as provas, ao passo que Moro toma as principais decisões sobre quem prender ou como conduzir os testemunhos. Ele foi alvo de críticas, especialmente por representantes do PT, que reclamaram que o vazamento de declarações de testemunhas durante a campanha presidencial deste ano aparentemente ocorreu para prejudicar a campanha de reeleição da presidente Dilma. Moro negou ser o responsável por vazamentos impróprios de informações. 
Quando questionado pela Reuters sobre a investigação da operação Lava Jato, Moro mostrou ser discreto, respondendo via email que “infelizmente" ele não poderia comentar sobre o caso. “Espero que você entenda”, acrescentou. 
Seu currículo inclui uma investigação que ele supervisionou de 2003 a 2007 e que ainda é o maior caso de lavagem de dinheiro do Brasil, o do Banestado, envolvendo 28 bilhões de dólares, e que resultou em 97 condenações. A experiência levou Moro “a ser ainda mais diligente, mais cuidadoso” para que seu trabalho seja mantido nas cortes mais altas, disse Anderson Furlan, um juiz que fez faculdade com Moro e o conhece há anos. 
No caso da Petrobras, Moro recebeu elogios por duas importantes decisões táticas. A primeira, rara no Brasil, foi permitir a delação premiada. A promessa de penas reduzidas levou o doleiro Alberto Youssef, tido como o operador do esquema de lavagem de dinheiro, e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto da Costa a darem os nomes de outros indivíduos e companhias envolvidos no esquema. Os depoimentos de Youssef e Costa levaram a grandes avanços nas investigações, que resultaram na prisão, na semana passada, de outro ex-diretor da Petrobras e executivos de algumas das principais empreiteiras do país. 
O segundo movimento tático de Moro foi perseguir executivos de companhias privadas e de atravessadores primeiro, acumulando provas antes de ir atrás dos políticos envolvidos. O risco é que se e quando os políticos forem formalmente citados na investigação, Moro pode perder controle do caso, considerando o mecanismo de foro privilegiado que levaria o caso para o Supremo Tribunal Federal. Por isso Moro recomendou que Youssef, Costa e outras testemunhas não citem nomes de políticos por enquanto em seus depoimentos, de acordo com Furlan e outros assessores. 
No entanto, promotores dizem que vão perseguir o rastro do dinheiro no caso, não importa quem esteja envolvido. “Este esquema não é restrito à Petrobras”, disse à Reuters Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos seis principais promotores do Ministério Público no caso, à Reuters.(Estadão)
Oposição quer demissão imediata de Graça Foster por mentir na CPMI da Petrobras.
A oposição protocolou nesta quinta-feira (20) representações solicitando o afastamento imediato da presidente da Petrobras, Graça Foster, do cargo sob a acusação de que teria mentido durante depoimento da CPI do Congresso que investiga irregularidades na estatal. Os pedidos foram encaminhados para a Procuradoria da República no Distrito Federal e pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União.
Assinadas pelo líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), as ações argumentam que Graça não informou à CPI que a estatal foi comunicada sobre descobertas do Ministério Público holandês de que funcionários da empresa receberam propina da SBM Offshore. A oposição a acusa de mentir em 11 de junho, quando esteve no colegiado. Na ocasião, Marco Maia (PT-RS) perguntou se a Petrobras estava respondendo a alguma "ação no exterior ou no Brasil por conta dessa denúncia". Graça negou.
Em 27 de maio, 15 dias antes, a Petrobras havia recebido uma carta enviada pela SBM, fornecedora de plataformas, avisando que o Ministério Público holandês tinha informação de que "foram pagos valores a empregados da Petrobras por meio do representante no Brasil". Na representação enviada à Procuradoria da República no DF, Imbassahy solicita que seja analisada a possibilidade de instauração de inquérito criminal para investigar a prática dos crimes de falso testemunho e prevaricação.
"Ela perdeu a autoridade moral e mentiu durante o depoimento desta CPMI. Não apenas para os senhores deputados e senhores senadores, mas mentiu para o povo brasileiro", disse Imbassahy. O tucano acusa Graça ainda de ter utilizado seu cargo para dificultar a investigação e ainda transferir imóveis a familiares depois de saber das denúncias. "Tudo isso sem falar na continuada insistência nos diversos depoimentos no Congresso Nacional de que o negócio na refinaria de Pasadena [ nos EUA] não teria qualquer irregularidade, mesmo sabendo de diversos indícios da falcatrua", completou.
Na CPI, Graça disse que a apuração interna, entre entre fevereiro e abril, não havia descoberto irregularidades. Só nesta segunda (17) ela anunciou que a estatal tinha conhecimento dos elementos da investigação internacional. "Imediatamente mesmo, informamos à SBM que ela não participaria de nenhuma licitação conosco".
Procurada, a Petrobras diz que a SBM não confirmou o pagamento de propina, como diz o Ministério Público da Holanda. Conclui, dizendo que, ao receber a carta da ex-fornecedora, a repassou às autoridades competentes. Diz ainda que não reabriu investigação interna após as informações passadas pela SBM. (Folha Poder)

NO BLOG DO REINALDO AZEVEDO
A capacidade que tem a presidente Dilma Rousseff de errar, especialmente quando se esforça para acertar, chega a ser comovente. É a sua falta de jeito. E também está muito mal cercada. Eu sou do tempo em que presidentes recusavam pessoas que se candidatavam a ministérios, mas o contrário jamais acontecia. E a razão era simples: antes que um convite fosse tornado público, fazia-se uma sondagem para saber se o indicado aceitava a empreitada; se não, então o chefe do Executivo não pagava o mico. Mas eis o governo Dilma.
Luiz Carlos Trabuco, presidente executivo do Bradesco, rejeitou o convite para assumir o Ministério da Fazenda. Não está se fazendo de rogado, não. Ele nunca disse que queria o cargo. As especulações surgiram primeiro nos círculos palacianos. Ainda que fosse um desejo pessoal seu, e não consta que fosse, o que mais se ouvia nos bastidores é que “Doutor Brandão não vai deixar”. “Doutor Brandão” é Lázaro Brandão, presidente do Conselho de Administração do Bradesco e comandante inconteste do potentado.
Dilma conversou com os dois, que lhe devem ter dito que Trabuco está destinado a ser o sucessor de Brandão. Sabem como é… O governo Dilma passa, o Bradesco fica. Os governos petistas passam — os sensatos torcem por isso —, e o banco fica. A menos que Trabuco estivesse tocado pela chama militante, a troca parecia improvável. “Ah, mas é pelo bem do Brasil?” Fiquem certos: ele colabora mais com o Brasil no comando do… Bradesco. De resto, seria trocar uma posição em que é especialista por outra em que seria amador: um formulador de política econômica. Por mais capaz que ele seja em sua área, governo é outra coisa.
É evidente que Dilma não precisava dessa recusa em seu currículo, não num momento como este, evidenciando a dificuldade para formar uma equipe econômica. Para tanto, bastaria que tivesse um ministro da Casa Civil que fizesse as devidas consultas prévias. Ocorre que seu articulador político é Aloizio Mercadante. Esperar o quê? Sim, antes dele, já foi Ideli Salvatti. Mas não fique com a sensação, leitor, de que o mundo não presta.
O novo nome da economia pode sair ainda nesta sexta (21). Alexandre Tombini é cotado para permanecer na presidência do Banco Central. Nelson Barbosa, ex-secretário-geral da Fazenda, e Joaquim Levy, secretário do Tesouro no governo Lula e hoje administrador dos fundos de investimento do Bradesco, podem assumir a Fazenda e o Planejamento — ainda seria preciso, nessa hipótese, definir quem faria o quê.
Ironias
Pois é… Nem parece que a Dilma que apela ao presidente de um banco e que tende a ficar com um alto executivo dessa mesma instituição é aquela senhora que demonizou o setor bancário durante a campanha eleitoral e que associou a independência do Banco Central à cupidez dos banqueiros e à consequente fome dos brasileiros. Que vexame!
Campanhas eleitorais mundo afora comportam um tanto de farsa, sim. No Brasil, elas se transformaram em estelionatos escancarados.

NO BLOG DO JOSIAS
O senador Aloysio Nunes Ferreira e o deputado Antônio Imbassahy, líderes do PSDB no Senado e na Câmara, divulgaram uma carta aberta na qual acusam o governo de chantagear empreiteiras para que elas pressionem parlamentares. A dupla sustenta que o governo condiciona o pagamento de obras públicas à aprovação do projeto que libera a pasta da Fazenda para descumprir a meta fiscal de 2014, fechando as contas no vermelho.
“É inaceitável a chantagem feita pelo governo federal ao atrelar o pagamento das dívidas com as empresas que fazem obras públicas ao apoio ao projeto de lei que modifica a Lei de Diretrizes Orçamentárias”, escreveram Aloysio (SP) e Imbassahy (BA). Eles atribuem a “chantagem” a dois ministros: Miriam Belchior (Planejamento) e Paulo Sérgio Passos (Transportes).
Ironia em riste, os líderes tucanos anotaram que os ministros de Dilma articulam o encotro entre “a necessidade” dos empreiteiros ameaçados de calote e “o vício” dos parlamentares à procura de dinheiro para fechar suas contas de campanha. Acusam-nos de ultrapassar os “ultimos limites do pudor.”
A pressão sobre os empreiteiros, afirmam os líderes do PSDB, foi feita em conversas com representantes de duas entidades patronais: a Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil.
Além de chamar os ministros de chantagistas, a carta do PSDB acusa-os de mentir. “A ministra Miriam Belchior mente ao dizer que ‘se o Congresso não aprovar a flexibilização do superávit, o que nos resta é parar os investimentos. Quanto ao ministro dos Transportes, prossegue o texto, “mente ao dizer aos empresários que só pagará as dívidas de R$ 1,4 bilhão se o projeto for aprovado.”
Para Aloysio e Imbassahy, os episódios potencializam a “relação indecorosa” que Dilma mantém com o Congresso.

NO DIÁRIO DO PODER
EMPREITEIRAS DOARAM R$ 49,8 MI PARA 41% DO NOVO CONGRESSO
Publicado: 21 de novembro de 2014 às 9:16 - Atualizado às 9:17
Por: Redação
As empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato foram responsáveis pelas doações de R$ 49,8 milhões na disputa de novos parlamentares por uma vaga no Congresso Nacional a partir de 2015. Segundo levantamento do jornal Folha de S. Paulo, Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, Iesa, Mendes Júnior, OAS, Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC doaram para 41% dos deputados e senadores eleitos em outubro.
Das empresas investigadas, a OAS foi a que mais abriu o cofre para doações para candidatos: R$ 14,6 milhões. Ela é seguida por Odebrecht (R$ 11,7 milhões) e Queiroz Galvão (R$ 8,5 milhões). Já as que menos doaram foram a Mendes Júnior (R$ 200 mil) e Engevix (R$ 2,6 milhões). O senador eleito pelo PSD da Bahia Otto Alencar recebeu a maior fatia: R$ 2,9 milhões.
Entre os deputados federais e senadores cujas campanhas mais receberam esses recursos, diretamente ou por meio dos partidos ou comitês de campanha, estão integrantes do PP, PMDB, PT e da oposição.
Ao todo, 243 receberam doações de oito das nove empresas investigadas. Na lista dos 15 que obtiveram as maiores contribuições, há três deputados do PP (Partido Progressista) do Paraná: Nelson Meurer, Dilceu Sperafico e Ricardo Barros.
No PT e no PMDB, aparecem na lista dos que mais receberam doações registradas o deputado Lucio Vieira Lima (PMDB-BA), membro titular da CPI Mista da Petrobras, a senadora Katia Abreu (PMDB-TO), os deputados Carlos Zarattini (PT-SP) e Luiz Sérgio (PT-RJ), além do senador eleito Paulo Rocha (PT-PA), absolvido no processo do mensalão.
No campo da oposição, figuram na lista os senadores eleitos José Serra (PSDB-SP), Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Ronaldo Caiado (DEM-GO), além dos deputados eleitos José Carlos Aleluia (DEM-BA), Alberto Fraga (DEM-DF) e Alexandre Leite (DEM-SP).

CÚPULA DO PMDB FINGE IGNORAR ROUBALHEIRA EM RONDÔNIA
POLÍTICOS DO PMDB, COMO JUCÁ, TENTAM IGNORAR ESCÂNDALO ENVOLVENDO O GOVERNADOR DE RONDÔNIA
Publicado: 20 de novembro de 2014 às 22:21 - Atualizado às 22:25
Por: Redação
A deflagração da Operação Plateias, que envolveu o governador reeleito de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB), fez a cúpula do partido atuar para tentar circunscrever a ação da Polícia Federal a um problema local. Caciques da legenda preferem não se manifestar e o presidente em exercício do PMDB local, Tomás Correia, foi incumbido a responder pelo caso. “É uma questão localizada em Rondônia e a direção do partido lá é que deve responder”, disse o deputado Eliseu Padilha (RS), presidente da Fundação Ulysses Guimarães.
Procurados por meio das assessorias, o vice-presidente Michel Temer, que é presidente nacional do PMDB, e o senador Valdir Raupp (RO), aliado de Confúcio, não se manifestaram. Já os senadores Vital do Rêgo (PB) e Romero Jucá (RR) disseram que nem sabiam da operação da PF.
A Operação Plateias desarticulou organização criminosa formada por lobistas e agentes públicos responsáveis por direcionamento de licitações. Confúcio Moura chegou a prestar depoimento na superintendência da PF no Estado. A investigação apurou que empresas interessadas em participar nos processos licitatórios no Estado precisavam doar para campanhas eleitorais.
Escalado pela tentar circunscrever os possíveis danos ao Estado, Tomás Correia negou que a operação da PF coloque em xeque a reeleição do governador peemedebista. “Não creio que tenha isso (o poder de colocar em xeque a reeleição)”, afirmou. “Não vejo vinculação com essa eleição em si”, completou.
Mesmo tendo ressalvado que não dispõe de detalhes da ação da PF, o presidente do PMDB de Rondônia saiu em defesa de Confúcio. “Eu conheço bem o governador, desde 1982. Conheci como médico bem-sucedido e sinceramente tenho absoluta certeza de que é um homem correto de suas ações”, afirmou.
Segundo Correia, as apurações da PF dizem respeito a fatos “de lá de trás”, referentes à primeira eleição do governador. Para ele, a ação seria consequência de uma operação anterior que investigou irregularidades na Secretaria de Saúde estadual.


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